Sábado, 31 de Maio de 1997
Tradução: Amadeu Duarte
(Versão resumida)
Nota da Vicki: Esta sessão teve lugar no Angel’s Corner, em Newhall, na Califórnia. Assistiram dezoito participantes, nem todos identificáveis pelo nome ao formularem as perguntas. Essas perguntas serão referidas com um “P.” Bastante interessante foi o Elias ter dado início à sessão com um título.
...
CRENÇAS EM RELAÇÃO Á VOSSA MUDANÇA
Todos vós tendes consciência da mudança que a consciência está presentemente a sofrer. Estais a participar na consciência com essa acção, além de estardes a ceder energia a esta mudança. Está muito bem e muito certo encarardes-vos a vós e ao vosso futuro com relação à vossa mudança em termos idealistas, e expressardes para convosco próprios e para com os demais o quanto a vossa mudança pode ter de adorável, de pacífico e de maravilhoso mas na realidade existem também questões práticas que acompanham tal acção. Vós abris caminho por entre crenças que carregais ao longo de imensos focos e até à actualidade, e elas não são facilmente descartáveis. Não se alcança isso com facilidade, conforme podeis ver presentemente, através do contacto com os outros e as crenças que albergam.
Aqueles que detêm um conhecimento desta mudança global da consciência podem sentir-se excitados com o desejo de ajudar os demais por meio da informação e duma cedência de energia, mas fazem igualmente face às suas próprias crenças ao serem confrontados com as crenças alheias, e isso dá lugar à criação de confusão e de conflito. Até mesmo entre vós – aqueles de vós que mostram concordância com os conceitos e os ideais – podeis deparar-vos com o confronto que se dá entre as vossas crenças e as dos outros. Digo-vos a todos que o propósito da vossa mudança não consiste em eliminar as vossas crenças mas em aceitá-las bem como a todos os demais no vosso planeta.
Vós concebestes a realidade deste foco físico como imbuída de crenças. Por isso até mesmo na vossa mudança de consciência continuareis a comportar crenças, apesar de as reconhecerdes como crenças e as aceitardes. Em razão disso elas deixarão de possuir o poder que actualmente detêm. A palavra chave que empregamos no que respeita à acção desta mudança é o da aceitação; aceitação pessoal, aceitação das crenças e aceitação dos outros. Isso é muito mais difícil do que podeis inicialmente supor porque para aceitardes as crenças e os outros com as crenças que abrigam, deveis igualmente confiar em vós.
E isso conduz-nos mais uma vez para a área do pragmatismo, através do que experimentais confusão e conflito ao quererdes confiar em vós, mas também vos tornais duvidosos sobre quando essa confiança em vós deva ser considerada nas relações que mantendes com os outros, por confiardes nas impressões, impulsos e intuições deles. Por isso não desejais ver esses elementos diminuídos mas também não desejais depreciar os vossos, os quais poderão não se revelar em harmonia. Tal como todos vós bem sabeis, não é assim tão difícil confiar em vós pessoalmente; mas ao interagirdes com os outros, aí deparais-vos com a confusão.
É por tal razão que é importante examinar as crenças e reconhecerdes no vosso íntimo as crenças assim como o peso que exercem, porque algumas crenças chegam a pesar mais do que outras. Agarrais-vos a algumas com mais vigor do que a outras. E devido a isso debateis-vos mais diligentemente em prole dessas crenças. Isso deverá ser uma indicação inicial. Ao abordardes outra pessoa e enfrentardes as crenças com que não vos achais em acordo, examinai-vos a vós próprios antes de responderdes. Lembrem-se de que o movimento desta mudança não consiste em converter os outros às vossas crenças porque a acção desta mudança abrange as crenças todas; de todos vós no vosso planeta. Por isso a aceitação das todas as crenças é da maior importância porque não vos realizais mais por condenardes os outros pela criação daquilo em que acreditam, do que eles em relação a vós.
E quanto mais expressardes veementemente ao outro o quanto a vossa posição é correcta, mais isso representará um indicativo da intensidade com que albergais a vossa crença. Se aceitardes uma crença qualquer, deixará de se tornar importante para vós converter outro indivíduo ao vosso processo de pensamento, porque passais a aceitar a sua realidade; porque as crenças constituem um elemento desta realidade física. Por isso, cada crença que uma pessoa defenda é real. Apenas nos vossos termos deixa de o ser. Mas é real porque vos achais todos interligados. Por isso, faz igualmente parte da vossa realidade. Podeis exagerar no desacordo que revelais para com a criação que o outro concebe na sua realidade, mas isso faz igualmente parte da vossa realidade; porque vós fazeis parte dele, e ele faz parte de vós.
