Sábado, 9 de abril de 2011 (grupo/Castaic, CAlifórnia)
Tradução: Amadeu Duarte
ELIAS: Boa tarde!GRUPO: Boa tarde!
ELIAS: Ah ah ah ah! Hoje opto por colocar o fórum à vossa disposição, MAS na condição de abordares um tema que permita que todos apresenteis o que estais a notar nesta onda particular relativa aos sentimentos. Vamos concentrar esta discussão na relação com as sensações.
Ora bem; antes de darmos início ao nosso debate, permiti que vos proponha: esta presente onda, conforme estais cientes, tem que ver com a criação e os sentidos. Bom, a razão porque vamos abordar os sentimentos deve-se ao facto dos vossos sentidos se acharem bastante ligados aos vossos sentimentos; eles desencadeiam sentimentos (e sensações). Os vossos sentimentos fazem parte do funcionamento da consciência do vosso corpo. E a consciência do vosso corpo armazena recordações, logo, desse modo, e na mesma linha, armazena consciência. E a consciência do vosso corpo armazena recordações, e como tal, na mesma linha, armazena associações. Mas aquilo que a consciência do vosso corpo NÃO FAZ é nenhum registo de tempo; por isso, ao desencadear sentimentos não distingue se são sentimentos que estejam realmente associados ao momento ou se se trata de sentimentos que estejam associados a experiências passadas. Ela apenas busca informação, em relação à memória, que se equipare ao que quer que os vossos sentidos insiram no momento.
Os vossos sentidos recepcionam um considerável volume de informação a que não prestais atenção. Podeis estar a interagir com um outro indivíduo numa conversa – e ter todos os vossos sentidos a funcionar – e nessa conversa talvez o indivíduo faça um pequeno gesto com a mão, e os vossos sentidos do toque e da visão captarão essa informação e passarão esses dados informativos à consciência do vosso corpo. Podeis não prestar atenção ao pequeno movimento que ele produza, mas ele não escapa a essas vias de comunicação por intermédio dos vossos sentidos.
E quando acolheis a informação, a consciência do vosso corpo responde a essa informação e busca uma informação semelhante que se ache armazenada, logo, recordações; e nessa medida, podeis notar começar a sentir um incómodo, ou excitação, e começardes a pensar no que estais a sentir, por parecer não se enquadrar naquilo que a situação traduz. Podeis estar continuamente a conversar mas também notar alguma sensação que esteja a decorrer dentro de vós. Ora bem, isso difere das notificações emocionais; são sensações que estão associadas às experiências - informação que armazenais na consciência do vosso corpo físico - e podeis tornar-vos agitados numa situação dessas, e confusos, por parecerdes não conseguir propor a vós próprios uma explicação para estardes a sentir aquilo que estais a sentir e de que isso não se enquadre necessariamente no que está a ocorrer na presente situação.
Outro factor presente nisso, que também se acha bastante ligado aos vossos sentidos, é o facto da vossa consciência do corpo desempenhar uma outra função; função essa que consta do acto de vos alertar para o perigo. Essa é uma função que tem feito parte da vossa espécie desde que emergistes nesta realidade física. Mas ao longo dos tempos, ao longo dos milénios, e por meio da maneira em que evoluístes enquanto humanos, a função inicial desse sistema de alerta, digamos assim, da consciência do vosso corpo, foi concebida para vos alertar de uma maneira semelhante à de qualquer das vossas criaturas, de qualquer dos vossos animais; elas também incorporam esse sistema de alerta inato no foco físico para as notificar toda a vez que o perigo se lhes apresentar. Mas, em grande medida, foi concebido para vos alertar do perigo FÍSICO. À medida que fostes avançado no tempo, e á medida que vos fostes desenvolvendo, a função desse sistema de alerta que faz parte da consciência do vosso corpo, mudou um tanto, porque a função de vos alertar para a ameaça física relativamente a fontes exteriores foi diminuindo progressivamente, para além da relação que tendes convosco próprios, e uns com os outros.
(Nota: a esta altura surge uma sirene de bombeiros a fazer ruído de fundo durante a última frase.)Mas em relação a qualquer outra fonte externa que apresente qualquer tipo de ameaça física, isso diminui gradativamente ao longo da vossa história, e nessa medida, a função sofreu alterações. Continua a expressar-vos um alerta, em relação ao perigo físico, mas também se desenvolveu um tanto em relação AO MODO como evoluístes. Agora, em relação a essa função particular, poderíamos dizer de facto que a função terá retrocedido em vez de desenvolvido, porque, inicialmente, a função destinada a alertar-vos para a ameaça, para o perigo físico, era tudo quanto era necessário; não existia nenhuma ameaça relativamente ao vosso ser genuíno.
À medida que vos fostes desenvolvendo, ou mudando, ao longo da vossa história, a ameaça física proveniente de fontes exteriores mudou e diminuiu, à excepção da ameaça que colocais uns aos outros. Mas o que teve um crescimento, ou aquilo que se tornou numa ameaça diferente, foi a ameaça ao vosso ser genuíno, ou à vossa expressão real. Agora, isso geralmente ocorre, em grande medida, quando sois catraios, quando sois crianças. E vou dizer uma vez mais – o que não envolve qualquer psicologia – mas CONSTITUI uma função básica da consciência do vosso corpo. Enquanto sois catraios, ainda não desenvolvestes tantas associações relativamente ao que é acessório (ligação sentimental ou apegos). Estais mais abertos, em termos gerais, mas isso varia, na medida em que vos permitirdes essa abertura de criança. Algumas crianças começam a desenvolver apegos ou elementos acessórios, e começam a proteger-se, no que designais por “idades bastante tenras”; algumas enquanto são crianças e outras por volta do primeiro ano ou dos dois dos vossos “anos”. Outras podem permanecer com essa abertura durante aproximadamente seis ou sete, talvez mesmo oito dos vossos “anos”. Mas, eventualmente, começais a assumir elementos acessórios de apego que são influenciados e encorajados por todos quantos vos rodeiam.
Mas durante esse período em que não gerais tantos desses elementos acessórios e ainda não vos protegeis, vós gerais uma abertura em relação ao vosso ambiente e em relação aos indivíduos ao vosso redor, e permitis um acolhimento. Mas, além disso, vós não sois assim tão aficionados pelo discernimento do que seja verdadeiro, ou factual, e do que não seja, por a vossa percepção estar a ser expressada a partir do vosso ser genuíno, e como tal, não percebeis necessariamente de modo que certas sugestões, ou declarações, ou acções, sejam erradas, ou ofensivas, ou uma ameaça; por isso, permitis-vos acolher, mas nessa receptividade, rapidamente começais a gerar avaliações. E aquela acção para a qual a consciência do vosso corpo vos alerta bastante, enquanto catraios, é relativamente a qualquer ameaça ao vosso ser genuíno, ou à vossa expressão real. Por isso, o que quer que se apresentar como contrário ao que expressardes duma forma genuína, enquanto vós próprios, sem acessórios, será assinalado pela consciência do vosso corpo como uma ameaça; e assim, vós integrais essas lembranças de forma diferente da que fazeis em relação às outras lembranças. De certo modo essas memórias são sinalizadas. Essas passam a ser lembranças em que não pensareis de uma forma objectiva, mas são experiências em relação às quais tereis produzido uma avaliação: “Isto para mim constitui uma ameaça.”
De um modo geral, a maioria das pessoas não tem muitas recordações objectivas desses tipos de ameaças a menos que sejam significativamente traumáticas; essas, muita gente recorda. Mas se não forem significativamente traumáticas, as pessoas têm a tendência para não se ligarem de forma nenhuma a essas recordações. Mas essas recordações – ao serem diferentes das outras recordações que são adquiridas assim que incorporais apegos – essas recordações são transportadas, e são facilmente desencadeadas, e vós desenvolveis hábitos e padrões em torno dessas recordações. Ainda que não penseis duma forma objectiva nessas recordações, elas acham-se activas nos vossos comportamentos. Vós desenvolveis acções que vos irão proteger desses tipos de ameaça e à medida que cresceis, e ides envelhecendo, não recordais necessariamente essas memórias duma forma objectiva, mas elas são desencadeadas por meio dos vossos sentidos. E quando são despoletadas vós sentis. Não procedeis necessariamente a uma elaboração mental, ou a uma ideia, coisa que não é incomum. O mecanismo do vosso pensamento sabe de que sentimento se trata. Ela já o terá interpretado. Já o terá identificado e traduzido por vós; por isso não é necessário que vo-lo continue a traduzir. Consequentemente, muitas vezes vós sentis, e sentis-vos confusos por não compreenderdes o que esse sentimento estará a incitar.
E o vosso pensar não ajuda, por não vos identificar aquilo que motiva esse sentimento, por já o ter feito; não é necessário. E vós estais a experimentar uma situação em que estais cientes de sentimentos mas não percebeis qualquer razão para eles; ou, nesse momento, PENSAIS que não tenham qualquer razão.
O que pode influenciar ainda mais é quando NÃO tendes sentimentos, e as respostas àquelas velhas experiências ocorrem duma forma consistente, e nem sequer tendes consciência do que compreendem. Conforme recentemente sugeri, um exemplo hipotético: uma pessoa pode produzir uma experiência enquanto criança, e talvez essa criança escolha abordar um adulto para lhe expressar o desconforto que sente. Ela sente incómodo em relação a uma situação ou talvez ao facto de se ter magoado – não duma forma dramática, mas o suficiente para a deixar preocupada – e ela aborda o adulto que talvez se mostre simpático. E talvez o adulto faça algum gesto à criança, a título de resposta, que talvez esta, na estimativa que faça nesse momento, acolha como inadequado, e como não satisfazendo o que a criança queria nesse instante, como uma expressão de conforto.
E com este exemplo hipotético, talvez a criança nesse momento elabore uma avaliação nos seguintes termos: “Não me ajudaste, pelo que não confio nos adultos. Não confio em ti por não teres reparado isso. Não me deste conforto da forma que eu buscava pelo que não confio em ti.” Esta parece ser uma situação bastante simples e insignificante, mas numa altura em que a criança ainda não se protege, e ainda não opera na base de associações, isso é percebido como uma ameaça à sua expressão genuína e ao que quer; e, consequentemente, essa avaliação, essa associação, sai reforçada. Agora, à medida que a criança cresce, isso pode passar a influenciá-la, e levá-la a tornar-se menos interactiva em relação aos adultos, ou a expressar-se de uma forma que designais por “timidez”. E os adultos desculpá-la-ão simplesmente com um: “A criança é tímida.” E a criança pode efectivamente não reconhecer aquilo que está a fazer, por isso não exigir reflexão. Ela desenvolve padrões e hábitos comportamentais que sente que a irão proteger.
À medida que cresce – à medida que essa criança cresce – e se torna num adulto, talvez ela diga: “Não sou igual aos outros.” Por agora o indivíduo ser um adulto e ter expressado – ao longo de todas essas experiências e todos esses anos de crescimento – que não confia nos adultos; e agora tornou-se num. Consequentemente, nesse aspecto, o indivíduo não confia nele próprio, por actualmente ser um adulto e não conseguir confiar nele próprio em relação ao que faz, por os adultos não serem dignos de confiança; e não é capaz de ter confiança nele próprio no contacto que possa ter com as crianças, por os adultos não não serem dignos de confiança no tracto que têm com as crianças. O indivíduo não avalia isso, e pode nem reflectir nisso, mas produz uma avaliação: “Isto é meramente a minha maneira de ser; não me entendo com as crianças. Não gosto de crianças; elas aborrecem-me.” Mas isso vai influenciar outras escolhas que o indivíduo produza. Talvez seja influenciado a não tomar parte junto com outros membros da família, por os outros membros da família terem crianças. Vai influenciar o modo como desenvolve uma relação, por não desejar ter filhos, e, como tal, vai procurar uma parceiro ou parceira que também não queira filhos. E pode não ser necessariamente o facto do indivíduo não desejar ter filhos. Tudo pode não passar de influências dessas experiências que tenham levado o indivíduo a criar padrões e hábitos de que não tem consciência. Isso é passível de ser expressado por uma miríade de modos.
Mas, deixem que vos diga também que não é necessário que todos passeis a investigar a vossa infância a tentar descobrir que experiências terão ocorrido quando éreis crianças que vos tenham afectado durante toda a vossa vida. Isso não é necessário. Não é necessário que vos analiseis. Podeis abordar as situações sem recordardes duma forma objectiva – por meio do pensamento – essas experiências ou volteis a experimentá-las, se quiserdes. Isso não é necessário. O que É importante é que presteis atenção aos vossos sentimentos, com conhecimento de que os sentidos vos inserem continuamente uma informação relacionada com o desencadeamento de sentimentos. E nas alturas em que não conseguis definir os sentimentos que vos acometem ou a razão para sentirdes o que sentis, ou nas alturas em que um sentimento possa ser expressado de um modo que vos pareça mais extremado do que o necessário, na vossa estimativa, ou apropriado ao momento, existe uma razão, mas pode não se situar na actualidade. A consciência do vosso corpo não distingue diferentes situações – a menos que a instruais nesse sentido. Mas vós podeis instruí-la em relação aos sentimentos.
