Session 2867
Translations: EN DE ES

Attachments to Your Genuine Identity

Topics:

“Suplementos que Associais á Vossa Identidade Genuína” “Interligação” “Definição de Independência” “Definição de Vulnerabilidade”





24 de Outubro de 2009/ Vermont
Tradução: Amadeu Duarte

ELIAS: Boa tarde.

ALL: Olá, etc.

ELIAS: Sejam bem vindos. Hoje, vamos debater as afectações ou os elementos acessórios (ou formas de apego). Terá algum de vós noção de alguns elementos acessórios actuais que associeis à vossa identidade genuína e daquilo em que consistirão?

PERGUNTA: Em qualquer coisa. (Elias ri, enquanto se geram risos abafados)

ELIAS: (De um modo bem humorado) De certo modo, porém, alguns tornam-se mais significativos que outros. Um dos aspectos deveras significativos desta mudança que a consciência atravessa presentemente – movimento esse que procede da vossa mudança individual que está igualmente a ser evidenciada pela expressão das massas - consiste no avanço rumo ao reconhecimento da vossa identidade genuína.

Em, que consistirá essa vossa identidade genuína? A vossa identidade genuína é aquele “eu” ou parte de vós que se acha separada de todas as afectações e elementos acessórios que considerais como parte da vossa identidade, mas que não são. E em que coisa consistirá um elemento acessório desses que são relacionados à vossa identidade? Um elemento acessório é aquilo que associais às experiências porque passais, àquilo que aprendestes, e àquilo que vos foi ensinado. E alguns desses factores do conhecimento adquirido ou do que vos foi incutido, ou que esteja associado ao que criastes em relação às vossas experiências, tornam-se acessórios ou apêndices relacionados à vossa identidade.

Um exemplo bastante simples que se acha associado às experiências: A maioria cria experiências com respeito aos relacionamentos; e vós gerais associações em relação a essas experiências. Já tive ocasião de referir, previamente, que as associações constituem as formas de avaliação que gerais em relação a qualquer experiência. Fazeis isso em relação a TODAS as experiências. Estabeleceis associações. E algumas tornam-se mais óbvias e vigorosas que outras, mas vós estabeleceis associações em relação a todo o género de experiências. Com tal modo de avaliação relativo à experiência que fazeis, estabeleceis uma avaliação correspondente em termos de boa ou má. Portanto, uma associação consiste numa avaliação, que comporta o elemento acessório de “bom” ou de “mau”, em relação a uma dada experiência.
“Beijei a moça, e aquela experiência foi óptima.” (riso) O beijo consiste na experiência; a associação consiste na avaliação dessa experiência: “O beijo foi bom”.
Bom; em relação às experiências e às associações, muitas vezes gerais experiências repetitivas ou criais experiências que comportam uma grande semelhança entre si. “Eu beijei a rapariga várias vezes, e de cada uma delas foi uma experiência formidável”. (riso)
Nessa situação, o que estais a fazer é reforçar a associação, situação essa em que a associação se torna cada vez mais forte – não que estejais o tempo todo a pensar na associação, mas ela é registada.

A consciência do vosso corpo armazena as recordações todas, pelo que todas as vossas experiências se acham armazenadas sob a forma dum banco de memórias na consciência do vosso corpo. Todas as experiências se acham armazenadas sob a forma de memória na consciência do vosso corpo, assim como as associações que estabeleceis; quer a experiência tenha sido boa ou má.
Nesse âmbito, algumas associações e experiências tornam-se de tal modo familiares e de tal forma parte daquilo que sois, que se tornam acessórios à vossa identidade.

PERGUNTA: Relacionar-se-á isso aos “relicários” sobre os quais te pronunciaste anteriormente?

ELIAS: Pode ser que não se achem necessariamente. Podem tornar-se “relicários” (Nota do tradutor: Por “relicário, Elias refere-se a algo que tornamos de tal modo intransponível ou inexpugnável que preferimos deixar que permaneça na sombra, por assim dizer, e não tomar consciência da sua presença ou existência) mas não começam por ser isso. São acessórios ou apêndices. Nesse contexto, um indivíduo poderá expressar tal coisa em relação às relações, como no caso do indivíduo que gosta de se divertir e de ser engraçado. Na realidade, isso pode não fazer necessariamente parte da sua identidade genuína mas ser parte daquilo que experimenta. Pode ser que na sua experiência, aquilo por que sente mais atracção, aquilo de que mais gosta nas relações e o que se repita mais seja a criação de relações divertidas ou em que faz de tolo, ou se torna bastante activo. Isso poderá ou não fazer parte da identidade genuína do indivíduo mas definitivamente, há-de fazer parte dum acessório que é formado com base nas experiências dele.
Ou então, “Eu não me saio lá muito bem e sou pouco funcional a relacionar-me e sempre pareço criar rupturas, pelo que repetidamente fico com a impressão de não conseguir criar um relacionamento duradouro.”
Isso poderá não constituir a identidade genuína do indivíduo, mas perfazer a sua experiência. É por isso que estabelece tal elemento acessório à sua identidade e expressa ser tal coisa: “Isso é o que eu sou. Não sou capaz duma relação bem sucedida.” Porque a sua experiência diz-lhe que ainda não se conseguiu dar bem nas tentativas que estabeleceu para criar um relacionamento. Isso não é o que ele é, mas ele pode começar a gerar essa afectação ou esse elemento acessório à sua identidade, que na realidade é parte da sua experiência, sem ser necessariamente aquilo que é. Isto é um exemplo de experiências como um acessório.

Existe outro tipo de elementos acessórios que agregais à vossa identidade. Elementos que são adquiridos (pela aprendizagem) ou que vos são ensinados. Adquirido nem sempre é sinónimo de aprendido; porém, segundo a noção que tendes, aprender sem que aquilo que aprendeis vos tenha sido ensinado, nem recebido por intermédio da instrução. Um indivíduo pode gerar uma associação ou a percepção, uma avaliação de si próprio como desajeitado. Porque na sua experiência isso pode dar lugar a uma certa tendência para talvez deixar de prestar uma atenção cuidada em relação ao que faz, e talvez gere uma inépcia ou todo um embaraço físico e por isso aprende em relação à consciência do seu corpo nessa área, e estabelece uma avaliação, avaliação essa que agrega à sua identidade. “Não sou lá muito ordenado fisicamente.”
Isso poderá não ser necessariamente exacto nem correcto e pode nem fazer parte da sua identidade genuína e ele ter agregado isso à sua identidade. E em seguida o indivíduo associa isso como parte de si: “Isto é parte do que sou.” Não, não necessariamente.

Um acessório bastante AMPLO que iremos abordar e que todos vós partilhais, e o acessório que representa uma pedra preciosa para vós e para as vossas sociedades. (Com humor) Essa pedra é bastante preciosa, e TODOS vós valorizais sobremodo essa gema. E esse acessório é o da independência.

Todos desejais independência. Todos a valorizais e todos quereis ser independentes. E além disso estais dispostos a sacrificar-vos pela causa da independência, por ela constituir uma gema bastante valorizada. E ao que equiparais essa independência?

PERGUNTA: À liberdade.