Isso conduz-nos ainda mais além da questão da duplicidade, a qual se estende para lá da vossa esfera pessoal. Tudo isso são elementos que deveis considerar num esforço por levar mais longe a acção da vossa mudança. Vós comportais em vós próprios duplicidade, o que sois capazes de entender. O que esqueceis é que vos achais interligados com todas as outras consciências. Desse modo ao vos achardes em desacordo ou a condenardes o outro, também estais a exibir duplicidade em relação a vós próprios numa escala maior; porque não existe separação. (Pausa)
Esta mudança da consciência comporta muitos elementos. Trata-se dum tremendo esforço a empreender. Requer-se uma enorme capacidade de energia em consciência a fim de se mudar e reclamar de volta a energia das crenças estabelecidas e dos eventos profetizados para aquilo que percebeis como um movimento positivo que não venha a ser destrutivo. E vós possuís o poder e a capacidade de o pordes em prática. (Pausa)
Tal como referi, esses elementos requerem confiança pessoal. Muitos acreditam – sublinhai o termo! – que têm confiança em si mesmos quando na realidade não estão a confiar neles próprios. Na vida comum que levais de todos os dias deparais-vos com inúmeros conflitos e confusão que se erguem por falta de confiança em vós próprios. Até mesmo aqueles que provam a si mesmos várias vezes que acreditam genuinamente em si próprios se deixam deslizar para a dúvida, porque a duplicidade é extremamente insidiosa nas crenças que comportais.
Lembrem-se de que esta mudança de consciência jamais ocorreu antes no vosso planeta nem nesta realidade ou dimensão. Por isso todos os focos que possuís e que estão a decorrer no momento se acham imbuídos das crenças que criastes nesta realidade. Desse modo, eles cedem energia ao foco de que presentemente tendes consciência, num reforço dessas crenças, tornando a acção deste movimento na consciência ainda mais difícil; mas do mesmo modo que a vossa era religiosa ganhou ímpeto e se desdobrou num movimento que percebeis como voltado para a frente, e se realizou com eficácia, também assim será com esta mudança na consciência. (Pausa)
Seria verdadeiramente estupendo se eu possuísse uma varinha mágica que pudesse brandir diante de vós e tocar-vos as cabeças dizendo: “Aceitai todos os elementos das crenças imediatamente!” (A sorrir) Mas não foi assim que criastes a vossa realidade, a qual em si mesma é maravilhosa. Por isso deveis permitir-vos obter consciência. Deveis ouvir com atenção e abrir a vossa consciência e reconhecer todos estes elementos que estão a ocorrer ao vosso redor diariamente.
Mas o reconhecimento não é suficiente. Todos no vosso planeta actualmente reconhecem existirem diferenças no vosso tempo presente, e a existência de movimentos pouco habituais, assim como a existência de diferenças nos processos do pensamento e uma maior aceitação de informação exterior ao conhecimento estabelecido do que foi previamente permitido; mas o reconhecimento só por si, tal como referi, não chega. Também é preciso movimento; representando isso uma cedência de energia num esforço de auxílio durante a mudança. Cada um de vós que possui informação passa por uma dificuldade em aceitar as crença e no movimento de incrementar esta mudança. Agora pensai no caso daqueles que até á data não proporcionaram a si próprios qualquer informação, porque vós sois os seus mensageiros.
Eu referi que, globalmente, as pessoas experimentarão trauma no decorrer desta acção de mudança. Vós próprios passais por experiências de trespasse da consciência subjectiva que inicialmente vos poderão confundir, e aprendeis a identificar esses trespasses subjectivos e a reconhecê-los como elementos do Eu. Mas aqueles que não detêm qualquer conhecimento objectivo da consciência subjectiva desenvolvem apenas uma outra crença de estarem a experimentar a insanidade, em razão de experimentarem igualmente os elementos que vós experimentais. Apenas não encontram uma explicação para tais experiências; sendo por tal razão que existem aqueles que se deixam atrair pela informação, num esforço por auxiliar os demais na consciência e no avanço desta mudança. (Pausa)
Vou dar lugar às vossas perguntas.
P: Descreve esse trespasse de forma um pouco mais cabal. Tratar-se-á duma mudança real na nossa perspectiva?
