Sábado, 8 de Junho de 2002 (Grupo/Connecticut)
Tradução: Amadeu Duarte
Participantes: Mary (Michael), Barbara (Eezel), Ben H (Albert), Ben V (Ona), Cathy (Shynla), Carole (Aileen), Curtis (Juva), Erin (Melody), Frank (Christian), Gillian (Ari), Howard (Bosht), Jim B (Marion), Joanne (Gildae), Jon (Sung), Linda (Robert), Lorraine (Kayia), Luanne (Inez), Lynda (Ruther), Marj (Grady), Margot (Giselle), Mary F (Chane), Pat B (Fryolla), Pat W (Treice), Rodney (Zacharie), Ron (Olivia), Sandy (Allesandor), Steve B (Steffano), Ted (Cara); e 22 novos participantes: Beth, Betsy, Carol, Dianne, Ed, Fred, George (Bethette), Jim Y (Orage), Joanne C, Joy, Katie (Mynn), Lauren, Maggie, Marilyn, Mark, Mike, Nina, Peter (Magnus), Randolph, Robert, Steve M, Tom
Esta sessão ocorreu ao ar livre num maravilhoso relvado, com a Mary sentada numa cadeira de balanço situada por debaixo duma enorme árvore frondosa. Estava um dia esplendoroso e o grupo sentava-se na relva ao redor dela. Havia árvores de fundo, assim como o som do canto dos pássaros e dos grilos.
ELIAS: Boa tarde!
GROUP: Boa tarde!
ELIAS: Para este dia escolhi debater o assunto da escolha.
Tenho consciência de que na vossa dimensão física presentemente está a ocorrer uma onda à qual as pessoas estão a responder numa confusão espantosa. Propusestes a vós próprios informação relativa ao que criais na vossa realidade e informação suficiente em relação à escolha, mas estais a gerar uma confusão dos diabos no que toca ao modo como haveis de focar a vossa atenção em vós próprios e em relação a criardes aquilo que quereis na vossa realidade.
A intenção desta mudança da consciência reside no facto de expandirdes a consciência que tendes duma forma objectiva e vos permitirdes reconhecer as capacidades que possuís nos vossos focos individuais, acção essa com que podeis proporcionar a vós próprios a liberdade de possibilitardes a criação deliberada e objectiva do que quiserdes por meio da escolha, e gerardes uma actualização na orientação que seguis.
Isso pode ser alcançado em QUALQUER área. Não importa o que estejais a apresentar a vós próprios nas vossas direcções individuais, ou através das imagens objectivas individuais. Essa é a direcção na qual vos estais a mover em conjunção com esta mudança de consciência: dirigir-vos a vós próprios (tornar-vos autónomos).
E no presente as pessoas estão a empregar uma espantosa confusão e estão a questionar-se em relação ao “como”. Como haveis de prestar atenção a vós próprios? Em que consistirá tal acto? Que rumo toma a vossa atenção? Como haveis de dirigir a vossa atenção para a criação do que quereis em relação aos pressupostos que abrigais?
Antes de mais, vou reiterar: vós não estais a eliminar as suposições; não estais a eliminar as crenças. Elas são intrínsecas ao plano da vossa dimensão física. A duplicidade constitui igualmente um sistema de crenças ou de pressupostos; por isso, tampouco estais a eliminar o sistema de crenças da duplicidade.
Tenho consciência de que ao vos sugerir informação relativa ao material que apresentei, vós gerais essa associação de que talvez passeis a aceitar todos os sistemas de crenças excepto o da duplicidade, e de que esse seja o que passareis a eliminar.
VOZ FEMININA: Amém! (Riso, enquanto Elias sorri)
ELIAS: Mas não é nisso que reside a questão. A duplicidade constitui igualmente um sistema de crenças, que deverá continuar a prevalecer, assim como todos os sistemas restantes.
No tempo actual, vós continuais a gerar ondas na consciência que se endereçam aos sistemas de crenças da duplicidade, e continuais a dirigir-vos ao conjunto de pressupostos da sexualidade. Não interrompestes nenhuma dessas ondas. Posso-vos dizer que a sexualidade comporta um IMENSO conjunto de pressupostos que engloba muitos, muitos aspectos, ou crenças, dentro desse sistema de crenças.
A duplicidade, tal como estareis todos conscientes disso, entrelaça-se com todos os sistemas de crenças, pelo que também se torna desmesurado. Posso sugerir-vos isso a título de preparo para que quando no futuro passardes a dar atenção ao sistema de crenças da emoção, possais dirigir-vos a ele por um considerável período de tempo. Como estareis conscientes, a emoção e a sexualidade constituem os elementos básicos da vossa dimensão física. Como tal, despendeis muito tempo a dirigir a atenção à sexualidade. A sexualidade não traduz a actividade sexual, apesar disso também constituir uma crença inerente a esse conjunto de crenças.
Bom; para vos permitirdes realizar o acto da criação daquilo que quereis, requer-se que presteis atenção a vós próprios. Que se pretenderá dizer com estes termos de, “Prestar atenção a vós próprios?” Percebeis estar a prestar atenção a vós próprios? (Riso proveniente da parte do grupo, seguido de algumas respostas do tipo “sim”, “por vezes”, “raramente” e “talvez parte do tempo”)
Posso-vos dizer a todos que individualmente expressais para vós próprios estar a prestar bastante atenção a vós próprios. Mas posso-vos dizer que não, não estais! (Riso) Por vezes permitis-vos prestar atenção a vós próprios. Na maior parte das vezes, não possuís uma compreensão objectiva do modo COMO prestar atenção a vós próprios.
Mas que definição apresentareis para o acto de prestar atenção a vós próprios? Reparar naquilo que estais a fazer? Reparar no modo como reagis? Reparar no modo como respondeis? Essa é a avaliação exacta da definição que apresentais em relação a prestardes atenção a vós próprios.
Ora bem; na realidade prestar atenção a vós próprios consiste em DARDES OUVIDOS a vós próprios e prestardes atenção ao que quereis a cada instante, em voltar a vossa atenção para o aspecto da responsabilidade que vos cabe ou para convosco próprios, e não em incorporar responsabilidade pessoal pelos outros, nem vos preocupardes com as expressões, comportamentos ou opções dos outros; e posso-vos garantir existir uma espantosa diferença entre a expressão da atenção (dedicação e interesse) e a da “preocupação”.