ELIAS: Liberdade. Esse termo é quase sinónimo de liberdade no conceito que dele fazeis. Presentemente vou-vos dizer que a independência NÃO constitui liberdade, e além disso comporta muito pouca semelhança com a liberdade real. A independência é factor de obrigação. Porque no seu caso, ela incorpora os seus próprios tentáculos, os quais estabelecem os seus próprios acessórios. Com a independência sobrevém o sentido de responsabilidade, do controlo e das escolhas acertadas. Essas são as fundações da independência. Se fordes independentes tendes que estabelecer as escolhas acertadas. Deveis tornar-vos responsáveis e deveis controlar essa independência, a fim de a preservardes. E a sua preservação constitui uma OBRIGAÇÃO contínua. Mas, como percebereis o termos “obrigação”? Como trabalhos. A independência constitui trabalhos pois requer considerável energia para a sua preservação. E nesse sentido, deixai que vos diga que quaisquer que sejam os acessórios que estabelecerdes com vigor em relação à vossa identidade, não estamos a depreciar o assunto a fim de o eliminardes. Não é que a independência seja inteiramente má porque existem graus variados de independência – ou de acessórios – que são benéficos. E isso presta-vos um benefício, mas existem igualmente aspectos suplementares que agregais que vos limitam, se tornam em obstáculos vinculativos e impeditivos.

No caso da independência, um dos obstáculos e um dos impedimentos é que a independência constitui uma forma de afastamento. Não vos tornais independentes em relação a (uma dada coisa ou característica); sois independentes de (qualquer coisa). A independência consiste no acto do afastamento de qualquer aspecto da vossa realidade. E geralmente aquilo que idealizais e em relação ao que vos passais a afastar consiste num tipo qualquer de obstáculo ou de restrição, mas a independência traduz uma restrição. Uma das restrições mais significativas que se expressa através da independência é o facto dela desencorajar a interligação e desencorajar a recepção. Pois, porque razão havereis de receber? Vós podeis conseguir isso. Porque havereis de vos interligar? Podeis sempre ser vós próprios. Vós próprios sois capazes de realizar. Se fordes independentes não existirá nada que vos impeça nem limite; mas não existirá mesmo?

Se dispuserdes duma habitação e a mantiverdes – por serdes independentes – essa habitação deverá achar-se sob a vossa responsabilidade e nesse caso esses três factores achar-se-ão bastante em jogo. Quando sois independentes, tudo o que se acha no vosso ambiente, tudo o que se situa na vossa mira, encontra-se ao vosso cargo; seja lá o que for que associeis a essa independência, deverá achar-se sob a vossa alçada – sois responsáveis por isso, pelo que também deveis controlar, e em resultado do que também deveis estabelecer as escolhas acertadas em relação ao que se ache sob o vosso controlo e àquilo por que vos sentis responsáveis. De que escolhas acertadas se deverá tratar? Isso gera uma tremenda confusão e conflito no caso de muita gente, por constituir uma luta contínua para decifrar aquilo em que deverão consistir essas escolhas acertadas para manter a vossa independência. Quando vos tornais inteiramente independentes, torna-se menos provável que vos permitais receber auxílio da parte dos outros.

Torna-se menos provável que vos permitais receber prendas. A menos que sejam que se justifique. (De modo bem humorado) mas se não se justificarem – se forem oferecidas de forma espontânea e sem razão aparente – isso não se fará necessário de todo. “Não é preciso que me ofereças nenhuma prenda! Eu sou suficientemente capaz de a oferecer a mim próprio! Não preciso de ti; eu sou capaz de cuidar de mim próprio. Não preciso de auxílio porque sou capaz de solucionar os meus próprios dilemas.” Mas mesmo quando permitis que vos prestem auxílio, deixais que ele vos seja oferecido quando vos achais num maior desespero ou quando percebeis não serdes completamente capazes de resolver os vossos problemas por vós próprios. Mas haveis de aceitar ou de inscrever esse auxílio nos parâmetros que vós próprios estipulardes. Por isso, existem muitos aspectos da independência que na realidade são limitativos. Mas não é somente a independência, porque isso é apenas um suplemento. É um elemento acessório bastante amplo. É um que todos vós partilhais e que todos encarais como uma pedra preciosa, mas existem variadíssimos elementos acessórios desses.

O que se pretende com este assunto é compreender que aquilo que sois não é necessariamente aquilo que fazeis. Aquilo que sois não é aquilo que aprendestes. Nem o que vos foi incutido.

Outro exemplo: um indivíduo poderá, na sua maneira de ser genuína, estabelecer uma orientação na sua livre expressão, por meio da qual não sinta propriamente qualquer preferência nas suas relações nem nas companhias que tem. Talvez ele se expresse naturalmente dum modo que não se adeqúe ao que é. Talvez o indivíduo na sua identidade e expressão naturais, se a tal se permitir, venha a estabelecer várias relações com vários indivíduos e não se sentir bem com nenhum. PORÉM, esse mesmo indivíduo poderá, em relação ao que tenha aprendido e ao que lhe tenha sido ensinado, chegar à idade de vinte anos, digamos, e voltar-se para a busca duma companhia e juntar-se a ela, com a ideia de se casar, constituir família, passar a ter a sua própria casa, conseguir uma carreira própria - isso é o que lhe terá sido ensinado; aquilo que se espera dele. E muitos enveredam por essa via e sentem-se confortáveis com ela, e avançam num sentido natural, mas muitos há que não.

Isso constitui apenas um exemplo, pelo qual o indivíduo poderá gerar essas experiências e escolher essas direcções sem que se sinta propriamente confortável. Poderá tolerar o que fizer, e não diria que o aceitem, mas é isso que se espera, isso é o que ele esperará de si próprio, “Isso é o que vós fazeis, e como tal deverá ser aquilo que eu vou fazer.” E fazem-no. E poderão sentir-se em segurança. Por vezes poderão mesmo sentir um conforto neutro – em certas alturas - mas eles existem num todo. E não honram o seu eu genuíno – eles nem sequer conhecem aquilo em que consiste esse seu ser genuíno. Porque tudo o que conseguem divisar em relação a esse ser genuíno são todos esses elementos acessórios. (Nota do tradutor: Daí a elevada importância da honestidade, que consiste primordialmente em termos consciência e honrarmos a nossa natureza)

Bom; que importância terá a consciência desses acessórios? A intenção reside no facto de, quando tiverdes consciência e puderdes identificar esses acessórios em relação à vossa identidade, também podereis reconhecer que não sois realmente nada disso. Isso será o que fazeis, ou aquilo que quereis fazer, mas não o que “tenho que fazer”. Os apêndices ou elementos acessórios, criam o sentido de dever, as obrigações ou os imperativos. E também o que não deveis fazer. E aquilo que sois genuinamente não incorpora esse sentido de dever nem obrigação nem imperativo algum. Isso não se acha associado ao vosso eu genuíno. Ora bem; isso não quer dizer que não escolhais tais aspectos, tais expressões de apego, nem sequer que não queirais escolher algumas delas – porque o fazeis! Existem aspectos entre todos esses elementos acessórios que correspondem à vossa preferência. Que realmente são do vosso agrado e que desejais expressar.

Por isso, eles não são necessariamente maus mas se não tiverdes consciência deles limitam-vos. Quantos não se depreciam de forma veemente para de seguida justificarem esse acto através da expressão, “Mas isto é o que eu sou, é tudo o que eu sou, e não posso mudar isso.” Podeis, sim. Porque o vosso ser genuíno não é tão limitado assim quanto os elementos acessórios que vos atribuís. Esses apêndices podem quer tornar-se numa casca que vos prende de forma consistente e através da qual não sereis capazes de brilhar, como podem também transformar-se em adornos decorativos. São capazes de criar padrões interessantes e espantosos e curiosos por meio dos quais consigais brilhar. Mas em muitas situações eles constituem uma concha dura que não permite que se expressem com autenticidade e de modo livre pelo que genuinamente são.