ELIAS: Os trespasses podem ocorrer de muitas formas distintas. Trata-se duma consciência subjectiva ou daquilo que na vossa terminologia concebeis como o inconsciente, o que não é inconsciente porque não existe nada que o seja! Tudo possui consciência! Mas a actividade e a consciência subjectiva são aquilo de que não estais sempre objectivamente conscientes. São elementos de vós próprios; elementos da vossa essência; actividade, acção, eventos e movimento que ocorrem continuamente na acção desta mudança da consciência. Por terdes todos concordado com esta mudança, permitis-vos agora experimentar aquilo que designais como trespasses da actividade ou da consciência subjectiva no quadro da vossa consciência objectiva do estado desperto. Isso acontece desse modo porque se vos abrísseis inteiramente e dum modo objectivo a um só tempo a todo o vosso conhecimento subjectivo daríeis lugar à criação de trauma. Por isso, escolhestes deixar trespassar essa informação aos poucos. Ela pode ocorrer durante visões que tenhais; pode acontecer ao longo de eventos ou através da identificação de outros focos ou dum acréscimo de imagens ligadas à actividade onírica. Podeis experimentar diferenças no campo visual no vosso estado de vigília em relação a objectos e a pessoas; o que por vezes vos poderá parecer - numa situação de ausência de informação - um caso de distorção do sentido da visão, quando na realidade se trata dum trespasse de conhecimento subjectivo.
É como se o vosso estado de sonhos se sobrepusesse sobre o estado de vigília. No vosso estado de sonhos as vossas crenças sofrem um relaxamento e por isso permitis-vos experimentar acções e eventos e elementos que não acreditais poder realizar no vosso estado de vigília. No vosso estado de sonhos podeis voar, e podeis empreender actos contrários às vossas crenças do estado de vigília; mas como nesse estado as vossas crenças são relaxadas e vós experimentais um enquadramento temporal diferente que não é linear, também aceitais actividade mais invulgar, nos vossos termos.
Do mesmo modo, estais agora a admitir formas de trespasse duma actividade deste tipo, tal como a do estado de sonhos, sobrepostas ao estado de vigília. Podeis experimentar diferenças ou alterações no tempo. Podeis experimentar uma passagem muito rápida ou muito lenta do tempo, o que vos servirá de demonstração da activação dos sentidos interiores. Podeis experimentar deparar-vos com um objecto no compartimento em que vos encontrardes que sofre uma distorção momentânea no vosso campo de visão, através do que se torna noutro objecto, para depois voltar uma vez mais ao normal. Podeis experimentar a sensações familiares de odores ou de perfumes. Podeis experimentar escutar elementos diferentes. Podeis experimentar uma maior projecção na consciência, aquilo que designais como experiências fora do corpo. Também haveis de notar um aumento naquilo que chamais de coincidências. Elas reflectir-se-ão por todo o lado, mais do que conseguis alguma vez explicar a vós próprios!
Isso são formas de trespasse subjectivo; são intuições que carregais constantemente convosco mas que nem sempre reconheceis, devido a que tenhais concebido esta realidade física para ser encarada de forma objectiva. Por isso, na vossa realidade objectiva não reconheceis muitos elementos da realidade subjectiva, os quais existem em paralelo e são desempenhados em harmonia com a vossa realidade objectiva. Ao longo da vossa história foi testemunhado que somente uns quantos indivíduos especiais dotados de sentido psíquico ou com inclinação para a bruxaria ou a feitiçaria eram capazes desse tipo de conhecimento. Na actualidade, à medida que vos deslocais rumo à mudança, experimentais todos esses elementos de conhecimento subjectivo e admitis um trespasse para a vossa consciência de vigília, ou objectiva, de forma a poderdes reconhecer a informação não estabelecida; porque essa informação não estabelecida é tão real quanto a vossa realidade estabelecida. Só que o é mais! (A sorrir)
Stella: Tenho uma pergunta. Eu experimentei imenso disso que estás para aí a falar e basicamente durante a noite. Tenho sonhado imenso só que não me lembro do quê, com a excepção de que acordo do sonho com a lembrança de ter andado bastante atarefada. Também experimentei esta entidade ao meu redor mas sempre lhe disse: “Vai-te embora. Vai embora!”, por sentir um pouco de medo. Tal como disse, é geralmente à noite, e eu tenho alguma crença associada à área do medo do género, o “papão vem aí e apanha-te!” (Riso) Por isso o que faço é cobrir-me e dizer-lhe para se afastar, mas esta semana experimentei não o fazer e ficar somente a ver no que consistia a experiência, porque deve estar a querer dizer-me alguma coisa. Serias capaz de me dizer algo acerca disso? Também senti um pouco de receio com relação ao meu marido por pensar que ele ande a pensar em ir... não é ir embora. Ele anda a pensar em “morrer”, para o citar, e sinto-me bastante receosa com relação a isso. Por isso continuo a dizer-lhe que não me pode abandonar e que tem que continuar ao meu lado. Eu bem sei que se trata duma escolha. Estou bem ciente disso. Por isso digo-lhe para não ir embora porque ainda nos resta á volta de dez anos de vida conjunta. É esse o meu plano! (Riso)
ELIAS: Ah, um plano! Vamos juntar o teu plano ao teu “caminho”! (A sorrir) (1)
STELLA: De qualquer modo, eu só pergunto se me poderás ajudar a decifrar algumas dessas coisas que mencionei.
