Sábado, 5 de Abril de 2008 (Grupo/Castaic, Califórnia)
Tradução: Amadeu Duarte
Participantes: Mary (Michael), Anet (Alexi), Bobbi (Jale), Brad (Quinian), Cat (Munya), Christina, Christine (Kara), David (Othello), Debi (Oona), Drew (Matthew), Eric (Orlando), Gail (William), George D (Lanya), George G (Gregor), Jo (Tyl), Jody (Katie), Joyce, Letty (Castille), Mike (Alandra), Pam (Pviette), Pat (Fryolla), Paul H (Caroll), Paul T (Xutrah), Prince (Jonndue), Robert, Ron (Olivia), Sabrina (Stencett), Sangshin (Fylo), Sheri (Milde), Stella (Cindel), Steve (Yuki), Wendy (Myiisha)
Elias chega às 11:39 da manhã.
ELIAS: Boa noite!
GROUP: Boa noite.
ELIAS: Tal como todos têm vindo a esperar por antecipação, eis que chega finalmente o anúncio: a vossa anterior onda na consciência terminou inicia uma nova. (Aplausos enquanto Elias ri) Isso pode ser prematuro! (Riso)
Esta onda na consciência acha-se associada à família Vold. Aqueles que pertencem ou alinham com esta família Vold deverão experimentar esta onda com uma maior intensidade que os restantes, mas pode igualmente tornar-se benéfica para os outros a fim de compreenderem aquilo que experimentarem.
Esta onda a que escolhestes dar início é a onda que diz respeito à emoção. Vou-vos dizer que durante aquilo que poderia ser identificado como o mês anterior, muitos deverão ter notado um crescendo na intensidade da energia e com toda a probabilidade experimentaram coisas pouco usuais. Nesse sentido estivestes a acumular energia a fim de dardes início a esta onda.
Esta onda deverá comportar alguma intensidade. Aqueles de vós que se focam no elemento da essência político ou no do pensamento, é provável que venham a experimentar coisas pouco usuais por não estardes acostumados a expressar emoção tão frequentemente nem com tanta intensidade quanto os que se focam no elemento religioso ou emocional da essência. Por isso poderá vir a tornar-se confuso por vezes. Aqueles de vós que se focam no elemento emocional ou religioso da essência deverão vir a experimentar uma maior intensidade nas suas comunicações emocionais. Com isto, o que estou a expressar não é necessariamente MAIS comunicações emocionais, mas também de forma mais premente. Desse modo deverão tornar-se mais difíceis de ser ignoradas.
DEBI: Bom, isso é bom.
ELIAS: É, nos vossos termos. Porque muitos de vós, enquanto nos vossos respectivos tipos de foco, por vezes acham difícil prestar atenção aos comunicados emocionais e àquilo que eles expressam, àquilo em que consistem as mensagens. Estais todos acostumados aos sinais mas não tão acostumados àquilo que esses sinais expressam por intermédio dessas mensagens. Isto oferecer-vos-á uma oportunidade de obterdes uma maior clareza na identificação dos vossos próprios comunicados para convosco. Mas sofrerá uma certa intensidade e esta onda também parecerá ter um potencial de se arrastar mais do que a onda da percepção.
Também gostaria de revelar a todos reconhecimento pelo movimento que empreenderam em relação à onda de percepção, pois vós conseguistes prestar atenção e notar as diferenças e reconhecer a importância, o significado e a força inerentes à percepção, de como na verdade cria e tonifica a vossa realidade toda. Mas vocês saíram-se bem e conseguiram o objectivo e isso facilitou o vosso movimento rumo a esta nova onda, em relação ao que, não tenho a menor dúvida, também se sairão bem.
Mas ficai cientes de que existem muitos, muitos indivíduos nas vossas comunidades, nas vossas sociedades, no vosso mundo, que não estão objectivamente inteirados do que está a ocorrer. Eles estão a experimentar a mesma coisa mas podem não incorporar a informação que proporcionais a vós próprios, em termos de explicações. É por tal razão que os indivíduos Vold se tornarão instrumentais, aqueles que pertencem ou alinham pela família Vold, porquanto vós, enquanto indivíduos incorporais fortes capacidades de sensibilidade para com outros em relação aos comunicados emocionais e podeis tornar-vos auxiliares de formas dramáticas.
Por isso encorajo-vos a todos a terem consciência de que se gerará confusão nesta onda. Isso não quer dizer que seja mau, mas surgirá confusão. Aqueles de entre vós que compreendem poderão encorajar outros. Esta é a vossa oportunidade de pordes em acção aquilo que conheceis.
Muitos de vós já privastes comigo durante um tempo considerável e sentis o desejo de partilhar a informação com outros e de os incluir na expansão que esta informação possibilita. Muitos ficam confusos quanto ao modo como conseguir isso sem se tornarem instrutores. Esta é a vossa oportunidade de ouro de prestardes ajuda e servirdes de apoio, de aceitardes sem instruirdes e de partilhardes de um modo que irá encorajar outros, de forma a possibilitar-lhes uma maior expansão da sua consciência, uma maior compreensão e um maior encorajamento, de forma a se tornarem intima e claramente conscientes deles próprios.
Agora que já os informei, (Elias ri) escolhi abrir esta interacção convosco permitindo-lhes que coloquem as vossas perguntas em relação às vossas experiências, e talvez partilhá-las pelo que conseguiram proporcionar a vós próprios em termos de informação, em relação à onda anterior.
Compartilhar é uma excelente forma de vos relacionardes e de comunicardes porque, ao faze-lo, cada um de vós permite a si próprio atrair perspectivas diferentes que vos possibilitam a expansão da vossa própria percepção. Por isso também referirei ser excelente reconhecer conquistas, e estou ciente de que todos vós obtivestes conquistas em relação à onda prévia. Vamos começar?
PAUL T: Olá irmão, como vai isso? (Elias ri) Sim, a onda da percepção. Tenho vindo a partilhar com muitos aquilo que escolhi designar a "orientação da percepção", as tuas orientações. Para o não iniciado, os termos que empregas na tua nomenclatura para comum, intermédio e suave, por vezes suscitam questões que não se acham verdadeiramente de acordo com o que efectivamente sinto ser capaz de partilhar acerca da orientação da percepção. Tenho vindo a traduzir comum como "focado no exterior", intermédio como "focado no íntimo" e orientação suave como uma mistura ou a combinação de ambos, usando-os não com o sentido de sugerir extroversão nem introversão mas antes para dar a entender a direcção do foco da atenção da pessoa. O propósito base reside em não confundir as pessoas com terminologia que daria imenso trabalho a explicar, e esse tipo de coisa.
Poderás fazer algum comentário acerca desse tipo de terminologia que tenho vindo a empregar ou poderás sugerir outra designação? Porque a informação sobre a orientação da percepção tem sido uma extraordinária ajuda na compreensão das pessoas ao meu redor e da minha relação com elas, e do seu relacionamento com os demais. Tem sido imensamente interessante partilhar isto com os outros e assistir às suas reacções a essa informação e ver como se tornam capazes de a utilizar de modo efectivo.
ELIAS: O modo como interpretas ou traduzes a informação é inteiramente aceitável. Eu escolho essa terminologia intencionalmente mas estou igualmente ciente de que quando é apresentada, cada um de vós a interpreta a seu modo, além de que acabais por descobrir modos por meio das quais efectivamente possais partilhá-la individualmente. Isso não significa recrutar; antes, significa PARTILHAR. Nesse sentido, seja qual for o método ou os termos que escolherdes que vos facilitem essa partilha dum modo mais fácil, será inteiramente aceitável.
Mas, que foi que reconheceste em termos de realização associada às diferenças?
PAUL T: Esse é provavelmente o aspecto mais significativo. Compreender as diferenças inerentes à percepção dos outros permite-me estabelecer um contacto mais profundo com eles por me permitir colocar-me nas suas posições, por assim dizer, e assumir a sua percepção pelo menos temporariamente.
O exemplo mais pungente situa-se na pessoa duma vizinha minha que é intermédia. O foco extremo que emprega no relacionamento que exerce com tudo o mais é interpretado por alguns como extremamente absorto, ou como imersa em si própria. Enquanto que, esta informação e compreensão de como ela na verdade talvez – tenho que recorrer à imaginação, devido a que não seja intermédio – do modo como ela encarará estas coisas, permite-me relaxar o juízo automático relacionado com o perspectivar das coisas. Permite que me relaxe mais e isso constitui o factor mais importante.
ELIAS: Muito bem, o que é muito importante, porque o conforto é um assunto bastante importante que todos procuram realizar. Pode tornar-se um estado de existência elusivo se não prestarem atenção nas alturas em que vos sentis confortáveis e em que não vos sentis confortáveis. A maioria foca os momentos em que não se acha confortável mas não reconhece necessariamente quando se sente confortável. Por isso, retornar ao estado de conforto quando não se sente confortável torna-se matéria de confusão. Mas tem que ser por meio do reconhecimento de vós próprios em meio à vossa realização.
Mas, também vos colocaria uma questão: que acontece se não entenderdes?
PAUL T: Bom, aí então estou "lixado"! (Elias ri ruidosamente juntamente com o grupo)
ELIAS: Isso deverá ser a realização seguinte! Ah, ah, ah!
Sim?
JO: Quem, eu? (Elias ri) Faz hoje um ano dei início a uma troca de energias (mediunidade) com uma essência que se auto proclama Rose. Foi mesmo só umas quantas palavras aterradoras que foram indicadas no tabuleiro Ouija, depois de me sentar a contemplá-lo durante umas duas ou três semanas sem que ele se movesse e se apresentasse inerte.