Alguns são observadores naturais e sentem-se à-vontade e expressam uma ausência natural de envolvimento. Mas podem encontrar-se no meio duma multidão e os demais pressionarem-no no sentido de se envolverem, pelo que poderão aceder, por acharem “dever faze-lo”. Devem falar com os demais mas isso pode não corresponder necessariamente àquilo que são genuinamente, pelo que, então que devereis vós fazer? Mas porque havereis de vos comportar de um modo que não vos seja natural? Alguns são naturalmente exibicionistas e podem achar-se no seio dum agrupamento de indivíduos que desejam que eles permaneçam sossegados! (Ri para dentro)

Muito bem, porque havereis de permanecer sossegados? Isso não se encaixa na vossa expressão natural, e por isso, sim, vós interagis uns com os outros, e estabeleceis regras em grupo, e criais tendências de grupo em termos de conduta, mas se conhecerdes o vosso movimento natural, o vosso modo de expressão natural, também podereis escolher com quem e onde haveis de interagir. Se não fordes naturalmente indivíduos que gostem de permanecer na tranquilidade, não escolhereis achar-vos em situações em que se espere que permaneçais sossegados. Se fordes indivíduos com uma tendência natural para o sossego, e não tanto interactivos assim, não escolhereis estar em situações em que tenhais que interagir e envolver-vos tanto. Se tiverdes consciência da vossa própria independência podereis escolher o modo de a expressar melhor – não em detrimento próprio mas em benefício próprio; como haveis de vos ligardes, e não permanecer sós.

Quantos dos que aqui se acham presentes já experimentaram momentos em que se sentem bastante sós? (A maioria dos participantes no grupo ergue a mão) Se algum de vós me dissesse que não (Elias ri para dentro) eu dir-vos-ia que estaríeis a delirar. (Desatam todos a rir)

PERGUNTA: Eu sabia que irias dizer isso, e foi por essa razão que não ergui a minha mão.

ELIAS: Ah, sim. (todos riem) E quando será, em termos gerais, que vos sentis mais sós?

PERGUNTA: (Inaudível) No meio duma multidão?

PERGUNTA 2: Quando estamos a esforçar-nos por ser realmente independentes?

PERGUNTA: Sempre que me deprecio.

ELIAS: Assim parece. Quando vos atribuís juízo crítico sentis-vos bastante sós. Quando percebeis estar a fazer algo errado sentis-vos bastante apartados e sós, por mais ninguém vos compreender. E mais ninguém interpreta a vossa experiência, pelo que vos sentis bastante sós. Quando não conseguis decifrar aquilo que percebeis ser um problema significativo que estais a criar, sentis-vos sós. Vós JAMAIS estais sós. Gostaria de expressar que apesar de não existirem absolutos, esse seria o factor mais próximo de constituir um absoluto: É-vos quase impossível estar sós. Por que vós sois consciência, razão porque estais sempre interligados ou em contacto. Quer vos permitais ou não reconhecer esse facto, e reconhece-lo como verdadeiro, será uma situação totalmente diferente, mas jamais estais sós. Bom, isto não quer dizer que o que sentis não seja bastante real. Porque o é. Mas será válido? Não. Mas terá importância que não seja válido? Em muitas situações. Nem sempre. Importar-vos-eis que isso não seja válido em muitas situações em que vos sentis bastante sós?

(Elias e vários indivíduos do grupo): Não.

ELIAS: Podereis perguntar-vos, “Será este sentimento válido?” Podeis, sim. E podeis igualmente expressar para convosco, “Não, isto não é necessariamente válido.” Por via de regra, importar-vos-á isso nesse momento, por sentirdes o que estais a sentir? – Não, geralmente não dais importância ao facto de poder não ser válido.

PERGUNTA: Puxa vida, desconhecia que tinhas conhecimento disso. (Todos se partem de riso) Mas tu sabias! Obrigado.

ELIAS: Nesse sentido, o que é significativo recordar é que, apesar de cada um de vós ser singular, e individual, e talvez um tanto independente, não estais sós, mas por si só cada um de vós não vale uma palha. Vós constituís um tecido que se acha entrançado, e nem a distância nem o tempo pesam nesse tecido. A proximidade física não tem expressão nesse tecido, nem vos podeis separar dele, e quando um fio desse tecido se gasta, todo o tecido começa a deixar de cintilar. Quando um fio do tecido brilha, o resto do tecido também brilha. Poderá parecer-vos não ser assim na vossa experiência individual, mas a razão porque vos poderá parecer não ser assim é por vos deixardes apanhar de tal modo na vossa teia do acessório e do isolamento e da independência, a qual vos cria essa impressão de separação. Mas ainda não vos achais apartados.

PERGUNTA: Ao mencionares o assunto da independência, isso faz-me lembrar a ideia da nossa nação; nós proclamamos a Declaração da Independência, e sobre aquilo de que nos estamos a apartar, e como o fazemos e temos a ideia de sermos tão distintos – e obtemos uma tal noção de responsabilidade, na qualidade dos Estados Unidos da América, que na verdade estamos a separar-nos do resto do mundo com essa independência.

ELIAS: E que fazeis enquanto nação? Esses três factores acham-se bastante presentes, não estarão? As escolhas acertadas, a responsabilidade e o controlo.

PERGUNTA: Exacto, e é aí que nos situamos no presente, e é por isso que grande parte do mundo está de olhos postos em nós numa atitude de menosprezo, por nos termos separado – e nos colocarmos num pedestal, devido à nossa independência.

ELIAS: Exacto.

PERGUNTA: Portanto, tudo o que estás aqui a referir, eu relaciono à minha nação...

ELIAS: Mas vós também fazeis isso individualmente!

PERGUNTA: Não só individualmente, individualmente e em massa.

ELIAS: Sim, assim parece.

PERGUNTA 2: Penso que podemos assistir a isso internamente, no que diz respeito ao debate do sistema de saúde também.

PERGUNTA 3: Sim.

ELIAS: Assim parece, e isso reflecte-se dum modo particularmente evidente, actualmente, por estardes a dar atenção a isso.

PERGUNTA 3: E baseamo-nos por detrás da Declaração da Independência, e de QUEM somos, e DO QUE somos, mas não estamos a conseguir a liberdade almejada. Aquilo que estamos a fazer é a apartar-nos e a tornar-nos mais responsáveis em relação aos outros.

ELIAS: Exacto. E permanecemos dissociados, ao invés de estarmos em contacto. A liberdade é alcançada e expressada por intermédio da interconexão. É nisso que reside a vossa liberdade, nas vossas ligações recíprocas. No conhecimento de que qualquer que seja a vossa incapacidade de criação, outro indivíduo conseguirá realizar isso e vos complementa. Por isso vós realizais-vos e complementais-vos. E em termos bastante realistas, quando vós caís, sempre existirá outro que vos erguerá. Por vos achardes interligados. Quando gerais uma acção, aquilo que fazeis é sentido no outro lado do mundo; isso não representa uma mera teoria ou hipótese, porque é assim. Isso afecta. O que conseguis perceber em relação ao que fazeis é somente alusivo à vossa insignificante experiência individual que não toca mais ninguém, e em relação ao que mais ninguém colherá qualquer benefício, por nem sequer ter conhecimento daquilo que estais a fazer, mas têm. O vosso nome pode não ser conhecido nem o vosso rosto, mas a vossa energia é pressentida. A energia consiste numa expressão bastante concreta.

