Quinta-feira, 1 de Novembro de 2001 (Privada/Telefone)
Participantes: Mary (Michael) e Carmen (Tirza)
Tradução: Amadeu Duarte
ELIAS: Bom dia!
CARMEN: Olá, Elias.
ELIAS: (Ri para si) Encontrámo-nos de novo!
CARMEN: Peço desculpa?
ELIAS: Encontrámo-nos de novo.
CARMEN: Sim, muitas vezes. (Elias ri)
Bom, como é do teu conhecimento, ainda estou a percorrer este período dirigindo-me a mim própria. A mim, por vezes as conquistas que obtenho parecem-me imperceptíveis por causa da intensidade que ainda estou a gerar, mas estou a tentar perceber algum avanço. Em razão do que gostaria de explorar áreas sobre as quais já conversamos e de te dizer o quanto penso estar ou não a avançar, a ver se em seguida serás capaz de me sugerir algumas impressões e alguma informação que não esteja a permitir-me perceber.
ELIAS: Muito bem.
CARMEN: De modo consistente com este período de tempo, penso ter despendido um tempo considerável a concentrar-me em mim própria, e a pensar no que quero, a identificar crenças e reacções automáticas. Não estou certa de... (Irrompe num choro desenfreado) Desculpa.
ELIAS: Não precisas pedir desculpa, minha amiga.
CARMEN: (Prossegue de forma comovida) Eu sei. Tenho-me esforçado de tal forma, e o problema está nisso. Mas sinto ter estado a utilizar este tempo do modo que planeei.
ELIAS: Utilizaste.
CARMEN: Não concordas?
ELIAS: Sim, estás certa.
CARMEN: (Inaudível)... Parte do que é bastante difícil.
ELIAS: Estou plenamente ciente disso. É um desafio enorme para muitos, e eu reconheço o desafio que estás a apresentar a ti própria com este passo.
CARMEN: Eu tenho consciência de me criticar a mim própria e por vezes a ti, mas tomo imediatamente consciência de que tu não me atribuis qualquer juízo crítico.
ELIAS: Absolutamente. (Sorri)
CARMEN: Uma outra coisa é o facto de pensar estar a firmar a minha atenção em mim própria ao invés de nos outros, mais do que o conseguia antes. Eu contacto determinadas pessoas mas já notei que no geral durante ou logo após o contacto logo desvio a minha atenção para mim própria e isso pode tornar-se extremamente penoso dada a minha familiaridade em dar atenção ao exterior; mas penso que mantenho a minha atenção mais focada em mim própria.
ELIAS: Sim, e eu estou de acordo com a avaliação que fazes. Permite igualmente que te diga, minha amiga, que apesar de poderes inicialmente criar um método de voltares a tua atenção para ti através dum acto de retiro das outras pessoas, eventualmente haverás de reconhecer seres capaz de te manteres a interagir com os demais mas enquanto continuas a manter a tua atenção em ti própria.
CARMEN: Isso é algo que preciso realmente praticar sobretudo mais quando começo a interagir com as pessoas. Já pude ler nas sessões acerca dessa capacidade mas não é fácil, porque na atenção que voto aos demais tornou-se de tal modo habitual responder a eles, que necessita de alguma prática da minha parte. Mas é aí que eventualmente pretendo chegar porque me estou a sentir isolada. Reconheço estar a optar por me isolar mais no momento mas não pretendo passar o resto da minha vida assim.
ELIAS: Ah, ah, ah! Fica segura, minha amiga, de que isso se tornará mais fácil.
CARMEN: Muito bem, obrigado. Tenho vindo a tentar permanecer no momento e a distrair-me, coisa que se tornou num outro desafio. Lá acabo por abandonar um pouco esse estado mas detecto-o – mesmo quando permaneço no futuro antecipado eu esforço-me por me recordar a mim própria para voltar atrás – e penso situar-me precisamente onde me situava anteriormente. Consigo dar por isso e voltar a instaurá-lo, pelo que ainda necessito e sinto vontade de trabalhar esse aspecto. Porque quando alcanço o momento, eu consigo-o – quero dizer, genuinamente no momento (agora) – chego a sentir paz e fortalecimento. Só ainda estou a aperfeiçoar o aspecto de o alcançar e de nele permanecer.
ELIAS: Estou a compreender. Na realidade isso constitui um desafio espantoso em relação a muitas pessoas, mas eu reconheço o desafio que estás a propor a ti própria, porque projectar a tua atenção tornou-se bastante familiar. Já vos disse a todos que é por isso que interajo convosco individualmente porque esse avanço no sentido da aceitação e no sentido de preservar a atenção no agora é-vos bastante pouco familiar, e por isso expressais com facilidade a projecção da vossa atenção no que é exterior a vós e no que se situa para além do instante.