Uma outra questão, relativamente aos sentimentos, que podem tornar-se mais poderosos para todos vós é o de que, de um modo geral, os indivíduos percebem os sentimentos como fora do seu controle – como coisas que ocorrem, muito simplesmente – e que não escolheis os sentimentos e que não os controlais. Eles ocorrem sem que lhes controleis a intensidade. E que caso se apresentem duma forma intensa, serão intensos, e sereis impotentes para os alterardes. Isso não é completamente correcto. Podeis alterar os sentimentos e PODEIS manipulá-los por eles estarem bastante associados à consciência do vosso corpo e por instruirdes a consciência do vosso corpo. Nessa medida, podeis enviar mensagens à consciência do vosso corpo, relativamente ao tempo, por meio de acções muito simples. Não é preciso empregar a recordação de nenhuma lembrança objectiva, mas a acção bastante simples de olhardes para o vosso relógio ou para o vosso calendário, numa altura em que estejais o sentimento vos esteja a acometer, mas sem serdes capazes de ligar o sentimento ao que estiver a ocorrer no momento – a simples acção de vos permitirdes fazer uso dos vossos sentidos e de olhardes para um objecto qualquer que assinale o tempo – isso imediatamente passará a instruir a consciência do vosso corpo: “Este sentimento não pode estar associado ao momento. É possível que esteja associado a um outro tempo.” Mas a consciência do vosso corpo não fará isso automaticamente por si só; não considera a diferença de tempo, por o tempo não ter relevância para a consciência do vosso corpo.
Nessa medida, quando envolveis os vossos sentidos desse modo, isso também poderá desencadear a recordação objectiva duma lembrança que podeis nem sequer perceber que tínheis. Num momento, podeis relembrar uma experiência em que nem sequer tínheis consciência de ter participado. Essas não são recordações que se acham enterradas. Apenas são recordações a que não prestais atenção. E existem muitíssimas recordações a que não prestais atenção. E à medida que ides crescendo, existem muitos períodos a que não prestais atenção, por não os perceberdes como relevantes em relação ao que estais a fazer no momento. E, talvez em certas posições isso seja correcto. Em certas posições, poderá não ser correcto, por haver muitas acções que podeis empreender que estejam relacionadas com outras experiências. Enquanto pequenos podeis gerar uma experiência significativa em relação a um sabor.
Podeis comer um pedaço de comida que vós, enquanto catraios, não gosteis, e em relação ao que talvez sintais mesmo aversão. Enquanto adultos, sem recordardes duma forma objectiva essa experiência particular duma forma objectiva, podereis na verdade apreciar essa mesma comida mas também podeis gerar uma sensação em relação a ela e isso tornar-se confuso: “Porque razão sentirei este incómodo ao comer isto, se gosto disto?” “Porque razão parecerei produzir esta mesma sensação quando ingiro esta comida, se gosto dela?” Por nessa altura, mesmo em relação a certos actos como a comida, estardes a empregar os vossos sentidos e não estardes a proteger-vos como fazíeis em pequenos; razão porque estareis a acolher qualquer informação, digamos assim, como matéria-prima, e não tereis desenvolvido uma estimativa de a apreciardes ou não, ou se corresponde à vossa preferência ou não. Percebeis isso como uma agressão. Se não apreciardes um determinado sabor ou sensação, enquanto pequenos, não avaliais necessariamente se gostais ou não gostais. Percebei-la como factor reconfortante ou de incómodo; ou como reconfortante ou como ameaça.
E os vossos sentidos podem incorporar ameaças em relação ao sabor, por meio de ruídos que se apresentem ásperos, por meio de vistas, por intermédio de luzes que podem ser ferir-vos a vista. E nessa medida, a criança não analisa: “Não gosto da luz; não gosto do ruído; não me agrada o sabor.” Eventualmente dirá isso, mas inicialmente, não é essa a análise que elabora. É simplesmente se será reconfortante ou não, ou se a ameaçará por ser incómoda, ou se não constituirá uma ameaça para ela por ser reconfortante. Nesses tipos de avaliação, são levados a certas condutas, por não estarem a proceder à avaliação nem estarem a raciocinar naquilo que estão a fazer. Isso é passível de afectar as pessoas de muitíssimas formas. Afecta a forma como passais a interagir uns com os outros. Afecta no modo como interagis convosco próprios. Afecta aquilo que fazeis e a forma como o fazeis. Afecta os períodos em que vos sentis reconfortados e em que sentis incómodo. E nessa medida, desencadeia sentimentos.
Os sentimentos são importantes por constituírem fortes influências em relação ao comportamento. São influências bastante fortes relativamente às escolhas ou alternativas. Se gerardes um sentimento de excitação, ou um sentimento agradável, tornar-se-á provável que venhais a eleger opções que se movam nessa direcção. E os sentimentos agradáveis não são sempre o que designaríeis por “bons”, nessas escolhas. Por vezes, podeis ter um sentimento agradável e também podeis estabelecer escolhas que dêem lugar a situações de incómodo ou que vos sejam desagradáveis.
Um exemplo hipotético: um indivíduo pode ter uma sensação agradável relativamente às criaturas (animais). E gostar das sensações que provocam quando interage com elas. E em razão disso começar a coleccionar cada vez mais criaturas, por se sentir bem na interacção que estabelece com elas; torna-se agradável para ele interagir com essas criaturas. E, eventualmente, se continuar a eleger escolhas dessas de continuar a possuir mais e mais, ele acabará oprimido. E aí deixa de se sentir confortável e começa a revelar desvalorização em relação a si próprio, e a coisa torna-se numa experiência completamente diferente. Por isso, não é tão pouco matizado e garantido que os sentimentos “bons” sejam bons e os sentimentos “maus” sejam ruins.
Por vezes, os sentimentos incómodos são benéficos, por vos alertarem para situações que não vos dispondes a enfrentar. Por vezes, os sentimentos incómodos, quando vos encontrais a interagir com um outro indivíduo, podem tornar-se benéficos pois talvez não estejais em ressonância com esse indivíduo e talvez esse indivíduo possa representar uma ameaça para vós. Nessa medida, os sentimentos constituem uma parte intricada da vossa realidade e influenciam-vos duma forma espantosa no que elegeis, na forma como vos comportais e nas respostas que activais. Em muitas situações desencadeiam reacções e consequentemente, torna-se importante que lhes deis atenção, e que vos permitais avaliá-las.
Mas sede escrupolosos. “Quais SÃO os sentimentos que sinto?” Em certas situações, se não expressardes uma identificação exacta dum sentimento ou sensação, ele pode influenciar-vos em situações que se tornam incómodas por não terdes definido o sentimento duma forma cuidadosa. Numa dada situação sois capazes de identificar um sentimento em termos de agitação ou de aborrecimento, e na realidade, essa pode não ser uma estimativa ou uma definição exacta do que esse sentimento em particular represente. Pode ser de desinteresse. Mas haveis de responder de forma diferente ao desinteresse daquela com que respondeis ao aborrecimento. Haveis de gerar diferentes alternativas em relação ao aborrecimento daquelas que usareis em relação ao desinteresse. Consequentemente, torna-se importante que presteis atenção ao que sentis, e que o identifiqueis e o definis cuidadosamente, e desse modo compreendais quais as opções que vos assistem.Se vos sentirdes angustiados e o sentimento não tiver relação com o presente – caso TENHAIS consciência de que não está associado com o momento – a resposta que produzirdes em relação a isso pode divergir bastante. E se NÃO tiverdes consciência de que não tem relação nenhuma com o momento, podeis produzir reacções automáticas numa tentativa de vos afastardes desse sentimento, ou de vos distrairdes dele, e isso pode influenciar-vos a eleger determinadas opções, que, se tivésseis consciência de que o sentimento não tem relação com o presente, poderíeis eleger opções bastante diferentes. Podeis optar por admitir esse sentimento duma forma muito diferente e reconhecer que talvez não seja tão importante que afasteis esse sentimento – coisa que todos fazeis por diferentes modos quando vos sentis incomodados. Mas, se tiverdes uma maior consciência na altura, em relação ao facto do sentimento não ter nexo de causalidade nenhum com a actualidade, isso poderá influenciar-vos na eleição de alternativas completamente diferentes e afectar-vos muitas situações.
Uma vez mais, TUDO aquilo que fazeis se acha interligado; consequentemente, o que fazeis para afastardes um sentimento acha-se interligado a todas as demais actividades que estais a operar – bem como interacções – e existem influências que interagem. Por isso, neste dia, este debate constituirá uma interacção entre mim e todos vós a fim de explorarmos os sentimentos e aquilo que eles traduzem e quais os sentimentos que produzis que possam ser confusos, ou partilhar exemplos de sentimentos que sejam perturbadores, ou que vos influenciem de maneiras que possam tornar-se confusas, ou que gostásseis de alterar. (Para a Jennifer) Sim?
JENNIFER: Olá, o meu nome é Jennifer. Estou a prestar uma atenção especial, nomeadamente quanto ao tópico da perda de peso, em relação à sensação que desperta em mim quando me sento diante da comida. E para surpresa minha, noto frequentemente que quando como isso faz despertar a ira, o que me encoraja a comer duma forma mais rápida e mais volumosa do que tenho intenção de fazer. De modo que se gera uma dissonância cognitiva, uma sensação de impaciência em relação a mim própria, e falta de consenso comigo própria, por alguma coisa no meu íntimo me dizer: “É preciso...” – Bom, não tenho a certeza daquilo de que a conversa consta mas é... gera-se um tipo de compulsão que me leva a encher-me e a comer o que quero, quando o desejo, da forma que quero, o que está em desacordo com toda a decisão inteligente para não cometer isso. E consequentemente, o que desperta é uma qualidade de ira que parece encaminhar-se no sentido de continuar a comer. Por isso...
ELIAS: Esse é um excelente exemplo. Bom, aquilo que vos coloco a todos nesta situação é que empregueis um exercício simples e breve – não há resposta correcta a dar em relação a este exercício – e que simplesmente vos permitais, por momentos, em situações tais como esta, deterdes-vos e questionardes-vos em relação à primeira ocasião em que vos recordeis de ter sentido isso. Quer esteja ou não ligado à comida, qual terá sido a primeira ocasião de que vos recordeis de ter sentido isso? Mas, não procureis forçar uma resposta. Não tem importância que a primeira vez de que vos recordeis de ter sentido essa sensação tenha sido há duas das vossas “semanas” atrás, ou que tenha sido quando tínheis três anos de idade.
A questão reside no facto de estardes a instruir – estardes a abordar – estardes a instruir a consciência do vosso corpo: “Estou agora a abordar-te. Estou a interagir directamente contigo neste momento a fim de proceder a uma identificação. Este sentimento não está associado ao momento e eu sei que não está associado ao momento, por continuar a repetir-se. Independentemente daquilo que faça, independentemente da forma como proponha esta questão da comida a mim próprio/a, ou da comida que apresentar diante de mim próprio/a, esta sensação ocorre. Por isso, com a repetição deste sentimento, tenho consciência de que o sentimento não está ligado ao presente. Consequentemente, estou a provocar uma outra experiência qualquer, uma outra altura qualquer. Descubram que podereis não apresentar de imediato nenhuma recordação objectiva actual, mas a consciência do vosso corpo responderá a essa instrução. Ela terá imediatamente consciência quando estiverdes a comunicar com ela e a oferecer-lhe uma instrução diferente, e quando estiverdes a incluir o tempo, por ela não fazer isso. Por isso, ela reconhece a vossa expressão de não estardes a incluir tempo nenhum. E isso não tem que ver com o tempo actual. Também é importante que relaxeis e sejais gentis convosco próprios e não forceis nem alimenteis expectativas do tipo: “preciso obter uma resposta a esta questão agora.” Ou: “Eventualmente, precisarás dar-me uma resposta.” A questão não reside nisso.
