Sábado, 19 de Julho de 2003 (Grupo/Düsseldorf, Alemanha)
Tradução: Amadeu Duarte
Participantes: Mary (Michael), Achim (Anselm), Andrea (Jamie), Anne M. (Monique), Anne S.(Elenore), Axel (Ricarro), Balbina (Joline), Ben (Calow), Dorothea (Beauti), Gerhard (Doro), Gottlieb (Hughel), Hartmut (Martina), Helmut, Jens (Ranatad), Katrin (Duncan), Linda (Carmenn), Lisbeth (Sebastia), Marlies (Mallory), Patrick
ELIAS: Boa tarde!
GRUPO: Boa tarde.
ELIAS: (Ri) Hoje vamos participar num debate e eu vou-me dirigir a todos e vós ides participar na conversa e não apenas escutar como ratinhos caladinhos enquanto permitem que eu dispense uma dissertação. Vou-me dirigir a vós durante a conversa em relação ao assunto em debate.
Ora bem; que é que percebeis que vos oferece a experiência da liberdade? De que modo abordam a vossa experiência e exercitais a vossa liberdade?
ANNE M.: Viajando.
ELIAS: Viajar – isso oferece-te liberdade?
VOZ DE MULHER: Escolher coisas divertidas de fazer.
JENS: Gastar dinheiro.
AXEL: Deixar-me levar pelo meu fluxo, o livre-fluxo.
BALBINA: De cada vez que penso em termos de “dever/obrigação”, tento parar. Nem sempre me detenho, mas tento! (Riso, e o Elias ri)
ELIAS: E?
DOROTHEA: Consciência, eu procuro sempre... Consciência de mim.
VOZ DE HOMEM: Não pensar.
ELIAS: Va lá! Bom; que é que vos proporciona liberdade GENUÍNA?
AUTÊNTICA? (Riso)
BALBINA: Avançar as crenças.
ELIAS: “Avançar as crenças”. E que é que isso significa?
BALBINA: Ser capaz de escolher uma crença em vez de sofrer por causa dela ou sentir-se vítima dela.
ELIAS: Muito bem. E de que modo identificais as vossas verdades?
ANNE M.: Pelo que nos faça sentir melhor.
ELIAS: Talvez, ou não se tratará duma preferência?
GERHARD: Uma realidade que me pertence, a minha realidade.
ELIAS: A “tua realidade” – isso é muito vago! Que quererás dizer com a “minha realidade”?
GERHARD: Aquilo que sinto ser importante e o que desejo criar, e a direcção em que penso estar a seguir.
ELIAS: Muito bem.
JENS: Se for absoluto para mim, é uma verdade.
ELIAS: Ah!
JENS: É inalterável.
ELIAS: Correcto. Isso é uma verdade.
Ora bem; ao experimentardes e exercitardes a liberdade, identificais a vossa verdade, e permitis-vos reconhecer que a vossa verdade não é verdadeira e que não é absoluta.
Bom; que exemplos da vossa verdade podereis empregar? O dinheiro? (Riso) O facto de dispordes ou não de dinheiro? Se possuís ou não dinheiro? Essa é uma verdade vigorosa.
BALBINA: Saúde?
ELIAS: Saúde. (Acena afirmativamente)
HELMUT: A luz e o amor.
ANNE M.: Bom, basicamente, não consideraremos algo que nos seja perceptível num certo momento como uma verdade? Quer dizer, se não nos estivermos a sentir bem, isso será a verdade do momento.
ELIAS: Correcto.
ANNE M.: Se estivermos a sentir-nos bem, então isso será uma verdade.
ELIAS: Em parte. Porque em relação à saúde, se no momento estiverdes a sentir-vos mal, isso poderá não representar necessariamente uma verdade, por não ser um absoluto. Porque podeis não vos sentir bem no momento, mas incorporardes também o conhecimento de possuirdes a habilidade de alterar isso e poderdes recobrar a vossa saúde.
Mas a saúde pode representar uma verdade num sentido mais amplo, no modo como a encarais relativamente à forma como a expressais, em relação ao modo como vos afectais através da enfermidade ou da ausência de enfermidade, quer incorporais um sentido absoluto de vos terdes que curar a vós próprios, em razão do que isso se tornará um absoluto, e um bom método, e no caso de usardes outro método esse poder tornar-se um método mau – não apenas em relação a vós próprios mas em relação a todos os demais. Se outra pessoa vos apresentar um caso de padecimento e escolher dirigir-se a isso de um modo diferente do vosso, automaticamente gerais a avaliação de que o seu método é mau enquanto que o vosso será melhor.
ANNE M.: Sim, isso é verdade.
VOZ DE HOMEM: Isso é verdade! (Riso)
ELIAS: O vosso é melhor por conhecerdes mais e estardes melhor informados e serdes mais esclarecidos, razão porque ele será melhor.
O dinheiro, outra verdade; Vós não gerais dinheiro, vós adquiris dinheiro, recebeis dinheiro; não criais dinheiro. Criais as vossas estrelas, o vosso universo, as vossas luas, os vossos sois, o vosso mundo, cada indivíduo existente na vossa realidade física, cada estrutura, cada átomo, cada molécula, mas não criais papel nem moedas! (Riso) Não dispondes moedas, nem de notas! Isso é outra verdade, um absoluto. Não é verdade, mas representa uma das vossas verdades.
Relacionamentos – outra verdade – e cada um incorpora a sua própria variação dessa verdade, dos seus padrões, das suas qualidades da forma como deve ser expressado, das suas categorias. Porque todos vós incorporais categorias para os vossos relacionamentos. Relacionamentos românticos são diferentes dos relacionamentos familiares. Relacionamentos entre pai e filho diferem dos relacionamentos entre colegas de trabalho. Todos os vossos relacionamentos são categorizados por diferentes vias mas cada um adopta a própria lista de controle e todos os critérios com que pode contar para qualificar um tipo particular de relacionamento. E caso o relacionamento não encaixe nessas qualificações, resultará conflito e deverá tornar-se errado, e deverá existir um método mais fiável para alcançar o relacionamento. Estas são apenas algumas das vossas verdades.
Religião! Ah, mas todos nesta sala vão vacilar e dizer, “Ah, mas eu não acredito mais em religião. Por isso não pode ser classificado como uma verdade; eu não adopto ISSO como uma verdade.” (É acometido dum ligeiro riso enquanto o grupo ri) Ah, mas acreditais! Podeis PENSAR que não, por não participardes numa congregação junto com outros em veneração. Ah, mas não venerareis? Estais assim tão seguros disso?
Posso-vos dizer que cada indivíduo aqui presente incorpora alguma crença metafísica robusta, e isso não será meramente a vossa nova religião? Ela incorpora as mesmas crenças e as mesmas expressões que qualquer outra religião. Apenas é expressada de modo diferente, por meio do qual vos percebeis como bastante esclarecidos e progressistas.
BALBINA: E não somos? (Riso)
ELIAS: Sois?
BALBINA: Eu espero que sim! (Riso)
ELIAS: E pensais que um indivíduo que adora Alá não acredita ser bastante esclarecido?
BALBINA: Oh, certamente, eles acreditam tal como toda a gente...
ELIAS: Correcto, mas direis que o vosso esclarecimento não representa uma crença?
BALBINA: Sim, provavelmente, mas também é...
ELIAS: (Interrompe-a a rir por entre os dentes) Pois! Isso não são crenças – é a verdade!
BALBINA: Bem, sim, é uma verdade, só que mais vasta do que...
ELIAS: AH! Mais vasta! (Riso) Ah! Mas eu posso dizer-te que qualquer cristão também poderá expressar-te que a sua crença e a sua verdade sejam mais vastas que a tua!
BALBINA: Bem sei. Eles até já mo disseram. (Riso)
ELIAS: Sim, e os budistas dir-te-ão terem atingido a verdadeira iluminação, e que a sua verdade é mais ampla que a tua.
Bom; com isto, que notareis como ponto comum? Que farão as verdades?
HELMUT: Separam.
ANNE M.: Promovem o julgamento.
ELIAS: Correcto. Elas separam e perpetuam o juízo crítico e bloqueiam a aceitação. Vós não sois mais iluminados do que qualquer outro indivíduo existente nesta planeta. Apenas incorporais uma um diferente tipo de informação.
Vós deixais-vos atrair para esta informação por ela ser compatível com o vosso movimento; trata-se da vossa preferência. As preferências não passam de crenças preferidas. Não existe qualquer expressão na vossa realidade física que não seja influenciada pelas crenças. Não existe nenhuma “outra” realidade. Não existe a realidade que vós criaste individualmente a par com a realidade por que estais a esforçar-vos por atingir, a realidade oficial, a realidade que se situa para além das vossas crenças, a realidade REAL. (Riso)
A realidade real é a realidade que criais individualmente. Essa É real. E ela é, a cada momento e em cada expressão – se escolherdes participar e continuardes a participar nesta dimensão física – influenciada pelas crenças. Cada momento, cada acção, cada escolha é filtrada por meio das vossas crenças.