Não vos estou a dizer que não vos IMPORTEIS em relação aos outros, porque essa é uma expressão natural da essência.
Mas PREOCUPAR-VOS com as expressões, as opções ou formas de conduta assumidas Por eles já traduz uma expressão de juízo. É uma projecção da vossa atenção situada fora de vós, isenta da responsabilidade que vos cabe, mantendo a vossa atenção nos outros - o que é algo com que estais bem familiarizados. Com tal familiaridade, passais a gerar uma reacção automática, o que também vos é bem familiar. Mas com essa familiaridade vós passais a gerar a resposta automática do julgamento, com a qual também vos achais bastante familiarizados.
Posso referir-vos a todos, uma vez mais, que o positivo também constitui uma forma de julgamento. A avaliação que fazeis de “melhor” também constitui uma crítica.
Preocupar-vos com as opções tomadas pelos outros também conduz à expressão da comparação, e a comparação traduz uma expressão de desvalorização, desvalorização de vós próprios e dos demais, mas essencialmente desvalorização pessoal. Porque aquilo que expressais no exterior constitui um reflexo do que estais a gerar interiormente.
Bom; posso-vos dizer que prestar atenção a vós próprios (é uma acto que) permeia a vossa realidade toda. Não importa que estejais com outra pessoa ou sozinhos ou que diga respeito a uma situação. Pensais estar a prestar atenção a vós individualmente se não estiver mais ninguém presente a interagir convosco. Mas mesmo sem a interacção com os outros, vós não dais atenção a vós próprios.
A questão assenta em concederdes a vós próprios uma genuína permissão para criardes externamente aquilo que quiserdes. A confusão assenta em saberdes o que quereis. Quereis que os outros se expressem de modo diferente. Quereis que a vossa realidade se expresse de modo diferente. (Com humor) Quereis tornar-vos iluminados das estrelas! (A sorrir, enquanto o grupo ri)
A iluminação das estrelas consiste numa genuína consciência de vós. (1)
(De modo deliberado) Vós sois todos a essência. Vós sois todos consciência. Vós representais todos formas de atenção. E na dimensão física vós representais de modo em nada diverso daquele com que representais em qualquer outra área da consciência. Vós estais continuamente a transformar-vos e a acrescentar a vós próprios a fim de vos expandirdes, a fim de criardes de novo; para gerar, segundo a concepção que tendes, uma dada coisa a partir do nada. Isso é o que fazeis, por obedecer à natureza da consciência, estar continuamente a criar.
Neste dia de hoje foi expressada a pergunta sobre o facto de continuardes a expressar surpresa para convosco próprios. Haveis sempre de vos surpreenderdes por serdes consciência e estardes continuamente a criar de forma renovada. Mas de que forma criais? Como focais a vossa atenção sobre vós?
Nas interacções que mantendes com os outros, que é que gerais?
VOZ MASCULINA: Um reflexo de nós próprios.
ELIAS: Isso consiste numa resposta feita bastante precisa! (Riso)
Se estiverdes a estabelecer uma interacção com outro indivíduo, a que estareis a prestar atenção?
VOZ MASCULINA: Ao indivíduo.
ELIAS: Tens razão. Tendes consciência de vós próprios? Estareis a expressar a vós próprios aquilo que quereis? Estais a escutar o outro.
Conheceis-vos a VÓS nessa interacção que estais a manter com o outro indivíduo? Não, por a vossa atenção estar situada fora de vós.
Agora; permiti que vos diga, neste fórum e neste presente dia, que a maioria tem uma orientação comum (common). Essa orientação comum expressa de forma natural a atenção no exterior. Ela manifesta-se no exterior. Vós sugeris a vós próprios informação por intermédio de imagens objectivas.
Vós gerais imagens objectivas, e isso fala-vos. Percebeis avisos nas estradas; percebeis cores. Percebeis os outros, mas sois específicos naquilo que notais neles: o que fazem, aquilo que dizem, as roupas que vestem, o modo como se apresentam fisicamente.
Prestais atenção às imagens físicas; gerais imagens objectivas. Se o vosso equipamento responder de forma estranha… ah! E nesta altura se os vossos computadores estiverem a funcionar mal, se os vossos telefones estiverem a tocar… vós prestais atenção às manifestações físicas. Isso não é prejudicial nem errado. É uma acção natural que gerais na orientação comum.
Aquilo com que NÃO estais familiarizados é com o permitir-vos prestar atenção a vós E prestar atenção ao que criais através das imagens objectivas. Aquilo com que estais familiarizados é manter a vossa atenção no exterior, e não prestar atenção ao que gerais através das vossas próprias comunicações individuais para vós próprios.
Bom; se me apresentar a vós hipoteticamente como qualquer outro indivíduo do vosso presente fórum – (A rir) porque todos temos consciência de que eu sou um fantasma! (Grupo ri) – e vos declarar não gostar dessa camisa vermelha. (Olha para o Jon, que está a usar uma camisa vermelha) onde se situará a vossa atenção?
JON: Na minha camisa.
ELIAS: E que é que tu queres?
JON: Eu não sei! (Ri)
ELIAS: Se eu continuar, e te declarar: “Não gosto dos teus olhos.” Que será que queres?
JON: Umm, não sei. (Riso)
ELIAS: Se eu prosseguir e provocar um conflito contigo, que será que queres?
JON: Sair daqui.
ELIAS: Muito bem. Isso é uma reacção automática – o facto de quereres sair. Não, tu pensas querer sair, por estares a reagir de forma automática. Estás a gerar desconforto e o desejo que tens é o de o interromperes. Mas tu não estás a escutar aquilo que queres. O que queres é gerado a partir de dentro, não a partir de fora. O que queres é o que desejas expressar, e com isso estás muito pouco familiarizado.
Agora; O teu próximo passo no (processo de) prestares atenção a ti próprio talvez seja o de expressares para contigo próprio: “Eu quero que pares de me criar este desconforto, por estares a expressar-me isso, o que me está a provocar desconforto. Estou a reagir.”
