Session 964
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Trauma of the Shift

Topics:

“Trauma Da Mudança”
“A Acção Natural da Consciência – Uma Contínua Exploração de Si Própria”



Terça-feira, 20 de Novembro de 2001

Participantes: Mary (Michael) a Carmen (Tirza) (Privada/Telefone)

Tradução: Amadeu Duarte

Elias chega às 11:37 da manhã. (Tempo de chegada é de 21 segundos.)

ELIAS: Bom dia!

CARMEN: Olá, Elias.

ELIAS: Voltamos a encontrar-nos.

CARMEN: Ah, certamente. Parece que ando muitas vezes a chamar por ti. (Elias ri)

Bom, conforme é do teu conhecimento, ainda estou a atravessar esta fase em que estou a dirigir-me para mim própria. Preciso admitir que por vezes penso ter tornado tudo numa confusão, ainda que tenha consciência de ser o meu ego negativo a pronunciar-se. Dei por mim numa maré extremamente baixa antes de ter dado início a esta fase e agora por vezes sinto receio de me estar a traumatizar de modo irreversível, independentemente das tentativas que faço em sentido contrário, e que acabe por causar um dano maior. Receio ter provocado mais dano em mim própria e que tenha efectivamente recuado em relação à aceitação pessoal, à confiança e à criação duma maior fluência na energia. Mas aí surge uma outra voz que me diz que, independentemente de todos esses sentimentos, eu alcancei resultados durante esta fase, e que não andei para trás. (Emocionada) Eu só gostava de verificar se estou correcta em relação a isso, estou?

ELIAS: Tu não estás a andar para trás, Tirza.CARMEN: Eu acreditei de verdade ser capaz de conter a vontade de chorar, só que estou a neste instante reter muita tensão.

ELIAS: Eu estou a compreender.

CARMEN: Isso realmente não serve de ajuda, por ter andado a atravessar tantos altos e baixos que já se tornou difícil dizer se não estarei a compensar com tudo isto. Por vezes sinto um avanço genuíno mas noutras alturas sinto somente ter-me empurrado para o abismo.

ELIAS: Tirza, apresenta-me um exemplo da expressão do sentimento de estares a andar para trás ou de te estares a empurrar para o abismo.

CARMEN: Bom, antes de ter dado lugar a esta fase não andava muito animada. Sentia-me extremamente aborrecida, confusa e frustrada, só que tinha uma confiança total no meu ego profissional, que é como defino a minha dignidade, e isso está a tornar-se muitíssimo claro para mim. Desde que provoquei esta fase, que objectivamente compreendo ter-me beneficiado no sentido de dispensar tempo para mim e para descobrir aquilo que queria e para sentir uma maior confiança e libertar tensão, a despeito de entender tudo isso duma forma objectiva, as crenças que abrigo, as crenças do meu ego negativo entraram em acção e deram a entender que eu tinha puxado o tapete que me servia de sustentáculo e que me definia debaixo dos pés, e que isso era uma coisa terrível de fazer.

Baseada nessa interpretação, permiti-me entrar em total estado de auto-depreciação, o que consiste no oposto da aceitação, e começar a pensar ter-me magoado a mim própria, e estar a sentir-me terrivelmente mal em relação a mim própria, e não estar a utilizar bem o meu tempo – mesmo apesar de objectivamente estar a dizer a mim própria: “Como serei capaz de utilizar melhor este tempo do que voltando-me para mim própria?” Mas neste momento sinto-me um fracasso de um modo que não sinto ter sentido anteriormente duma forma objectiva, pelo que isto enuncia uma via.

Além disso, por também ter identificado este obstáculo intransponível a que referiste na nossa última sessão, que eu estou a desbravar a despeito de todas as tentativas em sentido contrário, consigo delinear diante de mim todos os modos por que me prejudico e a crenças que albergo que não me estão a apoiar, e penso: “Como posso ser capaz de me magoar a este ponto?”

Penso que essas são duas expressões do sentir por intermédio do que estou a sentir-me pior em relação a mim própria.