Ora bem; as crenças não representam o inimigo. Vós ESCOLHESTES manifestar-vos nesta dimensão física. Isso é obra duma escolha. Nenhuma entidade, nem força, nenhum elemento pertencente a uma consciência superior a vós vos terá impelido para esta realidade física. Vós escolhestes. Porque razão?
HELMUT: Por querermos fazer parte da unidade da consciência.
ELIAS: Não. Existem INCONTÁVEIS dimensões na consciência. Sim, existe uma consciência, apesar de poder não ser julgada como “consciência una” porque isso referiria uma distorção, pois isso sugeriria uma entidade e a consciência não é uma entidade. É um movimento.
Agora; nisso, escolhestes manifestar-vos nesta realidade física por uma questão de curiosidade. Porque vós sois consciência, porque sois essência, e manifestais-vos igualmente noutras dimensões físicas e achais-vos presentes em todas as áreas da consciência. Esta é apenas uma delas.
E porque não haveríeis de explorar? Tal como declarei desde o início deste fórum, esta dimensão física em particular é uma das mais diversas e complexas de todas as dimensões físicas. Por isso se torna intrigante. Vós criastes uma arena imensamente complexa e cheia de diversidade para explorar, e ela foi concebida com base em dois elementos básicos e extensivamente diversificados, a emoção e a sexualidade – fisicalidade e comunicação. Nesse sentido, a exploração torna-se ilimitada porque as vossas linhas mestras ou princípios não passam duns poucos. Os vossos limites são, por assim dizer, escassos.
E isto leva-nos a circundar o nosso ponto relativo às verdades e à vossa liberdade, e ao modo como experimentais e expressais e exercitais a vossa liberdade, porque é aí que reside a questão. Eu digo-vos que estais a expandir a vossa consciência. Em que consistirá a vossa consciência? Sabeis?
HELMUT: Eu sou composto de consciência.
ANNE M.: Na obtenção de informação a partir de diferentes ângulos que não obtivemos antes, ou não percebemos antes.
ELIAS: Isso é uma acção.
HARTMUT: É o sentido em que me movo.
ELIAS: A tua consciência? Em parte.
AXEL: Não será isso a minha consciência?
ELIAS: É, mas em que consistirá? Não é uma coisa.
ANNE M.: Seremos nós próprios?
ELIAS: És tu próprio.
Agora; a própria expansão relativa à vossa manifestação – o que sois vós, agora, aqui - de que forma se realiza isso?
ANNE M.: Prestando atenção a nós próprios, escutando-nos, sentindo-nos, conhecendo-nos.
ELIAS: Correcto, mas como é que haveis de alcançar isso?
ANNE M.: Não considerando mais ninguém, mas apenas nós próprios.
ELIAS: Ah, mas com isso estareis igualmente a perpetuar a separação por gerardes outro absoluto ao voltardes a vossa atenção para vós para exclusão dos demais.
ANNE M.: Como haveremos de prestar atenção a nós próprios e aos demais, tudo ao mesmo tempo?
ELIAS: Ah, mas isso é que podeis!
ANNE M.: Eu ainda não o consegui.
ELIAS: Ah! Eu estou ciente disso. A maioria de vós pode incorporar um momento em que reconhecerá ter alcançado esse acto, mas surpreendeis-vos e excitais-vos por notardes, “Ah! Eu prestei atenção a mim próprio e estou igualmente a prestar atenção a tudo ao meu redor e ao meu semelhante.” Mas isso é raro e pode tornar-se de tal forma momentâneo que a recordação que tiverdes disso se torna bastante fugaz.
Vós automática e naturalmente – naturalmente – prestais atenção ao que ocorre fora de vós. Que estais a fazer neste momento? Estais a prestar-me atenção. A vossa atenção está a ser projectada para mim através da escuta daquilo que vos estou a expressar.
Agora; ao mesmo tempo podeis estar a prestar atenção a mim e estar igualmente a traduzir o que digo, por estardes a pensar. O vosso mecanismo do pensamento está a tornar-se objecto da vossa atenção. A vossa atenção está a mover-se – a atenção não é o pensamento – e neste momento a vossa atenção está a mover-se. Está a mover-se na minha direcção e dos vossos pensamentos e do que estou a expressar assim como dos vossos pensamentos, os quais estais a traduzir. Os vossos pensamentos estão igualmente a traduzir algumas comunicações que estais a expressar a vós próprios através de perguntas e de avaliações relativas ao que vos estou a dizer. Por isso, há muitas acções que estão presentemente a decorrer neste momento em cada um de vós.
Agora; isso é um acto familiar. Isso não é necessariamente prestar atenção a vós. Vós PENSAIS que isso seja prestar atenção a vós, por reconhecerdes que a vossa atenção se está a mover entre mim e os vossos pensamentos. Mas que mais estará a ocorrer dentro de vós, para além dos vossos pensamentos – não elimineis os vossos pensamentos - mas de forma a continuardes a incorporar a continuidade do vosso mecanismo de tradução junto com os vossos pensamentos, detectando também outras expressões que estejam a ocorrer?
Estareis a experimentar calma? Estareis a experimentar tensão? Estareis nervosos, ou em estado de ansiedade? Sentis-vos pouco à-vontade? Sentis-vos excitados? Estareis numa posição de neutralidade? Estais conscientes daqueles que vos rodeiam? Que estará a consciência do vosso corpo a experimentar? Sentis calor? Sentis frio? Estareis a transpirar? Estareis tensos? Relaxados? Tudo isso são comunicações. Que quereis?
A interacção que faço convosco é um exemplo daquilo que experimentais todos os dias do vosso foco. Estais de algum modo a interagir, quer com cada um, quer com os demais - com o vosso ambiente, com os animais, com as plantas ou com os materiais. Estais a interagir com algum elemento da vossa realidade a cada um dos vossos dias. Neste momento estais a interagir comigo; por isso, vamos utilizar um exemplo da forma como prestais atenção a vós próprios ao abordardes outra pessoa ou algum outro aspecto do vosso ambiente.
Bom; vamos avançar em conjunto. Cada um de vós deve prestar atenção a si próprio ao mesmo tempo que me escuta.
Agora; a chave naquilo para que quero atrair a vossa atenção é o que desejais neste momento – não o que pensais querer mas aquilo que cada um de vós está a expressar a si próprio neste momento em relação ao que quereis enquanto estais a participar comigo. E não aceitarei nenhuma resposta do tipo, “Eu quero conversar contigo, Elias” porque já estais a fazer isso, e isso é muito vago e um tema comum neste compartimento. Mas cada um de vós está também, ao escutar-se a si próprio, a expressar algum querer neste momento. E é com isso que estais pouco familiarizados. É desse modo que começais a exercitar a vossa liberdade. Por isso, que é que desejais?
ANNE M.: Eu quero compreender.
ELIAS: Tu queres compreender.
KATRIN: Quero escutar-te a fim de conseguir sentir-me mais relaxada e descobrir...
ELIAS: “Para me relaxar mais”. Não te sentes relaxada?
KATRIN: Sim, sinto-me relaxada. Penso querer essa liberdade de que falas...
ELIAS: Ah, ah, ah, ah! Não, não, não, não, não! (Ri alto)
KATRIN: Essa é a minha genuína...
ELIAS: Mas isso é um exemplo. Porque a maioria das pessoas expressa o mesmo, ou seja, estar à espera que essa liberdade suceda, e a questão não reside nisso mas em tomarem parte agora, sem se deixarem ficar à espera da centelha, e de súbito tê-la descoberto, tê-la captado. Isso torna-se numa outra verdade, E assim que se tornar noutra verdade, que ocorrerá? Separação e juízo crítico, porque se mais alguém na vossa realidade física também não tiver captado o significado dessa fagulha, tê-lo-eis alcançado melhor, e ele será mais lento e deverá pôr-se em dia por estar a ficar para trás na corrida – mas não se trata aqui de nenhuma corrida.
JENS: Estás certo disso? (Riso)
ELIAS: Eu estou! (Riso)
JENS: Poderias parar por um minuto?
ELIAS: Sim. (Pausa para mudar o filme)
JENS: Obrigado, já está pronto.
ELIAS: Muito bem! Eu já troquei impressões com dois indivíduos com relação à identificação daquilo que querem neste presente momento, e estão muitos mais presentes. Que é que quereis?