Não, tu não estás a reagir. Estás a estender a ti próprio uma comunicação emocional. A emoção não é reacção nenhuma. É uma comunicação e uma comunicação EXACTA. A consciência do vosso corpo físico está a comunicar um objectivo. As tuas emoções estão a comunicar-te uma mensagem: “Neste momento estás a negar-te qualquer opção. Estás a permitir que o outro te dite em que passará a consistir a tua escolha e não te estás a tornar autónomo, não te estás a dirigir a ti próprio”, e isso é expressado através do desconforto, por não ser natural. A vossa inclinação natural é para vos dirigirdes a vós próprios, mas aquilo com que estais familiarizados é permitirdes que os outros ou as situações vos dirijam por intermédio da reacção.
Posso-me apresentar a um de vós e manifestar o que identificareis como uma fabulosa excitação e alegria, e no momento, podeis experimentar um tipo diferente de energia, e escolher igualmente ir embora. Isso não será necessariamente o que querereis, por não estardes a prestar atenção.
No instante em que possa declarar-te: “Não gosto da camisa vermelha que trazes vestida”, se tiveres um conhecimento e uma compreensão genuínas em relação a ti e prestares atenção e proporcionares a ti próprio permissão para te expressares e àquilo que queres, poderás responder-me: “Eu gosto dela; a minha energia hoje está de acordo com o vermelho. Aprecio a tua declaração e aprecio a minha.” Aquilo que quereis é expressar-vos abertamente e para o exterior de forma genuína em apreço.
Quantos de vós não expressaram a si próprios e aos demais que o que desejam é gerar amor; como o nosso mundo seria maravilhoso se todos expressassem amor. Que coisa será o amor? A definição que dais ao amor é a do afecto. A verdade do que engloba o amor traduz-se por CONHECIMENTO e apreço (reconhecimento). Essas são as expressões do amor, o conhecimento daquilo por que revelais apreço.
Agora; como podereis vós expressar amor se não conheceis aquilo por que estais a sentir apreço, e se não recebeis apreço (se não sois alvo do apreço de ninguém)? E como podereis revelar apreço se o outro se expressar de modo diferente do vosso?
Nesta altura, vós escolhestes manifestar-vos nesta sociedade, nesta nação. Estareis a revelar apreço por aqueles que percebeis estar a ser criminosos noutras nações? Eles estão a expressar as suas crenças, e a faze-lo de forma apaixonada. Estão a expressar-se em meio àquilo que desejam. Estareis hoje aqui neste fórum a não expressar qualquer julgamento? Ou estareis a expressar-vos no âmbito do vosso conforto e do melhor, nesse mesmo juízo que expressais – (Com ironia) de que o vosso juízo é melhor, (Riso) e o deles é pior, por radicar essencialmente na violência, e a não violência ser melhor? Não será?
ROBERT: Geralmente.
ELIAS: (Encolhe os ombros) Mas que importará isso? É diferente.
ROBERT: A diferença residirá no facto de decidirmos tornar-nos de tal modo violentos para chegarmos ao ponto de ceifarmos uma vida, penso que isso representará uma violação.
ELIAS: Será?
ROBERT: Acredito que sim.
ELIAS: Ah! Mas nisso reside a chave: tu acreditas que sim. Tu acreditas em muitas expressões. Mas não importa aquilo em que acredites, porque as crenças não constituem qualquer absoluto. Elas não constituem verdades. Aquilo que valorizais não constitui absolutos. Que valorizarás, a vida?
ROBERT: Sim.
ELIAS: Porquê?
ROBERT: Por pensar que qualquer vida que seja criada seja valiosa.
ELIAS: Valorizarás a escolha?
ROBERT: Valorizo.
ELIAS: Reconhecerás que a morte consiste numa escolha?
ROBERT: Reconheço.
ELIAS: Nesse caso, que importância isso? São escolhas. Ninguém poderá incorrer numa acção em relação a vós que não escolhais. Por isso, que importará isso?
ROBERT: Só tem importância para mim.
ELIAS: Exacto. Tem importância para ti no contexto da percepção que tens, a qual não traduz nenhum absoluto nem se aplica a mais nenhum indivíduo.
ROBERT: É a minha verdade.
ELIAS: Sim, de certa forma, em termos figurados. É a tua percepção. É a tua preferência. É a tua opinião, a qual é aceitável. A chave consiste em reconhecerdes que isso não traduz nenhum absoluto, e que todo o indivíduo incorpora igualmente a sua percepção única.
A tua percepção é o mecanismo que gera toda a vossa realidade física. É um MECANISMO que incorporais no plano da vossa manifestação física e que projecta uma realidade física efectiva.
Aquilo com que presentemente estás a interagir, neste momento, é com a projecção da energia de mim próprio assim como todos estes indivíduos que estão presentes. Todo o indivíduo que encaras, que percebes em termos físicos, tu terás criado por intermédio do mecanismo da tua percepção. Apenas interages com a sua energia. Tu crias as manifestações físicas. Por isso, eles são todos um reflexo de ti.
Toda a expressão que percebeis ter lugar no vosso mundo, vós tê-la-eis criado. Se tendes consciência dela, tê-la-eis criado. Por isso, ao expressardes juízos críticos com um carácter absoluto, que estareis a julgar? O reflexo de vós próprios. Não estais a julgar os outros; só estais hipoteticamente; mas duma forma genuína, estais a julgar a vossa própria percepção, a projecção individual que fazeis do vosso mundo.
As vossas crenças são expressadas com vigor e passam a influenciar duma forma tremenda, pelo que isso traduz o significado de vos permitirdes familiarizar com as vossas crenças e de vos permitirdes reconhecer a sua existência. Saber que dispondes de escolha, porque dispondes mesmo. Não estais trancados em nenhuma crença, mas também não vos é negada nenhuma crença.
As pessoas declaram, “Algumas crenças são boas enquanto outras são más. Eu vou utilizar as crenças boas (Riso) e continuar com elas, e vou passar a eliminar as más”, ou, “Vou alterar as crenças más e torná-las boas.”
As crenças constituem meras crenças.