ELIAS: Muito bem.Bom; antes de mais, deixa que te diga que o passo que estás a dar é precisamente aquilo que tenho dito a muitos indivíduos com respeito à relação do movimento desta mudança que se está a gerar na consciência. Já tive ocasião de referir muitas vezes que a razão, para o colocar por palavras vossas, porque estou a interagir com cada um de vós nesta fase é a de vos estender uma informação e apoio em resposta ao pedido que formulastes no âmbito da consciência para reduzirdes ou evitardes o trauma associado a esta mudança na consciência.

Agora; também devo indicar-te que muitos vêm esta declaração como algo que esteja relacionado com o trauma associado aos acontecimentos ou actos que envolvam as massas. Na realidade, aquilo que tu estás a experimentar e tens experimentado é precisamente o trauma de que te estou neste instante a falar, por constar do movimento actual de inserção dessa mudança de consciência na tua realidade objectiva.

Por isso, antes de abordarmos juntos estes exemplos que ofereceste, deixa-me assegurar-te que, apesar de estares a experimentar trauma no teu foco individual, isso na realidade é uma comprovação de estares a avançar. Estou bem ciente do extremo incómodo que isto gera em ti, assim como da enorme ansiedade, mas também te posso dizer que tu de facto está a deslocar a tua energia de um modo pelo qual, figurativamente falando, estás, como quem diz, a engrenar as mudanças, no sentido de fazeres mover a percepção que tens. A forma pela qual estás a criar isso é precisamente em alinhamento com a expressão desta mudança na consciência: pela redefinição de termos, desse modo redefinindo a tua realidade.

Agora; se examinarmos o primeiro exemplo que referiste, identificas e reconheces ter expressado a acção de definição que empreendes no teu foco, o qual expressa o produto externo que por sua vez te define o valor que percebes ter como aquilo que geras no emprego, por assim dizer. Deixa que te diga que essa expressão em particular se mostra bastante comum na vossa dimensão física, e que comummente encontra expressão naqueles que têm uma orientação comum, por aquilo a que estão habituados ser exteriorizar a energia e gerar manifestações físicas no exterior, e expressar um produto ou produtividade externa.

Ora bem; aquilo que já se torna menos familiar para aqueles que têm uma orientação comum é a acção de manter a atenção interiormente em si próprios, ao mesmo tempo que continuam a projectar energia no exterior por meio duma fluência natural e continuam a criar expressões objectivas, manifestações objectivas e imagens objectivas como um reflexo deles, mas sem concentrarem a atenção fora deles, nas manifestações que projectam no exterior. Estás a compreender até aqui?

CARMEN: Estou, sim.

ELIAS: Por isso, ao redefinires os termos e alterares a percepção, deslocando desse modo a tua atenção, tu avanças para expressões que te não são muito habituais. Isto pode resultar extremamente confuso, porque se, por um lado reconheceres teres anteriormente definido o valor que tens por meio daquilo que geras no exterior, por outro também poderás agora passar a reconhecer que a tua atenção se desloca de ti para as manifestações reais que crias ao projectares a tua energia no exterior.

De certo modo, nos vossos termos, poderás avaliar a existência duma linha ténue entre a expressão do que geras naturalmente em associação com a tua orientação – com a projecção de energia no exterior e a criação de manifestações objectivas, por ser o modo como ofereces a ti própria informação respeitante a ti própria por meio da particular nuance da percepção associada à tua orientação – e em associação com a acção de manteres a tua atenção no interior.

Agora; a acção de manteres a tua atenção no interior não quer dizer ignorar ou minimizar ou deixar de prestar atenção à projecção exteriorizada da energia. Por isso, não representa uma expressão de ignorar o teu imaginário objectivo nem as manifestações; só que temporariamente, se deslocares a tua atenção para dentro para ti própria e para aquilo que comunicares a ti própria, pode tornar-se num grande desafio manter a tua atenção no exterior enquanto moves a tua atenção no interior. Estás a compreender?

CARMEN: Estou.

ELIAS: Porque a tua expressão natural enquanto indivíduo que possui uma orientação comum é a de prestar atenção às manifestações e às imagens exteriores. Isso constitui uma expressão natural daqueles que têm uma orientação comum. O que não vos é tão habitual é prestar atenção simultaneamente a vós deslocando a vossa percepção de molde a reconhecerdes as expressões externas de cada manifestação como um reflexo do que estais a gerar intimamente.

CARMEN: Mas eu acho que me estou a mover por essa área.