Ela é capaz de se mover em qualquer direcção e de transpor qualquer distância. A vossa energia, aqui presente neste compartimento, actualmente, alcança os confins mais distantes do vosso universo, que nem sequer conseguis alcançar com a vista. E no entanto acha-se presente. O que quero dizer é o que fazeis com essa energia. Cada um de vós é - e não posso enfatizá-lo tanto quanto gostaria de o fazer - quer acrediteis nisso quer não (facto esse que iremos igualmente debater, ou seja, aquilo em que acreditais) – cada um de vós, dizia eu, traduz uma força semelhante à de qualquer sociedade. Qualquer que seja a expressão de poder que atribuais a qualquer colectividade pertencente a uma dada sociedade, cada um de vós, individualmente é igualmente poderoso e traduz idêntica capacidade de realização.

É tão real quanto os vossos corpos físicos. É mais vasta que os vossos corpos físicos, e mais libérrima que eles e do que o vosso intelecto, por não conhecer qualquer fronteira.

Outro exemplo duma situação actual da vossa realidade, relativa à vossa economia e à vossa situação global, e nesta nação em particular existem indivíduos - não é Catherine? – que a despeito da aparência que a economia assume ou do número de empregos ou de postos de trabalho em falta, são capazes de criar a exacta ocupação que é requerida e fazer exactamente aquilo que desejam fazer. Correcto?

PERGUNTA: Exacto.

ELIAS: Exacto. A despeito da sociedade ao vosso redor poder expressar desgraças e perdição e não estarem em tempos de fazer determinadas coisas, por ser negativo. Vós sois tão poderosos quanto o vosso governo, a despeito do número daqueles que representem as massas, porque o vossa individualidade é igualmente poderosa. É tão poderosa quanto qualquer sociedade e sois capazes de realizar qualquer coisa que desejeis empreender, sempre que o desejardes. É apenas uma questão de removerdes alguns dos obstáculos que tendes. O cliché que empregais, “Deixar de fazer à minha maneira”, em cujo sentido, “vossa maneira”, representa o vosso aspecto pessoal acessório. Permitindo que isso não se torne num incrível GRAMPO em termos de imposição, mas ao invés um material flutuante que represente uma decorações e não um encaixotamento que vos aprisione – o que vos permite uma liberdade genuína na vossa interligação. Quantas vezes não vos referi eu a todos que em relação à manipulação da energia se torna muito mais eficiente e mais rápido na obtenção de resultados se conciliardes as energias?! Todos vós estais familiarizados com esse termo: conciliar as energias. Em que consistirá isso? Isso significa interconexão. Vós realizais muito mais rapidamente, com muito mais eficiência, de modo eficaz e vigoroso quando vos achais interligados, do que quando vos separais e permaneceis sós. (a murmurar) E vós não estais sós.

Outro aspecto disso, que se acha igualmente ligado ao que referíamos em relação à situação de vos sentirdes sós e de vos questionardes – “Será isto válido?”, ou sobre a importância da validade da coisa. O que se torna significativo é aquilo em que acreditais nesse momento. Não nas crenças que sustentais mas no que acreditais no momento em que estais a experimentar, o que se torna válido em qualquer experiência, mas torna-se sobretudo importante quando sentis desconforto, ou estais aflitos, alheados, ou vos sentis sós – em que estais a acreditar nessa altura? Porque o que quer que seja aquilo em que estiverdes a acreditar, também confiareis nisso com todas as vossas energias e quase de forma implícita, sem questionardes. Por isso, torna-se significativo que vos interrogueis – neste momento, em que estarei a acreditar? “Que acreditarei que esteja a ocorrer? Que pensarei em relação a mim próprio? Em que acreditarei em relação ao meu mundo? E em relação aos outros?” Porque nisso é que acreditais nesse momento. Além disso, se prestardes atenção àquilo em que acreditais podereis, com tanto vigor quanto com facilidade reforçar o vosso reconhecimento da confiança. É frequente debatermos a confiança. E é frequente faze-lo em casos específicos, porque muitos indivíduos podem ser um tanto esquivos. Em que consistirá a confiança? “Como saberei se tenho confiança?”

Uma das formas através das quais sabereis se estais a confiar consiste em vos interrogardes sobre aquilo em que acreditais, porque vós confiais nisso – e com que facilidade expressais essa confiança! E isso não representa um esforço nem sobrecarga por aí além. E, seja lá o que for em que acrediteis, vós acreditais. E isso constitui um vigoroso exemplo daquilo em que confiais, e da forma como confiais. Se acredito nisto, confio na coisa. E esse é um processo através do qual podereis avaliar no vosso íntimo o modo como confiais, aquilo em que confiais e aquilo em que não confiais. Além de ser uma maneira por meio da qual se torna fácil definir aquilo em que confiais e deixais de confiar em relação a vós igualmente. Em que acreditarei em relação a mim próprio? Acredito nisto e deixo de acreditar naquilo em relação a mim próprio. Isso pode revelar muita coisa, pode ser um grande auxílio e gerar-vos uma maior clareza relativa à autenticidade do que sois e em relação às escolhas que quereis efectivar, ao invés de o fazerdes de forma automática.

Vamos fazer um intervalo e logo prosseguiremos com a possibilidade de colocardes as vossas questões.

TODOS: Obrigado!


INTERVALO

ELIAS: Vamos continuar. Vou aceitar as perguntas que me quiserem dirigir.

(Ouve-se um espirro altissonante seguido de riso)

PERGUNTA: Bom, como é do conhecimento geral, eu gosto de falar, mas desta vez vou fazer algo diferente. Gostava de ter a possibilidade de me dirigir à vulnerabilidade - que as pessoas, na sua maioria encaram como uma fraqueza - e de perguntar como será que ela funciona em termos de independência e da abertura que a vulnerabilidade estabelece e que as pessoas temem, e tudo o mais, pelo que te peço que tomes a palavra porque eu já bailei e já interpretei a minha deixa. (Na verdade foi coisa que fez durante o intervalo)

ELIAS: (Ri) Consequentemente, a tua pergunta e o assunto a que alude envolve a questão de saber de que modo a vulnerabilidade se acha associada à independência, não é?

PERGUNTA: Bem, é, no seguinte sentido - se formos independentes e possuirmos um carácter forte, e se nos tornarmos vulneráveis e confiarmos ou contarmos com todos esses indivíduos, isso vai acabar por criar uma abertura que a maioria encara como uma fraqueza.

ELIAS: Muito bem. Antes de mais, é uma questão de definirdes a independência e de reconhecerdes que a dependência na realidade não significa o contrário da independência, e que a dependência é uma expressão completamente distinta que na verdade não se acha relacionada com a independência, ao contrário do que vos é dado pensar. Geralmente a dependência é expressada pelas pessoas que se depreciam significativamente ou de modo crítico, e que diminuem as próprias habilidades e geram uma percepção de não conseguir realizar acções por si sós, pelo que depositam a sua atenção no exterior em busca de aprovação e de aptidão, com o que se voltam no sentido de confiarem que os outros desempenhem actos por sua vez, em relação à sua espantosa auto-depreciação. A independência já é um assunto completamente diferente, porque as pessoas podem depreciar-se com rigor e continuar a ser independentes.