A duplicidade não passa duma mera crença. Podeis prosseguir com o vosso foco, COMPLETAMENTE mudados, e expressar para convosco, “A preferência que nutro é por isto, a opinião que abrigo é esta, e declaro para comigo próprio ser boa.” Também podeis gerar crítica, por reconhecerdes igualmente que nenhuma expressão ou crença constitui um absoluto, pelo que, ao apresentardes a vós próprios a diferença de um outro indivíduo e das suas opções e das preferências que cultiva, genuinamente abrigareis o conhecimento de que nenhuma expressão adquire importância por se tratar duma preferência e o criardes por intermédio do acto genuíno de permissão de vos familiarizardes convosco. E o modo através do qual realizareis isso é no instante – a cada momento - ou seja, pela consciência do momento, e pela consciência de vós e do que quereis, pelo conhecimento das vossas preferências, pelo conhecimento das vossas opiniões, e pelo conhecimento de não constituírem absolutos.
Vamos fazer um intervalo e a seguir vou passar a interagir com todos vós, e podereis apresentar-me cenários das vossas escolhas ou cenários nos quais não percebais estar a admitir as vossas opções mas pensais estar a reconhecer aquilo que quereis. (Riso) E passaremos a debater o que PENSAIS querer e talvez o que realmente quereis e talvez possamos passar a uma expressão de vislumbre (discernimento intuitivo) (riso) quanto ao que gerais no vosso íntimo e o modo como criais uma realidade de forma intencional.
Já continuaremos em breve.
...
INTERVALO
...
ELIAS: Continuemos... E agora podeis apresentar os vossos cenários.
STEVE M: Eu tenho um cenário. Em benefício da transcrição, o meu nome é Steve. Digamos que me situo no centro duma cidade, e é tarde da noite, eu encontro-me numa viela estreita e deparo-me com um tipo com uma compleição de duzentos quilos com uma aparência de camião do lixo que faz o comentário de não gostar do aspecto da minha cara. Eu respondo-lhe dizendo que eu gosto do aspecto da minha cara e não aprecio a expressão dele, ao que ele responde esbofeteando-me o rosto. Se eu tivesse fugido, podia ter evitado tal situação. Assim, qual será o curso de acção apropriado a essa situação?
ELIAS: Mas se fugires, estarás a prestar atenção às tuas escolhas?
STEVE M: Escolho não ficar com a cara esborrachada no pavimento.
ELIAS: Mas que terás comunicado?
STEVE M: Em que sentido?
ELIAS: O cenário que apresentas é o do indivíduo que expressa a antipatia que sente por ti, enquanto tu expressas a tua preferência – ou dizes que gostas do teu aspecto, e dás expressão a um julgamento em relação ao outro, quanto ao que desejas que ele não expresse. Isso não é prestar atenção a ti próprio. Estás a projectar a tua atenção no outro, e a expressar-lhe uma expectativa referente ao que desejas que ele escolha. Que escolherás tu?
STEVE M: Não sei.
ELIAS: Nisso reside a questão de prestardes atenção a vós próprios. Vós criais toda a vossa realidade; vós criais o outro indivíduo. Que estareis a criar num cenário destes? Estais a dar lugar a uma expressão de medo, por antecipação – expectativa do comportamento que o outro tome em relação ao medo.
Qual será a vossa expressão de medo? A de não confiardes na vossa expressão, a de não confiardes que criais toda a vossa realidade, que não manipulais a vossa realidade, e que estais a criar em parceria com o outro; que o outro indivíduo está a criar parte da vossa realidade.
O outro não cria a vossa realidade em NENHUM aspecto. Vós sois quem a cria.
Por isso, se apresentardes a vós próprios o cenário da interacção com um outro indivíduo na escuridão da noite, e estiverdes a prestar atenção a vós próprios, e estiverdes a prestar atenção às vossas escolhas e àquilo que quereis, haveis de dar lugar a que o outro expresse aquilo que quereis. E nesse cenário, o outro indivíduo não constituirá qualquer ameaça, por não a projectardes.
Haveis de criar aquilo que projectais através da energia. A energia que projectais no exterior é-vos reflectida de volta. Se estiverdes a expressar medo, haveis de gerar uma manifestação que vos deverá reflectir esse medo. Se projectardes uma energia de auto consciência ou de percepção de vós próprios e de auto confiança, e não estiverdes a desvalorizar-vos, haveis de manifestar esse reflexo.
JIM B: O meu nome é Jim. Eu só queria comentar que a declaração de resposta me pareceu uma resposta hostil que daria lugar à agressão.
ELIAS: Não importa. A intenção reside no que o indivíduo – tu ou tu – (voltando-se para o Steve M e em seguida para o Jim B) – na qualidade do indivíduo, expressareis. Pode parecer hostil ou belicoso, mas isso é digno da vossa observação.
DIANNE: Como confiaremos em nós próprios? Quer dizer, parece uma coisa tão simples. Será que dizemos para nós próprios, “Muito bem, eu confio em mim. Estou bem; posso sentir um pouco de medo, mas confio em mim própria. Nenhum mal me acontecerá.” Será isso suficiente?
ELIAS: Prestais atenção ao momento, ao agora. Permitis-vos ter consciência objectiva do momento. E no momento não existe qualquer elemento de medo.
VOZ FEMININA: Conseguirás colocar isso em termos concretos, no cenário que ele apresentou?
ELIAS: Consigo. O medo é criado na projecção. Vós gerais medo em associação com o acto de projectardes para além do instante, e em associação com eventos passados que tereis cristalizado em termos absolutos na percepção ou antecipação do futuro. Mas o futuro pode situar-se um instante a seguir, mas não passa da projecção duma antecipação.
No momento, ao vos defrontares com outro indivíduo que vos declare algo, é escolha vossa a forma como recebereis a expressão. É opção vossa recebe-la pelo que percebereis como uma forma negativa ou ameaçadora. No momento, se estiverdes a receber essa projecção de energia e a traduzirdes por intermédio das crenças e das associações que abrigais sob a forma de ameaça, haveis automaticamente de antecipar o momento seguinte, e de projectar a vossa atenção sem vos escutardes a vós próprios. E haveis de vos deparar com o medo.
DIANNE: Como havemos de fazer isso? Dada a nossa natureza humana, quer dizer...
VOZ MASCULINA: Estamos a reagir.
DIANNE: Bem sei que estamos a reagir, mas...