Foi uma experiência bastante avassaladora em termos de emoção e beleza. No contexto emocional fez-me reflectir – jamais havia pensado nisso antes – por eu ser focada no elemento emocional da essência, de algum modo foi parte do processo de abrir-me a isso. E muito do material que está a surgir parece voltar-se para a área da acção. Deverá tornar-se encorajador tanto para mim como para os outros, (inaudível) empreender uma maior acção no alinhamento dos nossos propósitos proceder a coisas que nos tragam alegria e bênçãos e isso acha-se alinhado com aquilo que viemos aqui fazer e que nos agrada. De forma que é como um vértice em que hoje estamos a penetrar que será interessante ver como se desenrolará. Essa foi a minha realização.
ELIAS: Muito bem, e de que formas associas isso à percepção? De que forma terá isso afectado a tua percepção?
JO: É como se agora conseguisse a razão porque sempre percebi as coisas de um modo talvez um pouco diferente. Passei a aceitar mais a minha própria orientação e isso ajudou-me a explicar um monte de coisas que tinha percebido acerca de mim própria no passado. Desse modo trouxe relaxamento à minha vida de modos que não havia imaginado antes. Trouxe-me explicação para as coisas.
ELIAS: Parabéns.
JO: Muito obrigado, e digo-o profundamente. Se não tivesse sido graças a ti e à Mary eu agora não estaria a obter este resultado. Sinto-me profundamente agradecida a ambos. (Elias acena num gesto de afirmação)
ELIAS: Quem se segue?
DEBI: Eu teria o maior prazer, mas não estou certo por onde devo começar.
ELIAS: Que te terá permitido a onda evocativa da percepção realizar em relação à percebimento?
DEBI: Definitivamente, nos últimos anos passei imenso tempo a encontrar-me propositadamente com pessoas de outros locais e com outras crenças, de outras nações, crenças completamente diferentes. Isso tipicamente on-line (Internet) porque eu não viajo. Comecei dessa maneira com o objectivo de chegar a compreender mais as pessoas. As notícias, os jornais, são para esquecer. Não me interessam. Quero contactar as gentes e descobrir o que realmente está a acontecer. O resultado para mim é o de que ainda julgo – não vou dizer que não faço juízos; não sei se alguma vez isso desaparecerá – mas estou cada vez a julgar menos. Ainda reajo às situações que não correspondem aos meus princípios, com a única diferença de que actualmente tenho consciência disso com mais antecedência do que costumava. Penso que uma das melhores coisas que resultou desta onda da percepção terá sido a de eu me ter tornado mais célere do que costumava a perceber as coisas, parcialmente devido a que seja tão amaldiçoada mente doloroso – peço desculpa pelo meu francês – mas é verdade. Sabes que fui tendenciosamente suicida durante grande parte do ano passado. Mas penso que tive mais dias felizes nas duas últimas duas semanas do que tive na minha vida inteira.
Para mim, a onda da percepção culminou nesta experiência que tive certo dia em que estava parada num parque de estacionamento a fumar um cigarro e a tentar decifrar por que tudo era tão deformado. A percepção que tinha era de me direccionar num determinado sentido mas não conseguia que tudo corresse nessa direcção. Dei por mim a dizer: "Porque razão me odeia Deus?" e em seguida: "Tu nem sequer acreditas em Deus parva! Não te trates por parva!" Tomei consciência, enquanto isto decorria, de não saber onde me encontrava, no meio daquele parque de estacionamento. Estava parada junto aos contentores do lixo! Estava no lixo. Tinha-me colocado ali. E disse para comigo: "Não, porque TE odeias tanto? Porque razão TE odeias?" E passei cerca de 24 horas a tentar encontrar uma boa razão para me detestar a mim própria e continuar a derrotar-me e a criar maus resultados, e não fui capaz de suscitar suficiente... Consegui acrescentar tudo aquilo que fiz de horrível em toda a minha vida mas nada disso era digno de me fazer detestar a mim própria. Se alguém viesse ao meu encontro e me dissesse que tinha feito isto e aquilo, bla,bla,bla, eu não sentiria o menor ressentimento em relação a essa pessoa. E no espaço de 24 horas todo o meu mundo foi alterado. Foi tudo o que fiz!
ELIAS: Parabéns.
DEBI: Obrigado. É difícil falar sobre uma mudança de percepção. Podia ter permanecido junto aos contentores uns dois anos que não ia supor que tal pudesse acontecer! (Elias ri junto com o grupo) Assim, afastei-me do lixo - e deixei de fumar perto de latas de lixo!
Para mim foi um percurso muito áspero. Tenho que ser honesta e dizer-to – mesmo que rias na minha cara pois sei que costumas fazer isso e certamente o farás – quando te digo que fiquei emocionada por escutar tratar-se da onda da emoção e da época dos Vold, porque tenho vivido a minha vida sempre desse jeito. Por isso, que venha! (Riso) Fico feliz por ajudar.
Eu já tinha tido uma sensação acerca disto. Tinha que haver uma razão porque eu estava a aprender acerca de todas estas coisas – com bastante apoio da parte da minha amiga Milde, que me conduziu pela mão por entre tudo isso, enquanto eu falava de cortar o pescoço com uma tesoura e coisas assim. Para mim sabe-me a uma lufada de ar fresco, para ser honesta contigo. Mais tarde poderei voltar com a palavra atrás, mas de certeza que de momento não me apetece faze-lo. Não me sinto receosa com relação a esta onda seguinte (da consciência). Sinto-me excitada. Se a onda da percepção não me eliminou – e não o fez porque ainda me surpreendo por me ver com vida! – parece-me que cheguei ao topo da montanha. Subidas e descidas, e agora volto a trás para começar de novo a subir a montanha seguinte.
ELIAS: Muito bem! (Ri)
Sim?
STEVE: Elias, eu sinto uma tendência ou um impulso bastante irresistível para fazer valer o meu ponto de vista junto das outras pessoas. Já publiquei mais de seis mil notas no site que te é dedicado (Blue Flash) e ainda assisto a classes bíblicas e converso com eles. Converso com as pessoas no parque e onde quer que eu vá, faço isso. Durante esta onda da percepção notei – ah e discuto também com fantasmas, por falar nisso, como bem sabes (Riso) – e aquilo que me foi dado notar foi que as essências tanto do teu como do nosso tipo têm a convicção de que, não importa o que se diga, não importa o argumento que possamos imaginar para as convencer da tua crença, não somos capazes de mover ninguém nem um milímetro, o que também acontece com as essências do teu tipo. Por isso não sei nem porque me incomodo! (Riso) Isso afigura-se-me à condição humana. Isso foi tudo quanto notei durante esta onda.
ELIAS: Parabéns, isso é significativo! (Ri)
Sim?
ANET: Sou a Anet/Alexi. Elias, tem sido um ano dos diabos! Consigo identificar-me bastante com aquilo que transmitiste e o que disseste há uns minutos atrás. Para mim, a onda da percepção, foi como se a tivesse iniciado uns seis ou sete meses antes de a anunciares. Comecei a compreender ao nível da experiência que de facto cada um de nós vive no mundo individual criado por nós. Tinha lido sobre isso há muitos anos, apesar de não o saber!
Quando comecei a compreendê-lo isso tornou-se em si mesmo e por si só muito perturbador para mim por ter sentido bastante como se estivesse sozinha sem que mais ninguém compreendesse realmente aquilo que experimento e sem que eu entendesse o que os outros experimentavam. Era um tipo de sensação de isolamento que, em si mesmo e por si só era excessivo e logo comecei a criar traumas significativos em variadas áreas! Mas em meio a esse processo aprendi a validar as experiências e as versões do mundo dos outros, as suas verdades. E para elas essas verdades funcionam.
Tive, com um amigo meu - alguém com quem partilhei muitos focos em conjunto, e alguém que não se enquadra de todo no material do Elias, por pensar que de facto isso seja obra do diabo - a experiência de ele me salvar a vida em termos físicos. Eu era capaz de perceber as suas crenças cristãs fundamentalistas e elas funcionavam na perfeição para ele. E eu jamais procuraria afastar-lhas dele. Continuamos a dar-nos bem e num nível fundamental tomamos consciência de acreditarmos nas mesmas coisas mas entretanto eu venho aqui atender a este material canalizado enquanto ele lê a Bíblia. E isso foi profundo.
A partir daí, quando abordo as pessoas, dou por mim a cair no juízo: "Eles não conhecem a verdade! Mas, espera lá, as verdades deles resultam bastante bem para eles e as minhas funcionam do mesmo modo para mim, e está tudo bem." Se me voltar para o que era dois anos atrás, por ter sido a altura em que comecei a experimentar a onda da percepção, isso representa uma mudança espantosa para mim porque eu ainda pensava conhecer o caminho certo, o melhor caminho, e todos se iriam dar melhor se acreditassem do modo que eu acreditava. E agora percebo não ser esse o caso, e está tudo bem.
ELIAS: Isso é uma realização significativa. Parabéns.
Sim?
GEORGE D: Olá, Elias. Para mim, trouxe-me uma grande sentido de liberdade. Eu sentia-me bem ao perceber o mundo da forma que quero percebe-lo. Tomei consciência de que tudo depende bastante de mim, na minha vida pessoal. Também me proporcionou a oportunidade de entender melhor as pessoas. É como se as minhas relações tivessem sofrido uma melhoria, e tivesse passado a tomar menos as coisas pelo sentido pessoal.
ELIAS: Ah, isso é significativo.
GEORGE D: Isso permitiu-me dar a oportunidade às pessoas de serem o que elas são, e em troca, eu consigo bastante ser tal qual me sinto. Conferiu-me um grande sentido de diversão e a vida tornou-se mais aprazível e colorida e actualmente simpatizo com um maior número de pessoas do que antes. (Elias ri junto com o grupo) Não tomo toda a gente como filhos da mãe, por eu ter sido um deles igualmente. Mas em geral não foi tão fácil porque tudo necessita de experiência e de prática. Por vezes encaramos esta crença defronte como uma parede e vamos de encontro a ela a uns cem à hora e de repente pensamos – merda. Uma parte de nós não quer lidar com isso mas outra parte quer ver o que irá acontecer. E por vezes temos de relaxar e deixar isso de lado sabendo que isso voltará a nós e conseguiremos aquilo de que andávamos à procura. De certa forma conferiu-me um sentido de confiança em tudo, que antes não tinha conseguido.