A independência é mais uma acção por meio da qual as pessoas geram essa percepção do que chamais auto-suficiência. E nesse sentido, é por isso que as pessoas estimam tanto essa expressão, porque de certa forma, permite que o indivíduo revele os seus dotes, por assim dizer, ou as suas capacidades; expressar as suas capacidades, pelo que isso deverá tornar-se no aspecto de independência que designaríeis como bom ou benéfico, mas que se gera igualmente de forma extremada, em resultado do que cria uma situação de dissociação sem que ela se permita reconhecer – não meramente com os outros mas como interligação com o Todo. Ligação estreita com todo o vosso ambiente, com o vosso mundo, com o vosso universo, com a consciência, a despeito da forma como se manifeste. Vós estais interligados com tudo isso. Estais interligados com a montanha, com o ribeiro, com o ar, assim como com o universo tal como o percebeis e o vedes, e não apenas com os outros - se bem que os outros formam uma parte significativa daquilo com que vos achais em estreita ligação.

Bom, em relação à vulnerabilidade, ela pode ser expressada em qualquer situação. Na realidade, a vulnerabilidade haverá de ser menos expressada no caso daqueles que designaríeis como dependentes, apesar de superficialmente parecerem ou apresentarem uma fachada de camuflagem pela aparência de serem vulneráveis – coisa que na realidade não são. Esses indivíduos geralmente expressam uma maior defesa, em razão do que apresentam maior quantidade de barreiras e de bloqueios – mais muros em relação a esse factor de interligação. Permitem-se uma menor interligação, a despeito de superficialmente recrutarem outros para o que parecerá assumir os traços dum auxílio. Aquilo que estão a fazer (nesse caso) é a recrutar as capacidades dos outros e as suas expressões e a substituí-las pelas suas. E com isso, deixam de expressar vulnerabilidade e abertura, porque falando em termos gerais, não pretendem que os outros os vejam. Desejam permanecer escondidos. Não têm a intenção de deixar que vejais a sua vulnerabilidade nem a sua abertura porque isso haveria somente de realçar e de enfatizar aquilo que já estão a depreciar em si mesmos: uma falta de capacidade, tal como o percebem.

Em relação à independência, ela é capaz de se virar em qualquer direcção. Se uma pessoa reconhecer de forma autêntica a sua ligação com os outros e com o Todo, ele poderá expressar uma vulnerabilidade e uma abertura autênticas sem se sentirem ameaçados por expressarem também confiança e satisfação em si mesmos. Quando eles se sentem confortáveis, então torna-se fácil permitir essa interligação com os outros. No geral, quando vos sentis pouco à-vontade convosco próprios, também bloqueais essa interligação com os outros, o que também vai reforçar a sensação de solidão. Com isso, se uma pessoa expressar independência em relação ao acessório da forma que estivemos a debater, isso pode criar um bloqueio em relação à vulnerabilidade, porque o indivíduo pode fechar-se em si próprio e não se permitir reconhecer essa interligação com o Todo, e em resultado disso gerar uma considerável energia apenas com a manutenção da sua independência sem se permitir abrir; interligar-se.

A vulnerabilidade não é nenhum factor negativo, nem nenhum convite fácil à mágoa. A vulnerabilidade consiste numa expressão de abertura que vos possibilita um benefício, porquanto vos permite receber. Ao contrário das crenças religiosas que referem que o “dar é muito melhor que receber”, eu não estou de acordo. Receber traduz o dom fundamental que podeis oferecer a vós próprios pois existe tanta riqueza na vossa realidade que o receber traduz unicamente o acto de vos permitirdes absorver essa riqueza, e de tomarem parte nela. Nem sempre se traduz pelo acto de dardes coisas uns aos outros. O receber consiste num acto de permissão. Sois vós a permitir-vos associardes; a atrairdes a partir do exterior. Já debatemos bastante a importância de prestardes atenção a vós próprios e de terdes consciência do que ocorre no vosso íntimo, mas vós não participais na realidade de forma isolada. Não sois um indivíduo só que ocupa toda a vossa Terra. Existem muitíssimos de vós e todos vos encontrais a interagir e afectais-vos mutuamente, tal como previamente expressei; quer estejais ou não objectivamente conscientes disso, vós afectais-vos uns aos outros por modos que, no geral, nem sequer compreenderíeis. Mas no contexto duma expressão de independência, com o conhecimento de estardes interligados e de que nessa interligação os outros não estão prontos a intrometer-se nem a magoar-vos.

Isso é um aspecto igualmente significativo em relação à vulnerabilidade. As pessoas desconfiam em relação a expressarem essa vulnerabilidade porque vós associais automaticamente que isso vos abrirá uma porta em relação a qualquer outro indivíduo que possa prejudicar-vos e intrometer-se, ou possa tirar vantagem. Ninguém poderá intrometer-se, nem tornar-se fonte de mágoa nem prejudicar-vos nem tirar proveito de vós a menos que o permitais. Geralmente, quando permitis que se crie essa situação, já estais a projectar uma energia de depreciação pessoal, o que vos está a atrair essa acção de volta a vós. Muito antes de outro indivíduo vos abordar por alguma forma penosa, inquietante ou perturbadora, aborrecedora, prejudicial, já tereis estado a projectar essa energia em vós e já tereis estado a atraí-la de volta a vós, pelo que o passais a criar. Nesse sentido, a vulnerabilidade genuína consiste numa expressão autêntica de abertura. Quando as pessoas referem sentir-se magoadas ou estarem a ser vítimas de intrusão, não estão a expressar abertura. A abertura requer o pré-requisito do reconhecimento de vós próprios. Do vosso valor. Um reconhecimento da vossa dignidade.

Uma expressão de vulnerabilidade segundo os moldes em que o concebeis, por meio da qual um indivíduo refere, “Eu estou a abrir-me”, e pela qual o indivíduo experimenta alguma acção em seu prejuízo - não, isso não é abertura genuína; isso é uma falsa abertura e não passa duma fachada. É o que pensais estar, quando estais abertos e a permitir que esse indivíduo interaja convosco.

Permitir que outro indivíduo interaja convosco não é necessariamente estar aberto. Estais continuamente a permitir que outros indivíduos interajam convosco. Se conseguísseis perceber em termos visuais os vossos próprios campos de energia enquanto interagis com os outros, isso indicar-vos-ia se estaríeis de verdade a ser vulneráveis. Se o vosso campo de energia estiver a ser mantido muito próximo e justo à vossa consciência do corpo - não, não estareis a abrir-vos nem a ser vulneráveis, apesar de poderdes expressar o contrário. Estais a permitir que o outro indivíduo interaja convosco. Mas existe uma diferença significativa entre permitir que outro indivíduo interaja convosco e permanecer aberto a esse mesmo indivíduo que está a interagir convosco e com quem estais bem familiarizados. Ao criardes situações através das quais podeis estar a entreter conversa com um outro indivíduo e permitis que ele expresse a sua opinião, enquanto no vosso íntimo expressais para convosco, “Bem, essa é uma opinião tua, a que terás direito, pelo que não me importo, mas discordo e na verdade nem quero prestar atenção, apesar de poderes expressar-te. Não vou manifestar receptividade mas também não te deterei de o manifestares, e cá para comigo vou dizer que aceito ou que te permito que te expresses.” Não, não estais a aceitar; não, não estais a ser vulneráveis. Não estais a expressar abertura. Apenas estais a permitir que outro indivíduo se manifeste. Estais a recepcionar o que ele diz? Não. Isso não é vulnerabilidade.