ELIAS: Não é a natureza humana. São as associações com que vos achais familiarizados.
DIANNE: Familiarizados, absolutamente; por intermédio do hábito, talvez.
ELIAS: NÃO se trata da vossa natureza. São as associações com que vos achais familiarizados, associações relacionadas aos vossos pressupostos e reacções automáticas. Tornastes-vos familiarizados com o acto de dirigirdes a vossa atenção na direcção do que podereis associar como “piloto automático”.
VOZ FEMININA: Elias, que resposta darias tu numa situação dessas? (Riso)
ELIAS: Muito bem. Posso-vos dizer, com consciência de causa, que eu posso dar lugar a esse cenário – porque vós próprios já o vivenciastes – de ir a caminhar na escuridão e de vos defrontares com outro indivíduo.
Ora bem; Posso-vos dizer, com consciência de mim próprio, a qual não difere da que vós tendes... que eu não estou a focar-me no físico, mas não vos iludais a pensar que sejais diferentes de mim, porque não sois. Vós incorporais todas as qualidades que eu incorporo, e toda a consciência que eu incorporo. Apenas não dais atenção.
Nesse cenário, posso passar a criar uma interacção com outro indivíduo na escuridão. Se tiver confiança, nada há a temer. Não importa o tamanho que o outro tenha. Eu não conheço a intenção objectiva dele, mas isso não importa. O que é significativo é a minha intenção, e aquilo que estou a gerar. Por isso, posso ensaiar um cenário de me cruzar de passagem com ele, e o indivíduo não revelar qualquer ameaça nem agressividade, por eu não estar a projectar tal energia.
O cenário que propuseste é significativo, porque vós incorporais fortes crenças respeitantes à escuridão e ao “manto” de que está revestida, assim como ao medo que está automaticamente associado à escuridão. Mas que vos transmitirá isso? A escuridão inerente à vossa condição, as sombras que tendes no íntimo que provocam o medo, e dir-vos-ei tal como tenho dito a outros, “Meus amigos, a escuridão das vossas experiências constitui o matiz que vos confere profundidade ao enfoque. Sem as sombras, o vosso enfoque seria raso; mas como incorporais sombras, também incorporais profundidade. Mas elas não são para ser temidas mas apreciadas como o que vos confere riqueza ao quadro.
STEVE M: Então, de que modo poderei incorporar esse tipo de consciência ou percepção, que me evite esse tipo de situação?
ELIAS: Não é uma questão de evitar. É uma expressão de confiança em vós e de aceitação de vós próprios, e de prestares atenção ao que estais a gerar no momento. Conhecendo e admitindo que talvez num instante particular possais dar lugar a uma expressão de medo, só que igualmente com consciência de que podeis escolher, e de que toda a vossa realidade vos diz respeito. Nenhum indivíduo poderá gerar qualquer expressão em relação a vós próprios sem que tenhais dado lugar a isso.
A despeito da forma como o percebais, o indivíduo pode na vossa percepção ter duzentos quilos e vós verdes só quarenta e cinco, mas como estais genuinamente a reconhecer estar a criar o indivíduo, e estardes meramente a interagir com a sua energia – a qual não pretende desvalorizar a interacção que estabeleceis mas proporcionar-vos o reconhecimento da realidade de que vós gerais a percepção, vós criais a manifestação física – também dispondes de opção. Não sois vítimas. O papel da vítima é expressado unicamente por vós, e é expressado em alturas em que deixais de perceber qualquer opção.
GEORGE: Eu descobri uma variante, Elias. Se formos a caminhar pela rua fora no pior dos guetos e acreditarmos que vivemos num universo seguro, nesse caso não nos depararemos com nenhum encontro desses?
ELIAS: Em certas alturas. Porque nem sempre as pessoas têm uma consciência objectiva das crenças que abrigam, e podem incorporar crenças conflituosas pelo que uma vez mais, se surpreenderão! (Riso)
Recordai-vos de que não é o pensamento que gera a realidade. A função do pensamento consiste em traduzir e em interpretar as comunicações. Ele não antecede nem cria a realidade. Essa não é uma função que possa ser-lhe atribuída. Vós podeis pensar e pensar, sem parar, que isso não quererá dizer que venhais a manifestar aquilo em que pensais, porque essa não é uma função que ele tenha, e como tal, ele não cria.
Essa é igualmente a razão, em grande parte, porque não encorajo afirmações. Por vezes, e no caso de certos indivíduos em particular, posso sugerir temporariamente que o indivíduo empregue uma afirmação em reconhecimento da espantosa expressão de temor, a fim de lhe permitir uma oportunidade de se focar em si mesmo e de se reforçar a si próprio e deixar de continuar a desvalorizar-se.
Mas na maior parte dos casos eu não encorajo as afirmações porque isso apenas vos reforça a desvalorização pessoal. Podeis repetir para convosco um milhar de vezes, “Eu sou um indivíduo estupendo; eu sou uma criatura gloriosa,” (riso) que haveis de continuar a desvalorizar-vos e a reforçar falta de confiança em vós. Eu já declarei que por vezes eu encorajo uma afirmação temporária, mas geralmente, esse tio de acção apenas vos reforça a vossa falta de confiança em vós, e de cada vez que afirmais para vós próprios que tendes confiança em vós, estais genuinamente a expressar, “Eu não confio em mim, pelo que preciso afirmar que confio.”
(Nota do tradutor: Mais uma vez, é aconselhado a examinar a atitude, a função, sem o que nada muda)
JIM B: E o que dizer a respeito das duas situações conflituosas? Por um lado, temos a realidade dele, e a situação da pessoa com um aspecto semelhante a um camião. Se a realidade do outro for a de que ele irá agredir-nos seja qual for a realidade a que estejamos a dar corpo (no momento), de que forma é que isso se coordenará?
ELIAS: Eu não posso realçar o suficiente o seguinte: cada um de vós cria a sua própria realidade.
Bom; na concepção que tendes, como é que isso se operará? Na vossa realidade, podeis escolher confiar em vós e não dar corpo a nenhuma expressão de dano; na realidade do outro indivíduo, ele pode somente gerar uma percepção de que tereis levado uns socos; mas não existe qualquer conflito quanto à divergência apresentada por ambas essas realidades. Porque todos apresentais a vós próprios exemplos nos quais vos achais a interagir com outro indivíduo, e a percepção que tendes do cenário pode traduzir uma expressão enquanto a percepção que o outro terá do mesmo cenário será completamente distinta.