ELIAS: Sim, estás, e isso é o que estou a confirma-te, que apesar de estares a experimentar ansiedade e estares efectivamente a passar pela experiência de trauma, tu estás a criar esse tipo de movimento de deslocares a percepção. Passo a passo, como quem diz, estás a reconhecer por meio duma expressão genuína que as expressões e manifestações e imagens exteriores objectivas consistem em reflexos do que estiveres a gerar interiormente.

Agora; o desafio, conforme estás ciente, por estares a experimentar esse desafio, consiste em prestar igualmente atenção ao momento – agora - a ti e ao que estás a expressar subjectivamente, para integrares as imagens objectivas como reflexo e também para prestares atenção às expressões subjectivas de comunicação.

Conforme estivemos a discutir, as comunicações subjectivas são efectivamente bastante óbvias e não se encontram encobertas. Só que é acto bastante inabitual prestar atenção a essas comunicações. O mero acto de reconhecimento da tensão física que apresentas, conforme estivemos anteriormente a debater, pode por vezes representar um enorme desafio. Porque, é-te desconhecido prestar uma atenção objectiva a essa comunicação subjectiva, assim como te é estranho reconhecer que todos esses modos de comunicação que definimos são na realidade as expressões dos movimentos e as acções subjectivas que comunicas à tua consciência objectiva.

Aquilo que se torna num desafio é a interpretação (ou tradução), por objectivamente isso ser automaticamente complicado. Em vez de simplesmente prestares atenção ao que estiver a ser expressado pela consciência subjectiva sem analisares e sem racionalizares e mesmo sem procurares identificar as crenças que estejam a influenciar mas permitindo-te simplesmente reconhecer aquilo que estiveres a expressar a ti própria duma forma subjectiva com determinadas comunicações, a interpretação objectiva automática é a de TERES que tentar pôr a descoberto, por assim dizer, a mensagem encoberta. É por essa razão que debati isso contigo, individualmente, de modo a possibilitar-te um avanço para uma expressão tipo de passo-a-passo de forma a permitir-te não te sentires sobrecarregada.

De certo modo, neste tipo de movimento “aos poucos”, antes de tentares sobrecarregar-te com a identificação de todas as crenças que estão a influenciar essas expressões que tu geras, permite-te simplesmente reconhecer e notar o que estás a gerar em termos de notificação (comunicação) subjectiva endereçada a ti própria e simplesmente dá atenção a isso em primeiro lugar.

Conforme estivemos anteriormente a debater exemplos disso, que te posso dizer que reconheço, na tua energia, o facto de estares a mover-te nessa direcção, mas uma vez mais a título dum lembrete que me sinto inclinado a dar-te, o exemplo desse simples movimento consiste em reconhecer, antes de mais, no momento, as expressões que o teu corpo físico adopta, conforme estás ciente, permitindo-te reconhecer objectivamente essa extrema tensão que incorporas e de modo a permitires-te dar meramente atenção a isso no instante, e responderes propositadamente de um modo concreto a essa notificação que se traduz pela tensão, e permitires-te resolvê-la por meio da acção de relaxamento.

Isso consiste na recepção da mensagem e na permissão para passares a expressar escolha, ao invés da resposta automática de continuares a receber o sinal da tensão e responderes automaticamente sem lhe dares atenção nem escutares o que a intuição e a emoção estejam a comunicar, e não apenas reconhecer o sinal.

Agora; inicialmente, lembra-te minha querida amiga, que ainda não é necessário que procedas á análise de todas as crenças que estão a influenciar essas expressões de energia.

CARMEN: Muito agradecida por isso. Eu sinto vontade de sentir reconhecimento por mim própria por ter realmente escutado aquilo que disseste acerca da tensão física. Tenho vindo a tentar resolver isso, e na realidade sinto que posso dissipar parte dessa tensão que tenho vindo a ter. Estarás de acordo quanto a isso?

ELIAS: Estou! Posso-te dizer que estou inteiramente de acordo e que te estendo o meu reconhecimento. O que também te darei é um ligeiro lembrete para que também te permitas deixar de te julgar a ti própria e de te desacreditar nas alturas em que reconheces continuares a gerar esse tipo de expressão, e para observares apenas.

CARMEN: Isso é uma grande ajuda, porque, caramba, eu consigo ser dura comigo própria.