De facto vós concebestes as vossas sociedades desse modo, por meio do que a maioria das vossas acções se reportam quer ao passado quer ao futuro, enquanto pouco significado é concedido ao acto de manterdes a vossa atenção no instante; mas, como estás bem ciente, o deixar de prestar atenção ao momento tornou-se num acto reflexo.
Mas também te posso dizer que desde o começo deste fórum que tenho vindo a referir-vos, que o termo mais significativo que possuís no vosso léxico pode ser o da “atenção”, porque na verdade esse é o vosso melhor instrumento capaz de vos oferecer uma maior informação e oportunidade de prática. Mas como havereis de praticar se não dais atenção? Mas tu ESTÁS a dar atenção, minha amiga.
CARMEN: Agora que mencionaste isso, na verdade sinto estar a ser mais observadora. Eu tenho esperança, e chego a pensar – por sentir ligações com as culturas asiáticas – ter um foco algures que tem uma maior prática nesse campo e que me esteja a conceder energia ao meu. Descobri mesmo uma caligrafia japonesa para a designação “consciência do momento” que eu coloquei na parede, e que sempre que encaro... Nem sempre me faz regressar ao momento, mas algo em mim que me liga a isso. Por isso tenho a esperança de estar a obter acesso a um pequeno auxílio extra.
ELIAS: Estás correcta, e posso dizer-te que te estás igualmente a permitir não o que podes identificar como uma ligação mas a permitir-te uma abertura por meio da qual te tornas mais objectivamente consciente da acção equivalente que também te está a ceder energia nessa expressão.
CARMEN: Bom, “equivalente” – queres dizer, no meu presente e contínuo momento espacial, ou nos outros focos que eu tenho?
ELIAS: Neste tempo actual. Não tem importância que não detenhas uma consciência objectiva do indivíduo que esteja a participar nessa acção equivalente em conjugação contigo, mas sim o facto de estares a permitir o começo dum reconhecimento de estares a extrair essa energia e a permitires um reforço do teu movimento de reconhecimento do fluir da energia, por assim dizer.
CARMEN: Ah, que bom. Bom, cada pequeno passo serve de auxílio. (Elias ri)
A questão seguinte é que não tenho dado muita rédea solta à minha imaginação para que possa, como costumo dizer, “elevar-se”. Eu aprecio muito as imagens que têm que ver com voo e analogias dessas. Outras questões e por vezes esforçar-me por manter a minha atenção coesa têm-me tomado tanta atenção, mas sempre espero... Bom, concedi à minha imaginação um pouco mais de liberdade e ocorre-me certificar-me da sua efectividade e expressão, além de que possuo uma facilidade no emprego dela a que posso sempre recorrer para me tornar mais consciente. Espero que isso me seja suficiente no presente, por não sentir ser capaz de o conseguir todo duma vez.
ELIAS: Correcto.
CARMEN: Então tinha que escolher que questões são mais críticas para lhes dar atenção, mas penso que terás referido que neste momento a imaginação seja a menos crítica.
ELIAS: Pois, mas e que avaliação fazes do avanço que tens conseguido com o exercício de relaxamento?
CARMEN: Pois, mas puxa, isso também fazia parte da minha lista. (Elias ri) Não sabia se havia de referir-me a isso nesta questão da seriedade ou… Vou fazer referência a isso junto com as minhas perguntas sobre a tensão. Antes de mais, eu nem sequer tinha uma consciência objectiva de quanta tensão eu comportava antes. Por vezes tinha conhecimento disso mas muitas das vezes, antes desta altura em que estava a senti-la ao mesmo tempo que não lhe dava atenção, eu passava-lhe ao lado, pelo que nem sequer sei de que forma a possa libertar. Por vezes, ela realmente alça-se para a frente somente devido às questões a que estou a dar atenção. Eu tenho vindo a conceder a mim própria alguma permissão nesse sentido, por me ter vindo a julgar em relação ao facto de não libertar mais tensão. Mas exerci um esforço e fiz algumas coisas a ver se me relaxava, e em comparação com esses furores e com o modo como a minha energia se fazia sentir antes, penso ter dissipado alguma dessa tensão.
Tentei nadar. Voltei a nadar um pouco, coisa que não fazia desde criança, e isso realmente deixa-me relaxada. Tentei trabalhar um pouco os meus centros de energia e procurei criar uma sensação de libertação da tensão. Tentei fundir-me com a mobília, mas sem sucesso. Tentei criar um conceito de relaxamento e ondas delta mas distraí-me de tal modo que realmente não obtive grande sucesso. Mas tenho tentado dar alguns passos no sentido disso e pelo menos penso ter consciência do quanto tensa me posso sentir, assim como daquilo que a tensão é capaz de provocar, em termos da criação da minha duplicidade, o que é algo que mencionaste anteriormente, a criação de pontos negros nas minhas escolhas. Definitivamente dei-me conta disso.