ELIAS: Parabéns.
GEORGE D: É dessa forma que o consigo sumarizar.
ELIAS: Muito bem.
GEORGE D: Obrigado pelo material!
ELIAS: Não tens de quê. Sim?
STELLA: Olá Elias. Neste momento sinto-me apavorada, mas tenho que te dizer que uma das minhas maiores conquistas até ao momento, até justamente esta altura, consiste no facto de eu apreciar ter escolhido experimentar o papel de vitima em todas as áreas e experimentar a vida que tive e tenho levado, porque eu sempre sentia desgosto e como se estivesse a perder algo, e "Porque é que estas coisas me acontecem; porque estará Deus ausente; porque razão não consigo sentir amor próprio; que terei feito de tão mau que não consiga sentir amor próprio?" De modo que, por detrás de tudo isso, pondo-me hoje a apreciar, esse aspecto de mim que escolheu os pais que tive e a vida que levei, toda essa cena exerce um grande impacto em mim hoje devido a eu me sentir mais capacitada para apreciar melhor as coisas. Penso que teve um peso muito grande em mim, e agradeço-te tanto Elias. Mesmo só o facto de te permitires ser consistente e de continuar a ter-te na minha vida já é espantoso. Muitíssimo obrigado.
ELIAS: Parabéns.
Sim?
DREW: Eu sofri uma mudança profunda na minha percepção. Na verdade foi um pouco desconfortável mas penso que se aproxima bastante da verdade das coisas, e gostava que comentasses se puderes.
ELIAS: Muito bem.
DREW: Eu costumava ter a percepção de que a energia e a consciência e a vida brotavam dum local de alegria e de amor. Tive uma experiência há uns meses atrás proporcionada por algumas substâncias naturais. Tive a sensação de me estar a desconcentrar e de me estar a sintonizar a consciência ou a tornar-me una com ela, e experimentei um profundo sentido de não se tratar dum local de alegria ou de amor mas de ser ambivalente. Se o espaço serve de metáfora ou de imagética para a consciência – e eu não sei se serve, mas tenho a sensação de que serve – e se nos encontrarmos a morrer no espaço, o espaço não se importa. O espaço é ambivalente, e nós podemos criar aquilo que quisermos. Se estivermos a afogar-nos no meio do oceano, o oceano não se importa. Quer estejamos a velejar e a passar um bom bocado ou a afogar-nos, o oceano é ambivalente. Isso constituiu uma profunda mudança na minha percepção e uma que me perturbou de algum modo, e interrogo-me se poderás fazer algum comentário.
ELIAS: Muito bem. De facto, pudeste empregar o espaço como uma metáfora para descrever a consciência, para o referir por alto, e eu estaria de acordo com a tua experiência, porque o que descreveste foram sentimentos: alegria, desespero, tristeza, felicidade. E isso são sentimentos que se acham ligados a comunicados emocionais; mas são sinais – sentimentos que se acham associados à consciência objectiva. Fazem parte da consciência objectiva e acham-se fortemente associados a esta realidade. Isto não quer dizer que outras realidades não comportem sentimentos, porque muitas comportam, porém, de diferente qualidade. Aquilo que estás a descrever são sentimentos que se acham fortemente associados a esta realidade.
Quanto à consciência, tens razão. Eu não expressaria necessariamente "ambivalência" mas neutralidade. Existe verdadeiramente uma neutralidade total porquanto consiste na permissão total de escolha, num reconhecimento total de que cada experiência consiste numa escolha e está imbuída de propósito. Por isso, não existe distinção de bem nem de mal, do que seja alegre ou triste porque cada experiência proporciona expansão e informação. Por isso elas (experiências) estão todas imbuídas de propósito e são todas benéficas.
É por essa razão que expressei muitas e muitas vezes a importância de prestardes atenção à vossa energia e ao tipo de energia que expressais e projectais externamente, porque estais continuamente e a cada instante a projectar energia para o exterior, energia essa que brota daquilo que estais intimamente a fazer.
A razão porque é importante prestar atenção à energia que estiverdes a expressar ou a projectar – tens razão – reside no facto de que a consciência não se preocupa com bom nem mau, conforto nem desconforto mas molda-se precisamente àquilo que projectardes. Vós atraís a vós precisamente aquilo que projectais. Por isso, não existe distinção para o que seja bom ou confortável ou alegre, nem para o que seja mau ou desconfortável ou triste. É uma questão de energia e de que tipo de energia iguala ou se adequa a essa energia.
Muitas vezes podeis projectar uma energia em meio a um processo que desejais realizar, e podeis efectivamente atrair a vós situações ou experiências de desconforto ou de tristeza. Isso não é necessariamente mau, porque nisso que pretendeis realizar, essas experiências podem ser válidas ao vos proporcionarem informação que por outros meios possais não oferecer a vós próprios. Se elas forem desconfortáveis podem tornar-se mais profundas.
Mas, a consciência não é uma COISA. Esse é o aspecto que se torna confuso para muitos, por pensardes na consciência como numa coisa, algum tipo de entidade interminável, que não é. A consciência consiste numa acção, que cria coisas a partir de coisa nenhuma. A acção cria coisas, e vós enquanto consciência criais igualmente coisas. Criais-vos a vós próprios, o que é, em si mesmo, uma coisa.
Nesse sentido, se vos distanciardes, ainda que momentaneamente, daquilo que conheceis, e vos afastardes da experiência do que é conhecido na vossa realidade – a qual se acha bastante ligada à emoção, por esse ser um dos elementos base do modelo da vossa realidade – é certo que, quando o afastais experimentais a consciência dum modo que parecerá bastante estranho em relação ao que experimentais nesta realidade. Não é necessariamente mais verdadeiro, mas mais essencial. Não é mais real, pois isso depreciaria ou desvalorizaria a realidade que experimentais aqui, além de desvalorizar igualmente a VERACIDADE da realidade que estais actualmente a criar. É diferente e mais consistente, devido a que o elemento desse vazio, por assim dizer, esteja presente em toda a realidade, por ser essencialmente aquilo que sois.
Nesse sentido é por tal razão que vos ofereci informação em relação à vossa realidade e ao modo como ela funciona, como ela opera, ao modo como vos moveis e criais com base nela, acerca do significado da energia e como tudo aquilo que empreendeis se acha interligado e inter-relacionado, e acerca do significado do reconhecimento das emoções enquanto comunicados. Os sentimentos acham-se associados à consciência objectiva.
No domínio da consciência que se situa fora da realidade física não existe qualquer consciência objectiva por não ser necessário. Isso só é necessário em relação às manifestações físicas, por ser o elemento da consciência que vos permite criar realidades materiais, por constituir o cerne da percepção, e a percepção ser o que cria a realidade, a realidade material. Assim, destituídos da consciência objectiva, vós já possuís consciência do que quer que o comunicado (da emoção) possa conter, sem que seja preciso incorporar essa forma de comunicação que é a emoção.
Referi, num grupo durante um dos primeiros encontros em que apresentei um aspecto diferente desta essência do Elias, (Rastin) um que não manifestava qualquer elemento relativo à emoção. Nenhum daqueles que participaram nesse encontro de grupo se lembra do teor da sessão nem podem faze-lo, devido a que vos associeis tão fortemente às emoções. Foi por essa razão que apenas usei desse tipo de apresentação apenas uma vez e não lhe dei continuidade, porquanto nenhum de vós responde à ausência de expressão emocional.
Agora; aquilo que experimentaste não foi realmente mau, pois pode ser percebido como um dom revigorante que terás oferecido a ti própria. Porque o reconhecimento da vasta neutralidade inerente à consciência também admite que tudo seja efectivamente escolha vossa, e que, seja o que for que experimenteis será escolha vossa e vos cabe no poder manipular, por não existir nenhuma forma de poder exterior que manipule ou influencie, pois não existiria causa a influenciar.
DREW: Então esse conceito de que a matéria subjacente da existência, por falta duma palavra melhor, seja o amor, constitui uma distorção e é inexacta. Deus enquanto amor, se me desculpares a expressão, não é uma declaração exacta. Constitui uma distorção.
ELIAS: Depende de como definis o amor.
DREW: Infelizmente estamos limitados aos nossos termos. Não quero dizer...
ELIAS: Geralmente as pessoas definem o amor em associação a um sentimento e definem-no por aquilo que de facto traduz afecto. Isso representará o termo mais exacto para o que geralmente definis como amor. O afecto consiste numa expressão emocional imbuída de sentimento. E o amor não, porque na verdade o amor não comporta sentimentos. A definição actual de amor traduz-se por conhecimento e apreço.
Agora; nessa definição seria indicado referir que a base de toda a consciência - ou mesmo Deus, se preferirdes – é amor, porque ele não é uma emoção mas conhecimento e apreço, e isso perfaz um elemento básico da consciência. Mas se fizerdes uma experiência genuína do amor autêntico podereis igualar isso à afeição, o que gerará uma expressão de poder, de experiência e de sensação. Porém, se o experimentardes duma forma destituída de afecto, haveis de notar que não se exprime por meio de nenhum sentimento mas dum sentido, porquanto consiste num conhecimento profundo e genuíno, bem como no apreço por esse conhecimento.
O apreço não comporta sequer necessariamente uma emoção. Mas geralmente exprimis uma associação devido a que incorporeis um tal apego à emoção que associais sentimentos a essas experiências; mas em si mesmas, elas não geram nenhum sentimento. Trata-se mais dum sentido, é mais uma concessão de pleno poder, um saber genuíno e um estado de existência em termos de apreço.
Por isso, se definires o amor nesses termos, isso não representa necessariamente uma distorção. Se definires o amor em associação a um sentimento, aí sim, constitui uma distorção. Isto responderá à tua questão?
