Terça-feira, 11 de Janeiro de 2000 (Privada/Em Pessoa)
Tradução: Amadeu Duarte
Participantes: Mary (Michael), David (Mylo), e Cathy (Shynla).
ELIAS: (Suavemente) Boa tarde, Mylo.
DAVID: Olá, Elias. É bom estar aqui!
ELIAS: Uma vez mais, numa interacção objective!
DAVID: Sim. Faz tempo, no meu caso, mas é bom estar aqui. (Elias ri para si mesmo) Sim, tenho algumas perguntas!
ELIAS: Muito bem. Podes prosseguir.
DAVID: Está bem. Realmente tem-se revelado esquisito por vir a pensar faz meses, já, se vou conversar com o Elias, de que modo haverei de formular esta pergunta? Devia tornar-se fácil mas acontece que o ano passado tornou-se num enrolar constante e eu interrogo-me ou estou a tentar descobrir por que razão terei cavado este buraco tão fundo em que me enfiei.
Sinto-me confuso em relação à razão porque vendi a minha habitação. Senti este impulso indomável de me livrar de tudo, e aí regressei a casa, mas sinto-me num buraco, e não me sinto satisfeito de modo nenhum. Estou consciente de existirem muitas pessoas neste momento a experimentar mudança com coisas similares, mas isso há-de mudar, porque realmente não me sinto capaz de continuar mais isso, para ser perfeitamente honesto contigo. Algo terá que ceder, só que não me sinto com a confiança para acreditar que alguma vez venha a ceder. Por vezes sinto que o meu próximo passo só pode ser o de pôr cobro a isto tudo, apesar de isso obviamente me aterrorizar, porque na verdade não tenho vontade nenhuma de partir, e no entanto por vezes sou levado a sentir querer partir, abandonar isto tudo e fico confuso.
Já não sinto qualquer desejo. Não consigo mais encontrar-lhe a fagulha. Já nem sequer me sinto capaz de tomar decisões – faço isto, faço aquilo, faço isto, faço aquilo – nem sequer consigo tomar uma decisão! Sinto-me completamente bloqueado – paralisado – e isso assusta-me. Sinto-me muitíssimo inseguro de súbito, e vulnerável para além do comportável, e pressinto estar a necessitar duma ajuda neste ponto.
ELIAS: Antes de mais, vamos dirigir-nos a tudo o que referiste estares a experimentar – essa vulnerabilidade, esse elemento de desistência, essa expressão de falta de motivação, assim como a criação objectiva de desapego em relação aos elementos físicos.
Bom; observa junto comigo aquilo que estás a criar e aquilo para que te estás a deslocar. Permite-te um instante para poderes perceber o movimento e o que estás a criar por meio duma percepção ligeiramente diferente, porque a percepção porque estás a observar neste momento acha-se inundada do que identificas como sendo negatividade.
E nesse sentido, aquilo que reforças em ti próprio é uma falta de valor e falta de aceitação pessoal, por te estares a perspectivar numa posição de estagnação e sem te moveres, e bloqueado na concepção que apresentas, porque, se te permitires observar isso por uma percepção ligeiramente diferente, poderás possibilitar a ti próprio uma oportunidade de perceberes o modo objectivo como ESTÁS a criar movimento.
Nesse sentido, procedeste à instauração dum movimento no sentido de te desapegares de alguns elementos, na tua concepção, do teu foco físico que simbolizam uma expressão de sobrecarga. Por isso terás escolhido instaurar o movimento através do qual terás, nos teus termos, vendido a tua habitação. Isso consta de imagens que apresentaste a ti próprio, de forma objectiva, como um movimento inicial. Por isso, vamos começar por essas imagens, e percorrer os passos que instauraste no que criaste, por assim dizer.
Nesse movimento, escolheste dissociar-te ou descartar, por assim dizer, um elemento do teu enfoque que te terá parecido sobrecarregado e restritivo – limitativo – porque na crença que tens e na tua percepção, essa estrutura te confina a uma localidade específica e continua a fazer-te recuar para esse local e a amarrar-te, por assim dizer, a essa localidade.
Mas isso, lembra-te, é a percepção que tens em meio às crenças que albergas, só que igualmente bastante real!
E nesse sentido, escolheste instaurar um movimento de descartar desse elemento incómodo do teu enfoque, que te direcciona a percepção no sentido de te permitir uma expressão de maior liberdade. Moveste-te na direcção duma maior expressividade de liberdade e procedeste à alteração da localização física, só que te moveste para uma localidade física que te proporciona um elemento de familiaridade.
Além disso, e em conjugação com as crenças que albergas e com a percepção que tens, criaste, como quem diz, uma corrente firme de movimento.