ELIAS: Isso é um outro elemento do que estivemos a falar, e que ocorre ao permitires esse trespasse. Não se trata da entidade cósmica que tu acreditas que vem a ti! Isso é a essência; uma comunicação tua para ti própria. Mas tu experimentas dúvida e temor e em razão disso fizeste com que a tua essência te falasse e te oferecesse auxílio e informação. Por isso não fiques toda arrepiada debaixo dos teus cobertores! Acolhe-a com o conhecimento de se tratar de ti no eu elemento mais vasto, por assim dizer, que nem por isso te trairá mas que te estenderá auxílio para uma melhor compreensão e identificação das crenças que actualmente comportas.
Nesse sentido, se permitires essa interacção com a essência também poderás descobrir ser capaz de experimentar uma maior calma bem como um sentimento de segurança em ti própria; porque, à semelhança dos demais, as pessoas prendem-se ao factor exterior, quando não se aceitam completamente. A essência fala-te a fim de te auxiliar a alcançar essa aceitação, mas o temor que sentes mantém isso á distância e tu ficas toda a tremer. No teu próximo encontro experimenta deixar o teu sentido intuitivo aguçar-se, porque o sentido da intuição que comportas acha-se bastante sintonizado. Por isso presta atenção ao teu próprio tom.
CAROLE: Com a mudança, poderão aqueles que possuem uma consciência da mudança e estão a trabalhar com ela... Existe a outra parte da nossa população por todo o mundo que parece estar a trabalhar no sentido inverso. Refiro-me àqueles que se acham envoltos nas guerras entre gangues e esse tipo de coisas. Eu compreendo a aceitação das crenças mas a minha pergunta tem mais a ver com descobrir para onde se encaminha essa gente com o conhecimento que possui, no final desta mudança. Qual será o ponto de vista e a situação que terão obtido?
ELIAS: Assim como tu manténs essas crenças do certo e do errado e do bem e do mal, que são elementos pertencentes à vossa era religiosa, também vos deparais com acções e experiências no mesmo tipo de estrutura. E de certa forma cada acto contribui para o todo. Podes não compreender completamente o benefício que ocorre, mas olhemos por um ângulo diferente da percepção.
Testemunhais actualmente imensa violência e comportamentos negativos no vosso planeta. Já anteriormente declarei que isso não constitui um aumento oriundo do vosso passado histórico. Manifesta-se de modo diferente e por isso também está a obter a vossa atenção dum modo diferente. Nesse sentido, a manifestação de violência com que vos deparais constitui uma rebelião contra os sistemas sociais aceites e estabelecidos. Nas vossas perspectivas vós concebeis isso como sendo errado, mas (aqueles que assim procedem) também estão a fazer valer a sua posição em alinhamento com o movimento da consciência que suplanta o das vossas crenças estabelecidas e da vossa realidade convencional e dentro daquilo que designais como era passada.
Podeis simbolizar isso de muitos modos, tal como o fazem os vossos religiosos e psicólogos, e num certo nível da consciência a coisa poderá ganhar validade nesse simbolismo; pelo que com o emergir duma nova criação se dá um acto de nascimento, e nas dores de parto que esse nascimento acarreta existe também aquilo a que chamais as dores causadas pelo acto de forçar. Nem sempre é preciso que haja dores para que se dê um nascimento mas é preciso forçar. E vós, colectivamente escolheis forçar em muitas direcções. Os jovens forçam ao negarem-se a condescender com as crenças estabelecidas. E outros voltam-se noutras direcções e forçam igualmente. Todos aqueles que são atraídos para este fórum estão a forçar através da consciência. E tudo isso cede energia para o movimento da mudança.
Isso não significa que o dano ou a dor causada seja aceitável, mas...
Entretanto podeis expressar ao Michael que se observar, verá que já lhe dirigimos o que lhe tínhamos a dizer por hoje...
Apesar do dano ou a dor não ser aceite na vossa realidade ele pode tornar-se benéfico, mas na vossa estimativa benéfico não quer necessariamente dizer positivo. Podeis beneficiar com muitos elementos que criais e que percebeis como destrutivos e violentos; negativos e danosos. Na essência e nas suas expressões isso não é aceitável mas vós encontrais-vos na vossa dimensão do foco físico que concebestes desse modo. E por isso também admitis tais experiências.
No acto da vossa mudança, tal como declarei, essas acções e eventos tornar-se-ão desnecessários porque as crenças deixarão de motivar tal tipo de acção. Presentemente testemunhais esse tipo de ocorrências em resposta às actuais crenças estabelecidas. Se essas crenças fossem aceites não gozariam do vigor de que gozam. E também em razão disso deixaria de haver motivação para tais actos. (Pausa)
...
P: Estavas a insinuar que podemos manifestar as nossas visões e criá-las na nossa realidade de forma que os outros possam testemunhá-las igualmente? Disseste que a nossa visão podia sofrer uma mudança.