DREW: Responde, e a minha recente mudança de percepção assenta nisso.
ELIAS: Parabéns. Essa é uma mudança significativa capaz de te conferir uma grande sensação de poder. Confirmo essa tua mudança.
PAUL H: Elias, essa definição de amor que deste em termos de aceitação, apreço e conhecimento, isso também terá cabimento na tua definição anterior de verdade como um absoluto com letra maiúscula, juntamente com a verdade da cor, do tom e de outro elemento abstracto...
ELIAS: Não necessariamente como um absoluto, mas sim, enquanto verdade, porque uma verdade pode expressar-se em qualquer área da consciência. Não em termos dum absoluto, porque em diferentes expressões da consciência pode manifestar-se de modos diferentes, tal como se podem manifestar-se o tom e a cor. Porém, na sua essência, sim, representa uma verdade, porque pode ser expressada em qualquer área e em qualquer manifestação da consciência.
PAUL H: Então não é um absoluto?
ELIAS: Não, porque pode mudar, e se é passível de mudança não pode ser um absoluto.
PAUL H: Isso é correcto, porque um absoluto está permanentemente presente e não sofre mudança.
ELIAS: Correcto.
Sim?
GAIL: Durante a onda da percepção de facto tomei consciência de possuir percepção. (Riso)
ELIAS: Parabéns! Isso é igualmente significativo, pois existem muitos indivíduos que de facto não compreendem o que seja a percepção nem reconhecem incorporar percepção. Em vez disso referem que as acções são aquilo que são, fazem o que fazem e relacionam-se do modo que se relacionam mas dizem que isso não é percepção. É apenas aquilo que é, e que é exterior a eles próprios. Eu confirmaria tratar-se duma realização significativa.
GAIL: Arranjei para mim própria um monte de exemplos verdadeiramente difíceis a fim de chegar a tomar consciência disso. (Elias ri)
ELIAS: Sim?
JOYCE: Eu sou nova aqui pelo que em primeiro lugar quero saudar-te, Elias. Devo ter entrado na tua onda de percepção apesar de ser nova para o grupo. Eu fui conduzida a determinadas formas de percepção. Antes de mais, actualmente encaro-as como lentes. Vejo-nos a ir para a guerra porque alguém usa uma lente vermelha e outro uma verde, e como é triste que cheguemos a entrar em conflito pela lente acertada em vez de aprendermos a criar um mundo multicolor. Em segundo lugar aprendi que sempre que preciso mudar alguém, ou há necessidade disso, geralmente esse alguém sou eu. E essa pessoa, essa projecção exteriorizada, esse comportamento conduz-me de volta a olhar para mim própria. E quando consigo isso – isso leva tempo mas eu acabo por mudar – consigo tornar-me mais carinhosa para o outro exactamente tal como ele é, agradecer-lhe por me proporcionar a lição, e consigo crescer. É assim que eu sou.
ELIAS: Parabéns.
Agora; também em resposta a isto, isso consiste numa realização mas acrescentaria também um encorajamento a todos. Sim, vós atraís a vós outros indivíduos a fim de vos realçar diferenças e realçar os vossos princípios. Mas lembrem-se que cada um de vós adopta os seus próprios princípios e que isso não é errado nem mau. Vós não estais a eliminar crenças. Por isso também não estais a eliminar a duplicidade, a capacidade de avaliação do certo e do errado, do bom e do mau em relação aos demais indivíduos, mas é igualmente importante não depreciar os vossos próprios princípios nesse processo, não vos desvalorizardes nem à validade daquilo que percebeis como certo e errado ou mau para vós, e de que é aceitável não concordar e deixar de gostar de expressões e de comportamentos ou escolhas que os outros geram. Mas podeis também aceitá-los.
Podeis aceitar que as suas escolhas, os seus comportamentos e as suas expressões são igualmente válidas e que vós discordais, e podeis admitir-vos em meio a tal desacordo, o que vos leva a admitir-vos e a admitir o outro, e isso permite-vos aceitar-vos a vós próprios e aceitar o outro igualmente.
Quando vos aceitais a vós mesmos, a aceitação dos outros indivíduos torna-se um subproduto. Deixa de ser uma acção que tenhais que trabalhar para o conseguir. Nesse sentido, a dificuldade que muitos referem consiste na associação que criam de que para aceitarem devem passar a gostar e a concordar com toda e qualquer outra expressão. Mas não. E isso cria dificuldades, porque aí o indivíduo começa a depreciar-se: "Eu não devia sentir-me zangado, não devia mostrar-me desgostado nem mostrar desacordo mas tentar descobrir uma via através da qual consiga mudar-me e passar a concordar e a gostar desta expressão." Isso coloca-vos numa direcção de considerável auto-depreciação, de dificuldade e de luta, e cria uma energia de oposição em vós que pode dar lugar à criação de ciclos ou círculos dum desconforto considerável. Porque aí começais a projectar essa energia de oposição – e que é que passam a atrair? Energia de oposição de algum género, e isso pode tornar-se um círculo bastante destrutivo.
Por isso confirmo-te enormemente essa tua descoberta e realização em relação à percepção, e apenas vos lembraria a todos a importância do reconhecimento das vossas opiniões, das vossas próprias preferências, daquilo de que gostais e deixais de gostar, das vossas associações que têm que ver com o que é certo e errado, porque isso não desaparece. (Ri)
Vamos aceitar mais um pergunta e fazer um intervalo.
GEORGE G: A medida da aceitação pessoal reside na capacidade de aceitação dos pontos de vista do outro, assim como na compreensão de terem a sua perspectiva particular do mundo, com a qual podemos até discordar, mas sentimo-nos compelidos a aceitar o facto de ser a perspectiva dele pelo que nos escusamos de lhe atribuir juízo de valor e associações. É essa a medida do nosso próprio sentido de auto-aceitação.
ELIAS: Sim, e igualmente...
GEORGE G: Se quisermos saber até que ponto nos aceitamos a nós próprios, tudo o que precisamos fazer é olhar para fora e usar isso como medida.
ELIAS: Podeis, sim.
GEORGE G: Eu queria dizer algo acerca do último ano. Estive a pensar no que a Cindel disse anteriormente, e isso fez-me dar conta duma espantosa mudança que se deu na minha percepção, durante o ano passado, e especialmente nos últimos meses. Durante a maior parte da minha vida fui aquilo que se pode designar como um viciado na vitimização, além de me preocupar em extremo com isso. Mas nos últimos meses fui muito mais capaz de notar isso e de associar e de observar as crenças que possuo. E descubro que isso tem sido extraordinariamente fortalecedor e libertador. Agora estou a começar a experimentar e a considerar outros aspectos de mim próprio, como a minha criatividade em muitas e diferentes áreas, em resultado directo disso. Por outras palavras, a minha percepção sofreu uma mudança e essa mudança permitiu que a minha consciência pudesse expandir-se de forma considerável, graças a ti. Tal como disse ontem, sinto uma imenso apreço e afecto por ti, Elias. Uma vez mais, obrigado.
ELIAS: Não tens de quê. Parabéns.
Vamos fazer um intervalo e em seguida continuaremos.
INTERVALO 12:42; RETURNO À 1:39 DA TARDE
ELIAS: Continuemos! Quem vai ser o próximo – não? (Riso)
Sim?
STEVE: Tu mencionas as três formas de percepção como se se tratasse completamente dum jogo da bola. Eu perguntei talvez a umas oito pessoas, lá fora no exterior, durante o intervalo, em que consiste o ABC sobre proporcionarmos a percepção que obtemos. Elias, dá-me alguma coisa simples que todos sejamos capazes de entender com facilidade. Digamos que eu odeio os Iraquianos e deseje mudar essa percepção para uma em que não odeie os Iraquianos e até talvez passe mesmo a gostar deles. Penso ter entendido que durante a primeira hora terás dito que não podemos simplesmente contar que, tudo bem, vou olhar isso de outro modo: Vou gostar deles! Isso não seria efectivo. E nas transcrições tu costumas falar de oferecer a percepção como algo que é feito através da detecção. Notamos... (Inaudível) Vejamos, eu odeio os Iraquianos? Odeio. Em seguida precisaria perguntar porque razão os odeio. Bom, por eles estarem a matar os nossos soldados. Referirá isso a totalidade do modo como proporcionamos a nós mesmos essa percepção - mas em seguida – devo ficar à espera de deixar de os odiar, ou isso envolverá algum outro passo?
Dar-me-ás um aconselhamento exacto sobre como alterar a percepção que temos, de modo a aplicarmos a essa situação ou talvez mesmo às demais circunstâncias?
ELIAS: Muito bem. Com este exemplo, antes de mais é importante que reconheçais tratar-se da vossa percepção, mas...
STEVE: Permite que te interrompa por um momento. Oito pessoas forneceram-me oito respostas distintas. Tudo bem, podes avançar. (Riso)
ELIAS: Mas isso não é incomum, porque todos esses oito indivíduos possuem uma percepção diferente.
Agora; a tua pergunta está associada com um modo de alterar a percepção que tens. Nesse sentido possuis a percepção de forte aversão em relação a um grupo de indivíduos – uma cultura, por assim dizer.
Agora; antes de mais, proporcionas a ti próprio a razão de não gostares dessa cultura e referes não gostar dela devido a ela ser responsável pela morte dos teus concidadãos. Muito bem.
Agora; expande esse retracto e avalia-o. Sim, eles estão a matar os teus concidadãos mas vós também estais a matar os deles. Não se trata da questão de quem começou essa matança; trata-se duma questão de diferenças. Trata-se de reconheceres que incorporas ideais, preferências e opiniões e de que eles são igualmente válidos; Mas eles incorporam igualmente ideais e preferências e opiniões igualmente válidas. Elas são diferentes em face da vossa percepção mas a percepção que eles têm não é menos real nem menos válida do que a vossa. É uma questão de reconheceres ser aceitável discordardes da sua percepção, dos seus ideais, das suas opiniões e preferências. Não precisais concordar com isso. Tampouco é necessário que gosteis disso. Podes continuar a não gostar disso nem a concordar com isso, mas aquilo que te pode alterar a percepção e permitir-te uma maior aceitação é o reconhecimento de que, a despeito de concordares ou não com isso, isso não designa a tua posição necessariamente como correcta. Estás correcto na perspectiva que tens e em relação aos teus princípios, mas aí também eles estão correctos nos princípios que defendem.