ELIAS: Eu estou a entender. Autoriza-te a sentir permissão para observar tão só sem expressares qualquer juízo crítico sobre ti própria e as tuas expressões.

CARMEN: (Emocionada) Bom, sabes, eu pensei... Já disse isto antes, mas creio ter estudado estas coisas a minha vida inteira e ter – e agora uma avaliação da parte do ego negativo – mas na minha idade sinto como se estivesse a começar. E isso não é mostrar reconhecimento por mim própria, mas é que me sinto tão cansada.

ELIAS: Eu estou a compreender, e isso é precisamente o que te estive a dizer há um instante atrás de te permitires notar aquilo que estiveres a expressar, mas sem gerares o que estás a gerar neste momento, em termos de te desacreditares e criticares a ti própria. Porque, minha amiga, eu posso-te afirmar duma forma genuína que tu estás a dar passos no sentido de alcançares o objectivo. Tu és uma viajante, uma exploradora, e aquilo que estás a explorar são expressões e a ti própria numa dimensão física.

Estás a gerar as mesmas explorações que fazes enquanto essência em qualquer área da consciência, por isso constar da natureza da consciência, produzir simplesmente uma contínua e interminável exploração de si própria, uma contínua transformação, uma contínua expansão, e aquilo que estás a gerar em termos do movimento que empreendes na tua manifestação física é a mesma acção, um desdobrar de ti própria.

CARMEN: Eu sinto isso e estou a detectar aspectos disso.

ELIAS: Exacto, e como tal não existe necessidade alguma de te desacreditares a ti própria nem de te julgares a ti própria por andares a explorar há muitos anos, por isso ser a natureza e a acção e o movimento que a essência empreende, a consciência. Portanto, estás a criar precisamente o que é natural que estejas a criar, e não estás a criar essa acção a fim de atingires um objectivo.

CARMEN: A auto-aceitação tem sido um imenso problema para mim, e passo por períodos duma extrema autocrítica. Mas por outro lado, tenho actualmente períodos em que sinto aceitar-me mais por sentir ter valor e por sentir que os desejos que tenho são compensadores. Por isso, creio que independentemente do facto de pensar ter avançado tanto quanto gostaria nessa área, penso que ainda posso sentir uma maior aceitação de mim própria do que antes. Concordarias com isto?

ELIAS: Estou de acordo com o que acabaste de expressar.Agora; posso sugerir-te um outro exercício que podes usar?

CARMEN: Podes.

ELIAS: Isso na realidade pode tornar-se num exercício interessante em relação ao qual tu e eu podemos futuramente conversar. E também te posso dizer que nesse exercício particular que te passarei a propor individualmente, te estenderei uma expressão da minha energia para interagir contigo à medida que praticares esse exercício. Estás disposta a aceitá-lo?

CARMEN: Estou.

ELIAS: Vou-te estender um desafio, que representará o teu exercício. Cria, numa expressão natural inerente à orientação que possuis, uma expressão exterior da tua energia, e manifesta um quadro com base na tua energia. Digo-te para criares esse quadro no âmbito desse exercício como uma dádiva a ti própria de todas as cores e tonalidades e sombreados que te dizem respeito, como uma expressão que me apresentes. Estás disposta a aceitar o desafio?

CARMEN: Ah, estou, mas imediatamente o que isso me suscita...é que podia fazer 10000, dependendo do meu humor do momento (ri) mas aquilo que me estás a falar é sobre fazer um retracto da minha essência...

ELIAS: Exacto.

CARMEN: ...ao invés do retracto da Carmen.

ELIAS: Ah, mas a Carmen é a essência. Por isso mesmo, emprega igualmente a expressão inerente a este foco da atenção, da Carmen, e com isso cria uma expressão de ti. Cria um retracto da percepção que tens.

CARMEN: Muito bem, sou capaz de fazer isso.

ELIAS: Ao criares isso, lembra-te de que isso representa uma percepção genuína da tua percepção que me passarás a oferecer, como a uma outra essência.

CARMEN: De imediato o que me ocorre pensar é – e isso deve ficar a dever-se à minha parte Vold – se não seria apropriado fazer mais do que um?

ELIAS: Se preferires.

CARMEN: Por eu alterar as cores e as tonalidades, ainda que a minha essência... bom, a minha essência é de tal modo vasta. Só estou a dar rédea solta à minha imaginação.