Talvez produzais uma recordação objectiva de que talvez possa não ter que ver com a própria comida. Pode estar associada a um padrão, ou um modo, pelo qual a vossa família, ou os membros da vossa família, adoptassem na sua maneira de agir, ou que tivesse que ver com o modo como se preparavam para qualquer acção ou interacção. Tal como, hipoteticamente, o caso dessa comida não ser necessariamente uma manifestação destinada a ser desfrutada: “Somos uma gente ocupada.” E encontrando-se atarefados, a comida é uma manifestação que absorveis por necessidade e que fazeis com rapidez para continuardes a dar atenção o que quer que estivésseis a fazer. Por isso, este é um factor importante, o de nem sempre poder o objecto traduzir-se na experiência que tenha criado a associação, ou essa defesa, em que vos negais a vós próprios. Pode tratar-se duma outra acção qualquer, mas que de algum modo tenha incluído isso. E nisso, também percebeis, hipoteticamente, que a comida é algo que tomais para vos nutrirdes, e não por uma questão de prazer, coisa em relação ao que, quando sois pequenos, no vosso ser genuíno e na vossa expressão genuína, podeis empregar os vossos sentidos, e estardes a comer, e a prestar atenção ao vosso sentido do paladar, e gostardes. E quando isso é negado, isso acaba tornando-se numa ameaça por essa ser a vossa expressão genuína e vós gostardes dela. E quando ela é negada, isso torna-se numa ameaça por traduzir uma expressão genuína da vossa parte. Gostais dela. É agradável. É divertido explorar isso. Revela-se uma coisa multicolor e que possui diferentes formas. “Isto agrada-me. E sinto interesse por esta manifestação.” E se se manifestar alguma outra expressão ao vosso redor que seja contrária a isso, ao invés de fomentar a avaliação: “Mas eu gosto disto”, automaticamente recebereis essa energia como uma negação.
E qualquer tipo de negação constitui uma ameaça. Se vos estiver a ser negado, estareis a ser ameaçados, e como tal, desenvolveis comportamentos e hábitos irreflectidos. Começais a perceber os alimentos duma forma diferente e gera-se essa batalha – passa a gerar-se a associação: “Eu gosto de comida”, “Mas, não, tu não podes ingerir isso”, “Mas ISTO agrada-me”, “Mas não, não podes INGERIR isso”; ou: “Não, não DEVES ingerir isso”. E à medida que cresceis, na vossa sociedade, passam a apresentar-se muitas influências que suportam o: “Não, não podes fazer isso”, ou: “Não, não deves fazer isso, ou: “Não deves ingerir isso”, e: “Não deves criar uma consciência corporal desse tipo”, “Não deves produzir uma acção dessas”, “DEVÍAS ingerir um tipo de alimentação que seja nutriente.” Existem muitas regras que vos influenciam factores acessórios de apego que desenvolveis à medida que ides crescendo, mas a associação inicial permanece. E, como isso não terá sido protegido enquanto pequenos, essa recordação é ensaiada e desencadeada repetidamente; e por isso, prossegue. Independentemente da idade que tiverdes, ela acompanhar-vos-á e continuará a obter expressão – “mas eu gosto. Mas eu gosto. Mas eu quero.” – e isso gera luta e conflito dentro de vós.
E vós desenvolvestes esses factores suplementares – certos alimentos não serão bons para vós, certos alimentos influenciam-vos o aumento de peso, provocam obesidade, certos alimentos não são metabolizados convenientemente – isso é tudo um formidável factor acessório (de importância) que vos influencia naquilo que escolheis e no comportamento que adoptais. Mas essa associação inicial continua a debater-se com isso e a dizer: “Mas eu gosto disto. Mas isto é divertido”, e isso torna-se difícil de conciliar, por agora passardes a pôr o intelecto a batalhar com as sensações. Só que, as sensações, se forem demasiado combatidas são capazes de se tornarem em expressões de exaspero e de aborrecimento. Além disso, em que consiste a fúria? A fúria consiste na expressão da percepção de não restar escolha; consequentemente, uma outra negação! Não podeis, por não terdes alternativa; isso é ira. Nessa medida, quando sois capazes de reconhecer aquilo que sentis, tal como expressaste, “Noto que me sinto irritada.” Que coisa é a irritação? Se definir a irritação que sinto em relação à comida, estarei a dizer: “Não tenho escolha em relação à comida.” Isso é angustiante por não terdes escolha e estardes a negar-vos a vós próprios.
E o vosso ser genuíno opor-se-á à negação, a despeito do que envolva. Quando negais algo a vós próprios estais automaticamente a ir contra vós próprios. E vós acostumais-vos a negar-vos a vós próprios. O que não quer dizer que interiormente não continueis a ir contra isso, o que em muitas situações se torna desvalorização pessoal. Vós tornais esse acto de protesto numa desvalorização pessoal. E desenvolveis todas essas acções e expressões e sentimentos que são bastante incómodos e se acham bastante entrelaçados em relação àquilo que não podeis fazer e ao que não deveis fazer, e negais, negais, negais.
Também te diria – o que pode ser aplicado a qualquer outro tipo de situação – que quando estiveres diante do teu prato de comida e notares a sensação, e talvez notes um ligeiro acesso de raiva, permite-te fazer uma pausa. Primeiro permite um tempo. Primeiro, recorda à consciência do teu corpo: “Isto é um factor temporal. Não tem que ver com o presente.” Assim que tiveres feito isso – coisa que conseguirás fazer num momento – assim que conseguires fazer isso, observa o teu prato de comida e experimenta. Visualiza-o. Experimenta: “Em que poderei configurar as minhas ervilhas? Em que poderei configurar este bife? Que me faz recordar o bife? Ah, pois, a minha sopa parece-se com um lago amarelado.” Experimenta a coisa. Porque, quando te permitires dissociar, quando conseguires deter esse ímpeto de atenção à coisa de uma forma particular: “Isto é bom para mim. Isto não é bom para mim. Isto tem um sabor delicioso. Isto tem um sabor amargo. Não gosto disto, mas gosto bastante disto. Tenho vontade de comer isto e não tenho vontade de comer aquilo.” Estais a gerar esses hábitos tão habituais. Criastes esses padrões e esses hábitos anos a fio.
Quando sois capazes de empreender uma atitude diferente e de empregar a vossa atenção de um modo bastante diferente, vós interrompeis esses padrões. E com a interrupção dum padrão desses, vós instruís a consciência do vosso corpo de novo. Expressais-lhe para ter noção do tempo e expressais-lhe uma nova instrução: “Eu estou a encarar a comida de modo diferente. Não estou a dar ouvidos a essas velhas associações. Estou a escolher por ter que ver com a minha opção. É escolha minha. Eu escolho começar a praticar a perspectiva de ver a minha comida de um modo diferente. Além disso a minha comida não está associada ao peso, á aparência, à compleição. A minha comida é simplesmente aquilo que como – aquilo que opto por consumir ou que opto por deixar de consumir. E encontro-me agora a reconfigurar a minha comida noutros objectos. As minhas ervilhas são alienígenas verdes bastante esquisitos. E se os esmagar com a minha colher eles empastam-se uns nos outros. E o meu bife é Uluru da Austrália.” Isto parece simplista, e para muitos, pode parecer mesmo tolo, mas na realidade, tais acções simplistas e tolas que intencionalmente escolherdes envolver reconfigurar-vos-ão a energia e transmitirão diferentes mensagens á consciência do vosso corpo. E é importante comunicardes com a consciência do vosso corpo, e NÃO SOMENTE OPERAR NELE. Isso é o que fazeis ao vosso corpo; operais NELE. Mas, em vez de operardes NELE, operai COM ele. Abordai-o, comunicai com ele, interagi com ele, em vez de operardes NELE ou de o negardes.
JENNIFER: Obrigado.
ELIAS: Não tens do quê. (Elias ri) Vamos aceitar mais uma sugestão e em seguida, vamos fazer um intervalo. Alguém sugere mais alguma sensação?
TYLER: Sim, eu tenho algumas a sugerir.ELIAS: Sim.
TYLER: Chamo-me Tyler. Diria que há uns dois anos atrás, eu criei esta situação de tensão no meu corpo. E ela já dura há uns anos. Com o passar dos anos alterou-se. Quando tive isto pela primeira vez, assemelhava-se definitivamente àquilo que estavas a referir; era uma ameaça. Fui ao serviço de urgência. Pensei estar a ter um ataque de coração. Pensei que ia morrer. Mas com o passar dos anos a coisa alterou-se e tornou-se no que considero agora... como se estivesse a ter um ataque de ansiedade. Tenho vindo a perder peso. Tenho vindo a alterar a maneira de ser. Tenho-me vindo a ajustar mas ainda sinto que esteja presente, pelo que me prende a atenção, mas está a tornar-se com algo que actualmente me motiva. Mas ainda queria saber como adiantar mais... (Inaudível) de que modo continuar como que a libertar-me desta tensão.
ELIAS: Eu perguntar-te-ia se já te sentes satisfeita com a consciência do teu corpo.
TYLER: Bom, estou a tornar-me mais satisfeita com ele.ELIAS: Muito mais.
TYLER: Mesmo muito.
ELIAS: Mas ainda não duma forma completa.
TYLER: Ainda não.
ELIAS: Consequentemente, a tensão prossegue. Mas, também te perguntaria, já que referes que se tenha tornado diferente – terá diminuído?
TYLER: Ah, sim. Já diminuiu.
ELIAS: Não é incomum a consciência do vosso corpo exibir certas acções ou manifestações em relação às vossas próprias associações, ou – uma vez mais, um outro exemplo – o modo como te SENTES em relação à forma como te percebes a ti própria. Se te sentires constrangida, se te sentires desagradada em relação a ti própria por outros modos – não apenas fisicamente – não é incomum a consciência do corpo revelar-se demasiado sensível a isso e criar situações ou manifestações de incómodo. Mas torna-se sensível ao que quer que faças, e como tal, quer passes a expressar isso pela restrição, como te estás a tornar mais satisfeita e mais confortável contigo própria, a restrição torna-se cada vez menor.
E isso aplica-se igualmente a situações em que as pessoas criam enfermidades, a menos que estejam a criar uma enfermidade para se desligarem do físico; mas caso não estejam a provocar o desenlace, pode envolver expressões que em si mesmas traduzam insatisfação. Assim como, também, as pessoas fazem isso em muitas situações em que não têm noção de TEREM escolha. Não apenas deixam de ter noção de alternativas como não têm consciência de terem escolha, o que as restringe. Mas, uma vez mais, vós criais uma negação em vós próprios e a consciência do vosso corpo responde à negação.
Diria que, em relação a essa manifestação específica que opera no teu caso, que se te permitires uma maior mobilidade, uma maior liberdade na tua própria mobilidade física e sentimental – o que inclui a mobilidade nas tuas interacções e naquilo que te permites fazer, e o movimento que empreendes no teu negócio – que à medida que te proporcionares uma maior flexibilidade nisso e te permitires uma maior mobilidade nisso, essa manifestação também se dissipará de uma forma muito mais dramática – coisa que também já terás notado – mas continuará a faze-lo.
TYLER: Obrigado.
ELIAS: Ah ah ah ah ah ah! Não tens o que agradecer. Vamos fazer um intervalo e continuar num instante.
INTERVALO
ELIAS: Continuemos. Mais alguma sensação? (Para o Prince) Sim.
PRINCE: Aqui é o Prince quem fala. Elias, frequentemente dou por mim a sentir-me ensonado e cansado a meio do dia, e seria agradável deixar de me sentir desse modo e ser capaz de dar continuidade ao meu trabalho diário. E tais sensações ocorrem independentemente do facto de ter uma óptima noite de sono e de não me sentir deprimido como alguns, sabes. Logo, estou a tentar descobrir uma fonte para essa sensação e uma forma de lidar com ela. Mas também devia acrescentar que gozo do privilégio de ser capaz de trabalhar a partir de casa na maior parte do tempo, situação em que, quando essas sensações ocorrem, sou capaz de, com a mesma facilidade, me deitar e dormir uma sesta, só que tenho a tendência para não gostar disso, por provavelmente me sentir um tanto culpado quando o faço, por ter trabalho para fazer, não é? De modo que te transmito tudo... (Inaudível)
ELIAS: Muito bem, o que perfaz dois aspectos interessantes, em relação aos quais não te permites necessariamente deter e entregar-te. Mas, deixa igualmente que te diga que esse tipo de sensação tende a tornar-se comum nas pessoas – o facto de operarem as suas tarefas diárias costumeiras, e a certa altura, começarem a sentir-se fatigadas. E não parece necessariamente que devêsseis sentir-vos fatigados por não empreenderdes necessariamente nenhum acto que seja cansativo. De um modo geral, quando esse tipo de acção ocorre, isso representa a consciência do vosso corpo a assinalar-vos que vos encontrais aborrecidos, e que nesse instante sentis desinteresse por aquilo que estiverdes a empreender; e como tal a consciência do corpo começa a responder, e começa a deprimir-se por meio de um abrandamento, e vós gerais essa sensação de cansaço. Não tem que ver necessariamente com o facto de vos sentirdes realmente cansados, mas com o facto da consciência do vosso corpo começar a abrandar as suas funções, por não estardes a gerar estímulos em número suficiente, por a consciência do corpo reconhecer que não vos sentis tão interessados naquilo que estais a fazer. Estais a faze-lo, por expressardes a vós próprios de DEVEIS faze-lo, ou que PRECISAIS, mas que nesse instante não vos sentis realmente interessados naquilo que estais a fazer.