ELIAS: Pois.
CARMEN: Por isso, penso ter evidenciado algum avanço com isso. Não sei se alguma vez me tornarei uma pessoa serena, do tipo verdadeiramente calmo, porque por vezes penso que a expressão da minha energia é realmente tão inquieta que chega a possuir alguma característica inerente de inquietação, nessa parte da minha essência que criou o meu foco. Mas penso ter conseguido dar alguns passos.
ELIAS: Confirmo-te a avaliação que fazes. Deixa também, minha amiga, que te sugira que concedas a ti própria uma maior atenção a essa área em particular. Porque, posso-te dizer que estás certa, tu geras imenso avanço em relação à tua energia, mas aquilo que se te tornou habitual foi conter essa tua energia por meio duma expressão física de tensão, e isso tornou-se de tal modo familiar no teu foco que muitas vezes não te dás conta da extensão dessa tensão que estás a criar, por te parecer que ela te seja normal.
CARMEN: Pois.
ELIAS: Nesse sentido, deixa que te diga que a energia expressar-se-á. Por isso, se estiveres continuamente a conter-te com força no teu campo de energia, e de certa forma, a atá-lo a ti, com a criação contínua dessa tensão física que expressas sobre a consciência do teu corpo físico, aquilo que realmente estarás a fazer será uma perpetuação da expressão de ansiedade, e a perceberes a resposta física íntima e individualmente a essa situação, que assume um de dois contornos evidentes: ou te dá vontade de chorar ou começas a assumir movimentos trémulos. Ou crias tremuras na tua expressão física ou então começas a chorar.
Agora; essas são formas naturais de libertar tensão. Também te servem de indicador do facto de estares a reter a energia e continuamente a criar tensão, sem te permitires um fluir livre da energia por meio do relaxamento, ao ponto da tua consciência subjectiva ter que transmitir uma ordem à consciência do teu corpo físico para que liberte energia de alguma forma, e o modo automático e natural de libertação da consciência do teu corpo físico traduz-se por essa vontade de chorar ou da criação de tremuras.
CARMEN: Pois, pois. Eu já pensei sobre essas crises de lágrimas que tenho vindo a sentir, mas aí comecei a dar atenção às crenças que isso envolve e então disse a mim mesma estar a colocar limitações a mim própria e assim. Após ter libertado alguma tensão, senti-me melhor e pensei se essa não seria uma forma de libertação de tensão.
ELIAS: É.
CARMEN: Penso que estás a validar isso, e congratulo-me por o fazeres. Mas quanto às tremuras, é verdade; pelo que…
ELIAS: Mas permite igualmente que te diga, minha amiga, que podes agora permitir-te reconhecer objectivamente que essas acções são igualmente, tal como referi, indicadores. Por isso, se te permitires dar atenção objectiva ao relaxamento, também dissiparás essas válvulas, por assim dizer, por elas se tornarem desnecessárias.
Agora; permite igualmente que te diga que não precisas complicar essa acção de relaxamento. Reconheço a escolha que elegeste no sentido de voltares a nadar, mas tu podes igualmente adoptar este exercício intencional de relaxares a consciência do teu corpo físico a cada um dos teus dias, não necessariamente por meio da análise das crenças nem por intermédio da identificação das crenças que te estão a influenciar a criação dessa tensão, mas apenas despendendo dalguns dos teus minutos ao longo do dia no sentido de voltares a tua atenção de forma diferenciada para o teu corpo físico e te permitires examinar os teus músculos físicos e os teus ossos e reconheceres a tensão que estejas a incorporar, e nuns quantos desses teus minutos te permitas apenas intencionalmente relaxar certos músculos específicos.
Isso não te toma muito tempo, e podes mesmo ocupar-te dessa acção em momentos em que estejas a interagir com outras pessoas, que elas não terão consciência objectiva daquilo em que te estiveres intencionalmente a focar, e tu não despenderás de muito tempo a dar atenção aos músculos específicos nesse instante. Não precisas mover a tua atenção pelo teu corpo todo, mas apenas escolher no momento um ou dois músculos físicos que notes encontrarem-se sob tensão. (1)
E à medida que, periodicamente, ao longo do teu dia, fores incorporando esse pequeno exercício, também te permitirás libertar expressões de energia por pequenos incrementos, mas que contribuirão para dissipar tal adopção de tensão e dissiparão esses extremos de pressão que se expressam por intermédio das tremuras e do chorar.