Nesse sentido, o que importa é compreender o aspecto da aceitação das diferenças. Todos vós incorporais diferenças num determinado grau, e em determinadas situações, em relação a certas culturas, por vezes patenteiam-se diferenças consideráveis. É natural que não gosteis ou discordeis do que é diferente, porque quando apresentais diferenças a vós próprios, elas parecem constituir uma ameaça.
Agora; em que consiste a ameaça oriunda das diferenças? Quando vos confrontais com diferenças, a ameaça centra-se na vossa identidade, porque as vossas associações do que seja o correcto acham-se envolvidas na vossa própria identidade e faz parte intrínseca dela. Por isso, se vos deparardes com diferenças isso constitui uma ameaça para a vossa identidade, devido a que para a maioria seja altamente vital estar correcto. E segundo os teus princípios tu estás.
É por tal razão que incorporais princípios. Por serem adequados a vós e vos governarem o comportamento; governam o modo segundo o qual vos expressais. E o modo como vos expressais pode não ser correcto para outro indivíduo e em resultado da diferença constituir para ele uma ameaça e ele, do mesmo modo que vós, há-de responder em termos de oposição. É uma questão de terdes consciência de que a percepção que tendes não constitui um factor absoluto e de que tampouco existe uma realidade absolutamente correcta. Existe a vossa realidade, a qual se acha bastante associada aos vossos princípios, que vos podem ser adequados, mas não para outro indivíduo. Não é um absoluto.
Tal como referiste previamente neste fórum, relacionas-te com outros indivíduos e preferes relacionar-te de um modo de alguma forma contrário (antagónico). Nesse sentido reconheces não estar necessariamente a mudar a percepção ou a opinião de outra pessoa, mas é escolha tua expressares-te desse modo.
Agora; com outro indivíduo que tenha diferentes princípios que tu, isso pode ser percebido como uma ameaça, por ser diferente, e deverá responder-te com oposição e projectar uma energia de oposição.
Não é necessário compreender os princípios do outro nem a percepção que tem. O que importa é reconhecer a existência de diferenças, que sois todos diferentes, e que do mesmo modo que podeis identificar inúmeros indivíduos que subscrevam os vossos princípios, preferências e opiniões, também aqueles que pertencem a uma outra cultura encontram igual número de apoiantes para as suas opiniões, preferências e princípios. Mas responderá isso pelo sentido básico da correcção para algum de vós – a quantidade de apoio que consigais obter que se adeqúe a vós? Não. Constitui apenas um reforço da existência de outros indivíduos que são capazes de adoptar uma percepção similar à vossa, sem que isso refira que seja bom ou mau. É bom para vós e certamente que vos influenciará acerca do modo como vos expressais.
Mudar a percepção não significa necessariamente mudar a opinião que tínheis nem as vossas preferências. Não é necessariamente mudando que passais a concordar com outro indivíduo ou a gostar desta cultura. Talvez não mudeis. Talvez não mudeis ao longo de todo o vosso foco. Mas podeis aceitar que a sua percepção, escolhas e preferências sejam tão válidas quanto as vossas.
Se conseguirdes reconhecer a percepção do outro como igualmente tão válida quanto a vossa sem experimentardes a ameaça causada pela noção da diferença, não subsistirá qualquer necessidade para a guerra. Não existe qualquer necessidade de conflito, porquanto não abrigareis qualquer necessidade de convencer o outro de estardes certos enquanto eles estão errados. Não precisais defender-vos por serdes capazes de adoptar essa confiança na vossa própria percepção, que é correcta segundo a vossa percepção; pelo que não precisais defendê-la, nem tampouco vangloriar-vos por ela, nem impô-la. Podeis conceder ao outro a oportunidade de expressar a sua percepção sem procurardes alterá-la, e ele será capaz de criar a sua própria realidade segundo o modo que escolher. Situação em que, se nenhuma das partes constituir uma ameaça à outra, podeis coexistir em meio às diferenças que vos caracterizam, devido a que não subsista qualquer ameaça em que um esteja certo enquanto o outro está errado, e em que aquele que está errado deva ser alterado.
Na situação que referiste, tal como salientei, dizes: "Não gosto desta cultura devido a que ela liquide os meus compatriotas." Eles não nutrem afeição pela vossa cultura devido a que vós mateis os seus concidadãos. É a mesma coisa, e a sua essência reside em que nenhuma cultura jamais aceitará na própria percepção a validação da outra nos termos da percepção que tenha do que seja correcto e sagrado para ela.
STEVE: Essa foi uma resposta muito comprida e eu não contava que envolvesse tanta coisa. Procuro captar o essencial em relação ao que acabaste de referir de forma a conseguir aplicá-lo a mais alguma coisa. Ao princípio deduzi o facto de não se tratar dum mero acto de notar, porque isso não chega.
ELIAS: Às vezes pode chegar.
STEVE: Elaboraste um processo completamente intelectual para chegar a isso e mencionaste um monte de coisas! De que forma resumirias o que fazemos? Por outras palavras, digamos que pretendes aplicar isso a alguma coisa interna, como por exemplo, a preocupados com relação à ira que sentimos que nos coloca em risco, ou preocupação com tendências autodestrutivas e a pretensão de alteração da percepção e da preocupação. Digamos que se trate da preocupação, em relação ao que quer que queiramos. Queremos alterar a percepção que temos da preocupação, pelo que começamos por notar a preocupação – foi isso que captei da tua última conversa. Mas aí, deixo de ter a certeza, de facto, quanto ao que terá aplicação. Que regras terás mesmo determinado sobre o modo como se aplicará a todas as coisas, e à preocupação inclusive?
ELIAS: Dás-te conta de estares a experimentar preocupação e avalias em que consiste a ameaça, porque a ameaça é aquilo que propicia as outras expressões: a preocupação, a defesa, a agressão e o conflito. Que é que está a ameaçar, e será a ameaça válida? Estará a afectar-te directamente agora? Se não estiver, poderá ser real, porém, não é válida. Por isso...
STEVE: Então as duas respostas que até agora forneceste possuem isso em comum. Identificar a ameaça...
ELIAS: Por certo.
STEVE: Detectar e identificar a ameaça. E o terceiro passo...?
ELIAS: Apurar a sua validade.
STEVE: Estás a ir bem. (Riso)
ELIAS: Se não for válido, a tua percepção sofrerá uma alteração automática, em determinado grau.
STEVE: Mas sobrará alguma vez espaço a dizermos, ou será completamente descabido: "Vou deixar de me preocupar; não me vou zangar mais; vou deixar de odiar estes iraquianos; em vez disso vou tratar de perceber deste modo?" Isso não irá resultar?
ELIAS: Pode resultar. É improvável, mas pode. Não é impossível. É bastante menos provável que chegues a realizar por essa via, mas sim, é possível.
STEVE: Temos de perceber as implicações todas de alguma coisa que queiramos alterar, todas as intrincâncias do que esteja a decorrer.
ELIAS: Não necessariamente; não é preciso que se torne assim tão complicado. Mas a identificação da ameaça auxilia bastante à mudança intencional da vossa percepção.
STEVE: Obrigado.
ELIAS: Não tens de quê.
Sim?
GEORGE D: Elias, na semana passada tive um sonho bastante vívido que se prendia com uma mudança da percepção, mas eu não a mudava; alguém o fazia por mim. (Elias ri) No sonho eu encontrava-me nos bastidores dum teatro e trocava impressões com uma mulher, uma mulher muito gorda e com óculos bastante graduados. Ela dizia: "Vem cá," e batia-me nas faces e tudo mudava. A minha percepção alterava-se. A focagem, tudo era diferente. Eu dizia: "Estou a sonhar, mas gosto disto mas tinha que descobrir como conseguia fazer aquilo sem que fosse feito no meu lugar." E aí o sonho acabou.
Tem que resultar algo deste sonho, uma pista. Talvez me possas dar um palpite. No sonho era bastante fácil, mas tão fácil, e a mudança era de tal forma instantânea! Senti a forma como supostamente seria. E tenho andado com isso na cabeça há uns três ou quatro dias, desde a semana passada, mas não consigo descobrir. Penso que deve ser tão óbvio que não consigo percebê-lo. Apenas se alterou. Poderias dar-me um palpite, por favor?
ELIAS: Antes de mais, a imagem do outro não está relacionada a quem quer que seja além de ti. Ninguém te altera a percepção; isso não é feito em teu lugar nem para ti. És TU quem altera a percepção que tens e sou capaz de te dizer que podes alterá-la de modo instantâneo e com facilidade. Mas em geral não o fazeis porque vos deixais fascinar com a complicação associada a tudo o que empreendeis. Por isso, adoptais métodos e graus e criais todas essas acções numa tentativa de mudar a percepção que tendes, quando na realidade é bastante simples. É unicamente uma questão de identificares aquilo que vos ameaça, porque, em termos gerais, é isso que vos cria a rigidez (consolidação) que experimentais.
O modo através do qual complicais consiste em direccionar a percepção para fora de vós numa tentativa de identificação de tudo o que se acha no exterior e que acontece no vosso meio ou ao vosso redor que possa usurpar-vos o vosso conforto, quando de facto, esses elementos que vos são exteriores não são o que vos usurpa o conforto. Sois vós quem usurpa esse conforto sempre que expressais uma identificação de ameaça, o que dá lugar à criação duma defesa.