De um modo geral, dir-te-ei que essa sensação mudará relativamente rápido se detectares e reconheceres estares a empreender uma acção mundana em que não estás interessado de todo nesse instante. E, se te permitires parar com o que estás a fazer por um instante, e fazer qualquer outra coisa temporariamente que te traga interesse, a consciência do teu corpo responderá a isso e verás como o teu nível de energia subirá e te sentirás mais activo num período de tempo mais curto, por teres passado a apelar ao interesse.
Isso ocorre com frequência entre os estudantes, com os indivíduos que assistem às aulas e estudam ou fazem os trabalhos de casa, quando se sentem cansados ou fatigados e desmotivados. E nessa medida, forçam-se, por expressarem a si próprios que TÊM que realizar certas tarefas, ou estudar de uma maneira particular. Mas torna-se progressivamente mais difícil de alcançar os seus objectivos, por a consciência do corpo reconhecer o facto de, nesse instante, ser suficiente, e não vos sentirdes mais interessados no que estais a fazer; e como tal, deixais de gerar o estímulo na consciência do corpo, e ele começa a deprimir e a abrandar as suas próprias funções, e isso é o que provoca o cansaço que vos invade. Podeis mesmo notar que em situações dessas começais a bocejar, o que traduz um outro sinal da consciência do corpo estar a deprimir e a abrandar e a diminuir as suas funções, em relação ao que o vosso padrão de respiração se altera.
Vós não NOTAIS necessariamente que a vossa respiração se esteja a alterar, mas altera-se, e é em função disso que começais a bocejar. Porque em meio ao que quer que estiverdes a fazer, não estareis necessariamente a respirar de modo a acomodar a função; e consequentemente, a consciência do corpo reage aos sinais que lhe expressais. E, conforme referi, podeis remover-vos por breves instantes da tarefa que estiverdes a executar e empreender alguma outra actividade que seja diferente e que vos permita voltar a estimular de novo a consciência do vosso corpo. E haveis de vos surpreender a vós próprios com a rapidez com que a sensação de cansaço, ou fadiga se dissipa e começais a sentir-vos novamente mais cheios de energia. Essa é uma acção bastante comum que acontece às pessoas em muitas situações, a despeito do que compreendam; o facto de que se estiverdes a empreender algum tipo de actividade ou tarefa, isso talvez exija um período de tempo prolongado – de várias horas – se não vos sentirdes de todo interessados naquilo que estiverdes a fazer, e se alguma actividade que seja requerida e seja mundana se tornar entediante – a consciência do corpo reage a essas actividades.
E nisso, o interesse constitui um factor significativo para a consciência do vosso corpo e o modo como ela vos responde e como vos acomoda a diferentes funções da energia – mais energia ou menos energia. Ela responde-vos em relação ao vosso nível de interesse. E quando o vosso interesse se dissipa, e começais a agir com base na rotina que não vos sentis necessariamente interessados em adoptar, mas em que vos forçais a assumir, a consciência do vosso corpo passará a reagir a isso e assinalá-lo-á. Isso representa, digamos, uma mensagem. Está a dizer-vos para parardes – para adoptardes uma acção diferente. “Estás aborrecido. Não te sentes interessado e eu estou a instar contigo para que empreendas uma outra acção qualquer,” – o que também, digamos assim, vos deixará restaurados, por vos permitir concentrar mais.
Coisa que, conforme expressei relativamente aos estudantes, ocorre com frequência – a situação em que eles se forçam a estudar – e o que acontece é que realmente passam mais tempo a estudar, por ser necessário que dediquem mais tempo aos estudos por não reterem aquilo que estão a estudar. E a razão porque não retêm necessariamente aquilo que estão a estudar deve-se ao facto da sua atenção começar a divagar e não se focar no que estão a fazer por não mais se sentirem interessados no que estão a fazer. Consequentemente, o pequeno gesto de incorporarem, por vezes, uns poucos minutos a fazer qualquer outra coisa diferente, a distrair-se, e subsequentemente regressarem ao que estavam a fazer, responderá não só por que se sintam com mais energia como hão-de notar estar a gerar uma maior clareza e uma maior concentração, por terem reajustado a sua energia e a consciência do seu corpo passar a responder a isso.
PRINCE: Obrigado.
ELIAS: Não tens de quê. (Para o Rex) Sim.
REX: Nesse sentido... Ah, sou o Rex! O meu nome é Rex. Estará, esta via em que estamos a entrar, mais em conluio com a Mudança de Consciência em que nos ajustamos da (consciência) objectiva para a subjectiva, no sentido de percebermos o que se está a passar? Permite que passe a ilustrar isso com esta recente experiência por que passei. Eu saí... Encontrava-me hospedado num motel... Não vou referir nenhum nome todavia... Mas notei que quando entrei... e por vezes sinto ter esse problema de não me sentir satisfeito com o quarto, e o aquecedor não funciona e eu começo: “Ah, estamos a criar isto, não é?” E passo a ficar preso naquilo. Dei por mim a voltar ao padrão habitual: “Merda, estás aqui a criar algo que não queres, não é? E... Mas procedi a um tipo qualquer de ajuste quando disse: “Ora, vamos lá, vamos ter paciência. Não te fiques pela coisa mas vai...” Sabes? “Tu estás a criar isso; bom, desconstrói lá isso, sabes? Porque – e devo ter introduzido algo mais nisso – porque, tu sabes que eu actuo à moda antiga e isso é novo em relação às coisas físicas e eu posso voltar atrás ao tempo em que começava a ler coisas importantes e só tinha vontade de estar ali sentado e dizer: “Ena, cá está.” Sabes? “Caramba, aqui está.” E agora o facto de eu... Estou a pensar nos seguintes termos: “Bom, já sabes, que poderei fazer para voltar atrás na criação disso?” pelo que comecei a falar com o escritório e antes que dar por ela, encontrava-me num quarto diferente, e mesmo ao pé da porta. Por isso, sabes, tudo o que precisei fazer foi... (inaudível) esta... (inaudível) pelo que pareceu que tenha remediado a coisa. Mas, caramba, após ter conseguido aquilo – ter procedido a esse ajustamento na (consciência) objectiva – senti-me verdadeiramente satisfeito com o resultado e disse: “Hei, não precisas sentir-te com problemas em relação à (consciência) subjectiva: “Ah, sabes, tu criaste isso! E cá vamos novamente!” e esse tipo de coisa, sabes... (Inaudível) a tua vez.
ELIAS: Sim. Bom, a tua questão comporta dois factores: um, uma inquirição efectiva que envolve a (consciência) objectiva e subjectiva, e depois a outra, relativa à experiência. Deixa que me refira em primeiro lugar à última, por parecer uma expressão bastante comum que as pessoas sentem em relação às quais obtivestes informação, e teres consciência de criares a tua realidade, só que em muitas situações, passas para esse tipo de expressão em que reconheces um aspecto qualquer da tua realidade com que não te sentes agradado, ou em relação ao que não te sentes confortável, e em vez de fazeres uso das tuas escolhas, deténs-te e começas a desvalorizar-te: “Estou a criar isto.” E quando fazes isso, moves-te na direcção de passares a questionar-te a ti próprio e de te desvalorizares mais: “Estou a criar isto, pelo que sou responsável por isto.” E começas à procura duma razão errada. Começas à procura do que estás a fazer de errado, do que está a acontecer de errado com a tua realidade, e começas a desvalorizar-te e a reforçar o facto de não estares a conseguir, e acabas preso nesse ciclo de desvalorização pessoal em vez de te voltares para as tuas escolhas. Porque, em vez de reconheceres de imediato: “Isto não passa duma escolha. Se esta escolha que adoptei não me agradar, posso escolher de outro modo qualquer, e posso alterar a minha escolha. Cada acto que empreendo CONSISTE numa escolha. Se eu escolher uma acção e descobrir que não é satisfatória, posso sempre escolher uma outra acção diferente.” Mas o que acontece com muitos indivíduos, nessa ideia de que vós criais toda a vossa realidade, em vez de vos recordardes de que DISPONDES de escolhas, e de que podeis PÔR em prática essas escolhas, é que detendes-vos e tornais-vos presa dessa rede da análise: “Que foi que fiz de errado?” E: “Que haverá de errado comigo, por não estar a criar aquilo que quero?”
Deixai que vos diga que muitas das vossas escolhas constituem experimentos. Não estais necessariamente completamente seguros do resultado de QUALQUER das vossas escolhas. Elas são acções que elegeis a título de experiência. Vós estais a EXPLORAR. Isso é o que estais a FAZER nesta realidade. Eu dir-vos-ia que muitos de vós já me questionaram numa ou noutra altura: “Que propósito terei neste meu foco?” Em que consistirá o vosso propósito ou objectivo? Num tópico geral relativo ao quê? À exploração que empreendeis. Isso é o que vós ESTAIS a fazer nesta realidade; estais a EXPLORAR, em consequência do que TODA a escolha que empreendeis pode ser considerada como um experimento. E nessa medida, experimentais uma escolha e avaliais: “Será que esta escolha me agrada? Será que gosto daquilo que criei com esta escolha? Ou será que não?” E sabendo que dispondes duma panóplia ilimitada de escolhas – razão porque não existem escolhas ERRADAS – porque seja qual for a alternativa que elejais, se não vos sentirdes confortáveis com ela, isso não quer necessariamente dizer que seja uma opção errada; é um experimento e tereis descoberto que não vos sentis confortáveis com tal escolha. Mas vós incorporais igualmente um número interminável de outras escolhas por que podeis optar.
Também já referi desde o início deste fórum que, com mudança ou sem mudança, vós não estais a criar nenhuma utopia. Essa não é a intenção desta realidade; tampouco é a intenção desta mudança. Esta mudança na consciência destina-se à mudança da vossa percepção, à sua expansão, e a permitir-vos tornar-vos mais conscientes em tudo o que criais, de modo a permitir-vos uma capacidade mais avantajada de criardes intencionalmente aquilo que quereis. Mas esta mudança que se encontra em expansão comporta outros aspectos, como tirar mais partido da vossa realidade do que o fizeste anteriormente e estais acostumados a fazer, pelo descarte dos véus da separação; por intermédio do auto-conhecimento – a realização duma suficiente consciência do vosso eu genuíno – e de que o descarte desses véus de separação não vos ameaça; do conhecimento de vós próprios e do conhecimento das vossas capacidades; da satisfação e da segurança convosco próprios, de modo que quando descartardes esses véus de separação, isso não vos ameace a identidade; da consciência do que é acessório à vossa identidade, de modo que, quando vos virdes despojados disso possais prevalecer; e de que não sois ameaçados pelo descartar desses acessórios à vossa identidade e que vos vereis conforme sois, pela existência que tendes nesta realidade. Isso são acções que estais a empregar – são explorações que estais a empregar – que vos levam a expandir-vos, e que vos expandem a percepção.
E do que mais tomardes consciência, o que não quer dizer que a vossa realidade toda, na dimensão física mude e se torne completamente diferente, e agora sejais capazes de pensar e de materializar o que quer que desejardes. Antes de mais, já temos consciência de que o pensamento não é que vos cria a realidade e que podeis manifestar a vontade duma manifestação qualquer na vossa existência. Essa não é a maneira pela qual experimentais e explorais a vossa realidade. Podereis efectivamente conseguir isso? Podeis. Possuireis capacidade para tanto? Possuís. Fá-lo-eis? É provável que não. Nessa medida, edificastes um padrão para esta realidade física e tendes a vossa existência nele. Mas esta mudança foi concebida para vos permitir tornar-vos mais conscientes relativamente a isso, e a passardes a compreendê-la, a manipulá-la de um modo mais efectivo e consistente; a compreender-vos e ao que fazeis e às influências que vos levam à acção; e, consequentemente, a permitir-vos igualmente um maior leque de escolhas.
Se tivésseis que substituir o termo “mudança” por outro termo poderia ser “escolha”. Estais a tomar consciência de que, sim, vós criais a vossa realidade, e nessa medida, isso quer dizer que dispondes de escolha – e que para o que quer que fizerdes, o que quer que empreenderdes, vós dispondes de alternativas. Nenhum aspecto da vossa realidade se acha completamente fora de controlo, digamos assim, ou situado fora dos vossos domínios, ou VOS acomete, em relação ao que estejais impotentes ou indefesos intimamente, mas existem muitíssimas situações e experiências e opções em que as pessoas se sentem impotentes e indefesas, ou inúteis, por não terem consciência de POSSUÍREM escolhas. E isso é aquilo em relação ao que estais a capacitar-vos. (Para alguém da audiência) Sim.