CARMEN: Isso é óptimo; é maravilhoso. Gosto da simplicidade que isso denota. Realmente abrigo esta preferência pelo que se revele simples; se me for dado seguir uma via de simplicidade, eu fá-lo-ei.
ELIAS: (Ri) Isso pode ser bastante simples, minha amiga. Não precisas sobrecarregar-te e expressar para contigo mesma teres de alcançar imensas acções em simultâneo.
Nesse sentido, estás a abeirar-te duma montanha que procuras desmantelar; e ao invés de a procurares desmontar ao investires com as bulldozers e de te arriscares a ser esmagada por avalanches, permite-te incorporar uma pequena colher e usá-la nessa operação!
CARMEN: Tenho vindo a recordar-me do ditado “Um tijolo de cada vez”, mas aí o modo dicotómico automático irrompe, e: “Vou fazer tudo, e se não o conseguir não me vou sentir melhor.” Mas eu levei demasiado a peito essa filosofia, porque me traumatizei e tenho conhecimento disso. Isso é bastante evidente pela forma como me tenho vindo a sentir. Pelo que ainda me acho a trabalhar sobre essa reacção automática que apresento de ter que fazer tudo exactamente agora, porque caso não o faça, seguir-se-ão julgamentos associados a isso.
ELIAS: Um tijolo de cada vez; um músculo de cada vez.
CARMEN: (Ri junto com o Elias) Pois.
Sobre a questão do meu actual emprego, sinto estar ainda a criar fortes probabilidades de continuar nessa direcção, apesar dos projectos ainda não se estarem a manifestar. Por vezes sinto um enorme temor e duplicidade por não ter concebido esses projectos, e receios por me sentir aquém do exigido, por inicialmente não ter feito parte dum propósito meu o de empreender tanto tempo a dar atenção a mim própria, e pela razão de, a esta altura, já dever ter avançado. Mas repito comigo própria estar a lidar com questões muito amplas e numerosas e que talvez não esteja atrasada. Não que a minha consciência subjectiva tenha um prazo marcado, mas é que se trata duma questão muito ampla, aquela a que tenho dado atenção, ao longo de todo o meu foco. Penso que talvez a minha consciência subjectiva soubesse e talvez com toda a probabilidade isso fosse levar tanto tempo assim, de modo que possa assegurar-me de ainda estar a criar as probabilidades relacionadas com o meu emprego e não estar realmente a retardar-me.
ELIAS: Correcto, mas não estás. E posso-te dizer que ao propores a ti própria uma continuidade desses pequenos exercícios de relaxamento, também te permitirás uma maior fluxo livre de energia de confiança em ti sem incorporares uma expressão de preocupação.
CARMEN: Pois, o que no caso de existir um desperdício de energia, a preocupação seria um! (Ri)
ELIAS: Correcto. Ah, ah, ah!
CARMEN: Eu repito isso para comigo própria! Toda a informação proveniente de todas as minhas sessões e das outras que tenho lido têm vindo a repercutir na minha cabeça, como um gravador. Entendo que parte disso esteja a tentar batalhar essa situação monstruosa. Por vezes penso que o melhor seria eu não o enfrentar, mas faço-o, pelo que passarei a aceitar o facto de o fazer por vezes.
ELIAS: Compreendo, e por vezes será melhor não enfrentares essa situação monstruosa e ignorá-la, ao invés. Ah, ah, ah!
CARMEN: Há algumas sessões atrás mencionaste que já possuía na minha consciência algumas ideias para expandir a minha criatividade em relação ao que defino como o meu trabalho, mas que simplesmente não lhes dava atenção.
Agora; tenho vindo a tentar fazer emergir algumas dessas ideias na minha consciência objectiva, e ocorreram-me várias direcções potencialmente criativas que podia empreender. Sei bem existirem muitos, provavelmente potenciais infinitos que podiam eclodir em mim, especialmente no caso de permitir que a minha imaginação esvoace. Mas teria tido algumas dessas ideias na minha consciência previamente? Como não lhes dei atenção antes, não tenho a certeza em relação a isso; penso que algumas terão estado.
ELIAS: Sim, estás correcta. Por isso admite, minha amiga, estares a prestar atenção. Tu estás a conceder a ti própria mais uma abertura para contigo, e estás a conceder a ti própria muito mais uma observação.
CARMEN: Óptimo. Também proporcionarei a criação duma situação, sabes, que me trouxe à atenção ser igualmente capaz de manifestar oportunidades para a minha expansão criativa através da objectivação de outros indivíduos que possuem ideias em que posso participar e depois utilizar a minha própria criatividade para me expandir, sem ter que ser sempre quem deve iniciar as ideias. Apesar de pensar que, uma vez que os outros são eu própria, penso que em certo sentido eu esteja a iniciar essas ideias apesar delas parecerem vir a mim do exterior.