VOZ DE MULHER: Magia.
ELIAS: Magia!
VOZ DE MULHER: Magia, a toda a hora.
ELIAS: Ah! Muito bem. (Para a Balbina) Que é o que tu queres?
BALBINA: Ser capaz de decidir o que as leis naturais devem operar, ao invés de me tornar vítima delas. Por isso, se desejar voar, voo – ou se quiser passar pelas paredes, por exemplo.
ELIAS: Muito bem.
LISBETH: Quero atingir essa liberdade.
ELIAS: Queres dispor de liberdade. Queres OBTER a liberdade. Mas neste momento, que é que queres?
LISBETH: Não tenho consciência de querer... (O resto da sentença perdeu-se com o ruído dum veículo que ia a passar)
ELIAS: (Para o Gerhard) E?
GERHARD: Neste momento quero ter uma ideia daquilo que quero. (O grupo ri)
ELIAS: (Ri) Muito bem! Mas, Sebastia (Lisbeth), que é que queres? (A rir por entre os dentes) Queres o teu copo de água. (O Gerhard tinha acabado de se levantar para apanhar um copo de água para ele e para a mulher)
(Para a Anne S.) E?
ANNE S.: Eu quero compreender-me.
ELIAS: Neste momento, que é que queres? Que estarás a expressar fisicamente? Que estarás a fazer dentro de ti própria? Neste momento, que é que queres?
ANNE S.: Entender aquilo que estás a dizer, o que queres dizer, e aprender com o momento.
ELIAS: Que quererás aprender?
ANNE S.: Tudo.
ELIAS: Ah! Os segredos do universo! Ah, ah, ah, ah, ah! (Para a Marlies) E tu?
MARLIES: Eu quero ir ao quarto de banho. (Riso)
ELIAS: MUITO BEM!
Bom; eu vou admitir isso como um bom exemplo da atenção que prestais ao que quereis neste momento enquanto conversais comigo, por estardes a prestar atenção ao que estais efectivamente a fazer neste momento. Pode parecer muito simplista, mas na realidade com que frequência descartais aquilo que quereis no momento por estardes a participar numa actividade exterior a vós?
Neste momento queres atender a uma função corporal. Mas com que frequência não apresentareis a vós próprios esse simples exemplo e deixareis de actuar nesse querer por causa da situação?
Não vos quereis mostrar rudes; não quereis perder uma palavra, e em resultado abris mão do querer e passais por cima dele por estar outro querer a ser expressado e quererdes escutar ao que está a ser dito. Mas podeis incorporar ambos, porque podeis dizer-me, “Elias, quero ir ao quarto de banho”, e isso não traduzir a questão. Não me estais a pedir permissão, pois não necessitais que o permita.
MARLIES: Mas nesse caso a outra pessoa terá que esperar.
ELIAS: (Com humor) Ah! Então agora também estais a criar a sua realidade, e estais todos a ser vítimas!
MARLIES: De mim própria! (Ri)
ELIAS: Sim! (Com humor) Quão imensamente poderosa és! (Ri)
ANNE M.: Bom, ela podia ir ao banheiro e perguntar-te, por exemplo, “Importas-te de parar por um momento enquanto vou ao banheiro?” E eu podia facilmente responder, “Na verdade ela pode ir ao banheiro mas eu quero continuar a ouvir, por isso poderás continuar a falar?” Por essa altura, penso que responderias, “Vou fazer o que quero”, não? Não será esse o caso?
ELIAS: Correcto, mas a questão reside em saberdes o que VÓS quereis. A questão reside em dardes atenção a vós próprios sem serdes dirigidos pelas escolhas dos outros, mas em cooperar uns com os outros mesmo no caso de não concordardes. A cooperação não requer acordo. Podeis cooperar uns com os outros sem necessariamente concordardes. É uma questão de aceitação da diferença.
A título de exemplo, podeis estar a conversar com outro indivíduo e talvez cada um de vós apresentar opiniões bastante diferentes.
Agora; as vossas opiniões reflectem as vossas preferências, e as vossas preferências, uma vez mais, constam de crenças preferidas.
Bom; podeis defender uma opinião enquanto o outro indivíduo defenderá uma outra opinião, mas a avaliação que fazeis é que ambas essas opiniões possam parecer bastante polarizadas ou, segundo a vossa avaliação, bastante opostas.
Agora; podeis continuar a conversar sem sentir conflito – mas quantas vezes fazeis isso? Não muitas, devo dizer! – podeis continuar a vossa conversa sem sentir conflito, sem concordardes entre vós mas aceitando as diferenças de ambos, e experimentar um ímpeto íntimo para comparardes, e procurardes convencer, e levar a melhor sobre o outro e rejeitá-lo. Mas não confundais aceitação com rejeição, que comummente é expressada da seguinte forma: “Oh, aceito o que estás a dizer, mas encaro a situação de outro modo,” e rejeitai-lo. “Podes pensar o que pensares e expressar aquilo que estás a expressar que eu continuarei a expressar o que eu expresso, e concordaremos em discordar,” e enganais-vos ao pensar que isso seja aceitação, porque não é.
A aceitação consiste numa genuína ausência de julgamento. Porque, com a vossa expressão de, “Podes pensar aquilo que pensas e eu posso pensar aquilo que penso, que ambos concordamos em discordar,” continuais a perceber a vossa opinião como acertada e a dele como errada, mas continuais a concordar em não argumentar. Estais a concordar não vos desafiar mutuamente.
Estais a concordar não empreender conflito, mas continuais a sustentar a noção crítica dele continuar a estar errado enquanto vós continuais certos, e quão adorável seria que ele mudasse a opinião que defende (Riso) e poderdes discutir em harmonia e evitar o conflito com naturalidade e de modo fácil, ao invés de interromperdes a conversa com esta pontada contínua no vosso íntimo e continuardes, assim que voltais costas, sistematicamente a concentrar-vos na conversa e a pensar, “Aquele lunático! Como poderá ter um entendimento daqueles? É ridículo! É óbvio que não está informado.” (Riso) “Este tipo é um idiota, ou não tem educação, ou não passa dum estúpido.”
(Com ironia) Isso não implica qualquer julgamento! (Riso) Abunda a aceitação, não? Porque essas são as vossas verdades e as verdades são absolutas, mas comportam muito pouca liberdade as vossas verdades.
A liberdade é expressada no reconhecimento do que as vossas verdades compreendem e em se atreverem a expandir a vossa consciência e risco de não estar certos – mas também não estais errados. Elas formam unicamente as verdades que defendeis e é completamente desnecessário comparar ou procurar convencer, porque em ambas as situações vós depreciais-vos e depreciais igualmente o outro.
A comparação consiste num jogo perigoso que sempre vos deprecia. Mesmo quando vos comparais por uma questão de vos elevardes, comparando-vos com outro indivíduo, e vos considerais melhores do que ele, também com isso vos estais a depreciar. Porque que será que experimentais se outra pessoa vos elevar acima dela com essa comparação? Isso será...
BALBINA: É desagradável.
ELIAS: Correcto. Aceitareis isso ou automaticamente vos afastais desse tipo de expressão? Porque sois automaticamente levados a sentir, no vosso íntimo, que isso é uma depreciação de vós, por constituir uma depreciação dela (pessoa), e abrigardes a verdade de serdes iguais – o que é outra “verdade” que não corresponde à verdade, porque vós sois por ventura iguais por serdes todos compostos de consciência, mas sois igualmente todos únicos.
Vós presumis que a igualdade refira aquilo que é idêntico, mas vós não sois iguais. Sois todos diferentes; cada um é único. Por isso, nos vossos termos, não sois todos iguais. Não sois todos a mesma coisa.
BALBINA: Mas possuímos o mesmo valor.
ELIAS: Valeis o mesmo? Não.
BALBINA: Não - se cada pessoa ou foco possui o mesmo valor, diríamos ser iguais.
ELIAS: Vós sois todos consciência. E o “valor” não está necessariamente associado à consciência. Está associado à percepção, e a percepção consiste numa expressão objectiva. A percepção acha-se associada às realidades objectivas. Existem muitas áreas da consciência que não incorporam nenhuma expressão objectiva por não serem físicas. São subjectivas.
“Valor” é uma expressão inerente à consciência.
BALBINA: Pois, e isso era... Muito bem.
ELIAS: O “valor” é uma expressão individual associada às vossas preferências, e até mesmo ao que julgais não ser as vossas preferências – mas podem ser as vossas preferências. Elas podem ser apenas outro ângulo das vossas preferências. Porque vós encarais o termo “preferência” como positivo e encarais o termo “valor” como positivo. Mas a preferência e o valor não são nem positivos nem negativos; são neutros, e incorporam ambas (essas qualidades).