Trata-se duma questão de terdes confiança na vossa percepção, e de que, seja qual for a percepção de vós que surja, ela não invalida a percepção que tendes de vós próprios. Mas o que acontece é que todos têm percepções de vós diferentes das que vós tendes de vós próprios e quando vos expressam qualquer elemento da percepção que têm, logo reagis de forma automática a questionar-vos: "Será a percepção que tenho de mim próprio válida? Talvez não seja; talvez ele tenha razão e seja eu quem está errado." E começais a complicar.
Quando vos sentis confortáveis convosco próprios e tendes confiança e vos apoiais na percepção que tendes de vós próprios, outro indivíduo pode-vos expressar a percepção que faz de vós, e mesmo que o faça num modo negativo e pejorativo, haveis de configurar isso dum modo completamente diferente. Um indivíduo pode abordar-vos e detectar o vosso comportamento dum modo condenatório: "Tu estás a ser egoísta." E pode empregar uma conotação negativa segundo os princípios que abriga. Mas vós, na confiança e no conforto que abrigais em relação à vossa própria percepção, sem o questionar nem vos sentirdes ameaçados, podeis fazer frente a tal declaração como um cumprimento, e mesmo responder com um "Muito obrigado" por a vossa percepção estar a expressar: "Isto é um acto de validação. Estou a prestar atenção a mim próprio; estou a expressar o meu próprio revigoramento." Por isso, trata-se dum cumprimento, ainda que não o pretenda ser.
Não é uma questão de conseguirdes ser aceites nem de mudardes a percepção por meio da oferta de qualquer expressão exterior a vós. Trata-se do reconhecimento do vosso próprio valor e do valor da vossa percepção, a despeito de qualquer que seja a expressão do outro. Cada uma das vossas percepções é válida e cada um de vós é único e diferente. Por isso, todos vós incorporais graus de diferença na percepção que tendes, mas nenhum deles é menos válido. Todos são reais e válidos.
Sim?
PRINCE: Elias, numa transcrição anterior, fizeste uma breve menção ao nosso sentido da visão como um factor de influência e de alteração da nossa percepção. Quererias dizer que aquilo que visualizamos fisicamente é capaz de influenciar o modo como percebemos as coisas e seja capaz de nos influenciar uma mudança na percepção?
ELIAS: Sim. Geralmente firmais-vos mais no sentido da visão, mais do que nos demais sentidos, nos vossos restantes sentidos exteriores. Mas trata-se dum acto natural que incorporais. O vosso sentido de visão é capaz de vos influenciar altamente a percepção.
Porque, incluamos um exemplo, um exemplo que possa ser perturbador. Digamos que vos depareis com outro indivíduo que esteja a tratar um animal de modo negligente.
Agora; vedes o indivíduo a portar-se de modo negligente; talvez esteja a abster-se de o alimentar. Percebeis isso em termos visuais e processais a informação e nesse sentido fazei-lo nos moldes dos princípios que acolheis, os quais vos comandam o comportamento bem como aquilo que DEVEIS fazer. E de imediato gerais a associação de que o que ele está a fazer seja errado: revelais desacordo e desdenhais aquilo que ele está a fazer reagindo de algum modo, devido a que aquilo que ele está a fazer seja errado.
Agora; podeis deparar-vos com outro que faça precisamente o mesmo e visualizai-lo a fazer a mesma coisa, mas percebeis que o outro se acha num cenário diferente; talvez vos depareis com um sem-abrigo na rua, conforme os designais. Esse tipo pode proceder do mesmo modo, deixando de alimentar o animal, porém, vós processais essa informação visual de modo diverso, porque apesar de ambos cometerem a mesma acção, podeis notar que o sem-abrigo se relaciona com o animal na base da compaixão.
A despeito de ambos cometerem o mesmo acto, vós processais essa informação visual de modo diferente, e a vossa resposta ou reacção há-de ser diversa. Porque apesar de poderdes continuar a referir discordardes e que o indivíduo esteja a negar o alimento ao animal, agora adoptais uma percepção diferente. Porque, em determinadas situações vós acolheis isso melhor de acordo com as condições e conforme o indivíduo no vosso campo de percepção possua ou não os meios a fornecer ao animal. Se, na percepção que tiverdes, o indivíduo não possuir, inclinar-vos-eis mais a desculpar nele o mesmo tipo de comportamento que não desculparíeis no outro indivíduo.
Portanto, a tua visão proporcionou-te informação e uma comunicação que processas de diferentes modos dependendo do que vês. Em ambos os cenários podes não interagir efectivamente com o outro mas apenas ver o que ocorre e gerar avaliações em relação ao que vires.
A tua visão pode igualmente influenciar-te a percepção pois podes não necessariamente perceber cenários na sua inteireza. Por isso, se vislumbrares apenas pedaços de cenários hás-de processar essa informação e gerar uma avaliação que pode ser bastante distinta do que está realmente a ocorrer num determinado cenário em particular – mas hás-de gerar uma associação em relação ao que vês. Em muitas situações, em relação àquilo que percebes, podes gerar uma avaliação do que o outro está a fazer como sendo inaceitável ou errado. Mas podes não estar a ver tudo o que ele esteja a fazer, e por essa razão não dispor duma informação completa. Por isso a tua avaliação pode não ser exacta e podes subsequentemente apresentar informação adicional e reconhecer que tinhas estado a gerar uma avaliação inexacta em relação ao que efectivamente ocorreu. A tua visão pode tornar-se factor duma imensa influência, muito mais do que qualquer outro dos teus sentidos.
PRINCE: Obrigado.
ELIAS: Não tens de quê.
STEVE: Elias, já que mais ninguém tem a mão levantada posso meter-me e dar prosseguimento? (Elias acena em concordância) Ainda albergo um sentimento de inquietude. Se te tivesse perguntado de que modo alteramos a percepção, sem te dar um exemplo que pudesse usar e te dissesse que não queria que usasses um exemplo, mas que queria que designasses o principal sobre como alteramos a nossa percepção, de que modo terias respondido a isso?
ELIAS: Do mesmo modo que respondi.
STEVE: Queres dizer que isso se aplica no geral?
ELIAS: Se quiserdes alterar a percepção que tendes, é uma questão de notardes aquilo que quereis alterar e avaliar aquilo que nessa percepção represente uma ameaça.
STEVE: É sempre em termos de ameaça?
ELIAS: Geralmente, se encarardes a percepção que tendes como agradável, não querereis alterá-la. Se gostardes da percepção que tendes, geralmente não procurais alterá-la. Quereis alterar a percepção quando NÃO gostais daquilo que percebeis. Por isso, se se tratar do caso de quererdes alterar a percepção que tendes por não gostardes daquilo em que ela consista ou vos sentirdes desconfortáveis com ela ou caso, pelo facto de terdes essa percepção isso vos gerar algum desconforto, aí subsiste um elemento de ameaça.
STEVE: Mas e se identificarmos a ameaça e em seguida nos questionarmos: "Será válida?" Tu assumes que não ser – e que a validade dum monte de ameaças...
ELIAS: Por vezes são.
STEVE: Se me irritar e causar um grande distúrbio, esse distúrbio é válido.
ELIAS: É real; não é necessariamente válido.
STEVE: Que significa "válido"?
ELIAS: Aquilo que vos afecta DIRECTAMENTE no momento. Podes tornar-te muito irritado devido à manifestação de expressões de violência no mundo e expressar essa irritação com bastante intensidade. Ela é bastante real. Mas será válida? Estará a ocorrer convosco? Estará a afectar-vos directamente no momento? Provavelmente não.
STEVE: Bom, se alguém disparar sobre mim por eu me irritar com ele, isso podia muito bem afectar-me.
ELIAS: Mas se estiveres a criar irritação em relação a um assunto ou um conceito ou mesmo em relação ao comportamento de alguém, em termos gerais, muitas vezes aquilo que ele faz não te afecta directamente.
STEVE: Porquê...?
ELIAS: Por não o estar pessoalmente a fazer a TI.
STEVE: E se for algo interno? E se quisermos deter algo que estamos a fazer a nós próprios? Nós criamos a própria realidade, pelo que isso rege o exemplo que apresentei do envolvimento de outra pessoa. Mas torna-se bastante válido se tivermos, digamos, uma tendência auto-destrutiva e acabamos destruídos.
ELIAS: Permanece idêntico: em que consiste a ameaça?
STEVE: A ameaça é mais ou menos como ter este problema - se penso em certas coisas na minha consciência, ele assinala rapidamente em resposta e realmente provoca-me sintomas de doença, pelo que se trata duma ameaça muito válida. Não posso dizer que não o seja porque o é. Magoa.
ELIAS: Será real, mas em que consiste a ameaça?
STEVE: Em que se penso nela, que isso suceda de novo.
ELIAS: Mas tu incorporas a escolha de o atrair ou não.
STEVE: Mas isto parece possuir uma mente autónoma nesta matéria.
ELIAS: Isso é que não possui. A ameaça está nisso, na existência dalguma manifestação exterior a ti que incorpore o poder do controle, o não é exacto. Por isso, a ameaça está em que tu não cries toda a tua realidade e que subsistam elementos que a criem em teu lugar.
STEVE: Então tenho de englobar esta coisa e pensar nela como uma parte de mim. (Elias acena afirmativamente)
ELIAS: Sim?
DREW: Tenho outra pergunta; é um pouco fora do contexto, tem importância?
ELIAS: Muito bem.
DREW: Se é verdade que os nossos desejos alinham pelo nosso propósito, e se é verdade que podemos avaliar aquilo que desejamos pelo que manifestamos, se estivermos a manifestar uma vida de dificuldade e de luta, de infortúnio e de desconforto, quererá isso dizer que essa dificuldade e essa luta e esse desconforto estejam mais em alinhamento com o nosso propósito?
ELIAS: Pode, mas isso pode não traduzir o propósito.
DREW: E aqueles que diriam que estamos a ter dificuldade e a lutar e a colher infortúnio devido a termos crenças que nos impedem o propósito natural, isso não será uma sugestão incorrecta a dar a alguém?