ELIAS: Ocasionalmente. Na maior parte destes impulsos iniciais da vossa mudança haveis de reconhecer individualmente esta actividade, enquanto que noutras alturas podereis reconhecê-la colectivamente; sendo por isso que sereis capazes de notar aquilo que podeis pensar como sendo o recrudescimento de certas actividades.
Parecer-vos-á que na actualidade uma maior quantidade de indivíduos estejam a manifestar maior capacidade de cura ou habilidades psíquicas ou intuitivas com mais facilidade e dum modo mais efectivo, colectivamente; e isso parecerá servir como uma outra indicação de tais trespasses subjectivos. Ao passo que durante a vossa história as pessoas tivessem que estudar por muito tempo sob a tutela dum mestre para serem capazes de dominar a capacidade objectiva de manipular os sentidos interiores, que todos vós possuís mas que nem todos exercitais, e no presente isso está a tornar-se mais natural para vós, à medida que vos deslocais rumo à vossa mudança, sendo capazes de testemunhar pessoas que parecem ajustar-se a esses sentidos interiores de forma mais rápida e com mais perícia. (Pausa)
...
HOWARD: Talvez possamos esperar ver a nossa indústria de entretenimento antecipar a mudança. Pressinto que o entretenimento... A música, a arte e os filmes... Venham a ser… (Inaudível) Para nós num futuro próximo. Talvez os filmes se tornem menos violentos, ou aquilo que nos possa fazer sentir desconforto actualmente mas que preservamos no nosso íntimo em segredo comece a surgir exposto nos filmes. Não sei o que possa vir a acontecer mas parece ser uma das formas que a consciência poderá assumir, ao mesmo tempo que todos participariam disso. Poderás comentar isso?
ELIAS: Nas vossas sociedades, ao longo tanto do vosso globo como da vossa história, as vossas artes sob qualquer forma que seja espelham o movimento e a actividade que está a decorrer na consciência. Todas as vossas artes se acham bastante ligadas pela consciência àquilo que manifestais em termos objectivos no quadro dos alinhamentos políticos e das crenças. E à medida que vos deslocais através da consciência e adoptais novas crenças ou vos situais apenas sujeitos aos estertores das vossas crenças estabelecidas, vós reflectis isso de forma objectiva nas vossas artes. Todas essas artes em todas as suas formas reflectem ou espelham a actividade subjectiva.
Por isso, aqueles que se expressam através do elemento criativo de qualquer das formas artísticas nesta dimensão particular expressam não apenas o seu movimento subjectivo como também o fazem em alinhamento com as massas, através da consciência. Podeis ver todas as vossas diferentes expressões de arte, em qualquer época que escolherdes, e percebereis a correlação existente entre todas essas formas porque elas movem-se em ondas e reflectem bastante a consciência colectiva e são expressadas como símbolos da consciência colectiva.
Por isso havereis de ver, coisa que já podeis fazer, em muitas das vossas artes, expressões indicativas desta mudança. Haveis de notar que as vossas histórias, os vossos filmes, se movem em direcção de elementos futuros, porque é essa a área em que concentrais a vossa atenção em relação à mudança. Também haveis de assistir, na vossa arte e literatura, e nos vossos filmes, e até mesmo na vossa dança, a expressões que aludem á vossa consciência subjectiva; sentidos interiores, capacidades psíquicas – tudo informação não estabelecida. São imagens espelhadas que se expressam de forma objectiva como um substrato das vossas sociedades, expressadas pelos vossos artistas. (pausa)
Que ratinhos tão caladinhos! (Riso)
CAROLE: Eu tenho uma pergunta a fazer. É de certa forma pessoal mas gostaria de a utilizar no sentido mais generalizado possível. Podes fazer algum comentário em relação à minha tentativa de compreender o que é... Talvez outros façam uma indagação idêntica... Que papel teremos nesta altura, ao nos auxiliarmos a nós próprios e aos outros ao longo da mudança. Pela minha parte eu percebo-o como sendo aquilo que aparentemente não é, porque parece nunca funcionar do modo que penso que venha a faze-lo. Podes comentar isso?
ELIAS: Apesar de cada um distorcer essas imagens com as crenças que comporta, ao expressar que alguma força externa vos esteja a contrariar os esforços, estais certos em todo o caso... Com a excepção de não se tratar de nenhuma força exterior a frustrar-vos as expectativas! Sois vós próprios, que tendes consciência e conhecimento da direcção das probabilidades mais eficientes; e se escolherdes desviar-vos também ocasionareis a criação de conflito em vós. Nesse sentido haveis de reconhecer quando vos estareis a desviar dos vossos propósitos em qualquer foco individual e quando estiverdes a sair dos trilhos, por assim dizer, porque deixareis de permanecer nos seus limites e começais a andar por aí aos tropeços!