Não existe um único indivíduo neste fórum que não tenha passado pela experiência, por uma ou outra via, de estar meramente à conversa com outro indivíduo, subsequente ao que, podem passar em revista a conversa e o outro expressar-lhe: “Não foi isso que discutimos. Tu não me disseste isso” e vós podeis responder, “Mas é claro que foi!” E o outro começa a discutir convosco e a expressar-vos: “Não, essa não foi o que experimentei,” e vós voltardes a responder-lhe, “Mas tu estavas presente! Eu não compreendo. Nós conversamos sobre a mesma coisa”, e ainda assim a percepção que tiverdes ser completamente diferente.
Podeis estar a interagir com outro indivíduo, e passar por uma experiência com ele - por hipótese - podeis passar pelo que designais como acidente – que não obstante, como estamos todos conscientes, não existem acidentes (riso) – mas hipoteticamente, nos vossos termos talvez tenhais um acidente com o vosso veículo, e passeis a um cenário desses com esse indivíduo, e subsequentemente começareis a conversar em relação à recordação que tendes do acidente, e a percepção que indicardes ser uma enquanto a do outro pode ser completamente diferente.
Tal como já declarei anteriormente, em grande medida vós não vos desviais de tais extremos. Na maior parte das vezes ao interagirdes com os outros, vós recebeis a energia que é projectada e traduzi-la de forma similar àquele em que terá sido projectada. Isso constitui uma expressão automática.
Mas vós forneceis a vós próprios prova do que vos estou a transmitir, e com isso, na grande maioria das vezes a expressão automática de receberdes a energia emitida pelos outros e de a traduzirdes de forma similar àquela com que eles a projectam, constitui para vós uma negação da vossa escolha, do vosso livre-arbítrio, pelo que passais a admitir que os cenários e os outros vos ditem a opção; mas vós dispondes de escolha a todo o momento, e em meio a qualquer situação, em relação a qualquer indivíduo, em todas as situações; vós criais as situações. Não importa que a vossa percepção seja bastante distinta da do outro indivíduo. Isso não invalida nenhuma das percepções nem nenhuma das realidades. No cenário e percepção e realidade que o outro indivíduo pode ter, podeis estar estendidos na estrada a sangrar; e na vossa realidade estardes a salvo.
STEVE M: E em relação aos transeuntes na rua?
ELIAS: Eles percebem aquilo que criam, e a energia porque alinham.
MARK: Elias, eu tenho uma pergunta. O meu nome é Mark. Tu és muitíssimo sábio, pelo que a pergunta que tenho a colocar é a seguinte: esse conhecimento terá sido obtido em vida ou do outro lado? (Elias sorri, e é seguido de riso)
ELIAS: Meu caro amigo! (Elias sorri enquanto o grupo ri) Não existe nenhum outro lado! (Mais riso)
Mas em relação à tua pergunta, a qual compreendo bem, quando estava no foco físico não incorporava a compreensão objectiva que presentemente testemunhais. Mas na minha manifestação final, também não participava nesta mudança de consciência, e vós estais a participar. Por isso, a percepção ou conhecimento que agora incorporo é apenas uma partilha que faço convosco, e a partilha está a ser expressada em resposta à consciência que possuís, por terdes pedido e eu me ter oferecido para responder. E se não incorporásseis o mesmo conhecimento que eu não teríeis formulado o pedido. (Riso, enquanto o Elias ri de modo abafado)
STEVE B: Elias, este é o outro Steve, que tem nome da essência Steffano. Tu empregaste a analogia da bola e do bastão, em que a bola representa a nossa percepção e o bastão as crenças que albergamos, e de que representamos este jogo de mover a bola com o nosso bastão. Numa das transcrições mencionas que a questão consiste em nos tornarmos capazes de mexer a bola com os dedos ao invés de o fazermos com o bastão, o que a mim parece conferir um maior poder de movermos a nossa percepção para onde quer que queiramos. Neste cenário que estivemos a debater, disseste que automaticamente somos inclinados a ter percepções similares em relação a um mesmo evento. Mas se estivermos a ponto de movermos a percepção com mais consciência, não passarão a patentear-se diferenças mais extremadas, por tomarmos consciência de que possuímos o poder de obter qualquer percepção que escolhamos sobre qualquer cenário?
ELIAS: Não necessariamente. Porque vós estais interligados - e estás-te a esquecer de que não existe separação. Por isso, ao expandirdes a vossa consciência, continuais a expressar percepções similares, só que com o reconhecimento de que elas são uma criação vossa e de que incorporais a capacidade de as deflectir, se assim o escolherdes. É uma questão de consciência, de modo semelhante a ter consciência das crenças.
Ao referir-vos informação respeitante às crenças, não vos estou a referir qualquer julgamento. Crenças são crenças; não tem importância. Nesse sentido, vós escolheis aquilo porque alinhar ou não, por reconhecerdes genuinamente não ter importância. É uma opção que vos assiste. Vós incorporais verdadeiramente livre-arbítrio.
Estou consciente de que a vossa era religiosa referiu o conceito de livre-arbítrio durante muitos séculos. Entendereis duma forma objectiva o que o livre-arbítrio expressa? Não. Concedereis a vós próprios permissão para expressardes livre-arbítrio? Não. Todavia isso representa uma delegação de poder a vós próprios.
Cada um de vós incorpora uma espantosa expressão de poder, e como estais a mudar, posso-vos antecipar informação para que não tenhais medo, mas (ainda assim) vós tendes medo do vosso poder. Porque nas crenças que abrigais, o poder é negativo, por comportar o potencial de prejudicar. Mas com toda a honestidade, não existe qualquer outro prejuízo para além daquele que vós próprios gerais.
ROBERT: Que diferença existirá entre aquilo que penso querer e aquilo que realmente quero?
ELIAS: Ah! (Riso) A diferença é expressada pelos diferente aspectos de vós próprios, pelo reconhecimento de que o pensamento consiste num mecanismo. É uma energia autêntica – porque é bastante real – só que não antecede nem vos cria a realidade. Apenas traduz.