Tu não estás bloqueado nem estás a instaurar nenhuma falta de movimentos. Estás a criar um movimento com que te achas familiarizado. Estás a instaurar um movimento através do qual encontrarás motivação para exprimires extremo desconforto, e isso é bastante motivador. Por isso vou-te dizer que na realidade estás a criar o próprio movimento que referes não estar a criar!
Tu ESTÁS a mover-te. ESTÁS a motivar-te. Estás a criar um desconforto ao ponto de voltares a tua percepção e a tua atenção, estás a passar para a expressão do que referiste – estares a desistir. Com essa expressão de desistência, por assim dizer, estás também a dar passos, porque estás a deixar de te importar.
Tens estado a conter-te na tua energia com muita intensidade. Tens continuado a dar passos, só que continuas a conter-te com intensidade à tua própria energia, de tal como que te estás a exaurir, em termos bastante objectivos, e estás a criar uma alteração na tua atenção, e a expressar um sentido de resignação para ti próprio, só que ao te resignares, tu também abrandas a intensidade que exerces sobre a tua energia, e INSTAURAS o movimento da vulnerabilidade.
E em que consistirá a vulnerabilidade? Na abertura. Por serem sinónimos. E com essa abertura, és capaz de proporcionar a ti próprio um maior movimento. Porque, ao instaurares as escolhas que definiste, ao criares movimento rumo a cada uma das tuas probabilidades, também te deslocaste duma forma consistente de forma crescente rumo a uma expressão de desconforto, e eficientemente concedeste a ti próprio uma mínima expressão de abertura para observares para além desse desconforto. Criaste um fluxo constante a fim de te motivares e te forçares rumo à resignação e deixares de pensar e um abrandamento do aperto e a uma expressão de abertura.
Vou-te dizer que no foco físico e em muitas culturas, existe uma expressão de movimento que é bastante comum através do qual muitos abrigam a crença de precisarem forçar-se a um determinado limite no qual – na sua percepção – não mais sentem ter alternativa ou escolha, e exaurem as suas energias a ponto de se resignarem, com a crença de que ao alcançardes tal resignação – ou aquilo que designais como desistência – concedereis então, a vós próprios permissão para vos direccionardes num sentido diferente. Mas até essa altura, muitos de vós continuam a forçar a própria energia até ao que identificais como “as profundezas da vossa alma”.
Mas o aspecto benéfico desse tipo de movimento está em atingirdes um ponto em que vos cansais de forma extraordinária nessa criação de desconforto, e ao passardes para tal expressão passais a perceber duma forma objectiva, por intermédio das vossas crenças, estardes desmotivados. Mas tu continuas a motivar-te a ti próprio. Apenas deténs uma expectativa objectiva daquilo que desejas e nesse sentido, como não percebes estar a materializar o teu desejo duma forma objective, automaticamente passas a gerar o sentimento que sentes e a tua expressão de desapontamento.
O desapontamento desponta numa forma de reacção automática das expectativas que não instaurais duma forma criativa, mas vós criais aquilo em que vos concentrais.
A concentração, vou repetir uma vez mais, não consiste no pensamento. Podeis pensar e pensar continuamente que isso não traduzirá a expressão da concentração. Concentração é aquilo em que acreditais. ESSA constitui a área em que vos concentrais, por ser a área em que empregais a vossa atenção. A tua atenção não se acha focada fortemente no sentido daquilo que percebes como as tuas vontades esquivas. A tua concentração concentra-se naquilo em que acreditas.
Por isso, podes referir a ti próprio, uma e outra vez, “desejo instaurar esta direcção particular no meu emprego. Desejo instaurar esta direcção na expressão da minha criatividade. Desejo instaurar esta expressão no sentido dum relacionamento de carácter íntimo.
E ao mesmo tempo, acreditas não possuir a capacidade de criar nenhum desses elementos, e isso passará a ser o que se sobrepõe e o que terá lugar, por ser nisso que acreditas e constituir a energia que estás a projectar fora, e a energia que projectais no exterior é o que vos atrairá a energia de volta, porque vós atraís a vós aquilo que vos irá reforçar a crença, e os outros serão direccionados no vosso sentido do mesmo modo.
No começo deste fórum, o qual identificas como tendo ocorrido à imenso tempo, referi a todos que vos atraís todos uns para os outros por uma sentimento de afinidade, por assim dizer. Os clichés que empregais brotam do que vos é dado conhecer, e nesse sentido podeis expressar para convosco: “Sim, aves de plumagem idêntica tendem a juntar-se, porque a energia que projectais no exterior serve, de certa forma, de farol, e a energia que se lhe assemelhe há-de ser atraída para esse farol.