ELIAS: Correcto! Tens toda a razão.
CARMEN: Eu procuro dar tanta pressão a mim própria quanto posso, por estar consciente de que a menção que fizeste acerca da minha emergência brotar inteiramente da minha consciência subjectiva, de que não tinha consciência e em relação ao que não existia qualquer pressão envolvida, mas o quanto me conheço a mim própria e o quanto traduzo as coisas em termos duma tensão criativa. Por isso penso: “Muito bem, agora preciso fazer uso da minha imaginação; anda lá.” (Elias ri) Por isso tenho vindo a pensar em tantas vias quanto possível através das quais possa empreender a minha consciência subjectiva de forma a ajudar-me a criar tantas coisas sem ter sempre que utilizar a minha consciência objectiva. Penso que mesmo a imaginação consiste numa comunicação proveniente da minha consciência subjectiva.
ELIAS: Estás certa, e nisso recorda-te de que a imaginação é algo divertido e animado. E não representa trabalho e mais trabalho. (Ri)
CARMEN: Estou a trabalhar nisso!
ELIAS: Permite-te encarar a imaginação como uma fantasia animada.
CARMEN: Permito-me, sim. Toda a questão da redescoberta do eu brincalhão que eu enterrei tão… Nem sequer devia dar a mim própria essa sugestão mas por vezes parece que a enterrei tão fundo que voltar a descobri-la parece - se escolher torná-la nisso - um processo.
ELIAS: Estou a entender mas isso pode igualmente representar um processo de reintrodução de ti a ti própria e de te permitir encarar-te segundo uma nova perspectiva.
CARMEN: Ao mesmo tempo, tenho que ser pessoalmente cuidadosa para não condenar aquela que tenho sido, mas de se tratar duma reacção automática.
ELIAS: Precisamente! Isso é altamente significativo por te permitir reconhecer aquilo que estás a criar e se isso estará a ir, ou não, de encontro à avaliação que fazes do que devias criar – apenas reconhecer-te como estando a observar sem expressares condenação em relação a ti própria por não estares a observar com a rapidez suficiente ou por não estares a avançar numa expressão específica ou por deveres estar a criar melhor…
CARMEN: Ou avançar.
ELIAS: …Ou por te arrependeres por não teres observado alguma expressão mais cedo. Não tem importância. Na altura em que estiveres a observar estás a observar, e isso é significativo e merecedor da tua admissão.
CARMEN: Fico verdadeiramente contente por teres mencionado o valor da observação, porque tenho uma tendência para depreciar tudo em relação a mim própria excepto aquilo que produzo em termos físicos. Se puder admitir que essa observação é significativa e que me ajudará a sentir melhor nos movimentos que empreendo neste campo…
ELIAS: Pois.
CARMEN: …Porque na avaliação que faço eu não crio as imagens físicas que eventualmente desejava com tanta rapidez quanto gostaria. Mas se ao menos for capaz de admitir estar a observar, isso far-me-á sentir melhor em relação a mim própria.
ELIAS: Absolutamente, porque isso reforça a validação pessoal ao invés de te levar a depreciar-te e a condenar-te e a deixares de oferecer significado a essa acção de observação que é tão merecedor quanto é. Porque, tal como te referi, esse é um dos vossos maiores instrumentos.
CARMEN: Além de consistir numa acção.
ELIAS: TRATA-SE duma acção.
CARMEN: Então posso pensar nisso em termos dum “fazer”, de certa forma.
ELIAS: E podes igualmente permitir-te perceber isso como uma produção, porque em si mesmo, consiste num resultado. Por isso, com isso tu estás a produzir; trata-se duma acção e dum resultado em si mesmo. E é ALTAMENTE significativo.
CARMEN: Bom, ontem procedi à criação de imagens sobre as quais me interrogo, o que acabei por permitir que me aborrecessem. Decidi ir andar de patins, o que pode tornar-se divertido para mim, além dum modo de libertar tensão; lá acabei por ir, e senti-me realizada por não me fazer sentir traumatizada. Nas últimas semanas, todas as vezes que saía, sentia como que o estímulo fosse demasiado e se tornasse bastante aborrecido. Mas eu estava a manipular as coisas, e pensei que estivesse realmente a dar atenção a mim própria, como em relação à forma como me sentia, àquilo que estava a fazer, e a tentar notar as coisas ao meu redor e a apreciá-las.
Mas eu cheguei a uma pequena área de construção que tinha uma encosta traiçoeira, e em vez de procurar atravessá-la nos patins, decidi ser mais cuidadosa e sentar-me sobre os patins e descer suavemente a encosta desse modo. Mas os patins deslizaram e eu caí sobre a minha mão direita e torci o pulso.