Bom; nesse sentido, o pensamento traduz aquilo que lhe é facultado por intermédio da informação. Se proporcionardes uma informação generalizada ao vosso processo de pensamento – por estardes parcialmente a escutar as vossas comunicações – haveis de traduzir e interpretar aquilo que quereis duma forma parcial, que poderá não ser necessariamente precisa.
O modo através do qual vos permitis distinguir aquilo que quereis e o que pensais querer consiste em prestardes atenção àquilo que criais, ao que fazeis. Porque isso é gerado por um aspecto de vós que escolhe, e aquilo que escolheis move-se em associação com a direcção que nessa altura tomais, e não estabelece qualquer distinção em relação ao que é criado – se é confortável ou desconfortável, ou que seja avaliado como bom ou mau. Escolhe em relação à direcção que tomais.
Por isso, ao prestardes atenção ao que realmente gerais, ao que de facto escolheis, ao que efectivamente estais a fazer... Porque muitas vezes continuais a expressar para convosco, “Eu não escolhi isto; simplesmente ocorreu.” Não tem importância. Teve lugar; isso é o que vós FAZEIS.
Se prestardes atenção ao que FAZEIS, isso constitui uma expressão do que escolhestes, em relação ao que, se prestardes atenção ao que estiverdes a comunicar a vós próprios por meio dos vossos sentidos, dos vossos sentidos exteriores, dos vossos sentidos interiores, das vossas emoções – que são bastante precisas – e à vossa imaginação – a qual refere uma outra via de comunicação – que não é fantasia, mas é bastante real – vós proporcionareis a vós próprios uma avaliação exacta daquilo que genuinamente quereis.
Podeis dizer para convosco, “Eu desejo interagir com este indivíduo. Reconheço sentir uma atracção por este indivíduo; quero passar a interagir com ele,” e aquilo que FIZERDES pode ser meramente passar a não interagir. E se tentardes forçar a vossa energia, haveis de propiciar uma comunicação imediata a vós próprios.
A chave reside em prestardes atenção, em auscultardes, em reconhecerdes estar a estender a vós próprios uma comunicação, para perceberdes o que estais a fazer.
ROBERT: E com respeito ao desejo?
ELIAS: Haveis de conhecer o vosso desejo por intermédio do que fazeis.
ROBERT: Então, depende daquilo que eu diga, ou do que diga abertamente querer, e da clareza com que o possa realçar - há-de ser por uma clareza desse tipo que o hei-de conseguir?
ELIAS: Não necessariamente. Porque podeis estar a falar em associação com o pensamento, o qual pode estar associado à crença “Se eu penso, então deve acontecer.” Não, não acontecerá. O pensamento não cria a realidade. O pensamento é um mecanismo de tradução. Ele não vos cria a realidade.
Podeis expressar para vós próprios por meio do pensamento, “Eu quero um carro novo, eu quero um carro novo, eu quero um carro novo, eu quero um carro novo.” (Riso) E podeis pensar e pensar sem parar e até dize-lo em voz alta: “Eu quero um carro novo! Eu quero um carro novo!” E podeis não materializar o carro novo, devido a que aquilo que estejais a FAZER reflicta a direcção que estais a estabelecer. O pensamento não antecede nem cria a realidade.
Ora bem; podeis pensar, “Eu quero um carro novo.” Isso pode ser uma tradução generalizada. Podeis estar a sugerir a vós próprios um comunicado em termos de informação, mas ao não prestardes atenção a essa comunicação, a tradução que fazeis pode resultar vaga e dizerdes, “Eu quero um carro novo”. Na realidade, aquilo que podeis estar a comunicar a vós é, “Eu quero criar um modo mais eficiente de me facilitar os movimentos; quero passar a transportar-me de um modo mais eficiente,” mas ao deixardes de prestar atenção ao que transmitis por intermédio dessa comunicação podeis traduzir isso por intermédio da ideia de, “Eu quero um carro novo.” Mas não criais o carro novo porque não é nisso que assenta a questão, nem é aquilo que quereis de forma genuína. Esse é o significado da atenção.
ROBERT: Então sempre posso terminar obtendo uma limusina e um choffer!
ELIAS: Podes. (Riso)
ROBERT: Já entendi.
MARK: Se acreditarmos com suficiente intensidade, e não pensarmos, propriamente, mas acreditarmos nisso por as nossas acções nos conduzirem a essa crença... Penso que já terei respondido à minha própria questão. (Riso)
ELIAS: Se o criarás? Criarás, sim. Porque vós criais aquilo em que vos concentrais – não aquilo em que PENSAIS, porque a vossa concentração não se baseia no pensamento. A concentração que empregais baseia-se nas crenças que sustentais. Sim, se concentrardes a vossa atenção em certas crenças e o fizerdes com intensidade, sim, haveis de o criar.
PAT B: Elias, Eu sou a Pat B. Quando eu lia o Serth, costumava ficar com a impressão de que… Digamos que eu pretenda um carro novo. Ele disse que se eu experimentasse a emoção e a sensação de possuir um carro novo e se realmente me visualizasse nele, eu poderia necessariamente obtê-lo. De que forma se relacionará isso ao que disseste acerca da emoção e do pensamento? É isso que eu estou a perguntar.
ELIAS: De certo modo, está relacionado. Está a ser apresentado de modo diferente, mas o conceito prevalece. Porque a emoção consiste numa comunicação, e ela expressa-te precisamente aquilo que estás a gerar no momento. Por isso, de certo modo, se estiveres a gerar a comunicação da emoção relativa à criação do carro, talvez estejas a expressar a ti própria que confias na tua habilidade de gerar isso sob a forma duma manifestação.
PAT B: Muito bem, então haverá uma fórmula para obtermos o carro novo? (Riso) Eu quero um método para obter o carro novo!
ELIAS: Ah! O método!
PAT B: Ou o bilhete sorteado da lotaria, ou a casa nova, ou a família perfeita, o que calhar. Se combinarmos a emoção com o pensamento e deitarmos mão à obra será que isso nos ajudará a obtê-lo?
ELIAS: Não pelo método que estás a referir! Porque aquilo que estás a referir através desse método é tentar criar objectivamente a comunicação.