Não é acidente nenhum o facto de cada indivíduo se sentir atraído para outros indivíduos ou grupos que partilham de afinidades idênticas, porque aquilo que projectais consiste naquilo em que acreditais em vós mesmos, e isso influencia directamente a avaliação que fazeis da vossa medida de valor e capacidade.
DAVID: Mas quase soa como isso viesse acrescentar-se ao pânico e ao temor que sinto, porque num certo nível sou capaz de entender aquilo que estou a fazer, mas no entanto, por uma razão qualquer isso conduz-me muito para lá de o fazer a mim próprio, por ainda o continuar a fazer, obviamente. Se isso é assim tão consistente e eu pareço fazer o que chamaria de algo mais positive a fim de obter as minhas vontades, já me estou a ver a fazer o que acabaste de referir cada vez mais em relação ao que sinto que isso possa levar uma vida, mas de súbito, aos oitenta, eu deixo de estar a consegui-lo?
Bom, por essa altura, já não me interessa, e isso é o que me assusta igualmente, por desejar deter isso AGORA, em breve, amanhã e não daqui a cinco ou dez anos, por não acreditar poder viver tanto se continuar a proceder desse modo.
ELIAS: E que é que estás a desejar deter?
DAVID: Bom, eu quis empregar os termos “Eu quero alterar isso, só que nós já debatemos a mudança.
Eu só tenho vontade de parar de me enfiar neste buraco. Tenho vontade de experimentar essas três formas de vontade que mencionaste. Quero que o puzzle faça sentido. Quero apreender o sentido dele chegar a fazer sentido. Quero o relacionamento, quero a carreira, e a localização geográfica em que me situe num sítio.
Não quero andar a saltar por aí, mais, Elias. Quero parar de fazer isso. Quero acalmar. Mas onde me encontro, mesmo em Londres, tenho a consciência de ter um carácter temporário, por ter voltado ao que me é familiar. Mas tenho consciência que a longo curso, não vai ser o sítio onde vou ficar, mas em relação a qual venha a ser o meu próximo local, não tenho a menor pista! Estou farto de ser uma marionete. Quero ser senhor do meu destino, por assim dizer, e ter consciência disso.
ELIAS: Mas tu és.
DAVID: Mas é óbvio que não estou a fazer aquilo que quero, estarei?
ELIAS: Lembra-te do farol, porque nessa expressão reside a resposta que queres e a tua chave.
Tu não adquires as coisas que se situam for a de ti. Tu não adquires essas coisas, por assim dizer. Tu cria-las, e cria-las por intermédio do movimento que ocorre em ti próprio. Tu cria-las através da energia que manifestas em ti próprio.
Tu não adquires o teu emprego. Não obténs os meios para expressares a tua criatividade. Não obténs a via para a expressão da tua criatividade. Não partes à procura e em seguida adquires um relacionamento íntimo.
Vós ACREDITAIS ser desse modo que criais a vossa realidade, mas isso é o que instaura conflito no vosso íntimo, por ser tão limitado.
Nesse sentido, aquilo que estás a expressar, essencialmente, é que não crias a tua realidade. Tudo o mais que se situa fora de ti é o que cria a tua realidade por ti.
DAVID: Eu estou a tentar captar essa forma de compreensão. Apesar de ter lido isso sabe deus há quanto tempo, ainda não consigo apreender o conhecimento prático que tenho dentro de mim em relação à criação da minha realidade do modo que quero criá-la.
ELIAS: Antes de mais, podes conceder a ti próprio o conhecimento e a aceitação de que CRIAS efectivamente a tua realidade.
Essa é a primeira expressão, porquanto com a crença – a despeito do que quer que expresseis na vossa língua, nos vossos termos, através dos vossos pensamentos – com a crença de criardes a vossa realidade e de que te achas sujeito à sua criação através doutros elementos, por intermédio de outros indivíduos, circunstâncias, colocas-te num patamar muito estreito quanto às escolhas que proporciona. Eliminas a maior parte das tuas escolhas, por estares a deixar de as implementar. Sujeitas-te às escolhas que se situam for a de ti, as quais passam a afectar-te.
Por isso, o teu ponto de partida reside no reconhecimento de que não adquires. Tu crias.
TU estás a criar a tua realidade. Ela não te é imposta. Tu não és vítima das emoções que te assaltam nem dos teus sentimentos nem dos pensamentos que entreténs. Tu cria-los e fazes isso propositadamente, porque cada pensamento, cada emoção, cada sentimento, cada acto físico que empreendes, tu cria-los a fim de avançares numa direcção particular e específica, e essas direcções acham-se bastante em conjugação com as crenças que abrigas..