Quando vos sentis confiantes em vós mesmos, sentis-vos capazes de vos permitir tornar-vos vulneráveis, por não estardes a gerar o medo provocado pela ameaça da iminência de algum prejuízo, porque não existe perigo de dano na vulnerabilidade genuína, na abertura autêntica. Porque já tendes consciência de que, se existir prejuízo, vós estais a criá-lo – não o outro indivíduo. Bom; permiti que enfatize um ponto aqui: Não para dizer que a mágoa não seja bastante real, porque é. Nem para referir que sentir-se magoado seja mau, ou errado, porque não é. As pessoas são muitas vezes levadas a sentir mágoa, mesmo se têm consciência de serem eles quem a cria, e não a falta cometida por outro. Alturas existem e situações em que sois capazes de apresentar a vós próprios uma diferença significativa entre vós e outro indivíduo. E, dependendo dessa diferença, e dependendo do quanto vos caracterizardes pelos vossos princípios, e pela vossa própria percepção – não que isso seja mau, porque não o é – podeis ser levados a sentir mágoa, devido a que um aspecto de vós possa sentir pesar com essa diferença.

Isso não é necessariamente criar um juízo crítico negativo em relação ao que o outro expressa. Aquilo que ele expressa é uma comprovação da vossa própria diferença, e de que a própria diferença vos aflige, porque muitas vezes diferenças significativas originam a criação de barreiras nas pessoas. Estabelece um tipo de separação, pelo que se torna pouco natural e o vosso ser genuíno tem conhecimento disso. E em razão disso podeis sentir-vos magoados, mas não é o tipo de mágoa que definis ou que estejais acostumados a definir. Pode acontecer o mesmo quer culpeis outro indivíduo ou vos culpeis a vós, “Eu cometi isto a mim próprio, eu criei aquilo.” Não importa. A mágoa é a mesma, e é real. Isso não resulta da vulnerabilidade. Porque a vulnerabilidade e a mágoa constituem um acto de ameaça. Mas não existe na vulnerabilidade autêntica, por reconhecerdes que nenhuma fonte externa pode gerar ofensa a menos que o permitais; portanto deixa de existir ameaça. Mas a ofensa pode expressar-se no vosso próprio reconhecimento, interiormente, em relação a essa aflição causada pela separação e falta de contacto sempre que gerais diferenças significativas. E irei expressar de novo: isso não é mau, e com esta mudança não se está a criar nenhuma utopia. Não estais a eliminar os vossos sentimentos nem estais a substituir os sentimentos de falta de à-vontade pelos de conforto e de alegria.

PERGUNTA: Eu sei. (riso)

ELIAS: Uma das razões deve-se à vossa própria natureza. A vossa espécie Humana. Enquanto seres humanos, o desconforto torna-se motivador. Esforçais-vos e esforçais-vos por conforto, e depois atingis esse conforto e tornais-vos complacentes com ele. Vós referis-me continuamente – como poderei manter o conforto continuamente, sempre, sem jamais experimentar desconforto? Desligai-vos desta realidade, (riso) porque esta realidade incorpora emoção e sentimentos.

PERGUNTA: Isso chega a representar um dilema criativo, não é?

ELIAS: De que forma?

PERGUNTA: Bom, nós criamos conflito, mas é mais um tipo benéfico de conflito. Não se trata dum conflito que necessite tanto duma resolução. De facto, resolvê-lo dissiparia a criatividade que floresce com ele, pelo que chega a estabelecer um dilema, não?

ELIAS: Não necessariamente. Depende do indivíduo. Sim, os conflitos florescem dum tipo novo de informação e de novas explorações e experiências. Mas, serão desconfortáveis? Não necessariamente.

PERGUNTA 2: Permanecemos abertos na ocorrência dos conflitos?

ELIAS: Podeis permanecer, sim.

PERGUNTA 2: Como reconheceremos se permanecemos abertos durante o conflito, durante a discussão ou durante o debate com que estamos em desacordo?

ELIAS: Podeis estar em desacordo sem vos sentirdes ameaçados. Quando num debate ou num confronto, ou numa interacção em que sentis desacordo, notais que expressais algum aspecto de defesa, deixais de permanecer abertos, por estardes agora a fazer face a uma ameaça e estardes a responder a essa ameaça com um acto de defesa. E a diferença pode expressar-se por variadas formas. Nem sempre a defesa se expressa na qualidade do que percebereis como protecção pessoal, apesar de ser isso o que fazeis. Mas pode expressar-se duma forma bastante agressiva. Podeis sentir-vos motivados para vos expressardes com mais veemência numa tentativa de convencer os outros quanto à vossa opinião, ou ao vosso ponto de vista, ou no sentido de os instruirdes naquilo que ele não entende, ou do que percebeis que ele não entende, ou no sentido de lhe corrigir o que ele perceberá como “errado”.

E qualquer dessas expressões constitui uma defesa: estais a defender a vossa posição. Quando defendeis a vossa posição deixais de permanecer abertos. Deixais de ser genuínos para com o outro, e deixais de estar vulneráveis, por vos estardes a proteger. Estais a escudar-vos. Estais a bloquear o outro, e estais a deixar de vos permitir receber. O que estais a fazer é a projectar, e geralmente, tornais a coisa cada vez mais difícil até ao ponto em que um de vós – quer vós quer o outro acaba por ceder. E nesse caso, estabeleceis um empate.

PERGUNTA: Uma outra pergunta que queria colocar... De que modo haveremos de nos levar a reconhecer a interconexão?

ELIAS: Essa é uma excelente questão. E direi que inicialmente, para a maioria de vós, não é muito fácil, por vos manifestardes nesta realidade de modo singular, como indivíduos. Achais-vos alojados num corpo particular, e isso cria a ilusão da separação ou do distanciamento. Cada um de vós incorpora qualidades e expressões e identidades que vos são únicas. E portanto isso cria igualmente a aparência doutra forma de separação, e duma menor interligação. Mas, uma vez mais, a energia é ilimitada, e apesar de cada um de vós incorporar as vossas características e expressões e identidades únicas nesta realidade - que são individuais - a vossa energia não é necessariamente individual.

PERGUNTA: Não é?

ELIAS: Não. A energia é energia, e enquanto energia que é constitui um produto da consciência. É uma manifestação da consciência. E a consciência não pode ser separada, pelo que a energia não pode ser separada. Por isso, aquilo a que estais continuamente interligados é a energia, e ela não é limitada, quer pelo tempo como pelo espaço. E nesse sentido, a independentemente das opiniões e das qualidades, dos talentos e das capacidades, não importa. A vossa energia acha-se toda conectada. Sugiro-vos uma experiência. Já tive ocasião de sugerir que experimentásseis perceber os vossos campos de energia visualmente; tanto individualmente como uns com os outros. Para além de perceberdes os campos de energia que se acham mais associados à vossa consciência do corpo individual, sugiro-vos uma experiência que cada um de vós poderá empreender: Tentai apenas ver a energia. Haveis de começar a vê-la independentemente daquilo ao redor do que a perceberdes, seja uma cadeira ou uma planta ou o chão ou uma criatura ou um objecto, porque ela mistura-se com toda a outra energia existente ao seu redor. A vossa energia é bastante similar, por assim dizer, ao vosso ar. Sereis capazes de encontrar alguma área na vossa realidade em que não exista ar?

PERGUNTA: No vácuo?

ELIAS: Podeis criar um vácuo, mas deverá existir alguma expressão de ar nesse vácuo, igualmente. Até mesmo no espaço. Não se trata necessariamente daquele ar que vós respirais, aquele ar da configuração a que estais acostumados, mas ele acha-se presente. E nesse sentido, não conseguis necessariamente tocar-lhe, e ao contrário da energia não conseguis visualizar o ar, a menos que ele receba coloração por acção de algum outro gás. E não precisais em absoluto de nenhum gás para poderdes perceber o campo de energia, nem para visualizar a energia. Ela é visível sem qualquer coloração, porque se colora a si própria.