DESCONHECIDO: De um modo geral, aqui na orla do Pacífico, senti-me ultimamente agitada, e tu estás a evocar algo no meu espírito que constitui um verdadeiro desafio, em termos de sentir que disponho de alternativa, em face de algo como terramotos – a diversidade de terramotos que se deram no Japão – e o tsunami. Já passei por isto antes. Penso que provavelmente desta vez tenha um significado diferente, mas gostava que abordasses isso.ELIAS: Muito bem. Vou-me dirigir a isso em duas partes: uma, na sua globalidade e outra individualmente. Mas, antes de responder a isso, vou-te recordar que, aquilo que te estou a dizer NÃO é uma situação de causa e de efeito que vos influencie automaticamente, uma vez mais, pela desvalorização pessoal, ou pela culpabilização pessoal. Enquanto espécie, vós atingistes a maturidade e desenvolvestes-vos, explorastes, e nas explorações que empreendestes ao longo da vossa história, experimentastes - tal como estivemos a debater – por muitos, muitos modos diversos com a vossa realidade e com o que sois capazes de criar, o que sois capazes de inventar, o que sois capazes de desenvolver, na vossa realidade. Nessa medida, envolvestes-vos com todo o vosso ambiente estimulando-vos a explorar e a descobrir o que conseguis fazer e como o podeis fazer. Vós sois bastante criativos e inventivos.
Agora; em certas direcções que tomastes na exploração e experiência que efectivastes, empreendestes acções que afectaram o vosso planeta actual. Ora bem, sejamos inequívocos – NÃO provocastes “destruição” mas causastes “afectação”. E sejamos igualmente categóricos, o vosso planeta acha-se em funcionamento e encontra-se repleto de energia, digamos assim, por causa da vossa energia colectiva enquanto consciência, enquanto essências. Vós, colectivamente – como uma extensão de vós próprios – criais, e gerais, e nutris o vosso planeta com a vossa energia, pelo que ele é uma extensão de vós. Mas ele também possui um padrão que foi desenvolvido por vós, só que numa era bastante remota em relação àquela em que tendes a vossa existência. Nessa medida, o planeta, tal como os vossos corpos, incorpora um plano e funções definidas.
Quando alterais determinados aspectos do vosso corpo físico, alterais-lhe a função. Se removerdes um órgão da consciência do vosso corpo, o vosso corpo prosseguirá, só que terá que reajustar o seu funcionamento; terá que reajustar-se para poder funcionar de acordo com a alteração, ou com a perda desse aspecto particular do vosso corpo, ou com a ausência de funcionalidade de um outro aspecto do vosso corpo. A consciência do vosso corpo reajustar-se-á, e, de certo modo, a fim de compensar a alteração provocada na consciência dele, e passará a funcionar de modo diferente. O vosso planeta é bastante similar.
Vós produzistes explorações e actos que, nas vossas crenças, vos causaram divisão na opinião que formulais. Alguns referem que estais a destruir o vosso planeta, ou a danificar o vosso planeta. Outros discordam disso. E, na realidade, o que aconteceu foi que abordastes o vosso planeta de certas formas que o afectaram na sua estrutura, e ao fazerdes isso, ele está a reajustara-se de forma a funcionar de modo diferente, está a reajustar-se de um modo diferente. O vosso planeta é muito resistente; é capaz de se acomodar ao que quer que lhe fizerdes. Nessa medida, isto não quer dizer que ele continue a funcionar da forma a que estais acostumados. Ele alterará algumas das suas funções a fim de se acomodar e continuar a funcionar. Têm sido perpetrados actos ao vosso planeta por meio da mineração de vários tipos. Ele irá alterar algumas das suas funções a fim de se acomodar e continuar a funcionar. Têm ocorrido acções que têm sido exercidas por vós, em relação ao vosso planeta, por meio da mineração por diferentes processos. Independentemente do facto dessa mineração dizer respeito a matéria sólida ou gás, descobris uma acessibilidade a certos elementos do vosso planeta, e utilizai-los. E, como em qualquer experimento, alguma da utilização de diferentes elementos do vosso planeta não são completamente bem sucedidos. E apesar de poderdes utilizar certos elementos do vosso planeta, existem igualmente extensões dessa utilização em que descobris ser capazes de utilizar partes do vosso planeta – combustíveis fósseis. Fósseis não é um termo correcto para essa parte do vosso planeta, mas nessa medida, sim, sois capazes de os utilizar. Mas existem igualmente uma outra extensão na utilização de outros elementos do vosso planeta que não conduz necessária nem completamente ao vosso próprio crescimento, ou à manutenção da consciência do vosso corpo. Mas à medida que ides crescendo ides descobrindo isso. Mas no vosso processo - em grande parte constituído pela mineração de diferentes elementos do vosso planeta – vós alterastes-lhe a estrutura, e ele encontra-se em mudança a fim de se reajustar em relação a essas alterações provocadas na sua estrutura.
Uma vez mais, (de forma lenta e enfática) TUDO SE ENCONTRA INTERLIGADO); consequentemente, os sedimentos e a estruturas compostas por diferentes elementos que compõem as camadas do vosso planeta em camadas externas, aquelas que se acham mais acessíveis a todos vós, não se situam ali de forma acidental. E não foram criadas da forma que assumis, por acidente. Todos os vossos fósseis – todas as vossas criaturas que reconheceis como extintas – a contribuição que deram foi para certas partes da estrutura do vosso planeta. E ao desmontardes algumas dessas estruturas, vós alterais a função do planeta. Essa é a razão porque estais a sentir cada vez mais situações críticas em relação ao vosso planeta, e no tempo, e na configuração dos continentes, na configuração das calotes de gelo, na água; elas encontram-se em reajustamento devido ao facto de terdes gerado acções que exigem reajustamento.
Em relação à interligação com a nação que presentemente ocupais, aqui, e em vários outros países importantes – ou podíamos mesmo expressar mais correctamente em certos continentes do que noutros continentes – vós procedestes a uma mineração considerável. Neste continente da América, vós já fizestes uma mineração desproporcionada. No vosso continente da África, vós procedestes a uma mineração desproporcionada. Isso provoca alterações na estrutura do vosso planeta, e nessa medida, o que fazeis num continente, ou numa nação, vai afectar a estrutura do planeta noutra terra, e noutra área do vosso planeta. O facto de provocardes certas acções numa secção não quer dizer que essa deva ser a única secção do vosso planeta a sofrer reajustamentos. Ele tenta recuperar o equilíbrio, e ao fazer isso, e por certos meios análogos a vós próprios, está a provocar cataclismos.
Falando em termos figurados, se visualizásseis em vós próprios, se estivésseis a dormir sobre um colchão macio e confortável, a voltar-vos no vosso sono, e descobrires que outra área do vosso colchão não fosse tão confortável – provável seria que começásseis a mexer-vos mais a fim de vos reajustardes numa posição confortável. E podeis mesmo atirar a coberta para o lado e arremessar a travesseira para o chão. Eventualmente, quando vos encontrardes numa posição confortável, voltareis a utilizar o vosso cobertor e voltareis a colocar o vosso travesseiro debaixo da cabeça, e voltareis a dormir, mas passais por essa turbulência toda por meio da qual vos reajustais a fim de ficardes confortáveis; é isso o que o vosso planeta está a fazer. De um modo um tanto turbulento, mas por estar a reajustar-se a fim de voltar a tornar-se confortável na sua função, a qual, estou perfeitamente ciente, não resulta lá muito confortável para vós, que ocupais a borda externa do vosso planeta, e viveis nela, o facto de parte dos seus grunhidos e reajustamentos e convulsões poder não ser de todo confortável, ou poder não vos ser lá muito seguro para todos, mas deverá continuar a reajustar-se durante algum tempo, a fim de, de certo modo, compensar o que foi provocado na sua estrutura. Esta é a razão porque estais cada vez mais a reconhecer terramotos violentos, tsunamis, furações, tornados em diferentes áreas do vosso planeta em que talvez não ocorressem anteriormente.
Quanto ao vosso aspecto da vossa segurança, enquanto indivíduos, e de ficardes a salvo de tal ameaça e temor, vós também participais directamente no reajustamento nas áreas que se encontram a reajustar-se, quando tal acontece. Elas não ocorrem por acaso, nem por acidente sequer. As áreas que se encontram em desordem e se apresentam como insatisfatórias, e estão a gerar uma energia colectiva de agitação, são as áreas que provavelmente responderão mais. Ou, caso desenvolvais uma sequência – coisa que não estais a fazer – mas se o fizésseis, as áreas mais agitadas seriam as que se reajustariam primeiro. Nessa medida, a área que se encontra em processo de reajustamento – e que se move com rapidez na esteira duma área que designaríeis como “O outro lado do vosso planeta”, na vossa América do Sul, que provoca tremendas convulsões por meio de terramotos, e ao largo do vosso mundo actualmente no Japão – essas são áreas em que a energia colectiva dos indivíduos que ocupam essas áreas se acha instável, a são insatisfatórias; e a energia revela-se agitada. Eles não se satisfazem com aquilo que estão a criar, e estão a contribuir para a resposta que o planeta está a gerar – “esta área encontra-se em estado de grande agitação e revela-se bastante incómoda; vou reajustar-me em primeiro lugar aqui!” – por se encontrar em conformidade com o que colectivamente estais a fazer.
Por isso, enquanto indivíduos, sabei, em primeiro lugar, que não estais a destruir-vos. Em relação à escolha, aqueles que escolhem separar-se do físico em relação a esses reajustamentos que o planeta está a provocar, isso depende da escolha deles; eles estão a escolher participar. Nessa medida, existem unidades colectivas de indivíduos que estão a tomar parte no desenlace por consenso, ou apoio, ao reajustamento do planeta. Há grupos, ou colectividades de indivíduos que se separam por optarem por oferecer apoio por formas não físicas, em relação à vossa mudança e ao que estais a realizar.
Deixai que vos diga, meus amigos, que no espaço dos vossos recentes cinquenta anos, por todo o vosso planeta, enquanto espécie, uma das vossas preocupações tem sido a do sobrepovoamento; uma das vossas preocupações colectivas é a de que vos estais a reproduzir a um ponto em que acabareis por povoar o vosso planeta de uma forma que ele não conseguirá sustentar-vos. Isso não consta unicamente duma ideia; vós expressais uma energia correspondente. Tendes vindo a expressar essa energia há cinquenta dos vossos anos, já, colectivamente. Consequentemente, também não é invulgar que escolhais diferentes métodos de abordar essa situação. Se não estiverdes a provocar guerras suficientes e a eliminar-vos uns aos outros, haveis de descobrir um outro método para eliminardes o problema da sobrepopulação. E as pessoas escolhem tomar parte nisso tal como optam por tomar parte nas vossas forças armadas. Vós escolheis tomar parte em guerras. Escolheis tornar-vos em soldados. Escolheis participar seja em que exército for. Também escolheis a possibilidade de tomardes parte em algum acto colectivo, tal como um terramoto, e desprender-vos por um processo desses. Isso não constitui menos uma escolha do que tornar-vos soldados e escolher eliminar-vos por esse método.
Essa não é a única razão porque tomais parte. Mas em relação aos vossos receios do que possivelmente possais estar a criar – e de poderdes tomar parte nisso – é uma questão de prestardes atenção, uma vez mais, ao que estais a sentir, e de prestardes atenção àquilo em que optais por tomar parte. Optareis por tomar parte em: “A secção do meu planeta em que me encontro não se acha em movimento. A secção do planeta em que me encontro não necessita reajustar-se dessa forma. Talvez na secção do planeta em que me encontro eu me sentisse mais confortado com a alteração de um padrão do tempo.” E nessa medida, é uma opção o tipo de energia colectiva com que desejardes tomar parte, por ser a energia colectiva que influencia o que sucede no vosso meio ambiente; por isso, em que tipo de colectividade desejareis tomar parte? E nessa medida, se notardes que a expressão colectiva na área que ocupais não se acha em conformidade convosco, talvez opteis por vos deslocar para um local físico que ESTEJA em conformidade convosco; mas isso também constitui uma escolha: em que desejareis tomar parte?
Vós, na qualidade de UM indivíduo, ESTAIS a participar, e ESTAIS a propagar, de uma forma muito mais significativa do que aquilo que creditais a vós próprios. Eu referi recentemente junto de certos indivíduos que me interrogaram em relação ao desastre por que passastes do derramamento de petróleo do golfo. Isso constitui um EXCELENTE exemplo para todos vós do quão poderosos sois enquanto indivíduos SINGULARES – UM INDIVÍDUO gerou uma opção em relação ao funcionamento duma conduta; e vejam como isso se propaga – duma forma espantosa! UM INDIVÍDUO provocou um efeito de ondulação que ENVOLVEU e AFECTOU MILHARES DE MILHÕES. Se um só indivíduo tem o poder de provocar esse efeito, que podeis comprovar duma forma objectiva com os vossos próprios olhos, e escutar com os vossos ouvidos, e a que podeis assistir, vós incorporais esse mesmo poder, e estais a PÔ-LO À PROVA a cada dia das vossas vidas. Podeis não o constatar da mesma forma que o fizeste em relação a essa opção, mas afectais em igual medida. Consequentemente, é uma questão de terdes noção daquilo que quereis, daquilo que sentis, e nessa medida, de gerardes alternativas que vos tragam o máximo proveito; de vos moverdes no sentido do vosso máximo proveito.