Por vezes encarais o sofrimento como um valor, o que na avaliação que fazeis não é uma coisa positiva. Por vezes, encarais a luta como positiva; em certas alturas até achais que a dor comporta valor. Por isso, uma vez mais, não existem absolutos. Porque se o valor é positivo então a dor é positiva, porque por vezes a dor é valorizada.
Se o valor for positivo então a luta, o esforço, há-de ser positivo, porque vós valorizais igualmente o esforço. Se trabalhardes arduamente haveis de colher a recompensa e ela deverá mostrar-se mais valorosa, por terdes adoptado esforço para a atingir. Se não usardes de esforço para a atingir, se for fácil atingi-la, o sentido de valor será menor.
O dinheiro constitui uma verdade: se trabalhardes arduamente e vos esforçardes, e adquirirdes – porque vós não criais (ironia) – se adquirirdes enormes somas de dinheiro, haveis de vos sentir orgulhosos e haveis de valorizar esse dinheiro, por terdes feito esforços para o alcançar.
Se obtiverdes grandes somas de dinheiro de forma inesperada e duma fonte objectivamente desconhecida e ele meramente surgir e passar a pertencer-vos, ele não terá tanto valor como isso. Podeis sentir-vos excitados e satisfeitos por o terdes recebido, e incorporar imensos planos sobre como gastar esse dinheiro, mas não o valorizareis tanto como se tivésseis dispendido esforço para o conquistar. Esta é uma outra das vossas verdades, e quão limitativa será?
Eu posso dizer-vos a cada um que neste momento sinto-me em dificuldades por dizer que CADA indivíduo neste compartimento deseja esforçar-se e trabalhar a fim de alcançar enormes somas de dinheiro. Cada um de vós deseja possuir enormes somas de dinheiro para poder usufruir da sua liberdade – outra verdade, tomem nota. Se dispuserdes de grandes somas de dinheiro também sereis capazes de conceder liberdade a vós próprios – o que não é verdadeiro, mas constitui uma “verdade”. Mas com isto, quantos de vós neste momento desejarão incorporar uma acção qualquer que desejem e que faça o dinheiro fluir a si, sem despenderem qualquer esforço? Talvez todos? (Ri para dentro)
Bom, posso-vos dizer que isso é bastante possível, mas as vossas crenças são muito vigorosas.
ANNE M.: É o que eu ia dizer. As crenças são tão fortes que se nos torna muito difícil alterá-las do modo em que nos encontramos de momento.
ELIAS: Correcto, mas isso traduz igualmente a questão. Ainda não conseguistes entender o conceito de não estardes efectivamente a alterar as crenças. Não estais a alterá-las nem a mudá-las, nem a eliminá-las.
ANNE M.: E a trocá-las?
ELIAS: Podeis trocá-las mas isso nem sequer traduz uma troca. É um movimento da atenção. Porque na “troca” existe a implicação da troca duma coisa por outra, pelo que a anterior será descartada.
ANNE M.: Pois, por não sabermos muito bem o que fazer com ela.
ELIAS: Mas essa é a questão, não é descartada. Pode até mesmo continuar a ser expressada, mas vós escolheis o modo como haverá de ser expressada, e ESSA é a questão.
Essa é a questão do reconhecer aquilo em que as verdades se traduzem, serdes capazes de identificar todas as influências provenientes das vossas verdades, porque cada uma delas incorpora o que designais como positivo e negativo. Cada uma das vossas verdades incorpora algum elemento da preferência, mas incorpora igualmente limitações e julgamento. Ao conhecerdes objectivamente as vossas verdades, começareis a expressar, a exercitar e a experimentar genuinamente a vossa liberdade, porque vos permitireis escolher o modo de expressão dessa verdade.
ANNE M.: Poderei somente dizer que nessa escolha que estamos conscientes de fazer, aquilo que descobrimos inclinar-nos a fazer é deixar-nos ir com a escolha mais familiar, por ter vindo a fazer isso, mas a razão disso deve-se ao poder da emoção que se aloja por detrás. É muito difícil descarregar a emoção e conectar uma nova crença, por se assemelhar a um novo modo de viver.
ELIAS: Muito bem; espera. Vamos fazer um intervalo e em seguida dirigir-nos-emos a essa declaração. Porque tu estás a fazer uso de dois elementos - agir e comunicações, emoção e escolha.
Muito bem, vamos fazer um intervalo, e assim que voltarmos daremos continuidade ao nosso debate e daremos espaço às vossas questões relativas a este assunto.
GRUPO: Obrigado.
...
ELIAS: Continuemos. (A olhar para a Anne M.) Continua.
ANNE M.: Pois, era sobre ter consciência da existência de duas crenças, ou do número que quisermos incorporar, mas aquela que tenho vindo a viver e a experimentar é bastante difícil de mudar ou de alterar ou de trocar por causa da força emotiva por detrás dela. Por isso, a questão era, de que modo podemos soltar essa quantidade de emoção de forma a podermos tomar outra direcção?
ELIAS: Escutando a comunicação.
A emoção não é uma reacção, mas uma comunicação que incorpora um sinal que é o sentimento. O sentimento aumenta ou torna-se mais forte ao deixardes de receber a mensagem. Se receberdes a mensagem, o sentimento dissipa-se; porque se receberdes a mensagem, também propondes informação que podeis avaliar. Mas se não receberdes a mensagem, o sinal prossegue e aumenta de modo a voltar-vos a atenção.
Agora; o que se torna numa armadilha para a maioria é eles prestarem atenção ao sinal e não avançarem mais. Não se permitem incorporar a mensagem ou escutá-la. Apenas se concentram no sinal, no sentimento, mas à medida que continuais a concentrar-vos no vosso sentimento, não estais a avaliar nem a dar atenção ao conteúdo da mensagem. Cada sinal que identificais como uma emoção - porque vós definis a emoção como um sentimento - consta apenas do sinal.
Agora; cada sentimento que identificais como uma emoção, também incorpora uma mensagem.
Ora bem; isso torna-se igualmente significativo porque muitíssimos indivíduos são objectivamente desafiados até mesmo pela identificação daquilo em que o sinal consta e ficam confusos, e em razão disso não identificam com precisão aquilo de que consta esse sinal, aquilo que esse sentimento traduz no seu íntimo, coisa que se torna importante identificar porque com a mera identificação desse sinal vós ofereceis a vós próprios um sentido destinado à avaliação do conteúdo da mensagem.
Exemplo: muitos, mas mesmo muitos, podem ser levados a sentir um tipo qualquer de agitação, e identificam ou rotulam isso como “transtorno”.
Agora; que estareis a expressar, se estiverdes a expressar a vós próprios ou a mais alguém, que estareis a identificar ao expressardes estar “transtornados”? Isso é genérico e pouco específico. Por isso, como podereis avaliar aquilo em que consiste o sinal, aquilo que identificais como o sentimento correspondente à emoção? “Transtorno” pode ser usado como um termo amplo para a tristeza, a ansiedade, o desapontamento, a frustração, e por vezes a irritação. Existem muitíssimos sinais específicos que poderão ser apontados sob a “protecção” do “transtorno”.
Essa é a generalidade com que todos vós vos achais familiarizados, a de identificardes diferentes expressões em considerações gerais, crenças no geral. Que estais a experimentar? Que crença estará a influenciar-vos as escolhas e os vossos comportamentos e as vossas acções? Da personalidade pessoal? Que significado terá a “responsabilidade pessoal”?
Em alturas do passado, ao vos propor previamente a todos esta informação e estes conceitos, em alturas em que a sua especificidade vos era pouco familiar, pelo que entendeis na vossa compreensão e conhecimento objectivo, era apenas sobre o facto de incorporardes crenças e sobre a existência das crenças; propus também generalidades a fim de vos facilitar o vosso movimento rumo a uma compreensão objectiva mais vasta das direcções e das especificidades delas em relação a vós próprios.
Essas generalidades estão agora a tornar-se obsoletas, por incorporardes actualmente uma consciência mais alargada. Mas que será que vos é familiar? Aquilo que vos é familiar é permitir que alguma outra expressão – outra entidade, outra pessoa – vos dirija, por estardes pouco familiarizados com o facto de vos dirigirdes. Por isso, olhais para uma expressão qualquer que julgais ser uma autoridade – que todos vós pensai que sou uma autoridade, e eu não sou. Todos incorporais a mesma informação que eu.
Sois consciência, sois essências, e todos incorporais a capacidade de aceder a vós próprios e de responder às vossas perguntas e de oferecer a vós próprios as vossas respostas, mas isso engloba uma acção com que não estais familiarizados. Por não estardes familiarizados com ela e não a terdes experimentado - o que é chave - hesitais e questionais e ficais confusos, porque expressais a vós próprios, “Como haverei de saber, como hei-de adquirir esta informação? Como o farei?”