ELIAS: Ah ah! (A Carmen ri) Isso pode representar um exercício bem interessante para usares, um que é capaz de te sugerir uma informação em reconhecimento pessoal assim como em reconhecimento das sombras – mas que não apresenta um carácter crítico – pelo reconhecimento do modo como as sombras, em relação às quais geralmente empregas juízo, te definem profundidade.

CARMEN: Sim. Eu vou fazer isso com todo o prazer.

ELIAS: Muito bem, minha amiga, e eu irei aquiescer em estender-te a minha energia por meio duma interacção contigo, à medida que fores participando nesse exercício.

CARMEN: Tal como tenho consciência de estares inteirado, uma das mais significativas áreas de conflito que tenho consiste no facto de não manifestar os chamados “projectos de trabalho” que pretendo. Mencionaste que a forma mais eficiente de criarmos aquilo que queremos consiste em decidirmos se realmente o quereremos e em seguida dar a nós próprios uma permissão activa para passarmos a estabelecê-lo.

ELIAS: Exacto.

CARMEN: Mas por não ter obtido êxito na actualização concreta dessa afluência de projectos, gostava de saber se terei dado a mim própria uma permissão activa para tal. Pressinto que sim, mas ainda sinto dúvidas. Também penso que esteja a ser impaciente, e que talvez me situe entre probabilidades em que os projectos estejam a suceder mas ainda não se tenham manifestado.

Mas cada dia que passa sem que eu tenha efectivamente actualizado o que quer que seja – e aqui estou a falar na qualidade de uma pessoa que possui uma orientação comum – afundo no desalento e a voz do “não consigo criar aquilo que quero” torna-se mais audível. Por isso, poderias dizer-me se terei ou não de facto dado permissão a mim própria para instaurar uma fluência de projectos?

ELIAS: Não por completo.

CARMEN: Por não confiar em mim própria.

ELIAS: Correcto, e por estares a reforçar a expressão que crias pela qual não ofereces a ti própria permissão - em meio à expressão que crias de desalento e de exprimires a ti própria não seres capaz de criar isso – por isso depender dos outros indivíduos te apresentarem projectos ao invés de os gerares em ti própria. Conforme te declarei anteriormente, se identificares genuinamente aquilo que queres e passares a oferecer a ti própria permissão para implementares a criação disso, por te ser estranho, temporariamente também poderás lembrar-te duma forma activa que podes criar aquilo que queres e continuar a reforçar a capacidade que tens em vez de reforçares a dúvida.

O modo pelo qual poderás praticar isso é prestando atenção e reconhecendo e admitindo em cada acção que cries a manifestação do que queres, independentemente da avaliação ou da crença que tiveres em relação ao quão diminuto possa ser o sentido que isso apresente. Num determinado dia podes expressar a ti própria, digamos assim, vontade de realizares um certo número de tarefas, por mais mundanas que possam ser, e à medida que fores satisfazendo cada tarefa dessas, expressares a ti própria desejares alcançar resultados, apesar disso te poder parecer muito reduzido, na medida em que te permitires prestar atenção e reconhecer-te a ti própria por teres realizado a criação de cada expressão que pretendes todos os dias, tu proporcionares a ti própria uma prática, reforçares a validação de ti própria, e reforçares a confiança em ti.

Toda a vez em que alcanças o reconhecimento objectivo da expressão de tensão a cada dia que passa e consegues relaxar, inicialmente poderá parecer-te que tal coisa não tenha assim tanto significado quanto isso. Pode não se traduzir pela criação dum resultado que se plasme na criação duma clientela em relação à tua área profissional, digamos assim, mas representa uma movimento significativo e bastante digno do teu reconhecimento, por TU seres digna do teu próprio reconhecimento. E nessa medida, reforças a confiança na capacidade que tens e passas a validar-te.

À medida que continuares a praticar o hábito de te familiarizares com essa acção e deixares de duvidar de ti própria, poderás habilitar-te a permitir-te criar aquilo que queres sem duvidares das outras expressões. Estás a compreender?

CARMEN: (Emocionada) Sim, estou a compreender. Eu só pensava estar a dar uma maior permissão a mim própria do que aquela que estou a dar.