...(Inaudível)
ELIAS: Não tens o que agradecer.STEVE: Elias, eu sou o Steve Lord. (Risadas de fundo) Deves estar recordado que eu fui o único a pedir-te para entoares as quatro notas mais famosas da história da música – o que representa um aparte em relação à questão que te quero colocar. (Risadas de fundo) Tu entoaste-as para mim; quererás entoá-las para o grupo?
ELIAS: Mas, e a que propósito faria isso?
STEVE: (Riso) Só por uma questão de diversão, por todos terem adorado a publicação que fiz disso.
ELIAS: Mas isso já foi feito. (Riso)
STEVE: Está bem. Quatro notas (a cantarola-as) Dim dim dim dim – como ele as escreveu. (Riso)
Elias, a pergunta que temos a fazer está relacionada com a pergunta que foi colocada antes da última. E agradeço-te o facto de nos reportares o que se está a passar no mundo. E muito interessante. Todas estas três entidades disseram basicamente a mesma coisa que tu disseste várias vezes, que – o Baashar, o Sharee e tu... O Sharee é canalizado pelo deleric 7... O que o Sharee disse foi mais especificamente – tu disseste que ele também é Sumafi – que o papel, a função da mente consciente consiste em escolher, e o papel da consciência subjectiva consiste em manter-se pronta para tal escolha, e começar de imediato a processar a realização disso – apesar de poder não ser visto de imediato, por traduzir um processo – deve dar início a esse processo de imediato. Sempre. Bom, isso pode ser um tanto exagerado – ou talvez não. Tu disseste algo similar... O que basicamente quer dizer é que... a piada, creio eu, em relação ao que fazer com isso... A chave para a criação consciente consiste em desviar a mente consciente do caminho da consciência subjectiva assim que a escolha é feita, assim que a probabilidade é colocada em marcha.
Eu já fiz isso provavelmente mais do que outra coisa. Estabeleço a opção de curar qualquer coisa – uma mordedura de cão... (Inaudível) estômago, uma doença crónica – e tenho... Na realidade, agora que estou a reflectir nisso... (Inaudível) uma escolha. E deixo que a mente subjectiva passe a assumir. E, de facto, esqueço por completo por vezes – ter procedido a tal escolha – e mesmo no caso de ainda sentir da mordedura de cão, e a doer. Mas não conheço mais nenhuma forma de a desviar do caminho do que esquecer por completo, mas ainda assim, nada sara. Parece que a consciência subjectiva não cumpre com a sua parte. E o que eu gostava de saber é porque é que isso acontece. Terá que ver com o facto dos Caminhantes do Sonho terem estabelecido um plano que responde pelo facto de, no estado de separação, esse pequeno sistema não operar? A consciência subjectiva acha-se-á programada para deixar de responder à escolha da mente consciente? Estou seguro de que me escuta toda a vez que estabeleço uma escolha, só que não cumpre com a sua... não realiza a sua função... Será o problema da separação que impede isso?
ELIAS: Não. Tu é que estás a gerar a situação de separação.Por isso, não estou de acordo contigo. Diria que um dos aspectos daquilo que estás a referir consta da separação da consciência subjectiva da objectiva e não da integração delas, e que não se trata de uma gerar uma função e a outra gerar outra função. Elas movem-se juntas em harmonia e criam em simultâneo. A diferença entre a objectiva e a subjectiva traduz-se pelo modo como processam a questão. Uma emprega imagens, representações pictóricas - que é a objectiva e como tal, emprega a abstracção, por incluir uma imagística.
A subjectiva não inclui necessariamente imagens, pelo que é menos abstracta; mas ambas movem-se em harmonia uma com a outra e em simultâneo e ambas dirigem-se do mesmo modo à outra, ao mesmo tempo. Não é que uma produza uma função e a outra produza uma função diferente.
Elas movem-se em conjunto. Elas comportam componentes diferentes, mas, eu tenho vindo a referir isto desde o começo destas reuniões. E isto é um exemplo do modo como, ainda agora, os indivíduos continuam a mater esta separação na avaliação que fazem entre a objectiva e a subjectiva, quando NENHUMA separação existe. E isso responde pela criação do que estás a acabar de referir, em termos da intensidade dos problemas, por criardes a designação duma consciência com um funcionamento particular: “Vou instruir, enquanto consciência objectiva, e esta coisa esquiva da consciência subjectiva...” – de que nenhum de vós tem uma imagem, ou nem sequer sabeis no que conste enquanto consciência subjectiva para além de ser uma “entidade aparte” que dá seguimento à instrução, mas isso está errado. Elas não são duas entidades separadas; não são coisas apartadas. E nessa medida, tudo ocorre em simultâneo. Mas, é uma questão daquilo a que atribuís a função objectiva da atenção e da forma como ela é dirigida, ou do que tendes presente em relação a qualquer uma delas. É uma questão da forma como dirigis a vossa atenção e daquilo em que vos concentrais.
As crenças desempenham um factor significativo nisso, coisa que já referi muitas vezes, que vos concentrais em determinadas crença que podem gerar certas limitações ou certas influências de crenças, tal como, a de que a consciência do corpo possui uma capacidade de regeneração limitada. A consciência do corpo NÃO possui uma capacidade de regeneração limitada.
Mas, vós incorporais a crença de que a consciência do corpo em si mesma seja limitada; consequentemente empregais diferentes influências dessa crença ao expressardes duma forma mais específica, que certos aspectos da consciência do corpo não se regeneram. Mas regeneram! Só que não o farão, se vos concentrardes na influência da crença de que o não façam. Deixai que vos diga, uma vez mais, o ACREDITAR – não crenças – o ACREDITAR consiste numa outra designação para a confiança. Quando ACREDITAIS que a consciência do vosso corpo, em certas capacidades não consegue ou não se regenera, isso é o que passais a criar, por terdes confiança nisso; por isso, isso é o que passareis a fazer se expressardes a vós próprios que essa crença no facto da consciência do corpo ser limitada, e vós empregais essas influências oriundas dessa crença de que certos aspectos da consciência do corpo sejam MAIS limitadas do que outros: “O vosso cérebro não regenera células cerebrais,” REGENERA, SIM.
Mas NÃO O FARÁ se ACREDITARDES que NÃO; por isso, ela responderá à vossa instrução, não à informação subjectiva, mas não só à acção subjectiva apenas. Vós, conscientemente, nos vossos termos... A vossa consciência objectiva expressa: “Não acredito que as células do cérebro se regenerem.” E como tal não regeneram. Elas REGENERAM, mas vós impedi-las de o fazer, como uma função natural, por expressardes uma instrução à consciência do vosso corpo relativa àquilo em que ACREDITAIS. “Se ofenderdes a vossa medula espinal, ela não se regenerará.” Ela PODE regenerar-se, mas NÃO o fará, por ACREDITARDES que o não consiga fazer, por não poder; confiais nisso, e OPERAIS aquilo em que acreditais. Se NÃO acreditardes numa expressão, descartá-la-eis. Vós gravitais automaticamente para aquilo em que CONFIAIS, e haveis de criar justamente isso. Consequentemente, se existir uma acção qualquer em que NÃO acreditardes que venha a ocorrer, haveis de criar isso dessa forma. Não é uma questão da consciência subjectiva receber instruções da parte da objectiva e a subjectiva vos criar a realidade toda. Não é. Se a situação fosse essa, existem muitas alturas significativas em que não estais cientes do que estais a criar, EM ABSOLUTO.
Ou que ocorra por uma questão de acaso, quanto ao que quereis duma forma objectiva; não é apenas a vossa consciência objectiva que quer: VÓS quereis; VÓS gerais uma vontade ou um desejo. Não existem duas partes separadas de vós; vós sendo UM, e esse um é quem expressa aquilo que quer: “Quero sarar.” “Quero criar enfermidade.” Não tem importância. Vós estais a instruir. VÓS estais a criar. Não existe nenhum aspecto vosso esquivo, desconhecido, oculto que crie ao acaso sem a vossa permissão. O que não quer dizer que não passeis por alturas em que criais directivas e manifestações que vos surpreendem. Mas isso não fica a dever-se ao facto de ser desconhecido para vós, mas ao facto de não prestardes atenção ao que estais a FAZER. Vós estais a participar fisicamente na criação do que quer que se manifeste na vossa realidade. Podeis apenas não prestar atenção ao que estiverdes a fazer; por isso, quando alcançais uma acção qualquer, surpreendeis-vos. E dizeis: “Como terei criado isto?”
STEVE: ...(Inaudível) erguer os véus da separação faz parte da mudança... (Inaudível)
ELIAS: Mas isso é o que estais a fazer ao vos tornardes mais conscientes, e ao reconhecerdes as vossas escolhas, e ao expandirdes a vossa atenção, ao compreenderdes aquilo em que a vossa atenção consiste e como a dirigir, e como manipulá-la para prestardes atenção ao que estais a fazer, sabendo que possuís alternativa. (Pata o Rodney) Sim.
RODNEY: Em relação ao prestar atenção, não querias falar neste fim-de-semana sobre a desatenção? E grande parte dela foi a minha própria.
ELIAS: Ah ah ah ah ah ah ah ah!
RODNEY: Mas muita gente está a fazer piada... sabes, indivíduos na minha faixa etária, é uma situação, sabes...?
ELIAS: Ah ah ah ah ah!
RODNEY: ...em que vamos no sentido de fazermos isso, e a meio do caminho recordamo-nos de outra coisa. E deslocamo-nos lá, e a meio do caminho voltamos aqui. E divertimo-nos com isso, sabes? Eles fazem desenhos animados com isso. Mas é bastante divertido. Recentemente obtive um desses e escrevi por detrás que o que estavam a fazer era a expandir a consciência. E... (Inaudível, devido á tosse) zombarem da expansão da consciência por o que se está a fazer ser um exercício de flexibilização pela mudança da nossa atenção. Pensamos em múltiplas coisas quase em simultâneo e aprendermos a gerir uma multiplicidade de acções...
ELIAS: Exacto.
RODNEY: …em simultâneo.
ELIAS: E a sermos mais flexíveis.RODNEY: Confirmarias a minha …
ELIAS: Confirmo!
RODNEY: Está bem. Óptimo! (Riso por parte do grupo)
ELIAS: Confirmo! Mas... (Inaudível devido à sobreposição de vozes) deixa que te diga também que... (Inaudível) um tempo considerável durante o vosso tempo de vida, à medida que cresceis, e experimentais. A maioria das pessoas de um modo geral movem-se em direcções específicas, e concentra-se, e foca-se e define objectivos específicos e ideias sobre aquilo que quer realizar, e despende uma energia considerável tão concentrados quanto podem possivelmente estar. Mas quando estão com uma idade mais avançada, isso não representa disfuncionalidade nenhuma.
Quando atingis uma idade mais avançada, isso assemelha-se a repetir um jogo, uma e outra vez, por um mesmo método, e a determinada altura, escolher alterar o jogo a fim de vos estimulardes e obterdes um maior interesse naquilo que estais a fazer. Isso não subentende necessariamente uma disfunção associada à idade; tem mais que ver com o facto da vossa atenção se achar mais flexível. E nessa medida, tampouco tem que ver com uma situação de desatenção. Trata-se duma acção na qual a vossa atenção se ENCONTRA mais flexível, e se move com a vossa atenção em relação ao que quer que se revele interessante no momento. Em vez de estabelecer: “Sinto interesse por este assunto e vou continuar com ele. Independentemente do facto de não me sentir mais interessado nele, neste momento, vou dar continuidade ao assunto.” À medida que incorporais mais idade e mais experiência, isso deixa de vos interessar tanto. E tornais-vos conscientes de que a vossa atenção se torna mais flexível e de que podeis prestar atenção a múltiplos sentidos diferentes. E se não estiverdes a prestar atenção a um num determinado momento, parecerá que a tenhais esquecido. Não tem importância. Haveis de voltar a dar-lhe atenção, quando quiserdes.