PAT B: Mas eu tenho uma orientação comum!
ELIAS: Não importa.
PAT B: Mas sendo a minha orientação comum, não poderei manipular a minha realidade e obter…
ELIAS: Sim, podes manipular a tua realidade a fim de gerares aquilo que queres. Podereis desviar-vos do padrão da realidade desta dimensão em associação com a vossa orientação? Não. Podeis separar-vos (do físico) se não escolherdes ser condescendentes com o padrão, mas a despeito da orientação que possais ter, as comunicações são as mesmas. As interpretações que possais fazer em relação a elas podem variar, a permissão que vos concederdes a elas pode diferir, mas o modo através do qual o comunicais é o mesmo.
Vós incorporais os mesmos sentidos exteriores; incorporais os mesmos sentidos interiores; todos vós incorporais emoção. Isso são comunicações. Todos vós incorporais imaginação. Todos vós incorporais uma consciência do corpo físico (subconsciente) e por vezes permitis-vos afectá-la como uma via de comunicação. Todos vós dispondes de impulsos, intuição e impressões. O que estás a referir é uma tentativa de criar o inverso do vosso padrão.
PAT B: Oh não. Explica, se fazes o favor.
ELIAS: A comunicação constitui um movimento subjectivo que é proposto em harmonia com o objectivo.
Olhai o padrão inerente à vossa realidade nesta dimensão física. É dual – não dúplice – dual: macho e fêmea, branco e negro, emoção e sexualidade, comunicação e manifestação física, manifestação física objectiva e comunicação subjectiva. A função da objectiva consiste na manifestação física disso.
Aquilo que estás a referir é que venhas a empregar o lado objectivo no lugar do subjectivo, que o lado subjectivo deva passar a manifestar e o lado objectivo deva passar a transmitir ou comunicar. Mas esse não é o padrão da vossa dimensão física. A comunicação é oferecida de forma subjectiva. Traduz-se e manifesta-se de forma objectiva: por meio da emoção e da subjectividade.
PAT B: Então talvez esteja a entender de forma errada. Fiquei anteriormente com a impressão de que se pudesse acrescentar emoção aos meus pensamentos relativos ao alcance fosse lá do que fosse, e pudesse ver-me emocionalmente envolta nisso, poderia efectivamente alcançar aquilo que estivesse a comunicar a mim própria.
ELIAS: Mas tu estás a tentar gerar a emoção por intermédio do pensamento.
PAT B: Mas por vezes a coisa funciona, apesar de tudo. (Riso) Comigo por vezes funciona.
ELIAS: Estou a compreender, mas não do modo como estás a pensar. A razão, nos vossos termos, porque por vezes isso funciona, tem que ver com o facto de estardes genuinamente a expressar uma comunicação emocional, e a dar atenção e a reconhecer e a confiar. Não gerais uma comunicação emocional objectiva para com o lado subjectivo.
PAT B: Então o método foi uma perda de tempo? Não devia ter gasto tanto tempo a colocar-me emocionalmente na posição de posse do que pretendia para o obter?
ELIAS: O que te estou a dizer, nos vosso termos mundanos, é que isso equivale ao método ao calhas! (Riso)
PAT B: Muitas vezes, mas não sempre!
ELIAS: Por vezes estás a permitir uma comunicação genuína e estás a prestar atenção a essa comunicação, e a estender essa informação ao mecanismo do pensamento, e ambos se acham em harmonia.
PAT B: Nesse caso, não existe nenhum método directo?
ELIAS: Sim, existe um método directo! (Inclinando-se para a frente a sorrir)
PAT B: Prestar atenção ao que quero verdadeiramente!
ELIAS: Prestares atenção ao que comunicas a ti própria por qualquer via, e ao que efectivamente estás a escolher; pela atenção à influência exercida pelas tuas crenças e pelo reconhecimento de que não consistem num absoluto, e de que incorporas escolha.
Posso-vos sugerir a todos, tal como referi a título da explicação dos papéis desta troca de energias, que tenho consciência de estardes parcialmente a assimilar o conceito. (Riso) Posso-vos dizer a todos, tal como referi em relação aos papéis desta troca de energias, que vos sugiro que vos permitais questionar o Michael sobre esse conceito, porque ele está actualizado e possui uma compreensão objectiva. Porque essa é a razão porque terá sido escolhido, para ser um exemplo objectivo que possais compreender. Eu estendo a informação enquanto o Michael a torna objectiva, e vós compreendeis através duma combinação de ambas as expressões.
E com isso, despeço-me de vós. (A sorrir)
VOZ FEMININA: Já? (Riso)
ELIAS: Deixo-vos a fim de ponderardes naquilo que esteve a ser discutido, porque apesar de ainda não terdes consciência, já dispondes de muito em que ponderar! (Riso)
VOZ MASCULINA: Elias, em benefício do grupo, agradecemos-te imenso, e em relação ao contraste entre a emoção e o pensamento, poderei também referi-lo em termos do contraste entre objectivo e subjectivo?
ELIAS: Contraste, não!
MALE: Em conjunto.
ELIAS: Sim. Eles estão continuamente em harmonia, meu amigo, e a reflectir um ao outro. (Riso)
A todos vós e a cada um individualmente, estendo como sempre o meu afecto, e continuarei a expressar-vos a minha energia a fim de vos encorajar na vossa estadia e avanços rumo a uma consciência mais vasta – como de facto estais. A todos, com um enorme afecto, au revoir.
GRUPO: Au revoir.
Notas do tradutor:
(1) – Aqui Elias faz uma alusão clara à natureza implícita da perfeição, e do quanto ela assenta numa base de equilíbrio e de harmonia, requerendo-se unicamente que o observador obtenha a percepção da função da escolha e do que subjaz à mesma, em termos de objectividade e de propósito - ao invés de pretender nivelar os padrões existentes ou opor-lhes as sanções dos modelos idealistas ou mesmo resistência, que reforçam sub-repticiamente o afastamento objectivo das expressões que as caracterizam por uma polarização proporcional ao vigor de tal acção - e que, conforme acentua mais adiante, constituem os fundamentos do modelo desta dimensão ou realidade, e que assentam numa dualidade incontornável de factores que todavia são simbólicos ou representativos e não absolutos.
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