PERGUNTA: Se focar a visão sobre alguém aqui presente, poderei perceber uma troca de energia sem ver nada necessariamente.

ELIAS: Sim!

PERGUNTA: Mas eu posso fazer uso dos sentidos externos.

ELIAS: Sim, mesmo sem perceberdes visualmente, apesar de também poderdes percebê-la...

PERGUNTA: Oh, com certeza.

ELIAS: ...Mas podeis senti-la e nesse sentido podeis fazer a experiência com a energia; a ver o quanto estais ligados. Senti a energia e experimentai quantas vezes golpeais outras energias. Se prestardes atenção quando vos aproximais duma outra manifestação podereis sentir como contundis a sua energia. Deverá ser bastante momentâneo, porque de imediato ambas absorver-se-ão e fundir-se-ão mas resulta um golpe inicial que sois capazes de sentir, se estiverdes a prestar atenção, por meio da qual notareis estar a colidir com uma outra energia. E nesse sentido também havereis de notar o quão rapidamente se fundem e se unem. Tal como qualquer outro gás que se reúne com o ar e cria padrões.

PERGUNTA: Já pudemos observar a tendência daquilo que estás a debater agora, durante umas quantas sessões, pelo que é óbvio que terá chegado a altura de nos estares a conduzir a qualquer lado (riso proveniente do grupo) Enquanto permanecemos na nossa jornada, muitos de nós ainda valorizarão aquilo que descreves como autoconfiança, e ainda assim não existe nada de errado com isso.

ELIAS: Exacto.

PERGUNTA: O que estás a dizer é que talvez possamos detectar e descobrir a fronteira entre a auto-suficiência e ainda assim permanecer interligado.

ELIAS: É.

PERGUNTA: Existirá alguma outra coisa além daquilo que acabaste de referir como um experimento, que nos sugiras notar, para além do que sugeriste?

ELIAS: Prestai atenção aos outros. Escutai-os. Questionai as suas experiências. Começareis a reconhecer não serem tão diferentes das vossas. Apesar de serdes únicos, como sois, achais-vos todos interligados e isso revela-se nas vossas experiências e na semelhança entre aquilo que fazeis; no modo como percebeis; no modo como sentis. E até mesmo em situações em que sois capazes de apresentar a vós próprios um indivíduo que julgaríeis extremamente perturbado mentalmente: Um indivíduo que percebereis não incorporar consciência; capaz de expressar os actos mais atrozes sem sentir qualquer remorso. Mesmo esses indivíduos sentem de forma similar a todos vós, de certo modo.

PERGUNTA: Então estás a dizer para, tanto quanto possível, nos focarmos nas semelhanças ao invés das diferenças? Não estou certa...

ELIAS: A título de experiência, a fim de reconhecerdes mais essa interligação, não necessariamente no geral. Não estou a defender o poder do pensamento positivo. (o grupo ri de modo forçado) Nem estou a referir que vos deixeis absorver pela positividade, que desse modo haveis de reconhecer a vossa interligação...

PERGUNTA: Na realidade não foi isso que quis perguntar, mas estou unicamente a dizer que – ultimamente eu própria, principalmente – somos todos diferentes, mas subsiste um sentido pelo qual consigo valorizar essas diferenças e descobrir semelhanças quase como um denominador comum...

ELIAS: Sim.

POERGUNTA: ...Ao invés de me focar no, “Tu és diferente, vai-te embora”, sabes?

ELIAS: Além de ser um complemento. Sim, tens razão.

PERGUNTA: Elias, eu interrogo-me se não podemos despender um instante na elaboração – para voltar de novo à ideia do que nos é acessório e a ideias semelhantes, que consigo identificar na cultura e que referem que o que é acessório e toda a forma de apego conduzem ao sofrimento. E a esse respeito deparamo-nos igualmente com a ideia do “desapego”, que poderá equivaler ao que descreveste como “afastamento”; isso é algo em que ainda não sinto muita clareza. E a aversão e a fuga, ou o acto de evitarmos, e de que forma tudo isso pesa na participação.

ELIAS: A aversão, a fuga, o desapego, tudo isso são actos que as pessoas criam através do isolamento, e todas elas são motivadas ou brotam da depreciação pessoal e da falta de aceitação em relação a certos aspectos de si próprios; perceber certos aspectos de si próprios como maus ou errados. Pelo que não quererão permanecer ligados, por já se perceberem como errados ou maus, e em termos gerais, isso servir como uma outro aspecto comum que estabeleceis quando vos percebeis de determinado modo e assumis automaticamente que toda a gente também terá conhecimento disso; ou que vos perceberá desse modo, igualmente. “Eu percebo-me a mim próprio como mau e inadequado, pelo que, quando me apresento aos outros, será isso o que eles também perceberão; deverá ser desse modo que eles me verão”. Ou então, “Se eu não cometer este acto deste modo particular, os outros perceber-me-ão como inadequados ou errados ou como insuficientemente bom.” O próprio indivíduo já se está a depreciar, pelo que, uma vez mais, essa é a energia que projecta e aquilo que atrairá a si, e ele criará esse factor de atracção, e em muitas situações as situações hão-de condizer.

Mas surpreendentemente, existem situações nas quais o indivíduo pode depreciar-se a si próprio, mas incorporar suficiente valorização pessoal, apesar de poder depreciar-se, e não reflectirá nos outros necessariamente ser mau ou estar errado, ou não ser suficientemente bom. Podem ver reflectido de volta exactamente o contrário, em situações em que as pessoas de facto os apreciam e expressam que, a despeito de não se sentirem muito bem acerca de si próprios numa determinada altura, mas uma vez mais, isso deve-se ao que experimentam nessa altura - àquilo que eles próprios experimentam e o modo como geram a crítica pessoal que empregam nessa altura. O que, com certeza que isso se move em conjugação com certos elementos acessórios, porque pode tratar-se do caso dum indivíduo que se critique ou deprecie a respeito de um relacionamento ou em relação ao seu emprego, e talvez a sua opinião ou a percepção que tem de si seja a de não estar a conseguir agir de forma adequada, ou de estar a agir de modo insuficiente no que está a fazer. Existe um aspecto disso que constitui um elemento quer do que tenha aprendido, ou do que lhe tenha sido ensinado – mais provável será que seja originado no que lhe tenha sido ensinado - quanto ao modo como actuar, e ao que constitua produtividade aceitável ou não, e portanto esse aspecto acessório pesa de forma exacerbada na sua própria depreciação e nos sentimentos que já está a gerar, e leva a que isso seja expressado com mais vigor ainda.

Um outro aspecto relativo a isso é que todos vós tendes consciência, cada um de vós incorpora as suas próprias crenças e verdades centrais. A maioria terá identificado aquilo em que consiste a vossa verdade central, a qual já estabelecemos como a vossa directriz ou princípio. Bom, isso, nesta realidade, neste foco, consiste num movimento natural. Não perfaz a vossa identidade, mas representa um movimento natural vosso, e nesse contexto, muitas vezes o vosso próprio movimento natural no uso das vossas crenças centrais ou verdade central, podem entrelaçar-se com esses acessórios igualmente. Uma pessoa pode incorporar uma verdade central em termos de responsabilidade e incorporar igualmente um dever acessório relativo à responsabilidade. Uma pessoa pode incorporar uma verdade central relativa ao respeito e incorporar igualmente um sentido acessório de como o respeito deva ser expressado, e do que em si mesmo represente. Pode incorporar uma verdade central relativa às funções ou às imagens e incorporar igualmente sentidos acessórios que enfatizam essa verdade, e isso pode tornar-se num terreno escorregadio.