RODNEY: Bom, quase se assemelha a um jogo. A Jene apontou-me – o que corresponde bem à verdade – que a aprendizagem da coordenação de todas essas múltiplas atenções, subentende que alinhemos por esse jogo; quanto conseguirei realizar e por quantas formas diferentes? E na verdade... quando suplantamos, isso de: “Existe algo de errado comigo!” e o passamos a encarar duma forma divertida, começamos com efeito a tornar-nos incrivelmente eficientes na realização de múltiplas tarefas, sabes? Gostava de deixar registado que é o Rodney quem está a falar. (O Elias dá uma risada) Se a confirmação se tivesse voltado no outro sentido eu teria sido um outro tipo. (Riso)
ELIAS: Ah ah ah ah ah ah ah ah ! E talvez esquecido o teu nome. Ah ah ah!
RODNEY: Existe um outro aspecto que pensei que pudesses abordar, que é... Se alguém contrair uma enfermidade do tipo – bom, vou utilizar o exemplo de mim próprio. Eu sofro de falta de ar. Qualquer pequeno movimento me deixa exausto – o que é passível de gerar sentimentos, não é? Estamos a abordar os sentimentos – sentimentos que provavelmente não conduzem a grandes escolhas a despeito do que fizermos em torno dessa chamada enfermidade. Agora soa um tanto vago, mas não é. (Elias dá uma risada) Eu gostava de saber se poderias abordar isso porque inicialmente disseste que, quando temos uma experiência, ela nos desencadeia sentimentos que foram criados há muito tempo...
ELIAS: Pode desencadear.RODNEY: Poderá…
ELIAS: Nem sempre.
RODNEY: Com respeito a outros problemas…?ELIAS: Sim.
RODNEY: ...em relação ao que se gere um reflexo para um lado e para o outro…?
ELIAS: Sim.
RODNEY: De que modo isso dirá respeito às pessoas que estejam envolvidas com enfermidades...?
ELIAS: Isso depende do indivíduo. Porque, seja em que situação for, uma pessoa pode desenvolver uma enfermidade em relação ao que estiver a fazer NO MOMENTO e isso pode NÃO estar associado a uma experiência anterior, ou a esse tipo de sentimento.
RODNEY: Então, os sentimentos devem estar associados aos seus actos correntes... (Inaudível)?
ELIAS: Numa situação dessas, sim. Em relação ao que estejam a criar agora, se isso corresponder à opção que estiverem a criar, sem que se prenda com outras situações, que conforme declarei, dependerão do indivíduo e do que estiver individualmente a criar...
RODNEY: Bom, as pessoas podem tornar-se bastante auto-destrutivas com os pensamentos que têm...
ELIAS: Podem, sim.
RODNEY: ...com respeito ao: “Porque razão terei criado isto?”, e por aí fora.
ELIAS: Mas era a isso que estávamos a referir-nos antes com a menção que fizemos, do tipo: “Eu crio a minha realidade. Que será que estou a criar de errado?”
RODNEY: Certo.
ELIAS: Mas as pessoas movem-se nesse sentido com bastante frequência, o que é lamentável, porque não é nisso que reside a questão. A questão é que o que quer que experimenteis numa dada escolha com que não vos sintais confortáveis, não quer dizer que estejais a produzir uma escolha errada, mas podeis não gostar dessa escolha e PODEIS optar por OUTRAS expressões. Vós possuís liberdade para empregar outras opções. Relativamente ao exemplo que deste...
RODNEY: Qual?
ELIAS: ...da vossa manifestação física.RODNEY: Sim?
ELIAS: Agora, com respeito a isso, diz-me a que sensação te estavas a referir.
RODNEY: Referes-te ao facto de me erguer e caminhar pelo compartimento e me sentir cansado? Como me sentirei em relação a isso?
ELIAS: Sim. Em relação ao que expressaste, de gerares um sentimento de desconforto, talvez parte das tuas escolhas não seja “tão boa”, segundo os termos que empregas.
RODNEY: Bom, eu – claro, fumar um pacote por dia durante sessenta anos, não é – mas especificamente, a acrescentar a isso, sinto... que parte disso tem que ver com o que os outros pensam de mim...
ELIAS: Ahhh!
RODNEY: ...Não é? Com a avaliação de mim próprio pelas normas dos outros... Isso representa... (Inaudível) menos, mas ainda me chateia o facto de cair nisso.
VOZ DESCONHECIDA: E que ele seja um grande homem. E é de esperar que um grande homem seja muito poderoso. (Riso)
RODNEY: Isso é bem verdade!
ELIAS: Estou inteirado disso.
RODNEY: Porque razão não serei capaz de fazer isso – um pouquinho ali do Steve Lord...
ELIAS: Bom, preciso pedir-te que pares com isso.RODNEY: …e raiva. E raiva.ELIAS: Bom, vou-te pedir-te para parares com isso por isso fornecer um exemplo excelente. Diria a todos vós que isso são escolhas efectivas que o Zacharie empreende, que conforme interagimos durante muito tempo - coisa de que tu (Zacharie) estás bem ciente - não constitui uma questão de: “Tu fumaste durante sessenta anos, o que provocou a situação que estás presentemente a experimentar”. E isso também...
RODNEY: Mas é o que... (Inaudível)
ELIAS: Sim, associado a uma influência, e uma sugestão, que colectivamente criais, que influencia a maneira como vos sentis além da vossa conduta. Nessa medida, eu dir-te-ia que nós os dois já nos debruçamos longamente sobre esse assunto, e sobre aquilo que estás a manifestar no físico, e o que designais por a “vossa saúde física”. E em certas alturas em que eu conversava contigo e tu me davas atenção, (riso) e praticavas aquilo que eu te sugeria, essa manifestação física sofreu uma alteração! E a tua saúde física era diferente e não tão opressiva. Mas, tu também optas objectivamente por criar outras acções que voltam a criar essa manifestação física ou respiração depressiva, e dificuldade, constrição. Ora bem, não estou com isto a dizer que seja certo ou errado. O que estou a dizer é que isto representa um excelente exemplo, porque, nessa medida, tu fizeste uso do que te sugeri, e EXPERIMENTASTE...
RODNEY: Do tipo, caminhar, é o que queres dizer, e…?
ELIAS: Sim. Mas tu experimentaste-o de modo diferente.
RODNEY: Foi.
ELIAS: E sentiste-te diferente.RODNEY: Sim.
ELIAS: E sentiste-te mais livre. Mas, também existem outros aspectos, relativamente às sensações, que pesam. Sensações do tipo: “Não gosto que me digam...” – o que consta duma expressão bastante comum – “Não gosto que me digam que uma manifestação venha a ocorrer em relação a uma situação qualquer particular.” “Não quero que me digam que, se fumar durante sessenta anos venha a destruir a consciência do meu corpo.”
RODNEY: É bom que acreditemos nisso!
ELIAS: “Não gosto disso.” “Sinto-me agressivo em relação a isso.”
RODNEY: Pois.
ELIAS: “Isso deixa-me ofendido ou agitado.” Mas, que é que isso irá fazer? Vai influenciar o indivíduo a produzir uma acção que pode não vos ser tão benéfica, individualmente, e essas sensações irem influenciar-vos na produção de certas opções. “Não vou deixar que me digam.” “Vou escolher.” “Vou faze-lo independentemente disso.”
RODNEY: Mas isso não é bom. É... (Inaudível devido à sobreposição de vozes)
ELIAS: Isso resultará no teu mais significativo proveito? Não, não resulta, mas é material influenciado pelas sensações que tens. Por – tal como o outro indivíduo é influenciado pelos sentimentos que tem em relação à comida, e se irrita em relação com ela, e em relação ao que pode comer e ao que não pode comer – quando crias uma resposta, ou reages a tais sensações, geras opções que não são necessariamente para o teu máximo proveito. Mas, independentemente disso, essas sensações são bastante reais, e influenciam bastante. E em muitas situações influenciam-vos a todos a eleger alternativas que não resultam necessariamente no vosso máximo proveito.
RODNEY: Mas o exemplo, sabes, é como se todo o mundo - tudo o que precisamos fazer é ligar a TV durante uma meia hora - que veremos que todo o mundo defende que o fumar é uma coisa profundamente prejudicial. Razão porque me irrito pelo facto das pessoas referirem isso. Quero dizer, isso traduz a consciência das massas, e por querer descolar delas, isso deixa-me irritado. E aquilo que estás a dizer é que o facto de me irritar com eles me influencia a estabelecer decisões que NÃO são benéficas.
ELIAS: Exacto.RODNEY: Poderias dar-me um exemplo disso?
ELIAS: O exemplo está em ti! (Riso)RODNEY: Devido a não conseguir continuar a fumar?
ELIAS: Tu próprio aceitas o facto de que essa crença é prejudicial. Tu concordas com todo o mundo quando expressa que é prejudicial, e em resultado, geras respostas na consciência do teu corpo que estão de acordo com as tuas crenças. Mas tu não estás a protestar contra o que está a ser expressado – o facto do fumar ser prejudicial; Tu concordas! Não é em relação a isso que estás em desacordo. Não é isso que está a afectar a situação. Estás em desacordo com os outros indivíduos, quer se trate de um, ou duma colectividade, que te dizem o que deves fazer. É em relação a isso que estás em desacordo. Não estás em desacordo com os efeitos do fumar. Isso É a crença que tens, o facto de que o fumar SEJA pernicioso. E existem certos indivíduos que não defendem tal crença de modo tão vigoroso, pelo que empreendem tal acto sem que os afecte fisicamente tanto ou sem que em mesmo chegue a afectá-los. Mas tu expressas essa crença, de que é pernicioso; e consequentemente, isso é o que passas a criar. Aquilo contra o que estás a protestar não é a questão do fumar ou do não fumar. Aquilo contra o que estás a protestar é a autoridade, o facto de mais alguém ou um grupo qualquer poder representar uma autoridade para ti em razão do que te passe a dizer o que deves fazer. E tu aceitas isso. E é em relação a isso que estás a criar conflito – não em relação ao facto de fumares ou deixares de fumar – mas em relação à existência de uma certa autoridade que não pretendes aceitar, e que não reconheces, e que te está a dizer o que fazer, e tu não aceitas isso.
RODNEY: Está certo, tenho um problema em relação a isso, que consiste... Está certo, em certas ocasições, eu reclamei a minha autoridade com bastante êxito...
ELIAS: Reclamaste, sim.
RODNEY: ...(Inaudível) Mas agora há este problema do... Alguém tem vontade de prestar ajuda, certo? E vêm ao meu encontro e dizem-me que eu devo fazer assim.
ELIAS: Exacto. Mas isso não serve de ajuda.
RODNEY: Não serve de ajuda?
ELIAS: Não. Vou-vos dizer a todos – seja em que situação for que passeis a apresentar a vós próprios... em que vos preocupeis com um outro indivíduo, em que tenhais amor por um outro indivíduo, em que procureis ajudar um outro indivíduo – quando expressais desacordo com um outro indivíduo em relação ao que ele estiver a fazer, vós não estareis a ajudar NEM estareis a dar apoio. Não é dessa forma que lhe revelais apoio, dizendo-lhe que aquilo que ele está a fazer seja errado e que aquilo que vós dizeis para fazer seja melhor. Isso não é apoio e não serve de ajuda. Sugerir o que possa fazer de melhor – caso ele não o solicite – não serve de ajuda.
RODNEY: Então, reivindicar a nossa autoridade em todas as questões é o que deve imperar.
ELIAS: De certo modo. É seguir aquilo em que acreditardes, ser autênticos em relação a vós próprios, equacionardes por vós próprios a que coisa equivalerá o máximo proveito que podeis obter. Isso também consta dum ponto significativo, que tu estás a ilustrar, pelo facto de por vezes sacrificardes o vosso mais máximo proveito ao lutardes para fazer prevalecer o vosso ponto de vista. Ser a vossa própria autoridade; não é uma questão de mudardes o que percebeis ser a autoridade externa para assumirdes a vossa própria autoridade. Estareis simplesmente a substituir, e com isso, estareis a criar o mesmo tipo de acção. Mas agora estás a colocar-te a ti próprio no lugar da oposição, por constituíres a autoridade; não é nisso que reside a questão. A questão está em teres consciência do que estás a fazer e em fazer isso pelo teu máximo proveito. Qual será o teu máximo proveito?
Se avaliares que ter falta de ar constitua o teu máximo proveito, nesse caso aplaudo-te tal constatação. (Riso) Não importa o que os outros avaliem quanto a isso. Se a avaliação de alguém for a de que não te seja benéfico... que não resulte em teu proveito... que seja destrutivo para ti, e que sente amor e interesse por ti, e quiser que sejas feliz, e fiques melhor, e que fiques bem... mas a estimativa autêntica que elaborares for a de: “O máximo proveito que posso colher disto consiste em ter falta de ar,” então que assim seja. Não compete a mais ninguém elaborar tal avaliação. Cada qual tem a sua própria opinião e a sua opinião será real e válida para o próprio; e as suas preocupações serão reais e válidas para o próprio. E se pretender prestar ajuda, a mais elevada ajuda que pode prestar consistirá em escutar e admitir. Não é necessário que ele concorde contigo. Ele poderá discordar e dizer: “Penso que seja melhor respirar.”