ELIAS: É, tens razão.
DREW: Há aqueles que manifestam com o propósito da experiência imbuída de dificuldade e...
ELIAS: Sim, tens razão. Tal como expressei previamente, trata-se duma questão de energia, e a energia não distingue confortável nem desconfortável mas deslocar-se-á na direcção do vosso propósito, do vosso desejo, mas sem fazer essa distinção. Há-de, ao invés, ajustar-se à energia que projectardes.
DREW: Se o propósito dum foco particular for o de colher a experiência duma vida empobrecida, digamos... O propósito não se altera ao longo do foco, alterará?
ELIAS: Geralmente, não.
DREW: Então, nesse caso, não é uma questão de tentarmos alterar a experiência mas de a aceitarmos. Não será essa uma abordagem mais eficiente?
ELIAS: Os propósitos constituem temas gerais de exploração, e nesses temas gerais, existem muitíssimas vias específicas que podeis incorporar a fim de os expressardes. Na realidade o seu número é incontável.
O propósito não se expressa nos termos, p. ex., de obterdes uma vida de pobreza. Pode ser que o indivíduo escolha esse propósito a fim de explorar desafios, desafios imbuídos de dificuldades. O indivíduo pode dar lugar à criação de mais vias específicas desse tipo e pode criar a condição de ser pobre, mas isso não quer dizer que isso não possa alterar-se. As escolhas podem variar e o modo pelo qual a exploração se expressa pode alterar-se.
Há indivíduos que expressam propósitos em que a sua exploração pode traduzir intensidade ou temas que avaliaríeis como negativos. Um indivíduo pode ainda incorporar um propósito a fim de explorar todas as vias que é capaz de incorporar associadas ao papel de vítima.
O assunto é amplo e genérico, e além disso existem muitíssimas vias através das quais um indivíduo pode explorar a questão. Mas isso move-se igualmente em conjugação com o que estivemos a debater com relação às diferenças.
Agora; mesmo com um propósito dessa natureza, isso não quer dizer que o indivíduo crie vias unicamente com a intenção de se tornar vítima. A sua exploração pode incluir imensas vias que expressarão essa função de vítima, mas algumas podem igualmente explorar o modo como os outros expressam a mesma função, ou o modo de explorar a mudança disso e deixar de se tornar vítima.
Todos vós incorporais esse ideal de, tal como referiste, deverdes ser felizes, ou deverdes lutar para o serdes, como a fonte da vossa existência, ser alegre, ser feliz. Na realidade trata-se unicamente dum ideal. Na realidade, aquilo que todos incorporais genuinamente em comum é um desejo de conforto, mas o conforto expressa-se por muitos e deferentes modos. Alguns sentem-se confortáveis em meio ao que encarais como inconfortável. Alguns sentem conforto na infelicidade. Por isso, o conforto também consiste numa expressão diversificada.
Nesse sentido, todo o indivíduo há-de manifestar em conjugação com o seu propósito, a despeito do que quer que ele englobe em termos de experiência de desconforto, infelicidade, tristeza, depressão, porque o valor nem sempre se expressa por meio daquilo que encarais como positivo. O valor nem sempre se expressa por meio do conforto.
DREW: Então aqui é que está o dilema: se olhar para o que estou a criar ou criei ao longo de toda a minha vida – e podia ter sido tudo, desde doença, pobreza; menciono a pobreza porque é a situação em que me encontrei a maior parte da minha vida – o dilema está em saber se aceito isso na crença de que se isso for o que estiver a manifestar, deverá ser aquilo que desejo, e portanto estará mais em alinhamento com aquilo que escolho experimentar enquanto me encontro aqui? Ou procuro vias de me voltar para as crenças e de mudar a percepção que tenho e alterar isso? Se fizermos isso não incorreremos no risco de usar de duplicidade quanto à razão porque nos encontramos aqui desde logo?
ELIAS: Não.
DREW: Não existirá a possibilidade de criarmos conflito com o que se acha mais no alinhamento com o nosso propósito ao fazermos isso?
ELIAS: Quando estiverdes a ir contra o vosso propósito haveis de saber. Porque se estiverdes a ir contra o vosso propósito também deixareis de estar a realizar sentido de valor. E se não gerardes sentido de valor, não sentireis interesse por esta realidade, e morrereis. Porque, quando não realizais sentido de valor, não sentis motivação para continuardes nesta realidade particular e simplesmente haveis de vos desprender de algum modo. Não haveis de criar períodos de tempo muito longos sem realização de sentido de valor. Quando deixais de gerar sentido de valor também haveis de deixar de participar naquilo que estais a fazer. Haveis de vos desligar.
Por isso, em relação ao vosso propósito e desejo, tal como referi, isso também se acha associado à energia, mas não, não é sempre necessário avaliardes as vossas crenças nem as vossas associações, apesar das associações poderem dizer-lhes muito e servir-vos bastante de auxílio na avaliação do modo de alterar a vossa energia. Mas não é preciso complicar. Aquilo que é mais ou menos requerido é prestar atenção ao que estiverdes a fazer.
Prestar atenção ao que estiverdes a fazer permite-vos uma maior clareza com relação ao tipo de energia que projectais – não apensa aquilo que estiverdes a fazer em termos físicos, apesar disso ser um factor, mas igualmente o que estiverdes a fazer interiormente, que associações estareis a gerar, o que estareis a FAZER a vós próprios que continuamente cria essa manifestação de pobreza, recordando que tudo o que fazeis se acha interligado. Não se trata unicamente duma única via.
Por isso quando falais de empobrecimento, não se trata unicamente duma questão de dinheiro mas de como vos percebeis empobrecidos sob QUALQUER forma; em todas as, por assim dizer, pequenas expressões que afloram nas vossas acções mundanas. Como já expressei previamente, podeis empobrecer-vos em relação ao tempo, em relação aos amigos, em relação aos relacionamentos, em relação à vossa casa, e podeis perceber o que manifestais no vosso lar como pobre e insuficiente. Todas as associações que gerais em termos de insuficiência contribuem para a expressão de energia, para essa projecção de energia que se afigura como empobrecimento, e isso deverá ser aquilo que passareis a atrair a vós.
DREW: A minha confusão sobrevém desta minha ideia de que querer mais consiste em dizer que o pouco que temos seja errado.
ELIAS: Não necessariamente. Pode tratar-se duma preferência.
DREW: O que é que nos leva a reconhecer que eu tenha escolhido isso como experiência neste foco?
ELIAS: Pois, precisamente. Não se trata da questão de expressardes a vós próprios que quereis mais e que por isso aquilo que estivestes a criar tenha sido errado. É uma questão de admitirem, "Sim, eu criei isto, mas isto não é necessariamente errado. Criei isto pela experiência e acabou tornando-se benéfico porque me proporcionou experiências, proporcionou-me informação, e talvez agora eu escolha explorar uma via diferente.
É uma questão daquilo onde depositais o sentido de importância. Quando colocais sentido de importância naquilo de que não gostais e no que não quereis colher, vós reforçais isso e continuais a colhê-lo, porque prestais atenção ao que é importante.
O vosso desejo não consiste necessariamente em vos verdes empobrecidos; o vosso desejo consiste em explorardes determinadas experiências. Isso pode representar uma expressão desse desejo. Existem incontáveis expressões e experiências desse desejo. Por isso, é uma questão de avaliardes, admitir que "Isto foi o que eu criei e talvez não seja mais a minha preferência, ou eu não goste desta experiência e pretenda mudá-la", reconhecendo que o que tereis feito não terá sido errado nem mau em si mesmo e terá facultado algum benefício, e reconhecendo igualmente que escolhestes empreender uma via de exploração diferente e que isso é igualmente aceitável.
DREW: Identificar o desejo e em seguida descobrir caminhos para o expressar...
ELIAS: Por certo.
DREW:...Em vez de nos cerrarmos nessa expressão particular do desejo.
ELIAS: Pois. Porque existem incontáveis vias de expressão associadas a qualquer desejo.
DREW: Mas não haverá possibilidade de conflito...? Eu tenho esta percepção - e vou ser muito breve em relação a isto - mas eu tenho esta percepção de que quando escolhemos manifestar, o fazemos com uma experiência particular de vida que desejamos colher. É aqui que reside a minha confusão. Se procedermos a essa escolha antes de manifestarmos, antes de querermos experimentar uma vida de pobreza, nesse caso isso iria de encontro a isso? É aí que me sinto confusa. Em que altura...
ELIAS: Aquilo que estás a referir acha-se associado ao destino. Mas não existe destino; não existe qualquer predestinação; não existe nenhuma directiva presente. Vós incorporais um conjunto de probabilidades quando escolheis penetrar neste foco físico, mas também isso é muito genérico e não constitui absolutos. São potenciais, e nesse sentido, podeis ou não expressar esses potenciais.
Nesse sentido, tal como referi, um propósito é bastante genérico. É bastante simples e genérico, o que vos permite um vasto ancoradouro para a exploração. Possuís um vasto repositório para explorar, com cada propósito, e voltar-vos numa direcção para de seguida mudá-la completamente, o que associaríeis a um contrário, não representa necessariamente oposição a esse propósito. O propósito não se acha preestabelecido. O vosso caminho, por assim dizer, não está estabelecido mas consiste naquilo que dele fazeis a cada momento.
Esse conjunto de potencialidades consiste apenas num conjunto de potencialidades. As probabilidades não se situam diante de vós; elas são escolhidas a cada momento. Não é que exista um grande grupo de probabilidades diante de vós enquanto contemplais esse grupo e escolheis uma. Elas não existem até que as crieis. Elas são criadas com cada sopro, em cada momento da vossa existência, porque cada momento incorpora uma escolha; até mesmo quando não tendes consciência de estar a gerar uma escolha. Cada passo que dais é uma escolha. Dobrais um dedo; isso é uma escolha. Piscais os olhos; isso é uma escolha. Vós gerais escolhas a cada momento. Cada respiração é uma escolha. Nesse sentido, nenhuma se acha predestinada e todas as escolhas são criadas no momento. Neste momento podíeis criar a probabilidade de parar de respirar e de deixardes de continuar a existir nesta realidade. Isso é uma escolha. Todavia escolheis continuar a respirar. Nesse sentido, não existe qualquer destino. EXISTE escolha.