Essa é a razão porque vos expresso para vos discernirdes e aceitardes, e para reconhecerdes as crenças que comportais, por traduzirem as expressões e as influências que têm peso na vossa percepção, e constituírem os elementos do eu que vos fazem avançar para aquilo que instaurais ou criais.
Vós criais aquilo em que acreditais. Se acreditardes estar sujeitos às criações dos outros, se acreditardes estar sujeitos às escolhas dos outros, haveis de deixar de proporcionar escolhas a vós próprios. Se acreditardes não possuir a capacidade de criardes aquilo que quereis, haveis de deixar de criar isso justamente.
DAVID: Mas não será isso aquilo que diríamos ser o exemplo de alguém que assume riscos? Sempre acreditei ser bastante bom a assumir riscos, a pisar às cegas numa coisa qualquer e a ver os resultados brotarem dessa atitude ao invés de dizer, “Oh, não, isso é pedir muito. Preciso de especificidades, coisas concretas; preciso de garantias.” Jamais actuei desse modo. Sempre assumi riscos, mas fi-lo, só que hoje ainda me acho na mesma posição em que estava. E aí fico confuso, por pensar que aqueles que assumem riscos definitivamente obtêm mais oportunidades.
ELIAS: Define risco.
DAVID: Risco, para mim, por exemplo, não quero voltar ao trabalho para o qual tenho que regressar lá em Londres. Quero regressar, só que não ao trabalho e arriscar vir a ficar sem trabalho, enquanto nesse período de tempo, afortunadamente virei a encontrar outra coisa qualquer de que provavelmente venha a gostar mais. Isso para mim representa um risco. Não é uma coisa que me seja estendida de bandeja. Não apresenta a menor garantia. Não está aí ninguém a dizer, “Anda para aqui, que nós garantimos-te um emprego.” Para mim, o facto de não sabermos constitui uma assunção de risco.
ELIAS: Deixa que te dê conta, Mylo, dum outro elemento que está presentemente a experimentar. O que estás presentemente a experimentar é o mesmo que todo o teu planeta, porque o que estais a experimentar – e não subestimes este elemento – constitui um passo nesta mudança da consciência. Isso também constitui uma realidade!
E nesse sentido, aquilo que estais a criar com esse passo é uma redefinição da vossa realidade – estais a redefinir os vossos termos, estais a redefinir as vossas definições e a permitir-vos dar atenção às vossas próprias definições, além de estardes a reconhecer que as vossas definições constituem absolutos, só que não existem absolutos.
DAVID: Nesse caso, qual será a definição de risco?
ELIAS: Não existe definição alguma de risco, porque não existe risco nenhum! Que haverás de arriscar? Que terás a perder? A definição que empregas para risco é a de que terás todo um potencial de perda. Estás a definir o teu jogo. Essa é a definição de risco que empregas. Que terás a jogar? Que haverá a perder?
DAVID: Bom, para a maioria das pessoas, tudo – a sua segurança bem como todas as coisas que temem deixar de ter.
ELIAS: Define segurança.
DAVID: Segurança consiste no conhecimento ou saber – baseado no conceito desta realidade física e do que os nossos governos conceberam – a segurança do saber que podemos pagar as nossas contas, a segurança de sabermos que não iremos acabar na rua, et cetera. Para mim isso são formas de segurança, mais ou menos absolutas, apesar de saber não existir nenhuma, mas…
ELIAS: Tu NÃO sabes que não existe nenhuma.
Eu digo-te que a tua crença reside nesses absolutos, tal como muitos, muitos outros indivíduos no vosso planeta no presente, e é por isso que estais a experimentar trauma, por ESTARDES a redefinir os vossos termos e a ESTARDES a redefinir a vossa realidade, e ao avançardes na redefinição dos vossos termos e da vossa realidade, percebeis não possuir qualquer definição, e voltais a direccionar-vos no sentido da expressão do que é familiar, por gerardes temor em vós próprios com a ideia de criardes liberdade.
Presentemente, nesta fase de redefinição, por assim dizer, da vossa mudança de consciência, deténs uma vontade objectiva – ou não penses assim – de desejares avançar para a liberdade, e do quão gloriosa não será uma expressão dessas, a de experimentar liberdade, e eu digo-te que sim, sim, é! Só que sustentais a vossas crenças de modo bastante vigoroso e essa é a área em que vos concentrais, e a vossa concentração não se move na direcção automática da liberdade.
Achais-vos familiarizados com a limitação. Estais familiarizados com a limitação e estabeleceis terminologia em torno da limitação e do confinar, quanto à segurança, protecção, estabilidade, consistência. Esses são termos que associais à limitação, ao que vos é familiar.