RODNEY: Algo do que acabaste de referir tocou-me fundo, esta coisa do que estou a fazer a mim próprio com respeito à autoridade. É como se... Não estou completamente certo de ter compreendido a coisa. Quando nos opomos...
ELIAS: Exacto. Recorda-te do exemplo que dei do garoto.
RODNEY: Então começamos a opor-nos…
ELIAS: Sim.
RODNEY: …à parte de nós…ELIAS: Sim.
RODNEY: …que se atém à autoridade.
ELIAS: Sim. Nessa medida…
RODNEY: Aquilo que estás a dizer é que o: “Eu não quero que me digas aquilo que devo fazer” se volta do avesso...
ELIAS: Sim.
RODNEY: … e passamos a apontar esse dedo a nós próprios…
ELIAS: Sim.
RODNEY: “Não quero estar para aqui a dizer o que devo fazer.”
ELIAS: Exacto! Por estares a dizer a ti próprio a mesma coisa que a autoridade; a autoridade está-te a dizer que o fumar seja prejudicial, mas tu estás a dizer a ti próprio a mesma coisa!
RODNEY: Este mundo comporta tantos espelhos. Sabes, os reflexos... (Inaudível)
ELIAS: Ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah!
UNKNOWN: Quando referes “proveito máximo” referes-te a alguma expressão não distorcida de nós? Será a isso que te referes com proveito?
ELIAS: Podíamos expressar a coisa do seguinte modo. Qual será o vosso máximo proveito em qualquer momento? Que benefício colhereis de modo mais elevado numa altura qualquer, em meio seja a que opção for? E nesse sentido, que havereis vós de interpretar em termos do vosso máximo proveito? Isso depende do indivíduo. Isto parece ser um exemplo extremado da exposição: “Percebo que o máximo proveito que colho seja o de ter falta de ar.” Esse parecerá um exemplo extremado, e parecer-vos-á ridículo a todos, por todos concordardes que seja benéfico respirar (sem constrangimentos). Mas numa situação diferente, um outro indivíduo poderá escolher uma situação de grande incómodo, com conhecimento de que, ao empreender tal experiência, ele terá mais consciência, ou, nos vossos termos, “aprenderá” bastante com ela. Por isso, ele elegerá intencionalmente uma experiência que parecerá negativa, ou que parecerá prejudicial, mas talvez com a intenção de obter conhecimento e informação. Por isso, não posso expressar-vos que o vosso máximo proveito esteja sempre no conforto ou na segurança, mas POSSO-VOS dizer que o vosso máximo proveito deverá incluir satisfação.
E que quando escolherdes propositadamente de acordo com o vosso máximo proveito, vos satisfareis com o que tiverdes escolhido por isso preencher esse desejo que tiverdes. Pode não ser confortável. Nessa medida, depende do indivíduo, conforme expressei. A vossa situação pode ser extrema, mas não será ridículo expressar realmente tal exemplo: “O proveito máximo que posso obter consiste em ter falta de ar.” Para vós talvez o seja, numa determinada experiência. Porque talvez para além daquilo que um outro indivíduo perceba, ou assista, talvez a vossa intenção seja a de produzir uma experiência de tal incómodo ao DEIXARDES de respirar (com facilidade) de modo a passardes a apreciar o acto! Os outros não têm que conhecer obrigatoriamente os vossos motivos, ou o que vos impele; consequentemente, mais ninguém poderá ter acesso ao sentido do vosso máximo proveito relativamente às escolhas que elegeis. Somente vós podereis determinar qual seja o vosso máximo proveito. Mas isso constitui uma directriz básica para todos vós: “Em que consistirá o máximo proveito que posso obter em qualquer altura e em meio seja a que experiência for? De que forma poderei colher o maior benefício?
E saber que quando expressais o vosso máximo proveito – tal como expressei junto daquele indivíduo com aquele cachimbo, e aquela escolha, e o modo como se propagou – cada escolha que produzis em vosso máximo proveito faz o mesmo – é propagada, e passa a influenciar, e vós passais a contribuir para o todo. Em todo o máximo proveito que colheis para vós próprios, vós beneficiais a todos. E ENCORAJAIS toda a gente a obter benefício.
RODNEY: Muito obrigado, senhor.
ELIAS: Esse é o vosso fardo, meus amigos! (Para o Danny) Sim.
DANNY: O meu nome é Danny. Na sexta-feira pela manhã acordei por volta das três da manhã e quando abri os olhos vi dois olhos azuis por entre os cortinados, a fixar-me. Fechei os olhos durante uns cinco minutos, e voltei a abri-los, e os dois olhos azuis ainda estavam a olhar para mim. Voltei a fechá-los, e no espaço de cinco minutos, abri-os e aquele par de olhos ainda me fixavam. Terás sido tu?
ELIAS: Fui. (Riso da parte do grupo) Mas tu podes fechar os olhos e cerrá-los, (riso) que isso não quer necessariamente que eu deva afastar-me. (Riso) Nem que seja imaginação tua. Ah ah ah ah ah ah ah! Assim como poderás abanar a cabeça que isso não se deverá necessariamente à tua imaginação. (Para alguém que não se identifica) Sim, meu amigo!
DESCONHECIDO: Há muitos anos atrás forneceste-me um propósito.
ELIAS: (Risadas.) Por o teres desejado!
DESCONHECIDO: Desejei, sim. Em todos estes desenlaces ocorridos em todos estes eventos recentes, de toda a gente e animais a que tenho assistido... No começo, costumava pensar que fosse numa outra direcção, em termos do viver. Agora estou a começar a considerar ambas as hipóteses: para aqueles que se encontram de luto, e para o luto, e não faço a menor ideia sobre o que fazer em meio a tal processo; e aqueles que estão a transformar a transformação. Será mesmo isso? Será isso que eu estou a fazer? Ou estarei no local errado no momento errado? (Ambos riem) Mas preciso pôr-me a mexer!
ELIAS: Não, não estás nada. Estás a expandir-te. Mas dir-te-ia que aquilo que estás a expressar a ti próprio, em certas alturas recentes, em meio às tuas experiência de perda, foi propositado, a fim de te permitir uma consciência mais avalizada da interligação que existe entre todos vós, e aquilo que partilhais, e esses sentimentos, e a forma formidável como se apresentam, e a forma espantosa como afectam. Torna-se difícil ligar-se duma forma objectiva e interagir com as pessoas quando não passais pela experiência dos sentimentos que eles enfrentam, e nessa medida, quando providenciais essa experiência a vós próprios, isso passa a permitir-vos uma maior capacidade de expressardes essa interligação e de penetrardes a energia. Agora, deixai que passe a explicar. Duma forma bastante comum e consistente, quando a morte se acha envolvida, aqueles que estão associados a uma morte passam um tempo em que – quer expressem o que designais por luto ou não – eles expressam uma confusão interior, dificuldades e perda.
E nessa medida, temporariamente os indivíduos no foco físico protegem-se. É uma reacção automática; eles protegem-se. Consequentemente, não importa quantos indivíduos os abordem e lhes expressem as suas condolências, a sua simpatia, os seus préstimos, a sua empatia. O indivíduo não acolhe nada disso. Ele está a proteger-se, e não acolhe nenhuma dessa energia. Haveis de notar, se alguém que tenha uma consciência suficiente dessa experiência se aproximar e não manifestar apoio nem concelho, nem simpatia, mas apenas participar no sentimento com ele, que o escudo de protecção cairá e o indivíduo se abrirá e permitirá o elo de união.
A morte constitui uma experiência difícil para a quase totalidade de vós, de um modo ou de outro, por ser um assunto difícil. E quando vos envolveis com esse assunto da morte e ele vos afecta individualmente – sem que se trate de uma acção em que reflictais – o vosso campo de energia adensa-se, e protege-se, sem permitir que seja penetrado. E isso ocorre em alturas variáveis com as mais diversas pessoas, mas, temporariamente, isso deverá ter lugar. Trata-se duma protecção automática. É mais uma daquelas expressões – uma ameaça que é expressado ao vosso ser genuíno.
A morte é uma expressão que, de um modo ou de outro, leva toda a gente a sentir essa ameaça ao seu ser genuíno, a que eles estão susceptíveis e em relação a cuja acção também não estão isentos, e o que tenha lugar após a morte é-vos objectivamente desconhecido. Mas quer a temais ou não, não tem importância; trata-se duma resposta automática o acto de vos defenderdes. E nessa medida, eu diria que com o conhecimento dos sentimentos que ocorrem, e com a experiência por diversas formas desses sentimentos – não apenas de uma forma, não apenas em relação aos humanos – isso vos permitirá produzir essa ligação e abrir uma abertura nessa protecção em relação aos outros sem sequer precisardes expressar isso por meio de palavras, mas sentindo em uníssono com eles, por compreenderdes o que sentem, e conhecerdes o teor de tais sentimentos, por experiência própria.
Uma das razões porque as pessoas se escudam em relação à questão da morte para além da deles, e em relação a essa ameaça automática que lhes acomete o ser genuíno, deve-se ao facto deles automaticamente, nessas alturas, se sentirem sós – outro sentimento – e sentirem – não que pensem na coisa – mas sentirem que mais ninguém compreenderá aquilo por que está a passar, pelo que consequentemente se torna numa altura em que se sentem bastante sós e em que não conseguem estabelecer contacto, porque: “Mais ninguém poderá possivelmente sentir aquilo que estou a sentir.” Essa é uma outra razão porque as pessoas criam esse escudo de protecção. Quando se deparam com um outro indivíduo que possam pressentir o que estejam a sentir, elas permitem-se estabelecer contacto, e podem ser grandes terapeutas. Por isso...
DESCONHECIDO: Sim.
ELIAS: Pois. Essa é a resposta mais fácil. Ah ah ah ah!
DESCONHECIDO: Está bem. Só mais uma coisa.O Sr. Miagi e... (Inaudível) faleceram – fizeram a transição. E nós estávamos a debater... (Inaudível) Ele estava a ter... e nós conversamos bastante antes dele optar por fazer a migração dele, e o amigo que ele tinha e eu decidimos que devíamos pôr um casaco sobre o corpo dele, após ter falecido, e ele decidiu reemergir à flor da consciência e dirigir-me um olhar de esguelha, (Elias dá uma risada) pelo canto do olho, fazendo-me saber que obviamente não estava satisfeito por lhe ter colocado o casaco naquele instante.
Contudo a nossa vontade prevaleceu – e removemos o casaco mais tarde – e eu estava a afastar os braços dele com todo o cuidado, em relação ao que tampouco acreditei que ele se sentisse demasiado importunado, mas numa das mãos dele que eu movia surgiu novamente um rubor, e nós passamos por um breve período de intercâmbio de energia, e troca de pensamentos, a seguir ao que ele voltou à sua migração. Quero dizer, tenho consciência daquilo que experimentei, mas gostava de ouvir-te confirmar que o que me foi dado experimentar corresponde àquilo por que passei.
ELIAS: Sim... (Inaudível) (Riso por parte do grupo) Nas áreas não físicas da consciência, eu vou-vos dizer que nós não consideramos que um indivíduo esteja morto, conforme previamente tive ocasião de referir – no período aproximado de duas das vossas “semanas” que precedem o desenlace - por ele permanecer naquele estado de intermitência, e ainda não ter emergido para fora. O estado em que se encontra, a consciência em que se acha, constitui literalmente uma intermitência, só que na escala de tempo que usais dura aproximadamente duas das vossas semanas. E durante esse período, eu diria que o indivíduo continua a tomar parte no foco físico; ele não se encontra verdadeiramente morto. E nessa medida, torna-se bastante possível que ele possa retomar a consciência do seu corpo de uma forma limitada, de um modo geral – não que a consiga reanimar – porque de uma forma geral não o fazem, só que não é invulgar que ocorram períodos de reanimação.
DESCONHECIDO: Obrigado.
ELIAS: Não tens o que agradecer.
DESCONHECIDO: Como estará a minha irmã?
ELIAS: Bem.
DESCONHECIDO: Óptimo.
DESCONHECIDO: Como estará o meu marido?
ELIAS: Sente curiosidade.
DESCONHECIDO: Ai sente? Ele finalmente já terá descoberto que está morto?
ELIAS: Não por completo mas sente-se curioso.DESCONHECIDO: ...(Inaudível) não é?
ELIAS: Sim, mas curioso. Sim.Muito bem, meus amigos! Expresso-vos um tremendo afecto a todos, e uma enorme gratidão pela vossa partilha. A todos vós estendo a minha energia a encorajar-vos e a apoiar-vos em tudo o que fizerdes, e em todas as explorações da consciência que empreenderdes. E toca a sentir! (Riso) A todos vós, meus queridos amigos, au revoir.
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