ANNE M.: Penso que seja isso.
ELIAS: Precisamente. Porque, na vossa realidade para poderdes gerar a realidade dum conceito precisais passar pela experiência. Se não passardes pela experiência isso não passará dum conceito.
Mas que experimentareis com esse conceito? Frustração, por SABERDES objectivamente que incorporais algum tipo de compreensão intelectual, pois não sois estúpidos nem idiotas, e com isso, intelectualmente reconhecerdes o conceito e expressardes para convosco, “Compreendo este conceito, mas não tenho a menor compreensão do modo como o actualizar.”
Nem sequer incorporais uma compreensão objectiva do modo como haveis de expressar o facto de não compreenderdes e hesitais com essa expressão na interacção que mantendes uns com os outros. Vós expressais a outra pessoa, “Intelectualmente compreendo este conceito, porém, não compreendo...” Mas, que virá a seguir a isso? “Não compreendo, esta parte,” (Elias coloca ambas as mãos no peito) porque nem sequer dispondes de linguagem para poderdes expressar uns aos outros o que estais a querer dizer com isso. Aquilo que quereis dizer é, “Intelectualmente compreendo, mas não em termos práticos. Não tenho uma compreensão que brote da experiência. Não compreendo a parte do fazer.”
Agora; em associação com a tua pergunta, e passando para a familiaridade e detectando também a existência duma comunicação emocional que acompanha essa familiaridade, a maneira através da qual vos libertais consiste em prestardes atenção ao comunicado emocional. Não importa se continuais a expressar a reacção automática que despoleta essa comunicação emocional, a à comunicação emocional que importa prestar atenção.
Bom; quando empreendeis uma acção qualquer e despoletais uma comunicação emocional, aquilo que sucede é, em termos bastante simples, a vossa consciência subjectiva – ao mesmo tempo que a vossa consciência objectiva está a gerar a acção – a vossa consciência objectiva identifica aquilo que está a influenciar essa acção. Uma não segue a outra. A vossa objectiva e a subjectiva NUNCA se acham em desarmonia uma com a outra.
Por isso, no preciso momento em que a vossa consciência objectiva está a gerar uma escolha, uma acção, uma expressão, a vossa consciência subjectiva, em harmonia com ela, está a identificar: “Esta é uma influência; esta é a crença que está em andamento neste momento. Presta atenção porque é desse modo que isso te influencia. Vou propor-te um sinal que a tua consciência objectiva seja capaz de reconhecer, e hás-de prestar atenção.”
E vós prestais atenção ao sinal – em parte. Por identificardes estar a ter um sentimento, e por vezes podeis mesmo identificar aquilo que estais a sentir. Mas muitas vezes não tendes a certeza nem mesmo em relação ao que estais a sentir, pelo que generalizais e a mensagem perde-se, porque nem sequer a procurais. A vossa atenção concentra-se no sentimento, por vos ser familiar.
Ora bem; parece-vos objectivamente que gerais uma acção e que a emoção siga essa mesma acção. Essa é a razão porque na maioria do vosso foco, e até agora, vós identificastes e definistes a emoção nos termos duma reacção, mas não é. Na realidade a acção e a emoção ocorrem em simultâneo, mas a vossa atenção volta-se. Por isso, inicialmente a vossa atenção é dirigida para a vossa acção – para o objectivo. Porque no vosso estado de vigília a vossa atenção automaticamente muda inicialmente para expressões objectivas, imagens, acção, e para todos os vossos sentidos - interiores e exteriores - os quais se expressam todos objectivamente.
Nisso, ao começardes a notar o comunicado emocional, a vossa atenção terá começado a mudar, e por isso avaliais que a vossa emoção consista numa resposta e siga a vossa acção. Mas não é assim. É apenas uma questão do movimento da atenção e daquilo para que a atenção gravita em primeiro lugar, e aquilo para que em primeiro lugar gravita é para o familiar.
Agora; ao redefinirdes a emoção, permitis-vos uma expansão, porque com essa redefinição concedeis-vos plenos poderes. Não sois vítima do que sentis, e aquilo que sentis não é gerado por uma situação, por uma circunstância nem por outro indivíduo nem tampouco pelo meio ambiente.
Ela pode ser provocada; a vossa resposta é despoletada através da interacção com qualquer uma dessas expressões, qualquer um desses elementos - o vosso ambiente, a situação, a circunstância ou o outro indivíduo. Todas essas expressões exteriores podem influenciar o despertar das emoções no vosso íntimo em associação com as crenças que expressais individualmente, mas não estais a criar isso.
Estais a responder, e na vossa reacção objectiva a vossa consciência subjectiva, em conjugação com a objectiva que se acha a responder, também responde numa identificação: “Isto é aquilo que estás a fazer; isto é o que está a influenciar. Esta é a crença”, e desse modo em seguida incorporais o vosso “porquê.”
Mas, tal como declarei previamente, neste processo que estamos a debater da identificação, da atenção e da avaliação que lhes permite expressar e experimentar a vossa liberdade, sugiro-lhes que temporariamente - até que vos torneis muito mais familiarizados com esse processo – não considereis a questão do “porquê”. Porque essa questão é-vos por demais familiar e nessa qualidade, deixais de possibilitar a vós próprios qualquer resposta. Apenas repetis a pergunta, “Porquê, porquê, porquê?” E a resposta que encontram é, “Eu não sei; não sei”. “Porquê” é uma questão demasiado familiar.
Por isso, no vosso processo de começardes a reconhecer, ao começardes a prestar atenção a essas comunicações emocionais, em vez de expressardes para convosco, “Porque estarei a sentir isto?”, uma vez que tiverdes identificado, “Estou a sentir-me desapontado”, expressai para vós próprios a pergunta, “Que desapontamento é este? Em que área, no meu íntimo me sentirei desapontada? Que me estará a motivar esse desapontamento?” Removei a expressão exterior, porque ela serviu unicamente como um estímulo.
ANNE M.: Será que fazendo isso na verdade nos conduzirá de volta à crença que temos acerca de nós próprios?
ELIAS: Sim. Sim, que é no que reside a questão.
ANNE M.: E por essa altura tomamos consciência da nossa crença, e quando isso sucede a emoção...
ELIAS: Dissipa-se.
ANNE M.: E aí podemos voltar-nos para outra coisa qualquer.
ELIAS: Por serdes capazes de avaliar o que vos motivará essa influência, e que associação estabelecereis em relação a essa crença.
Agora; não vos enredeis com o aspecto claro e escuro disso, porque uma crença não incorpora (necessariamente) uma influência (correspondente). Cada crença sofre múltiplas influências. Depende unicamente da situação, porque uma mesma crença pode estar a influenciar sob variadas formas distintas.
KATRIN: Quererá isso dizer, nesse caso, que teremos sensações físicas daquelas que descreveste como sentimentos ou emoções quando a harmonia entre a esfera objectiva e a subjectiva se acha de algum modo em risco? O facto de o sentirmos - o próprio poder das emoções - não quererá dizer que tenhamos chegado à crença que realmente cria a desarmonia, quer?
Ou será isso exactamente o que acabaste de explicar, que isso sofre tantas influências que por vezes levará mais tempo, (por envolver) mais do que uma crença, a chegar à questão onde teremos a opção de nos dirigirmos a uma outra crença ou de a alterar, ou de trocar essa crença? Quer dizer, algumas sensações físicas duram bastante tempo, e por vezes somos levados a crer, “Agora cheguei à questão, e consegui entendê-la,” e aí ela prossegue? Essa é a minha pergunta.
ELIAS: Não necessariamente. Isso depende do teu avanço e da forma como direccionas a tua atenção.
Porque um outro aspecto familiar com que vos fascinais imenso é o da complicação. (Riso) Analisais e analisais e analisais, porque isso complica e torna-se fascinante! “Quanto mais serei capaz de complicar esta situação?” E, “Fascina-me a extensão que posso conferir a esta complicação.” E como se não estivesse suficientemente complicada com toda a vossa análise, ainda ides interrogar outro indivíduo a fim de que vos ofereça uma perspectiva diferente para poderdes analisar e complicar mais! “Ainda não consegui complicar esta situação o suficiente; como a poderei complicar ainda mais? Dar-me-ás alguma sugestão?” E ele sentirá mais do que vontade de participar na vossa complicação e, “Ah, sim! Eu analisei deste modo,” e vós expressais, “Ah! Não tinha percebido esse modo! Vou avaliar nessa direcção também, e ampliar mais a minha complicação.” Não – não é necessário.