Liberdade – como definirás liberdade, e que coisa hás-de fazer com a liberdade? De que modo haveis de expressar a liberdade? Se te fosse proporcionada liberdade neste exacto momento, de que modo exercerias essa liberdade na realidade?
Os pensamentos, o conceito que estabeleceis em torno da verdade, parece-vos bastante claro. “Eu vou sentir liberdade. Vou-me permitir voltar na direcção que escolher. Não vou abrigar o menor sentido de obrigação em relação a nenhum indivíduo nem situação. Vou-me permitir mover com facilidade em toda a expressão que escolher.”
Mas que expressão será essa?
DAVID: Ora, isso depende do humor de que me achar imbuído na altura. É isso que a liberdade traduz; não a define realmente mas antes, “Hoje apetece-me fazer isto”, e faze-lo; não, “Hoje apetece-me fazer isto, mas não posso por ter que fazer isto ou ter que fazer aquilo ou porque tenho que ir trabalhar durante as próximas nove horas”, etc. Para mim a liberdade deve ser, “É isto o que sinto de momento, e quero fazê-lo.”
ELIAS: E podes faze-lo, AGORA. Só que a crença que albergas volta-te na direcção de teres que esperar.
DAVID: Absolutamente.
ELIAS: De existirem pré-requisitos para a liberdade. “Tens” que implementar essa liberdade. (Com muita ironia)
DAVID: Nesse caso, com base na mais provável das minhas probabilidades, virei a abandonar este quadro em que actualmente me encontro, em breve, e rumo a uma posição em que me sinta mais (respira fundo) liberto?
ELIAS: (Ri para si mesmo) Mylo, eu vou-te dizer que isso consiste bastante numa pergunta tipo bola de cristal, (David ri) mas eu digo-te, ser bastante irrealista, por não se tratar de nenhuma situação em termos de “assim ou assado”. “Virei a sair desta situação, deste tipo de movimento, ou não?” Não é questão nenhuma de meio termo.
DAVID: Bom, é só que, neste momento, se eu tiver que vir afundar-me nisso durante mais tempo… Só não sei se o conseguirei.
ELIAS: Mas que coisa criarás tu?
DAVID: Bom, ou o desenlace, ou sairei disso. Essas são as minhas duas opções! (desfaz-se a rir)
ELIAS: Tu tens muitas escolhas. Essas são as duas escolhas que presentemente perspectivas. Muito bem – examina essas escolhas.
Podes pôr termo à vida, se preferires. Isso depende unicamente da escolha. Tu tens medo de o fazer porque na percepção que actualmente abrigas, acreditas que o desenlace possa tornar-se mais difícil do que o que presentemente possas estar a experimentar. Essa pode necessariamente não ser a situação. Dir-te-ei que nas definições que teces, isso não se torne mais fácil. Tampouco virá a tornar-se mais difícil. Pode tornar-se apenas diferente. Mudas a situação em que te encontras. Alteras as imagens que colhes, e isso consiste numa escolha, mas como haverá essa escolha de se tornar diferente do que a tua escolha de mudares de localidade física?
Não te estou a dizer, Mylo, que alguma dessas escolhas seja errada ou incorrecta ou errada. Podes escolher alterar a tua localização física, o que te alterará a situação e as circunstâncias que crias, porque te permitirás alterar certos elementos da tua realidade do mesmo modo que alteras a tua localização física, mas escolhesses tu pôr termo à vida que também haverias de alterar as tuas criações.
DAVID: As quais passariam a ser menos traumatizantes.
ELIAS: Podes voltar-te no sentido de qualquer uma dessas expressões e diminuíres a expressão traumática que estás a experimentar, mas isso depende da escolha que elegeres.
Aquilo que te estou a dizer é que estou ciente do conflito e da frustração e da luta que estás a experimentar. Percebo a energia que estás a projector e que estás a criar, e estou a reconhecer a dificuldade de que estás a dar conta, e também te estou a referir que deténs a capacidade de alterar isso AGORA, se voltares a tua atenção e a percepção que tens. Não precisas faze-lo num raio muito extenso. Não precisas voltar a tua percepção, segundo o conceito do que abrigas, por meio duma expressão dum grau muito vasto; apenas uma ligeira volta na tua atenção, que a tua percepção virá a alterar-se numa extensão formidável, no teu íntimo.
A vossa percepção cria-vos a realidade. Escuta isto! A percepção que tendes cria-vos a realidade TODA. Aquilo que percebeis É o que passareis a criar, e É real. Se perceberes a tua experiência como dolorosa, ela HÁ-DE tornar-se dolorosa.