Sim?
ROBERT: Olá Elias. Eu queria falar mais sobre a definição que empregas de ser... (Inaudível) porque quando distinguiste isso de não sermos necessariamente felizes, eu achei-o uma verdadeira ajuda. O termo que me veio à mente foi "autêntico", quando a minha experiência parece autêntica, e quando não parece. A pergunta que queria colocar é: à medida que fui envelhecendo, por vezes noto que percebia as coisas pensando que me fariam feliz e não fizeram e em seguida descobri que outras coisas que tinha pensado que não me fariam feliz na realidade se tornaram mais duradouras. Mas ainda sinto situar-me num plano em que dou por mim ocupado com comportamentos que sei não virem a tornar-me feliz, e no entanto continuo a empreender esses comportamentos. É como se eu me posicionasse fora de mim próprio e me contemplasse a proceder a uma escolha que não quero fazer. Se existem comportamentos com que nos ocupamos que sentimos serem menos genuínos, de que modo poderemos acelerar o processo de nos afastarmos desses comportamentos ou de os alterar?
ELIAS: Examinando a vossa motivação, prestando atenção ao que estiverdes a fazer, e examinando aquilo que vos motiva a fazer o que estais a fazer, e uma vez mais, de forma semelhante à minha resposta (gesticula na direcção do Steve) avaliando em que consiste a ameaça. Em que consiste a apreensão? Se deixardes de prosseguir o que estais a prosseguir, que será que acontece? Já conheceis o que acontece se continuardes.
Este é um aspecto interessante relativo à preocupação. Vós tendes consciência daquilo que criais quando vos preocupais. Sabeis que não conseguis evitar aquilo com que vos preocupais. Tendes consciência de que a preocupação não resolve nem conserta aquilo que vos entristece mas preocupais-vos do mesmo modo. Se puderdes interrogar-vos sobre o que associais em termos de ocorrência no caso de não vos preocupardes – já estais cientes de que a preocupação não alcança resultado – que será que ocorre se deixardes de vos preocupar? Que será que associais à possível ocorrência no caso de não vos preocupardes? Quererá isso dizer que sois maus, devido a não vos preocupardes, ou quererá isso dizer que não vos interessa por não vos preocupardes? Sereis insensíveis por não vos preocupardes? Será alguma dessas expressões? Talvez não. Uma vez mais, não a avaliação do que é real mas do que é válido e do que não o é. Essas associações são reais, porém, serão válidas? Sereis insensíveis? Sereis maus? É provável que não.
ROBERT: E se os comportamentos nos conferirem um prazer temporário, como a comida que nos transmite sensação de prazer mas que sabemos que mais tarde nos vem a fazer sentir menos saudáveis ou...? Temos consciência disso mas continuamos a tentar obter o prazer imediato em vez da satisfação a longo prazo...
ELIAS: Mas qual será a fonte do prazer imediato? Que será que motiva esse prazer imediato? O que é o mesmo que a pergunta anterior. Em que consiste a motivação para esse comportamento, a motivação para essa escolha? Nesse sentido, será verdadeiramente prazenteiro ou não passará doutra expressão que rotulais como prazer imediato? Que será que o motiva? Se estiverdes conscientes de se tratar duma acção que gerais que não é genuinamente confortável, o prazer consiste numa camuflagem. Portanto, não quer dizer que não seja real no momento, mas não passa duma camuflagem, pelo que deixa de ser válido. Por isso, torna-se importante ou significativo perceber em que consiste essa motivação.
ROBERT: Mas o facto de não ser válido brota do facto do prazer se tornar difuso e de ser substituído por algo...
ELIAS: Que sabeis que ocorre de forma consistente, sabeis estar comprometidos com um comportamento com que admitis, de forma consistente, sentir-vos desconfortáveis. Por isso subsiste aí um elemento de que a motivação seja questionável. Não seja genuína e esteja a ser camuflada.
DREW: Talvez o prazer seja real e subsequentemente a culpa seja aquilo que é menos válido.
ELIAS: O prazer é real.
DREW: Talvez o prazer seja válido e a culpa ou o desconforto subsequentemente seja o que não é válido.
ELIAS: Isso também se pode tornar possível.
DREW: "Não devia ter..." (Inaudível)
ELIAS: Isso pode igualmente ser possível. É uma questão de avaliardes em que consiste a motivação, aquilo que estiverdes a fazer e as associações que estiverdes a gerar. Tens bastante razão. Um indivíduo pode empreender uma acção que seja genuinamente válida e prazenteira e subsequentemente depreciar-se, o que estaria associado ao que representara a ameaça.
Podeis consumir um alimento que seja prazenteiro e ocupar-vos com uma acção que seja válida para a vossa preferência e subsequentemente experimentar culpa ou desconforto. Nesse sentido pode ser que exista uma ameaça relacionada com não deverdes ocupar-vos com tal acção por poder tornar-se destrutivo para a consciência do vosso corpo, ou pode dar lugar à criação de aspectos diferentes na consciência do vosso corpo de que possais não gostar. Será isso válido? Provocará tal coisa? Podeis associar "Se eu consumir este alimento em particular, passarei a engordar e deixarei de ter o aspecto que pretendo". Isso será válido? Isso estará a ocorrer no presente?
Por isso, sim, tens razão. É capaz de mobilizar em qualquer das direcções. Mas o que valerá como denominador comum é: "Em que reside a ameaça?" Sobre que é que vos sentis apreensivos? Que estareis a antecipar que não esteja a ocorrer no momento?
ROBERT: E se analisarmos desse modo e a resposta resultante for a de que a ameaça seja eu vir a tornar-me uma pessoa melhor do que penso ter que ser, ou que essa satisfação pessoal não seja algo que eu possa calibrar de regresso ao meu... Eu sou um seis numa escala de dez, e como consegui obter uma mão cheia de oitos esta semana, seria melhor fazer algumas três ou quatro coisas para voltar...
ELIAS: Isso seria interessante de avaliar, não? Porque, que te dirá que não possas valer uma centena? Que será que te sugere que não sejas merecedor e não devas ser tudo aquilo que desejas ser, ou que não tenhas o direito de ser tudo o que desejas ser e não te expandas ao máximo das tuas possibilidades no teu foco? É um direito que te assiste e trata-se do teu valor, e não há nenhuma razão para vos desvalorizardes seja em que grau for, nem para vos limitardes com relação a qualquer direcção em que queirais realizar-vos. Não é errado nem mau querê-lo todo.
ROBERT: Obrigado.
ELIAS: Não tens de quê, meu amigo. Sim?
GEORGE D: Elias, não será devido às crenças que tudo isto acontece?
ELIAS: As vossas crenças filtram-vos cada acção e cada expressão. Nesse sentido, não existe acção que incorporeis nesta realidade material que não seja filtrada pelas vossas crenças. Mas nisto, a armadilha consiste em associardes que as vossas crenças sejam más. As vossas crenças não são más. Mas podem tornar-se limitativas quando vos opondes a elas. Mas se não vos opuserdes a elas, as vossas crenças podem tornar-se bastante libérrimas e conferir-vos poder, e permitir-vos realizar aquilo que quiserdes realizar. Encorajo-vos a todos a tornarem-se íntimos das vossas crenças e a tomar esse poder, por SERDES grandes e poderosos.
Compartilhamos o que realizastes em associação à onda que se reportou à percepção, e isso não é coisa pouca. Tratou-se duma onda de grande intensidade que não se expressou por muito tempo mas com intensidade, e todos vós alcançastes resultados consideráveis associados a ela. Nos vossos termos - apesar de não interpretar o termo "crescimento" como vós - diria que todos crescestes de forma espantosa durante essa onda e vos tornastes muito mais conscientes de vós próprios, e talvez estejais a começar a vislumbrar aquilo que sois capazes de realizar, ainda que o não façais ainda.
Todavia expressarei que, por vezes, a percepção pode revelar-se traiçoeira, porque vós realizais mas expressais para convosco próprios não o terdes conseguido, devido a que não vos crediteis com o resultado alcançado. Dizeis não ter gerado dinheiro suficiente, mas criastes dinheiro. Dizeis não ter alcançado nada em termos de amizade, mas alcançastes resultados nesse campo.
Qualquer que seja o assunto, ainda que se trate duma expressão que percebais como insignificante, como o reconhecimento numa altura de tristeza ou desespero: "Durante toda uma hora não me senti desesperado"; ou numa época de doença: "Vivenciei alguns instantes em que não me senti doente", mas vós generalizais e passais ao largo. Dizeis: "Não disponho de dinheiro suficiente"; ou: "Não disponho de dinheiro NENHUM", e isso na generalização que fazeis a cada instante, a cada dia – a despeito de no momento estardes a criar dinheiro. Mas não dais valor a isso. Ou quando expressais doença ou depressão, vós estais SEMPRE doentes ou deprimidos – sem que sobre qualquer tempo em que deixeis de vos sentir desse modo – apesar de sobrar. Todavia, não o admitis. Não notais isso. Mas mesmo que o noteis, não o admitis, não acreditais nisso. Talvez represente para vós um benefício maior, durante esta onda, prestar atenção ao que fizerdes e ao que ESTIVERDES a realizar, a despeito do quão insignificante isso vos pareça.
E com isso, despeço-me de todos e fico numa espantosa expectativa em relação às próximas interacções e a todas as vossas espantosas conquistas. Transmito-vos a cada um e a todos uma tremenda e sincera amizade que eu genuinamente entesouro. Até ao nosso próximo encontro, au revoir.
GRUPO: Au revoir.
Elias parte às 2:59 da tarde.
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