Na verdade, vou oferecer-lhes um ligeiro segredo. Muitas vezes ofereço-vos informação duma forma bastante mais complicada do que o necessário. Porque se eu vos responder com uma resposta genuína ficareis a olhar fixamente para mim, e em seguida haveis de andar às voltas a discutir uns com os outros, “Que foi que ele disse? Que quereria dizer com aquilo? Não compreendo. Tem que haver outro sentido e ele deve ter eliminado parte da informação.” Mas actualmente achais-vos pouco familiarizados com a simplicidade do acto criativo.
Tal como automaticamente criais o vosso universo, sem pensar nisso. Apenas procedeis a essa acção. Mas com a criação de moedas e notas de papel já incorporais uma quantidade de pensamento tremendo: “Como, como, como?” Insuficiente, insuficiente!” Biliões de estrelas, mas insuficiente quantidade de papel e de moedas!
Bom; com isto, ao reconhecerdes o sinal... Escolhei um sinal, um de vocês.
JENS: Tristeza.
ELIAS: Tristeza, muito bem – o exemplo duma comunicação emocional que não encarais como uma comunicação mas como uma reacção a uma determinada acção. Dá-se a ocorrência duma acção e vós reagis e expressais tristeza, mas a emoção consiste unicamente no sentimento. Sentis-vos tristes. E se essa tristeza for suficientemente forte haveis de gerar uma tensão espantosa no vosso corpo físico, e que passará a ocorrer? Chorais, e encarais o chorar como um acto natural e um absoluto que ocorre juntamente com a tristeza.
Na realidade, o chorar consiste numa acção que apenas liberta tensão no vosso corpo físico. É por essa razão que as pessoas também choram de alegria e de riso, por incorporarem uma tensão espantosa na consciência do seu corpo físico e essa energia é de tal forma compactada que vós automaticamente a libertais na vossa energia física, e isso gera-vos o acto de chorar.
Mas a tristeza é uma acção que ocorre de forma associada a certas acções.
Agora; a que acções estareis a responder com essa emoção? Por esta altura estamos a identificar a emoção tal como a definis, como uma reacção. Que a causará – porque a vossa crença na causa e efeito é igualmente bastante vigorosa – por isso, que vos causará a tristeza?
ANNE M.: A falta dum animal de estimação.
ELIAS: Ou?
VOZ DE HOMEM: Ou temermos não ter dinheiro.
ELIAS: Ou? (Pausa) Quando é que experimentais a tristeza?
VOZ DE MULHER: Quando alguém morre, morreu.
ELIAS: O que também vos gera esse sentimento...
BALBINA: Ausência de escolha. (Pausa)
ELIAS: Que percebereis como factor comum na tristeza?
HELMUT: A descoberta do amor ou a aceitação ou isso.
ELIAS: Um factor comum no sentimento de tristeza, o factor comum que vos leva a sentir tristes em qualquer situação.
HELMUT: A causa principal, na maioria dos casos, reside no amor.
VOZ DE MULHER: Abandono?
ELIAS: Isso já envolve outra emoção.
GERHARD: Ser vítima?
ELIAS: Compreendo o que estás a dizer, mas não é necessariamente o amor. Também podeis experimentar tristeza e não expressardes amor.
JENS: Posso interromper de novo?
ELIAS: Podes. (Nova pausa, para mudança de fita)
JENS: Obrigado.
ELIAS: Muito bem.
ANNE M.: Quando não temos o que sentimos dever ter, ou...
JENS: Quando pensamos ter perdido...
ELIAS: PERDA! A perda é o factor comum na expressão da tristeza: a perda de escolha, perda em termos de posse, perda de relacionamentos, perda de posses percebidas, perda de acção. A perda é o factor comum associado à tristeza, e é em razão disso que experimentais tristeza em diferentes graus. Algumas formas de perda são mais intensas que outras, dependendo da expressão do vosso sentido associado a essa perda.
Agora; Se estiverdes a experimentar alguma acção que desperte uma associação de perda em vós, e gerardes o sentimento, o sinal da tristeza, se avançardes mais um passo em vez de vos fixardes no sentimento...
Agora; a título de aparte, dir-vos-ei que isso não quer dizer que ignoreis o sentimento. Não vos estou a dizer que rejeiteis o sentimento ou para o deixardes de expressar, porque isso rejeita o propósito do mesmo modo. Mas com o reconhecimento do sentimento, que é o sinal, e com a identificação “Estou a sentir-me triste”, agora avançais para a avaliação. Que será que estará a gerar esta tristeza?
Agora passamos para aquilo que vos referi – pois estou ciente de que a vossa energia estava a indagar em conjugação com muitas outras – para removerdes a fonte externa, porque a resposta automática que encontrais para vós próprios é, “Sinto-me triste por isto ter ocorrido.” Mas não, não se deve à causa e efeito. Não vos sentis tristes por esse acto exterior ter ocorrido. Estais a estender a vós próprios um sinal.
Agora; que é que vos estará a gerar esse sinal? Podeis identificar em termos gerais, tal como o estamos a fazer exactamente agora: “O sinal está a ser gerado por eu estar a experimentar perda.” Muito bem, isso não vos está a proporcionar muita informação, estará? Está unicamente a identificar-vos aquilo que estais a experimentar. Que estará a influenciar isso? Que crença vos estará a influenciar isso?
A perda nem sempre é influenciada pela mesma crença. Existem muitos tipos diferentes de perda, e nesses diferentes tipos de perda existem tipos de crença que influenciam essa expressão. Por isso, quando tiverdes identificado no vosso íntimo estar a expressar perda, que estará a influenciar-vos isso? Que vos estará a motivar essa expressão?
Agora começais a avaliar: “Que crença estará a influenciar essa expressão?” Agora estais a especificar mais, e nesse especificidade começais a permitir-vos questionar não somente a influência, mas se ela será verdadeira. Porque talvez em determinadas situações possais avaliar que seja verdadeira; mas talvez na avaliação que façais possais expressar para vós próprios não o ser. Nesse momento, o sinal dissipa-se completamente devido a terdes recebido a mensagem.
Bom; mesmo que julgueis a influência como verdadeira, podereis dar continuidade à vossa avaliação e interrogar-vos sobre as escolhas disponíveis nessa situação, porque sempre incorporais escolhas – não de a reparar, porque ela não precisa ser reparada, mas sobre quais as vossas escolhas nesse momento. E talvez a vossa escolha seja apenas aceitar isso como uma das vossas verdades. Sim, reconheceis não se tratar de nenhum absoluto mas que no vosso íntimo ela o seja, nesse momento, e a vossa escolha seja a de vos sentirdes tristes.
Porque em certas situações vós gerais absolutos – a morte. Podeis intelectualizar uma e outra vez que esse conceito da morte não significa um absoluto, que a morte não significa o término ou fim, e que continuais, que os outros continuam, mas os factos permanecem – e este termo “facto” é bastante interessante, (A rir para dentro) porque os factos não são absolutos e são passíveis de mudança – mas na avaliação que fazeis, os factos prevalecem e no momento em que a morte ocorre vos separais do que quer que tenha morrido e não retornareis. Por isso forma uma das vossas verdades, por ter assumido contornos absolutos.
Mas, até mesmo diante da morte, vós dispondes de escolha, porque escolheis quanto à forma como dirigir a vossa energia. Vós escolheis. Dirigi-la-eis no sentido de vos permitir a expressão natural da vossa energia, por ser isso o que quereis sentir no momento? Ou estareis a forçar a vossa expressão, por uma questão do que DEVEIS sentir? E se não sentirdes, em que consistirá a vossa escolha? A de forçar-vos a escolher, ou a de vos permitir a vossa expressão natural, (Com humor) o que poderá ser bastante mau!?
PATRICK: Mas nesse caso não devíamos realmente sentir compaixão.
ELIAS: Ah. A compaixão é diferente. O que é a compaixão? Eu compreendo a definição que dais à compaixão. Qual é ela?
PATRICK: A minha definição?
ELIAS: Sim!
PATRICK: Sentimo-nos afectados pela lamentação de alguém.
ELIAS: PENA. E por que havereis de sentir comiseração?
PATRICK: Por não entendermos necessariamente que uma pessoa tenha escolhido terminar na confusão, se quisermos, em que ela estará metida.
ELIAS: Ah, mas essa é que é a questão. Ela escolheu!
PATRICK: É essa a razão porque te estou a devolver a questão...
(Riso)
ELIAS: Cada um de vós cria toda a sua realidade, toda a experiência. Vós não acreditais nisto, mas não tem importância que acrediteis ou não porque é assim!