Enquanto essência vós dirigis-vos a vós próprios, na área da vossa intenção, e arrastais-vos para situações e circunstancias que proporcionem informação e direcção ao vosso propósito. Muitas vezes escolheis deixar de escutar! Muitas outras pode ser-vos apresentada informação e uma direcção pertinente e vós não escutardes e em vez disso voltardes costas, mas afortunadamente para todos vós o vosso barco não atraca uma só vez mas volta e volta e volta de novo ao vosso porto até estardes prontos para subir a bordo e levantar ancora! (A rir por entre os dentes)
O medo constitui o elemento mais poderoso que vos bloqueia na persecução do vosso propósito. Na realidade, conforme já referi previamente, numa certa extensão estais sempre a dar seguimento ao vosso propósito, em cada foco, apesar de poderdes seguir o vosso propósito do modo expresso na analogia de atravessarem directamente a vossa rua, ou irdes dar a volta à vila para depois para atravessardes a vossa rua! Vós atravessais a rua à mesma, mas de certa forma deveis despender uma energia fora do habitual a fim de a atravessardes!
Isso envolve igualmente a aceitação pessoal e a confiança em si. E esse é o elemento mais árduo com que tendes de lidar. Cada um de vós debate-se com esta questão da confiança pessoal. Cada um de vós escuta essa pequenina voz interior e por vezes diz de si para consigo: “Qual das pequenas vozes estarei a dar atenção? Serás tu a voz correcta ou a voz errada? Deverei escutar-te ou não? Sinto desconfiança em relação a estas pequenas vozes!” (Riso) Em todo o caso podeis acrescentar serdes malucos! (Com humor)
Por isso é que vos digo que achais difícil confiardes em vós e seguirdes aquilo que percebeis ser o vosso propósito num foco pessoal. Na realidade a auto-confiança é muito menos complicada do que a sua falta! É tanto mais fácil aceitar-se a si mesmo e à sua expressão e revelar isso com desprendimento do que andar permanentemente a batalhar à semelhança dum cavaleiro sobre a montada investido da sua armadura, sempre a cair do cavalo e a subir para a sela com estertor! Isso torna-se cansativo! (Riso)
Tal como já referi, vós não vos traireis. Haveis de o provar a vós próprios. Apenas precisais avaliar as crenças que vos tingem a percepção, porque nessas crenças, tal como o referi ainda hoje, se estiverdes a dar a vós próprios indicações vigorosas numa direcção qualquer, podeis estar certos de estardes a lidar com uma crença! Quanto mais vos esforçardes e debaterdes mais vos estareis a deparar com crenças; porque na auto-aceitação e na das próprias crenças impera a ausência de esforço e a suavidade de movimentos. Não é necessária tanta luta, não obstante a criação de drama poder constituir um entretenimento! Mas chegados que sois a esta altura do vosso enquadramento temporal, sentis-vos cansados com relação a este jogo, e escolhestes tornar-vos mais criativos na consciência e permitir-vos novos sentidos de liberdade desprovidos das restrições das vossas crenças.
Prestai atenção àqueles elementos que se apresentam na vossa era porque se trata de elementos que atraístes a vós de forma intencional e com o fim de realizardes a vossa intenção e o vosso sentido de valor; porque ao deixardes de prestar atenção àquilo que atraís a vós, caís na confusão. Não é por acaso nem é acidental que esta essência se esteja a dirigir a vós.
P: Então, se alterarmos as nossas crenças mudaremos aquilo que atraímos a nós?
ELIAS: Ah! Eu não vos estou a dizer para alterardes as vossas crenças! Todo e qualquer crença que escolhais seguir será adequada porque essa será a vossa realidade, e como tal, deverá traduzir a opção da vossa manifestação. Mas vós não eliminais as crenças, nem as trocais por outras…
P: Elas não são alteradas?
ELIAS: Vós aceitais essas crenças que são conflituosas, e desse modo também as neutralizais. (Pausa)
Permiti que vos diga que para aceitardes uma crença, olhai para outra pessoa que abrigue uma crença e identificai essa crença porque desse modo pode tornar-se mais fácil do que voltar-vos para vós próprios; já sabemos que não conseguis identificar qualquer crença em vós por serdes tão perfeitos! (Riso) Mas… Apesar disso sois perfeitos! Ao identificardes a crença duma pessoa com quem não concordais, quando observardes e aceitardes essa expressão da sua criação enquadrada nas crenças inalteradas que possui e isso não vos incomodar por compreenderdes que não vos altera a realidade - que o facto de comportar outra realidade ou outras crenças não vos afecta nem ameaça - nesse caso tereis aceitado isso como uma crença. Podeis continuar a ter a vossa opinião de desacordo e optar por não manifestar essa realidade mas o facto dele optar por criar tal realidade em si mesmo não terá qualquer importância.