Agora, penso que as imagens disso me estejam a querer dizer que não estou a confiar em mim o suficiente, mesmo quando procuro com tanto empenho ser atenciosa e cuidadosa. Também pensei que desde aí – penso que isto seja verdade, não tenho a certeza – a mão e o pulso fazem parte do centro de energia verde e talvez cor-de-rosa, e que talvez me estivesse a trazer à atenção quão pouca compaixão e paciência senti em relação a mim própria, ao atravessar este período.
Também pensei que, desde que se trata do meu pulso direito e os danos sofridos me desactivam significativamente a operação manual, talvez isso seja o que me esteja a trazer à atenção o quanto me defino em termos da minha criatividade física em todas as áreas, até mesmo nas tarefas domésticas. E pensei que me pudesse estar a dizer, não permitir-me ser suficientemente brincalhona, por ter sucedido enquanto procurava divertir-me e ia no encalço de ver se determinada loja teria um determinado presente que queria dar a mim própria, coisa que não encontrei.
Aí pensei que talvez estivesse a transmitir a mim própria uma mensagem no sentido de apreciar as pequenas coisas que normalmente assumo em termos de suposição, porque deixar de ser capaz de utilizar a mão direita arrecadou-me suficiente atenção para o apreço que sinto por essa capacidade. Por fim pensei que talvez estivesse a comunicar a mim própria para voltar e permanecer mais no momento. Eu pensava estar a prestar atenção. Mas, estará alguma, ou todas essas traduções que faço exactas?
ELIAS: Sim, posso-te dizer que todas as traduções que fazes são exactas, e posso-te também dizer que uma bastante simples que não estás a detectar, é a expressão da prudência. A tua tradução é bastante precisa e correcta ao expressar-te não estares a confiar em ti, mas sou capaz de te referir em termos mais específicos que o aspecto da falta de confiança em ti está a manifestar-se externamente nessa expressão da precaução. Tu procuras tornar-te brincalhona, mas estás igualmente a tentar ser brincalhona dum modo precavido.
CARMEN: Pois. Sabes que quase incluí isso na tradução que elaborei, (Elias ri) o facto de não estar a confiar em mim ao ser tão cuidadosa, mas deixei isso de lado. Mas tens razão, esqueci-o. Muito bem, está bom.
ELIAS: A precaução na expressão que usaste constitui uma expressão de protecção e a protecção consiste numa expressão de falta de confiança, num temor de que alguma expressão possa trazer-te dano, por não confiares em que não és danosa para ti própria. Mas isso é igualmente bastante familiar nas TUAS expressões porque com muita frequência tu tens sido danosa para ti própria; por isso, abrigas a expectativa de sofreres danos.
CARMEN: Pois.
ELIAS: Agora poderás igualmente detectar isso, e ao reconheceres estares a expressar precaução e protecção podes sentir vontade de rir para ti própria e expressar a ti própria achares-te suficientemente ao abrigo em ti própria sem precisares expressar tal precaução, por te estares a permitir relaxar e confiar vires a criar de forma adequada, unicamente por intermédio da diversão.
CARMEN: Sim, é esplêndido. Vou praticar isso. Não disse que vou trabalhar nisso; o termo que referi foi praticar. (Elias ri)
A questão seguinte é ter vindo a dar atenção, ou a tentar dar atenção a uma questão que tu mencionaste na última vez, que foi o meu cepticismo em relação à minha capacidade de equilibrar de modo eficiente o aspecto artístico e o do trabalho e dos negócios que me caracterizam se continuar no meu actual emprego. Isso já contribuiu para que eliminasse um projecto no passado, pelo que tenho querido dar atenção a isso.
Penso que alcancei uma tomada de consciência de ser capaz de conseguir isso, e de que mesmo que não consiga trazer uma maior criatividade ao meu actual “emprego”, ainda disporei de tempo suficiente para criar um negócio à parte, relacionado com arte, além de ser capaz de criar coisas criativas exteriores à situação que tenho no emprego.
É inteiramente desejo meu e intenção criar e conceder a mim própria uma maior criatividade no meu actual “emprego”, por sentir uma vontade efectiva de o fazer, mas não quero criar um sentimento de pressão nem de tensão em mim própria, em termos de ter que o fazer. Penso que seja menos stressante conceder a mim própria permissão para não fazer nada de diferente, em termos de projecto, até sentir a vontade de o concretizar...
ELIAS: Muito bem! (Acena com a cabeça em sinal de acordo)
CARMEN: Estou a procurar convencer-me, em termos gerais, do ditado: “Eu sou e consigo ser, mas não preciso sê-lo.”
ELIAS: Correcto!