PERGUNTA: Para não referir cansativo.

ELIAS: Porque nesse caso é uma questão de avaliardes e de discernirdes, “Que terei aprendido em relação a este assunto; que me terão ensinado em relação a este assunto? Que experiências deste âmbito me influenciam, e qual será a expressão genuína que faço disso?” E existem diferenças. Um indivíduo pode ser um apoio natural e isso pode representar um elemento natural efectivo da sua identidade genuína. Ele expressará genuinamente esse apoio mas pode igualmente incorporar elementos acessórios relativos à responsabilidade pessoal, e isso deixá-lo confuso no apoio que presta, ou levá-lo a instruir os outros, por passar a incorporar responsabilidade em relação a eles e eles não estarem a aprender suficientemente bem, por não estarem a criar suficiente bem.

Eles não saberão assumir as suas próprias escolhas suficientemente bem, pelo que será responsabilidade vossa estabelecer as escolhas deles. Isso é sentido de responsabilidade pessoal pelos demais, mas vós podeis igualmente expressar um apoio natural por eles. Alguns indivíduos expressam naturalmente, na sua identidade genuína, acções e expressões de participação e dádiva. Outros poderão encarar esse indivíduo e expressar, “Este tipo dá sinais de dificuldades ou de problemas, por estarem constantemente a dar aos outros. É óbvio que não estará a focar a sua atenção em si próprio.” Talvez não. E talvez estejam. E talvez essa seja uma expressão natural que o indivíduo empregue. É uma questão de avaliardes no vosso íntimo. Que estais naturalmente a fazer? Que faríeis de modo natural se vos permitisses? Se vos permitisses, que será que haveríeis de fazer de modo pouco natural? Ao contrário do que fazeis, porque isso é o que aprendestes e o que vos foi incutido e o que as vossas experiências vos sugerem. Além disso, que haveríeis de deixar de fazer, se vos permitisses deixar de o fazer?

PERGUNTA: Será isso o que referiste no passado em termos de impulsos, ou impulsos verdadeiros?

ELIAS: Sim, os impulsos movem-se em conjunto com isso, porque os impulsos não passam de formas de persuasão ou de instigação que apresentais a vós próprios sem pensar, e muitas vezes sem o sentirdes. São estímulos interiores que não são necessariamente lógicos nem moldados pelo pensamento, porque não são objecto de planos; são espontâneos. Muitas vezes sucedem em resposta ao que podeis estar a apresentar a vós próprios. Podeis estar a apresentar a vós próprios uma interacção com outro que seja bastante desconfortável. E podeis gerar um impulso no sentido de vos afastardes. Quer deis, ou não, atenção a esse impulso é uma opção. Geralmente, e dependendo da situação, eu diria que o impulso possa ser ignorado, por não corresponder ao que tereis aprendido, e não ser aquilo que vos terá sido ensinado. De que isso seja grosseiro.

PERGUNTA: Os impulsos verdadeiros brotarão sempre da autenticidade?

ELIAS: Brotam.

PERGUNTA: Então quando pedes uma impressão, ou que forneçamos as impressões que temos acerca das coisas, ao longo de todos estes anos - representará isso a tua forma de dizer para não darmos ouvidos aos elementos acessórios mas mais à identidade genuína? Como por meio da interligação disso?

ELIAS: Um tanto. Isso difere um tanto dos impulsos. As impressões são um conhecimento que incorporais em relação ao qual não tendes um conhecimento objectivo. Mas ele acha-se-vos disponível, e tendes conhecimento da coisa mas não estais sempre a pensar nela. Por isso, as impressões parecem-vos mais espontâneas; na verdade não o são, porque vós já possuís a informação. É apenas uma questão de dardes atenção à informação que já possuís. Os impulsos são sugestões e as impressões são acções. E elas geralmente são espontâneas. Não são planeadas, nem se encontram no arquivo, por assim dizer. Não são acções que resultem do cálculo, somo se diz. São sugestões interiores que despontam num dado instante em associação com quaisquer possibilidades que estejais a empreender nesse momento, e o que quer que vos seja mais benéfico nesse instante - o que perfaz também uma outra razão porque, geralmente, muitos de vós não lhes dais atenção. O pensamento ignora-as, e o vosso intelecto expressa que sabeis mais do que os impulsos que sentis.

PERGUNTA: De onde procederão os remorsos?

ELIAS: Isso, de certo modo, assemelha-se bastante aos impulsos, mas os remorsos podem igualmente estar associados à intuição ou às impressões.

PERGUNTA: Bom é que eu senti que sempre que sinto remorsos, geralmente consigo voltar-me para isso e dizer, “Estabeleci uma apreciação crítica.”

ELIAS: Trata-se de informação que já possuís, e que vos está a ser trazida à atenção objectiva. Vós instigais-vos, por assim dizer, o que poderíamos referir como um remorso, o qual contém informação que já vos é conhecida.

PERGUNTA: Será sempre uma forma de juízo crítico? Sempre que tivermos uma pontada de remorso estaremos a estabelecer um juízo crítico? Será isso – ou estarei errada quanto a isso?

ELIAS: Não necessariamente, porque eu diria que no geral, ao que quer que expresseis, estais a ligar algum tipo de condenação. Essa é a diferença existente entre a crença da duplicidade e as demais crenças. A da duplicidade é aquela crença que se associa a todas as outras crenças. Liga-se a todas as acções e a tudo o que fazeis.

PERGUNTA: E uma pontada de remorso faz parte dessa duplicidade.

ELIAS: Sim, pode fazer.

PERGUNTA: Juro não estar a sentir-me responsável, mas precisamos fechar.

ELIAS: Muito bem.

PERGUNTA: Uma pergunta rápida antes de irmos embora.

ELIAS: Muito bem.

PERGUNTA: Peço desculpa.

ELIAS: Não tem problema.

PERGUNTA: Perguntava-te se poderias avaliar a energia colectiva que estamos todos a experimentar nesta onda de comunicação. Só uma avaliação breve do modo como descreverias a energia global – como nos estamos a sair, basicamente. (riso)

ELIAS: Intensidade.

PERGUNTA: Sim! Obrigado. Estava justamente a pensar no termo intensidade.

ELIAS:...Alguma confusão, e uma tremenda antecipação.

PERGUNTA: Sinto estar a dissipar-se, segundo a impressão que tenho. Sinto-a a dissipar-se, e não parece estar...

ELIAS: Presentemente não se está a agravar, mas ainda não se está a dissipar necessariamente.

PERGUNTA: Muito bem. Entendido. Obrigado.

ELIAS: Muito bem. A todos vós, meus queridos amigos, com um formidável carinho e afecto e um enorme apreço por cada um de vós, e com um grande encorajamento de cada um em tudo o que estais a realizar, a despeito do que penseis estar a realizar... (riso) Até ao nosso próximo encontro, meus queridos, au revoir.

TODOS: Au Revoir! Obrigado. (aplausos)


MARY: Bem, AQUI está frio... (as janelas tinham sido abertas a pedido da Mary e de outros, no começo da sessão) Penso que o Elias não terá sentido o quanto isto está gelado! (riso)







Copyright 2009 Mary Ennis, All Rights Reserved.