Podes estar a criar a dor física, mas ao voltares a tua a tenção para essa dor física e te concentrares nela e criares juízo crítico no teu íntimo quanto ao facto de ser má e inaceitável e causa de desconforto e atribuíres a essa dor o que identificas em termos negativos, também a hás-de perpetuar e hás-de continuar a criá-la, e isso processa-se do mesmo modo em relação à dor emocional, á dor psicológica.
É a tua definição que assume importância; não a coisa em si mesmo, apenas a definição que fazes dela.
DAVID: Certo, terei que assimilar isso.
Gostava de saltar para a pergunta seguinte, que é a de que, quando tive o meu primeiro encontro com o grupo e contigo, em seguida tive a ideia de passar o material, as transcrições, para um formato de livro, mais informativo.
Sempre senti que muita gente – e muita gente mo garantiu – não conseguia aceder às transcrições, ou que se existisse um tópico em relação ao qual tivessem vontade de saber mais, tal como a morte e o morrer, gostariam de poder usufruir dum livro sobre o tema com base no material, pelo que formulei esses livros.
Recentemente o Lawrence deu-me conta de que alguns indivíduos te terão questionado se alguma vez irias escrever ou ditar algum livro, ao que terás respondido que não. De certo modo sinto que isso terá reforçado a crença que a Vicki tinha de que… Ela disse que as transcrições, para ela se achavam mais no alinhamento com as prioridades do Elias do que os livros, em si mesmos. Por isso, aquilo que subentendi é que ela não está muito confiante de que os livros façam verdadeiramente parte dessa ordem de prioridades, e gostava de te pedir que comentasses isso, se fazes favor.
ELIAS: Mas isso não tem importância. Essa é a percepção que o Lawrence tem. É a avaliação que ele faz. Não foi isso que eu enunciei. O que eu referi foi que não ditaria nenhum livro para ninguém.
Também encorajei as pessoas a ocupar-se da sua criatividade pela via da escrita. Também propus a minha interacção e a minha energia e a minha informação objectiva, por assim dizer, a fim de prestar auxílio a cada um que escolha a sua expressão particular de criatividade por essa via.
Por isso, se alguém pretender utilizar a minha ajuda na sua expressão escrita, por assim dizer, dum livro, eu propus com toda a clareza que me disponibilizaria para interagir nesse sentido. Eu não o escreverei para vós, mas pôr-me-ei à disposição para tal acto criativo convosco.
DAVID: Está bem. Bom, naquilo que já pude apurar, realmente não requer o teu… Bom, num certo sentido virá a requerer, no futuro, penso eu, mas disponho de suficiente informação que me estendeste para prosseguir com o que estou a fazer sem ter que recorrer a ti.
ELIAS: Justamente.
DAVID: Então, num certo aspecto, a minha pergunta é a de saber se me encontro alinhado pela ordem de prioridades.
ELIAS: Tu alinhas por essa ordem de prioridades…
Alinharás pelo teu desejo? O avanço que estás a efectuar na acção desta mudança está a ter prosseguimento. Por isso posso-te dizer que sim, estás a alinhar pela ordem de prioridades, porque a ordem de prioridades É a mudança de consciência.
Estarás a expressar a tua criatividade? Em parte, estás. Em parte, não. Em parte não está a permitir um livre fluxo da tua energia, e isso move-se igualmente bastante em conjunto com o que temos vindo a debater hoje nesta sessão, mas a tua percepção e a crença que sustentas é a de te achares sujeito às escolhas e às criações dos outros, só que não estás.
O Lawrence detém a percepção e a opinião e a interpretação que consiste na interpretação dele. Não constitui nenhum absoluto, e posso-te afirmar tratar-se duma opinião que o Lawrence formou, a qual não traduz o que terei referido. É a avaliação dele.
Eu não te disse a ti, nem ao Lawrence, nem ao Michael nem a ninguém que as vossas transcrições escritas constituam o único NEM a forma mais eficiente de exibição da oportunidade desta informação que está a ser distribuída.
DAVID: Está bem. Muito obrigado.
Eu gostava de perceber melhor a família do meu alinhamento com as duas famílias (ou grupos espirituais) Vold e Zuli, por ser óbvio que tenho dificuldades na tentativa de análise… Não é análise mas com a formulação Vold e Zuli com respeito a mim próprio. Em que será que poderei alcançar uma maior consciência em relação a esses dois alinhamentos que se torne num melhor auxílio para mim em vez de conflito? Um sente vontade de expressar isto e o outro sente vontade de expressar aquilo e eu quero que ambos sejam capazes de operar em harmonia ao invés de no conflito. Preciso de conhecer mais em relação a isso, se fazes o favor.