CARMEN: Eu gastei tanto do meu foco a pressionar-me para fazer coisas que pensava dever fazer, mesmo que isso não passasse da ideia que eu tinha de o ter que fazer. Mas estarás de acordo quanto a eu ter resolvido esse cepticismo de modo a ser capaz de integrar eficientemente esses meus dois aspectos e continuar no meu actual “emprego”?
ELIAS: Sim, em grande medida confirmo-te o passo que deste ao dares atenção a esse assunto em particular. Posso-te dizer que poderás observar que em certas alturas serás capaz de expressar momentos desse tipo de associação por ele não ter sido eliminado, mas serás igualmente capaz de reconhecer possuíres a capacidade de dares atenção facilmente a isso na altura, sem te deixares prender por isso.
CARMEN: Bestial, esplêndido. Isso ocorreu. Eu deslizei para a dúvida e em seguida pensei: “Isto representa uma limitação das escolhas!” (Elias ri) Mas em seguida imagino ser capaz de o fazer, mesmo que isso... Bom, tu sabes, tens andado por perto. (Ri junto com o Elias)
A minha pergunta seguinte tem que ver com o emergir de mim própria. Ainda tenho vindo a criar uma quantidade de imagens relacionadas com a morte – de pessoas que conheço, pessoas dos meios de informação – e alturas há em que sou levada a sentir fortes impulsos objectivos de querer passar desta vida, ainda que tenha consciência de adoptar esses aspectos no estado de transição.
Mas penso que mesmo esses impulsos objectivos fazem, duma forma extrema, parte da tradução automática de querer descobrir-me, por estar a associar a morte a essa vontade de descobrir e o passar para um tipo diferente de... Não é diferente... Talvez seja um tipo diferente de consciência na redefinição da minha realidade. Mas interrogo-me se terei realmente dado algum passo no sentido desse emergir de mim. Não sei a que se assemelhará esse emergir, pelo que desconheço a forma com hei-de avaliar isso.
ELIAS: Aquilo que esse emergir traduz é a criação duma consciência mais ampla e duma maior abertura, duma maior familiaridade em termos de intimidade contigo própria, e tu ESTÁS a mover-te na direcção dessa expressão. O modo como poderás avaliar isso, por assim dizer, é através daquilo que estivemos a debater esta manhã, sobre o aumento da permissão para dares maior atenção a tudo o que estás a criar em todos os aspectos.
Ao aumentares o volume da tua atenção, isso também se torna no teu indicador de estares a criar essa acção de emergência por também te servir de indicador de estares a expandir a tua consciência e de estares a dirigir a tua atenção de um modo mais concentrado.
CARMEN: Essa ideia de direccionar a minha atenção, isso exige prática.
ELIAS: Isso é um verdadeiro desafio, por ser igualmente tão pouco familiar na sua natureza. Não estais acostumados ao reconhecimento do sentido para onde se dirige a vossa atenção nem a definir por vós próprios a direcção que dais à vossa atenção nem o modo como movê-la.
CARMEN: Eu tenho uma última pergunta relativa ao meu centro azul de energia. De momento não estou certa de que alguma vez o tenha visto ao fechar os olhos, esse centro de energia. Já vi todos os outros, excepto possivelmente o meu – oh, qual é o que corresponde ao Zuli? – o violeta, por a minha cor da essência ser muito próxima do Violeta. Por isso não tenho a certeza, posso ter visto esse.
Mas consegui perceber um azul, só que inicialmente pensei tratar-se da tua cor; agora penso que talvez não seja a tua cor e em vez disso possa ser o meu centro de energia azul. O azul que ocasionalmente percebo não é verdadeiramente escuro nem verdadeiramente claro, nem é um azul acinzentado nem um azul avermelhado; situa-se quase exactamente numa posição intermédia. Também pensava anteriormente que o centro de energia azul se assemelharia mais a um azul esverdeado, um azul suave, mas posso estar enganada. Poderias, pois, clarificar quanto à cor do centro de energia azul, que tom de azul tem?
ELIAS: Isso poderá ser reconhecido pelo que identificais como um azul primário.
CARMEN: Azul primário – então talvez o tenha visto. Essa não era a tua cor.
ELIAS: Exacto.
CARMEN: Oh, meu deus. Em relação a isso tenho vindo a pensar: “Tu possuis uma cor magnífica.” Essa não era a tua cor, pelo que talvez nunca tenha percebido o teu azul.
ELIAS: Posso dizer-te que costumo estender ofertas duma energia azulada em diferentes matizes, mas mais comummente àqueles que permanecem no foco físico eu expresso um azul brilhante como um lembrete da interacção que exerço junto com eles, bastante similar em tonalidade àquela que podes observar na cor dos vossos céus diurnos, na sua expressão mais acentuada.