ELIAS: Em determinadas expressões estás, mas noutras continuas a apresentar a ti própria desafios. Mas isso são aspectos inerentes ao movimento de exploração; por isso, não te estejas a desprezar a ti própria.

CARMEN: (Completamente emocionada) Caramba, o meu ego negativo está a falar mais alto neste exacto momento!

ELIAS: Que é que ele te está a transmitir?

CARMEN: Que não sou capaz disso. Eu sei que sou, porém, sinto não ser capaz. Tenho que trabalhar isso melhor.

ELIAS: Tirza...

CARMEN: Eu sei. Peço desculpa.

ELIAS: Não te desculpes diante de mim. Volta a tua atenção para o teu exercício. Não te preocupes neste instante com o futuro. Permite-te libertar tensão neste momento. Presta atenção ao instante.

CARMEN: Ah, meu deus, como isto é difícil. Eu acabei por reforçar essa crença!

ELIAS: Não tem importância. Também estás atenta ao facto.

CARMEN: É verdade. Tenho consciência de que tudo aquilo que proferiste é verdade.

ELIAS: As crenças não estão a mover-se no sentido de se dissiparem. Não é nisso que reside a questão.

CARMEN: Sim, eu entendo. Só quero ser capaz de escolher aquelas que me criem aquilo que pretendo.

ELIAS: Eu estou a entender. Neste presente instante, que estás tu a criar? Que estás tu a escolher? Que estás a fazer?

CARMEN: Neste momento estou a optar pelo “Não sou capaz,” mas hei-de ser.

ELIAS: Não. A acção que estás a gerar neste instante, aquilo que estás a escolher e o que estás a fazer, é a falar comigo e a dar-me atenção, muito simplesmente. Por isso, tudo o que possas perceber como futuro não tem importância; o que estás a criar neste instante é uma interacção comigo.

CARMEN: Sim. Quando acordo pela manhã – e isso tem vindo a ocorrer por eu me ter traumatizado a mim própria – sinto uma profunda depressão e pavor em relação ao dia que está a começar, e reconheço que isso assenta na falta de confiança que tenho em mim própria. Mas gostava de saber se isso significará que tenha dispendido o tempo todo do sono a reforçar essa falta de confiança pessoal.

ELIAS: Não. Emprega esses momentos em que permaneces desperta e passa para uma expressão de reconhecimento daquilo que estiveres a expressar e permite-te prestar atenção ao instante, reforçando para ti própria a ausência de necessidade de expressares pavor no momento, por aquilo que estás a expressar ser pavor em relação ao dia - que ainda não aconteceu.

CARMEN: É verdade.

ELIAS: O que está a ser criado é o momento. Por isso, nenhum trauma está a sobrevir no momento para além de estares a antecipar o dia - que ainda não teve lugar. Nesse instante, se reconheceres isso, permite-te relaxar e apreciar no momento o facto de existires, sem te pores a antecipar como se irá desenrolar o dia, por ainda não estar a ter lugar.

CARMEN: (De modo suave e emocionado) Ah, deus do céu! Bem sei que não devia desculpar-me, mas estou de tal modo desesperada. Mas estou a ouvir.

ELIAS: E porque razão estás a entrar em desespero neste momento?

CARMEN: Por não ser capaz de o fazer.

ELIAS: O que não passa duma projecção. Conduz a tua atenção ao instante. Permite-te passar a respirar de modo profundo. Permite-te reconhecer que aquilo que estás a fazer neste momento consiste efectivamente naquilo que queres. Tu pretendes interagir comigo, e isso não constitui fonte nenhuma de desagrado.

CARMEN: Não, não é. Tens razão, eu estava a projectar.

ELIAS: Por isso, porque razão hás-de adoptar uma expressão de desespero? Porque efectivamente estás a experimentar uma experiência que não é desagradável.

CARMEN: É verdade.

ELIAS: Isso constitui um exemplo, minha querida amiga. Presta atenção ao momento, sem te projectares nem sequer dois minutos para além do presente momento.

CARMEN: Acredita que também percebi que isso pode ser doloroso. Qualquer ideia de futuro é capaz de me levar a projectar.