ELIAS: Estás a confundir as tuas expressões de alinhamento das famílias da essência com outros elementos do teu foco, nenhum dos quais se acha em conflito, e parte das quais são limitadas. Porque, em algumas das expressões que assumes tu agarras-te à tua energia, o que significa igualmente uma expressão da avaliação que fazes das capacidades que tens e da medida do teu mérito e de coo verás a ser visto pelos outros e das afectações em relação às suas críticas, as quais te limitam parte da tua admissão dum livre fluxo da tua energia.
Mas nos alinhamentos das famílias que fazes com a Vold e a Zuli, esses dois alinhamentos não competem um com o outro, nem se opõem um ao outro. Na realidade, as expressões do objectivo dessas duas famílias e as qualidades que ambas exibem complementam-se uma à outra de modo bastante eficiente.
A qualidade das expressões da família Vold proporciona-te um à-vontade da abordagem dos sentidos interiores. O alinhamento que incorporas com a energia da família Zuli permite-te incorporar o aspecto material em todos os elementos e em todos os seus aspectos. Por isso, esse dois elementos complementam-se um ao outro e permite-te incorporar o exterior físico e o interior, por assim dizer em harmonia entre ambos.
Isso proporciona-te igualmente a expressão da harmonia – se te permitires – contigo próprio. Tu expressas isso em conjugação com os outros indivíduos. Agora vejamos se concederás permissão a ti próprio para expressar isso em ti.
Tu facilmente te permites um fluxo natural de energia em conjunção com ambos esses alinhamentos a fim de incorporares um reconhecimento, quer por intermédio dos teus sentidos interiores quer por intermédio dos exteriores, das experiências dos outros. Tu permites-te facilmente avaliar com facilidade a posição de outro indivíduo ou a experiência dele. Muitas vezes és capaz de te permitir obter uma percepção clara relativa a outro indivíduo quer física, empática, telepática ou conceptualmente.
Em conjunção com os outros vós permitis-vos apreciar o modo como os outros procedem à criação da sua realidade tanto no que avaliais como interior como exteriormente. Mas a vós próprios não concedeis necessariamente essa mesma expressão.
DAVID: Não, parece-me que não.
ELIAS: Mas vou-te dizer que esses alinhamentos pelas famílias da essência e as qualidades que são expressadas pelos propósitos dessas famílias acham-se bastante em harmonia umas com as outras, e não criam conflito.
Além disso tu também incorporas um foco emocional nesta presente manifestação, e uma orientação soft, e preferências que saem fora dos limites dos modos de pensar convencionados pelas correntes das massas. Por isso crias certos elementos que geram fricção, por assim dizer. Essa não condiz com a expressão de alinhamento com essas famílias. Isso faz parte da incorporação de outros aspectos das vossas expressões naturais e do juízo que atribuís a vós próprios por intermédio dessa permissão – ou falta de permissão – para expressardes o vosso fluxo natural de energia com facilidade.
DAVID: Serei aquilo que é designado por foco final? Bem sei que toda a gente te coloca essa pergunta, mas eu pressinto ser. (pausa)
ELIAS: Não.
DAVID: (Desfaz-se a rir) Mas eu SINTO sê-lo!
ELIAS: Deixa-me dizer-te, Mylo, quando abandonais esta manifestação física, ao escolherdes activar essa opção, passais para outras vias da consciência na exploração que fazes da consciência e deixareis de fixar a vossa atenção nesta realidade física.
Por isso, em termos bastante simplistas e concretos, quando escolheis largar esta manifestação física que estais presentemente a experimentar, não voltareis a repetir a manifestação nem experimentareis o enfoque físico subsequente nesta dimensão, porque isso seria redundante e é completamente desnecessário.
Existem aspectos deste foco particular que reconheces como sendo quem és, que não são o teu aspecto primário, e que poderão escolher uma manifestação individual. Isso não é o eu com que te achas familiarizado, nem uma reencarnação de ti próprio. Mas existem aspectos deste foco que não se expressam em termos físicos e que como tal se poderão manifestar, só que isso não subscreve o ciclo da reencarnação, e tu não tomas parte nisso.
O foco da tua essência designado como o último manifesta-se no que presentemente designarias por um foco futuro. Agora; não reforces as tuas crenças porque todo o foco designado como final pode situar-se no que designais como passado, e tu seres o foco futuro. A estrutura linear do tempo é relativa e não assume qualquer importância. Constitui mera expressão da tua essência que o foco designado como final se manifeste presentemente no que identificas como sendo um foco futuro, só que vós existis todos em simultaneidade.