VICKI: Todavia com frequência as realidades entrecruzam-se e quando as pessoas o fazem gera-se uma afectação entre si. Desse modo, por vezes pode parecer que se uma pessoa aceitar uma dada crença e outra se retrair ou não a aceitar, no quadro do conflito gerado pela oposição entre as duas crenças distintas, aquela que aceitar de modo efectivo a crença deverá alinhar pela crença da outra?
ELIAS: Na tua forma de encarar. O que estás a referir é que ambos comportam diferentes crenças e entram em conflito um com o outro; um aceita as suas crenças enquanto que o outro não. Nesse sentido percebes que aquele que aceita esteja a aquiescer ao outro que não as aceita.
VICKI: Exacto.
ELIAS: Mas não possui a menor importância!
VICKI: Só me parece que isso poderia afectar a nossa realidade porque frequentemente as pessoas entrecruzam as suas realidades.
ELIAS: Mas vós estais continuamente e a cada momento da vossa existência a entrecruzar a realidade com a consciência assim como a afectar e a ser afectados pela consciência. Só notais aquelas interacções que exerceis de forma objectiva, aquelas que levais a cabo conjuntamente com aqueles que estão na vossa presença e durante o tempo em que vos achais no estado de vigília, apesar de serdes continuamente afectados e estardes a afectar tudo e todos, e não só quem se acha na vossa presença. (Pausa)
Com a aceitação das crenças, o indivíduo reconhece não existir a menor importância. Deixa de se tornar ofensivo para ele o facto do outro continuar a criar a sua realidade com o vigor que a crença lhe confere. Tal é a acção do “Pequeno Rebento”. (Metáfora comummente empregue pelo Elias) Já vos disse a todos para não vos preocupardes com os outros nem com aquilo que criam. Tendes muito porque vos responsabilizardes nas vossas criações e na área da vossa essência, a qual é imensamente vasta!
Vós funcionais dentro das vossas crenças, não?
VICKI: Por certo.
ELIAS: Por isso deixai de vos focardes nas crenças dos outros. Focai-vos nas vossas. (Pausa)
A mudança da consciência não se destina à mudança do outro indivíduo. Não vos achais nos estertores da agonia das vossas cruzadas tal como se deu no vosso passado histórico nem vos achais empenhados numa acção de conversão dos outros à vossa forma de pensar ou às vossas crenças. Não vos achais numa cruzada a fim de alterar no exterior. Se preferirdes, encontrais-vos numa cruzada em prole da mudança interior. Por isso o vosso foco, a vossa atenção, o vosso objectivo reside em vos concentrardes em vós próprios e não nos outros; porque se vos concentrardes nos outros continuareis a estabelecer crenças que actualmente já aceitais!
RON: Se quisermos adoptar a atitude objectiva de só colaborarmos objectivamente com outros segundo determinado acordo, de que modo haveremos de adoptar isso e de que forma alcançaremos esse acordo quando as crenças podem ser tão contrárias que não subsista qualquer entendimento?
ELIAS: Inicialmente sugeriria que explorásseis as probabilidades de que dispõem porque sempre subsiste um acordo. Apenas não encarais as vossas escolhas todas. Se não puderdes dispor de escolha num acordo então nesse caso sugiro-vos que vos afasteis. Permiti um tempo a fim de reavaliardes o vosso íntimo e de identificardes as crenças que vos estejam a influenciar, sem condenardes o outro pelas crenças que tem.
Em que tipo de grande dano podeis incorrer por aceitardes as crenças de outra pessoa? Ides morrer por isso? Mas se morrerdes não terá importância! Não deixareis de existir! Por isso, que importância terá a vossa crença para requerer uma defesa tão veemente? Trata-se unicamente duma crença e duma experiência.
VICKI: Portanto, estás a propor que aceitemos também as crenças dos outros e não apenas as nossas?
ELIAS: Com a aceitação das vossas crenças, aceitareis os outros; trata-se dum subproduto natural.
VICKI: Certo, gostava de reformular a pergunta num cenário real. Tenho uma amiga que tem um bebé cujo pai se acha ausente. A mãe pretende criar a criança, assim como o pai. Ambos pretendem obter a custódia dela, imbuídos que estão da crença de que cada um deve ser aquele indicado para criá-la. Se um deles aceitar isso como uma crença, eu presumiria que aí isso deixaria de ser questão; digamos por exemplo, a mãe; se ela aceitar isso como uma crença, tomará consciência de não ter importância quem deverá criar a criança e talvez então permita ou concorde em que o pai passe a criá-la. Nesse sentido, a aceitação disso como uma crença, por parte dela, terá afectado o resto da sua vida. É aí que entra a concordância. E é a parte que resulta menos compreensível.