Vejamos. Eu só tenho mais duas perguntas rápidas. Gostava de saber se a dor periódica que sinto nas costas e que criei me estará a comunicar o facto de ter desregulado o equilíbrio da minha energia, por não estar a conseguir suportar-me emocionalmente, ou o sentimento que tenho de não estar a conseguir suportar a minha situação financeira do momento. Por vezes também crio essa dor após a dança aeróbica ou a natação, razão por que sinto que também me possa estar a indicar o facto de não estar a permitir-me sentir-me suficientemente livre na diversão que obtenho com isso. Alguma dessas...?

ELIAS: Sim, tens razão.

CARMEN: Ambas?

ELIAS: Sim.

CARMEN: Por vezes, quando assisto à televisão, o ecrã fica de um azul massivo e a seguir ou volta ao normal por si só ou tenho que clicar um botão do controlo remoto para que volte a apresentar o programa. Será isso uma imagem a notificar-me que estou a vacilar entre diferentes realidades, ou estará a chamar-me a atenção para voltar ao momento, ou nenhuma dessas coisas?

ELIAS: (A sorrir) Devo dizer-te que se trata dum lembrete. Também representa a minha energia a interagir contigo...

CARMEN: Também me pareceu. (Ri)

ELIAS: ...para te recordar.

CARMEN: Para voltar ao momento?

ELIAS: Exacto.

CARMEN: Eu disse: “É um azul que se assemelha ao do céu na sua expressão mais profunda”, sabes? Gostava de saber se terás sido tu.

ELIAS: Justamente! Ah ah ah!

CARMEN: Eu pensei cá para comigo que não me lembro de ter visto expressões desse azul antes, pelo que duvidei da impressão que obtive. Então foi um outro lembrete desses do tipo “agora”. (Elias dá uma risada) Caramba, se alguma vez chegar a conseguir isso, e conseguir permanecer no momento, tê-lo-ei conseguido. Será muito mais fácil para mim viver.

Por vezes percebo lampejos de luz branca, tanto com os olhos abertos como com eles fechados. Agora ando a ver muitos pontos de luz, mas esta cintila mais e é mais brilhante. Será um dos meus outros focos ou será outra essência a comunicar comigo?

ELIAS: Isso és tu e uma expressão da tua energia enquanto essência. De certo modo, é uma imagem que ofereces a ti própria a fim de recordares o facto de seres essa imensa expressão da essência.

CARMEN: Por não ser a minha cor de ameixa e ser branca.

ELIAS: Eu estou a entender. Isso consta unicamente duma oferta de um tipo de imagem que te volta a atenção, digamos assim. Nessa medida, a razão porque em associação com as crenças das massas tu a visualizas branca deve-se ao facto disso estar simbolicamente associado à pureza e à espiritualidade. Como tal é representada dessa forma como uma expressão da essência.

CARMEN: Vou reduzir a coisa a uma pergunta final, por ela me andar a seguir como um cachorro. Uma vez mais eu sinto-me como se estivesse atrasada em relação a este período. Estarei, ainda no âmbito do que a minha consciência subjectiva crê que deva precisar para isto, ou não?

ELIAS: Estás, mas devo igualmente dizer-te para te permitires interromper essa expressão de premência.

CARMEN: Sim, eu tenho vindo a martelar na cabeça com isso. Vou tentar abrir mão disso.

ELIAS: Por estares a criar outro molde a que te passas a ajustar em associação com o tempo.

CARMEN: (Emocionada) Muitíssimo obrigado.

ELIAS: Não tens o que agradecer, minha querida amiga. Permite que te diga neste instante, para prestares atenção, no âmbito desta troca de energias efectuada entre nós os dois, para prestares atenção ao momento e para te permitires receber da minha parte uma expressão da minha energia.

CARMEN: Eu tenho vindo a permitir-me conseguir mais isso, pelo que te fico imensamente agradecida. Tenho vindo a tentar fazer uso das expressões que me envias na minha energia, como um apoio, pelo que te fico agradecida.

ELIAS: Estendo-te um manto de energia de tranquilidade e do que poderás experimentar como ternura.

CARMEN: Obrigado.

ELIAS: Não tens do quê, minha amiga.CARMEN: Nesse caso, penso que seja tudo por hoje.

ELIAS: Muito bem. Com uma tremenda ternura com sempre, e em antecipação do teu exercício e da nossa interacção, dirijo-te um au revoir.

CARMEN: Au revoir. (Com suavidade) Adeus.

Elias parte ás 12:47 da tarde.

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