DAVID: Ele não está a pensar em resmungar, estará? (a rir)
ELIAS: Presentemente, não. (ri para si próprio)
DAVID: Para avançarmos rapidamente, eu gostava de saber um pouco mais sobre a ligação que me une à minha mãe, porque atravesso imenso conflito nessa área. É quase como se ela fosse uma estranha, todavia, no meu modo de pensar, ele não o é devido ao facto de ser minha mãe, e eu sentir que a questão da responsabilidade pessoal vem ao de cima. Sinto muita tristeza e pesar por ela devido ao que ocorreu e ao modo como ela escolheu a realidade que escolheu em conjugação com a função de mãe, mas isso é fonte de imenso conflito para mim, pelo que gostava de saber um pouco mais sobre isso.
ELIAS: Tu já tens consciência de empreenderes uma acção de reflexo com esse indivíduo. Mas também te direi, uma vez mais, em conjugação com o que temos vindo a debater nesta conversa ao iniciarmos esta interacção objectiva, que tu te permitiste tal interacção de forma bem intencional por te trazer benefício, ao te permitir ver certos aspectos das crenças que sustentas fortemente no teu íntimo.
Não importa as crenças que sejam sustentadas pelo outro, porque isso não é responsabilidade tua. Mas é significativo que te deixes arrastar para essa situação e que participes na interacção com esse indivíduo, por te conceder a oportunidade de perceberes as crenças ou os aspectos das crenças que deténs com vigor, pelo que, com a identificação dessas crenças, poderás permitir-te dar atenção a esses aspectos das crenças.
Tal como já declarei anteriormente, como hás-de poder dirigir-te aos aspectos desses modos de pensar se não te permites reconhecer nem identificar que os comportas?
DAVID: Isso é verdade. Bom, a Shynla está a dizer-me que o tempo chegou ao fim. Vou colocar uma pergunta rápida, em relação a alguma informação respeitante à transição.
Quando abandonamos o corpo… Tu falaste de irmos para uma área em que as pessoas experimentam um sentimento de paz e de tranquilidade e chamas-te a isso uma área dum instante de descanso antes de entrarmos na transição. De quem se tratará, ou do que se tratará ou de que modo isso se dará? Que é que dirá “Muito bem, em seguida tens que passar para a transição?”
ELIAS: VÓS estabeleceis essa acção. Não existe nenhuma outra essência ou elemento da consciência que o designe ou vos instrua na instauração desse movimento. Vós escolhereis o momento.
DAVID: Então se nos encontrarmos num local tranquilo e de paz, quem desejaria sair desse estado?
ELIAS: (A sorrir de modo trocista) Isso é uma ideia que formais na vossa maneira de pensar – nas crenças religiosas – associadas ao céu, por assim dizer.
Mas a vossa manifestação nesta dimensão física não se acha assim tão afastada do que criais ao longo da consciência. Esta é uma manifestação física – vós procedeis à criação de imagens físicas – só que estais a explorar. Estais a experimentar. Estais continuamente a colocar desafios a vós próprios devido a vos achardes num processo contínuo de transformação, mas a acção de transformação consiste num acto de explorar.
Esse é o vosso movimento natural; esse é o movimento natural da consciência. Por isso porque razão haveríeis de prosseguir no quadro da ausência de movimento e no quadro de ausência de exploração ou duma redundância continuada? Também haveis de sentir aborrecimento! Porque vós moveis-vos naturalmente pela energia e por intermédio da exploração e da investigação.
DAVID: Então nesse caso, eventualmente aborrecemo-nos com a tranquilidade e com a calma e prosseguimos?
ELIAS: A ideia que fazeis da paz e da tranquilidade parece actualmente apeladora mas também te direi que podeis criar essa acção no momento. Podeis passar a instaurar isso na vossa dimensão física.
Também te direi que o mais provável, no quadro da mais provável das probabilidades, seria que não continuasses com tal acção durante o tempo todo de que dispões, e o tempo completo dum foco assemelha-se a um pestanejar dos olhos!
DAVID: Está certo. Bom, vou arejar antes que a Shynla me esmurre e me pontapeie – estou somente a brincar! Muito obrigado, Elias.
ELIAS: Não tens de quê, Mylo, e eu expresso-te alegria pela nossa interacção objectiva, uma vez mais! (ri para si próprio)
Encoraja-te, meu amigo. Tu estás a avançar. Não estás bloqueado e eu continuarei a encorajar-te e a estender-te a minha energia.
DAVID: Obrigado.
ELIAS: Não tens de quê. Para ti, com afecto, au revoir.
DAVID: Au revoir.
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