ELIAS: Porque vês tu isso como algo negativo?
VICKI: Não sei se o percebo realmente como algo negativo. Só não compreendo... Parece que o próprio conceito propõe que outro tome uma decisão por nós. Se ela aceita a sua crença, então o pai da criança, que acabará por a levar e educar, terá feito escolhas em vez dela.
ELIAS: Ela terá procedido a uma escolha sua.
P: Posso colocar uma pergunta? Ao ter aceite a crença, ela não terá passado a aceitar que o pai pretenda criar a criança do mesmo modo que ela, e que ambos pretendem a mesma coisa? Ela na realidade não está a converter-se ao ponto de vista dele.
ELIAS: Claro.
P: Então trata-se mesmo de aceitar que ele quer algo diferente e dizer: “Tudo bem. Aceito que queiras algo diferente” mas sem se entregar a ele.
ELIAS: Trata-se duma escolha. Podeis aceitar a expressão do outro e continuardes a manter a vossa, o que já referi previamente. Também podeis aceitar a vossa crença que reconheceis e com isso estareis actualmente a manter apenas outra crença com que concordar.
VICKI: Penso que a parte mais difícil de compreender é a do “Não importa”.
ELIAS: Pois, o que, como já vos disse, a aceitação consiste no aspecto mais difícil. Porque na verdade não tem importância.
HOWARD: Se não tem importância, se as coisas não possuem importância, qual será a lição? Porquê incomodarmo-nos?
ELIAS: Porque escolheis isso. Escolheis essa experiência.
HOWARD: Mas isso não tem importância! (Riso)
ELIAS: Vós escolheis essa experiência nesta manifestação da consciência física, podeis encará-lo como um jogo! Importa, mas não tem importância!
P: Estás a dizer que tem importância termos a experiência mas que devíamos aceitar a experiência do modo que se desenrola, e que qualquer que ela seja, não terá importância?
ELIAS: Dentro das vossas probabilidades de escolha, seguis uma direcção que se alinha com a vossa intenção e o desejo que nutris num foco particular. Isso possui importância. Escolhestes isso para realizar sentido de valor; mas com o reconhecimento de que todas as probabilidades consistem em probabilidades; de que todas as probabilidades se actualizam e de estardes a criar por uma questão da experiência, isso deixa de ter importância. Isto parece uma contradição, apesar de não o ser; porque nas crenças que sustentais atribuís valor aos elementos que não possuem necessariamente valor.
Mostrais-vos demasiado sérios em vez de vos divertirdes. Centrais-vos no juízo em vez de vos centrardes na aceitação e depois criais confusão e conflito, e aí, expressais ao cosmos ou ao vosso universo “Porque terei de experimentar tal conflito?” Mas vós criastes esse conflito por terdes criado tal seriedade e eliminado a vossa jovialidade, e criastes confusão ao atribuir uma importância decisiva às crenças ao invés de o fazerdes em relação às verdades, e chorais em meio à confusão desejando que a vossa experiência e existência se tornem diferentes. Exponho-vos elementos que podeis considerar a fim de vos proporcionarem percepções alternadas para a criação da vossa existência e realidade de forma diversificada e sem conflito mas vós rebolais no conflito e respondeis a esta essência: “Mas isso não pode ser!”
Tudo constitui uma realidade. Todas as coisas que criais fisicamente ou não fisicamente possuem importância, pois não existe elemento algum que valha menos que qualquer outro em consciência; mas, no que toca às experiências, nenhuma experiência possui uma importância maior do que qualquer outra. Já vos referi previamente, que o acto de criardes uma sanduíche para vosso consumo não possuí menos importância do que a erecção dum monumento, ou da luta por uma causa, ou a contemplação duma flor. São tudo experiências. Todas elas possuem importância mas ao serem enquadradas nas crenças, deixam de ter valor. (Pausa) Desejareis colocar mais perguntas neste dia? (Pausa)
P: Eu tenho uma pergunta a fazer. De que modo havemos de voltar de novo à jovialidade?
ELIAS: Escolhei! Sede joviais! E se não colherdes diversão da vossa experiência, não continueis! (Riso) Não vos forceis à escravatura nem crieis sujeição nem infelicidade nem ansiedade onde não o desejardes criar! Criai aquilo que desejais. (Outra pausa)
Muito bem. Por hoje vou despedir-me com um adeus afectuoso e carinhoso e ficar na antecipação de nova participação. Para todos vós, au revoir!
Notas Finais:
(1) O Elias tinha andado a arreliar-nos há já algum tempo acerca da crença de que nos achamos num “caminho” rumo a algum sítio. Ele diz que já nos achamos lá! Ele mete-se connosco do mesmo modo com relação aos “planos”; daí a brincadeira que usou com a Stella.
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