É por essa razão que estou a ter esta conversa convosco relativa às verdades. Porque as verdades, não importa que acrediteis ou não, vós expressai-las, e nesse sentido cada um de vós cria a sua realidade quer acredite ou não criá-la.
Agora; “compaixão”, na nossa redefinição de termos... O que consta dum passo desta mudança da consciência, porque vós estais todos a redefinir a vossa realidade, e o modo porque redefinis a vossa realidade passa pela redefinição dos termos (conceitos), e do seu significado. E na redefinição da compaixão, a compaixão autêntica consiste na compreensão, e não na piedade; porque isso não quer dizer que não vos importeis. As pessoas confundem o importar-se com a preocupação. Definis ambos esses termos como querendo dizer o mesmo, como sinónimos. Interessarem-se e preocuparem-se – não.
O interesse é uma expressão natural que incorporais que consiste num fluxo natural da energia, de interligação. Traduz o reconhecimento da interligação, e de não estardes verdadeiramente separados de tudo o que existe na vossa realidade, a despeito da aparência que isso assuma nas vossas manifestações individuais. Existe mais do que as vossas manifestações individuais apenas, e essa expressão do interesse brota desse conhecimento da interligação.
Preocupar-se é diferente. A preocupação consiste numa projecção da vossa atenção fora de vós e no foco da vossa atenção em elementos exteriores sobre a forma de julgamento. Vós expressais preocupação nas comparações e nas decisões sobre uma direcção melhor e uma direcção pior. Preocupais-vos com outro indivíduo por ele não se expressar suficientemente bem. Ele não estará a criar a sua realidade suficientemente bem, e vós conheceis em vós um método melhor.
Agora; como é podereis estar a depreciar-vos se conheceis um método melhor?
BALBINA: No caso de se tratar duma projecção que esteja a fazer, eu vejo-me... Se eu deprecio esta gente que percebo, eu incluo-me nela.
ELIAS: Incluis-te?
BALBINA: Frequentemente...
ELIAS: Ou continuas a perceber que o teu método seja melhor? Se continuares de algum modo a expressar que o teu método seja melhor, continuarás a depreciar o outro; mas a minha questão não assenta nisso. A questão que quero saber é como é que te estás a depreciar se o teu método é melhor?!
GOTTLIEB: Eu deprecio a projecção que faço. É minha.
ELIAS: Em parte; tens razão.
GERHARD: Não é fácil estar à altura das exigências, pelo que sempre está presente o facto de que, também para mim, se quiser sentir-me melhor, estou a fazer pouco caso, porque jamais alcanço o nível máximo dessa ideia.
ELIAS: Correcto.
ANNE M.: Então, se efectivamente me elevar, passarei a dispor de caminho para percorrer?
ELIAS: Sim. Não quer dizer meramente que passe a existir “caminho a percorrer”, por assim dizer, porque a expansão é um movimento natural da consciência, mas porque ainda não vos sentis à altura, o que é diferente.
A vossa expressão natural segue a via da expansão; explorar, passar além daquilo que percebeis como limitações, pôr as vossas capacidades em prática, gerar novas experiências, gerar transformação, uma contínua expansão, um contínuo conhecimento de vós próprios, cada vez mais. Esse é o movimento natural da consciência, uma expressão natural. Bastante distinto do esforço.
O esforço consiste numa acção por meio da qual procurais tornar-vos melhores, por não serdes suficientemente adequados ainda. Actualmente não sois suficientemente bons, pelo que deveis tornar-vos melhores.
E se vos elevardes a vós próprios em comparação com outro indivíduo, estais a gerar esse julgamento e essa expressão em relação ao outro por estardes a expressar no vosso íntimo que ainda não sois suficientemente bons, tampouco. Por isso, procurais atribuir a vós próprios uma falsa valorização: “Eu sou melhor que este tipo, ou as minhas circunstâncias são melhores que as dele, ou as minhas escolhas são melhores que as deles; por isso devo validar-me.” Mas essa é uma validação falsa, porque não estaríeis a expressar tal julgamento se estivesses já a encarar-vos como aceitáveis. Esforçar-se e expandir não representam a mesma coisa.
O interesse e a preocupação não significam o mesmo. A preocupação subscreve o julgamento e a comparação, e disfarça-se – vós disfarçai-la – de muitos modos diferentes que julgais bons: “Sinto-me preocupada com este indivíduo por ser tão infeliz e não aceitar a situação,” ou “Estou bastante preocupado com este tipo por estar tão doente e triste,” “Sinto-me preocupada com ele por ele estar a gerar escolhas que podem ser prejudiciais para si ou para os outros.” Não tem importância. (Enfatizado) O que não quer dizer que nada tenha importância!
“Não tem importância” é uma expressão de ausência de julgamento. São as escolhas dele. Podeis reconhecer não serem as VOSSAS escolhas e não serem as vossas preferências, e por isso podeis escolher não gerar experiências semelhantes; mas ele está a gerar essas experiências, e apesar do indivíduo poder ou não expressar objectivamente sentir-se infeliz com as escolhas que promove, ele está a gerá-las. Pode não apreciar as escolhas que faz nem as desejar – porque vós sois capazes de gerar muitas escolhas que não desejais necessariamente – mas ele valoriza as escolhas que faz.
BALBINA: E se ele pedir, “Ajuda-me”?
ELIAS: Se um indivíduo solicitar ou pedir a vossa ajuda, será escolha vossa o modo como haveis de responder. Eu digo-vos a todos que a vossa expressão de maior auxílio consiste em aceitardes as escolhas que ele promove sem julgamento, e não a de resolver.
Se pedir que lhe transmita informação e estiverdes genuinamente a prestar atenção a vós próprios e desejardes de forma autêntica aquiescer (consentir) ao seu pedido e oferecer uma ajuda autêntica, o modo através do qual podereis responder é o de dar apoio. Mas como podereis prestar apoio? Partilhem as vossas experiências. Não instruam nem ensinem...
VOZ DE MULHER: Partilhar posses?
ELIAS: Se o preferirdes. Ou partilhai experiências numa expressão de genuína compreensão, partilhai aspectos semelhantes das experiências. Isto poderá, uma vez mais, revelar-se bastante simplista, mas aquilo que não reconheceis é que por meio dessa partilha vós propondes diferenças de percepção, e com as diferenças da percepção podeis expressar uma experiência (perspectiva) que o outro não tenha adoptado e que ainda não faça parte da sua experiência.
HELMUT: Se utilizar termos a fim de apontar uma experiência, será que ele conseguirá relacionar-se com ela...
ELIAS: Pode.
HELMUT: ...Apenas por intermédio do uso de termos?
ELIAS: Sim, porque estareis igualmente a projectar energia e o outro estará a recebê-la. Se procurardes resolver ou reparar a situação, ele há-de receber essa energia.
BALBINA: Nesse caso a caridade resolverá?
ELIAS: Depende da vossa motivação.
BALBINA: Aquelas pobres crianças em África, elas são tão pobres que tenho que lhes dar...
ELIAS: E se escolherdes oferecer alguma expressão física sem esperar nada em troca, isso representará a vossa livre expressão.
ANNE M.: Mas a maioria das vezes nós realmente damos com base na culpa, para ser honesta.
ELIAS: Ou na expectativa.
BALBINA: Pois, pois.
ELIAS: A vossa expectativa diz, “Vou oferecer esta expressão física, comida ou vestuário ou dinheiro ou seja lá o que for, e isso vai resolver a situação, e tenho a esperança que a pessoa que vai recebê-lo o use de determinado modo.” Se lhe oferecerdes roupas, esperais que as use. Se lhe oferecerdes comida, esperareis que a coma. Se lhe oferecerdes dinheiro, abrigais uma expectativa sob muitos e diferentes modos.
A chave consiste em que, se oferecerdes de forma autêntica, oferecereis sem qualquer expectativa, e isso depende da VOSSA escolha. Escolheis oferecer em conjugação com as vossas preferências e as vossas crenças, mas não incorporais nenhuma expectativa e, portanto, nenhum julgamento.
BALBINA: Mas quando dizes que o melhor que podemos dar seja partilhar a nossa experiência, não será isso ensinar a pescar ao invés de lhe dar a cana de pesca?
ELIAS: Não, eu referi “sem instruirdes nem ensinardes”. Porque isso é uma outra expressão de depreciação do outro e de finalmente vos depreciardes, em relação a ele não estar a criar a sua realidade suficientemente bem e vós incorporardes um método melhor.
BALBINA: Então dependerá da minha escolha dar ou deixar de dar?
ELIAS: Depende.
BALBINA: Mas, quer dê ou não, devo faze-lo sem julgamento.
ELIAS: Correcto. (Ri para dentro)
BALBINA: Isso assenta numa crença vigorosa.
ELIAS: Justamente.
HELMUT: Então, os livros comportam muitas palavras. Se uma pessoa escrever um livro e alguém o ler e integrar igualmente as suas experiências...
ELIAS: Sim, mas não existem acidentes. Por isso, se vos deixardes atrair para um livro, estareis propositadamente a empreender esse acto, por estardes a dar algum tipo de passo no vosso íntimo. Tereis atraído essa informação a vós propositadamente em conjugação com aquilo a que estareis a dar atenção. (Pausa)
(Ri para dentro) Demasiado o que assimilar!
JENS: E em relação ao ponto decisivo? Na realidade mencionaste...
ELIAS: Esta altura e a actual incorporação desta interacção – este intercâmbio com todos vós presentes – marca um ponto decisivo físico em associação com este intercâmbio, o qual está em expansão, e esta altura em particular consiste no ponto decisivo dessa expansão através da qual todos sofrereis um incremento e através do qual a energia virá igualmente a sofrer um aumento, e em que a energia também está a sofrer um incremento a fim de se equiparar ao aumento do volume de indivíduos (massa crítica) que participam nesta informação.
Também se está a dar um ponto decisivo na vossa realidade física em conjugação com a presente onda que a consciência atravessa, não apenas neste local físico como por todo o vosso globo. O questionamento consiste num começo.
BALBINA: Será isso uma aceleração?
ELIAS: Vós já começastes a acelerar; apenas estais a dar continuidade a esse acto. (Ri para dentro)
ANNE M.: Nesse caso será uma expressão do que...
ELIAS: É.
HELMUT: E em relação aos tremores de terra e isso? Terá isto alguma relação com isso ou...?
ELIAS: Não. Isso, tal como já referi previamente, acha-se associado à energia das pessoas que ocupam determinados locais. A vossa Terra, por assim dizer, o vosso planeta, reage à vossa energia por o terdes criado, em resultado do que, colectivamente, à medida que as pessoas se congregam em determinados locais expressando energias semelhantes, também geram diferentes tipos de ocorrências elementares em relação ao vosso planeta e em relação aos vossos padrões do tempo. Isso consiste numa expressão exteriorizada da energia colectiva das pessoas que ocupam essa área em cooperação umas com as outras.
BALBINA: E na Europa, na Alemanha, isso estará agora a ter início, essa expansão?
ELIAS: E para lá deste continente.
ANNE M.: Posso só perguntar se essa expansão, de que modo irá isso manifestar-se fisicamente?
ELIAS: Depende de vós, e do modo como projectardes a vossa energia, e a questão reside (precisamente) nisso.
ANNE M.: Mas deverá revelar-se diferente com cada indivíduo presente no planeta, ou virá a assumir os contornos duma experiência de comunidade?
ELIAS: Ambas, mas dependerá da vossa escolha o modo como vireis a dirigir a vossa energia e se tereis consciência do que estiverdes a projectar no exterior. Nisso reside a questão de reconhecerdes as vossas crenças.
Tomai o vosso mundo (como exemplo). Que é que expressais a cada dia que passais? Expressareis protecção? Fechais a vossa porta? Que tipo de energia estareis a projectar no exterior?
Não vos estou a dizer que seja certo ou errado, nem bom ou mau fechar a vossa porta, mas com que motivação o fareis? Podeis escolher dar continuidade a essa acção mas com outra motivação, apenas por o escolherdes. Mas será movidos pela motivação da “insegurança”? Será a vossa motivação a da protecção? A maior parte do vosso mundo está presentemente a projectar protecção.
HELMUT: Protecção em relação ao quê?
ELIAS: Em relação a vós próprios, uns aos outros, em relação às vossas filosofias e às vossas diferenças.
ANNE M.: Então permite que te pergunte, todos aqui estamos obviamente a inquirir bastante em relação a esta informação e estamos a buscá-la, mas existe uma grande quantidade de pessoas no planeta que não têm acesso a esta informação.
ELIAS: Completamente errado.
ANNE M.: Nesse caso estarão a obter acesso a algum tipo de informação desta?
ELIAS: Todo o indivíduo na vossa realidade pode obter acesso de muitos e variados modos, e estão a obtê-lo, de um ou outro modo.
Agora; algumas pessoas podem ter consciência de acederem a informação e não o escolhem fazer, mas isso depende da escolha que fizerem também, tal como outros intencionalmente escolhem o conflito ou a enfermidade. Isso poderá achar-se associado ao seu propósito, à escolha que elegem experimentar.
Ninguém, na vossa realidade se acha exempto de informação. É escolha vossa. As pessoas proporcionam informação a si próprias de muitas formas diferentes. Vós unicamente estais a escolher este método.
LISBETH: Mas eu penso não ser assim tão importante, porque podemos obter a informação e obter também a crença de termos que nos sentir seguros e proteger-nos, ou jamais obter qualquer informação e não ter qualquer problema com isso, pelo que não...
ELIAS: Correcto.
LISBETH: ...será importante obter informação.
ELIAS: Correcto. Mas para TI é importante, por ser tua preferência.
LISBETH: Se conhecer esta informação e não conseguir estar de acordo com as crenças que tenho, isso não me servirá de auxílio! (A rir)
ELIAS: Isso é igualmente um aspecto significativo a ter em atenção. Podeis incorporar crenças com que podeis não concordar. Isso não quer dizer que não as expresseis; porque elas são expressadas. Apenas deixais de concordar com elas na ideia que tendes. (Ri para dentro)
Muito bem, meus amigos! Vou terminar este diálogo neste dia, por estar mais do que ciente de já terdes muito o que assimilar e o que discutir e percepções a partilhar entre vós (Ri para dentro) e o que examinar, assim como perceber as vossas verdades e avançar com liberdade autêntica, por se achar à mão.
ANNE M.: Posso só pedir que esclareças uma coisa? Voltando atrás à questão da interacção do indivíduo com ou demais, eu não compreendi muito bem. Estávamos a debater isso durante o intervalo. Lembras-te do que era? Estou neste momento a tentar captá-lo.
PATRICK: Era basicamente o que estavas a dizer em relação à cooperação representar a palavra-chave. Quando pretendes cuidar dos teus próprios desejos, vais em frente e consegue-lo no momento? O que terá mais peso, será a cooperação do momento ou o exercício do que queres nesse momento?
ANNE M.: Porque eu ficaria a pensar se quisesse fazer algo...
ELIAS: A cooperação não significa consentimento.
ANNE M.: Certo, mas se quisermos fazer algo e o outro não o quiser fazer ou quiser fazer algo diferente, digamos, teremos duas formas de querer em curso, e não deverá existir qualquer cooperação porque...
ELIAS: Ah, a avaliação que fazes da cooperação é a de gerar um compromisso.
ANNE M.: Certo.
ELIAS: Não. Cooperação não é compromisso.
ANNE M.: Mas nesse caso a cooperação... Que será a cooperação? (Riso) Não faço ideia nenhuma do que ela envolva, porque ou poderá ser deste modo ou daquele ou o melhor será esquecermos o assunto.
ELIAS: Ah, mas isso representa o aspecto claro ou escuro, e é isso que eu vos estou a dizer. Podeis cooperar sem necessariamente estardes de acordo.
ANNE M.: Mas aí temos que fazer pouco caso dos desejos.
ELIAS: Não. Reconheceis a vossa escolha, prestais atenção a vós próprios, compreendeis e reconheceis que o outro possa estar a expressar-se de modo diferente, e não aplicais qualquer julgamento em relação à sua escolha ou conduta. Seguis as vossas comunicações, prestais atenção ao vosso querer, e concedeis-vos a vossa liberdade.
Não estais a deixar de cooperar com o outro por não expressardes julgamento em relação à sua escolha. Também não vos estais a comprometer nem a aquiescer.
ANNE M.: Mas se não representarmos o nosso desejo nessa altura e em vez disso o que fizermos for guardar esse desejo a fim de...
ELIAS: Isso será aquiescer. Isso representa um compromisso, o que também não quer dizer cooperação. Apesar de pensardes ser cooperação, o outro indivíduo experimentará a vossa energia e reconhecerá não se tratar de cooperação. A energia é imediatamente reconhecida e de forma muito mais clara do que o que podeis dizer ou fazer. Por isso, podeis consentir e comprometer-vos, e isso não significar cooperação.
...
Muito bem, meus queridos amigos. Estendo a cada um encorajamento para que continue a sua exploração e a sua avaliação das suas verdades e desse modo possa criar a sua liberdade. E com isto, expresso-vos a cada um enorme carinho e um afecto genuínos. Para todos vós, meus queridos amigos, até que nos encontramos de novo, ar revoir.
GRUPO: Au revoir; muito obrigado.
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