CARMEN: Sim, sim. Muito bem, isso ajuda. Ainda disponho de dois minutos.
Tenho vindo a escutar o meu tom e a tentar verificar se corresponderá ao Si bemol, e também tenho vindo a ver mais vezes a minha cor da essência. Por vezes acordo e noto um tom distinto, e interrogo-me se serei capaz de validar o facto de me estar a transmitir que eu estou a prestar mais atenção à minha parte da essência.
ELIAS: Sim, tu estás a oferecer a ti própria uma validação e um encorajamento.
CARMEN: Agora, estarei certa ao presumir que a parte de mim que responde pela Tirza – apesar de saber que sou a Tirza – mas ela... Oh, isto é tão complicado. Sei que já li sobre isso nas sessões, mas torna-se-me tão complicado conceptualizá-lo. Mas ela foi capaz de falar comigo e possui uma voz do mesmo modo que tu possuis, e essa parte dela encontra-se onde tu estás. Elas já transitou e não comporta mais crenças. Bom, penso que no geral a essência não comporta crenças... Oh, sinto-me tão confusa! (Elias ri)
Eu tenho tomado consciência do quanto no passado vivi tão separada dessa parte da minha essência. Uma vez ainda lhe dei voz, a essa parte de mim. Mas se lançar uma pergunta, eu era capaz de lhe conferir voz para me responder, correcto?
ELIAS: Sim, estás certa. Isso representaria a imagética que empregarias em relação a ti própria. Isso não quer dizer que não seja bastante real, porque é; porque qualquer expressão que escolheres criar por meio da tua percepção HÁ-DE ser bastante real. Eu posso-te expressar apenas o reforço de que essa não é uma entidade distinta de ti. Tu és essa essência e deténs focos de atenção em todas as áreas da consciência, tens razão. Mas se preferires, sim, poderás criar uma voz, por assim dizer, e passar a incorporar interacção com outros aspectos da tua energia.
Podes mesmo gerar uma forma, se o escolheres. Isso pode assemelhar-se bastante àquilo que muitos indivíduos efectivamente criam e projectam em relação ao medo. Alguns indivíduos chegam a criar uma entidade física em associação com o medo. Deixa que te diga, minha amiga, que isso representa o reconhecimento da formidável expressão de poder que vós incorporais. Porque se és capaz de gerar uma entidade real em relação a uma expressão de temor, também és capaz de criar uma forma real e uma voz que te fale directamente.
CARMEN: Bom, eu criei imagens... Quando estive fora, mesmo antes dessa época, eu pude ver tanta gente a usar camisolas de lã ou casacos da cor da minha essência. Interpretei isso como sugerindo uma mensagem da parte de mim que é a essência como estando a “Proteger-nos ou a suportar-nos” mas é claro que tenho uma tendência para pensar que ainda preciso de protecção. Por isso, foi desse modo que o interpretei.
E essa é uma outra pergunta que quero colocar. Eu transmito a mim própria mensagens por intermédio da música, todos os géneros de música. Certo dia veio a mim um música que se chamava “Magia” e quando me pus a ler a letra, disse: “Caramba, isso parece a minha essência a falar comigo.” Poderei validar-me em relação ao facto de ter significado uma comunicação destinada a mim, proveniente da minha essência? (Elias sorri e acena durante toda a pergunta)
ELIAS: Podes.
CARMEN: (A rir) Foi quase como se me estivesse a preparar para aquele passeio pelo vale da morte. (Elias ri)
Bom, Elias, O tempo chegou ao fim, mas eu queria agradecer-te tanto, de novo.
ELIAS: Não tens de quê, minha amiga.
CARMEN: Fico-te tão agradecida, e ainda tenho que tentar conferir a mim própria crédito por ter podido dispor de ti...
ELIAS: Ah, pois.
CARMEN: ...De modo a não projectar poder para além de mim. Foi-me tão útil. Então até à próxima.
ELIAS: Muito bem, e eu continuarei, como sempre, a estender-te o meu encorajamento e as minhas expressões de energia. Ofereço-te um enorme afecto como sempre, minha amiga, e expresso-te um “Au revoir”.
CARMEN: Au revoir.
...
Notas:
(1) Originalmente proferido nestes termos: “Não precisas mover a tua atenção por todo o teu corpo inteiro, mas escolher apenas um ou dois músculos físicos no momento, que notes estarem a sofrer tensão.”
Nota do tradutor:
Elias refere-se de forma sucinta a esta questão da tensão física emocional e mental numa outra sessão mantida junto da mesma interveniente, pelo que passo a incluir alguns excertos:
ELIAS: Permite-te observar-te e reconhecer-te na energia que expressas. Toma consciência de ti própria e permite-te familiarizar-te com as reacções automáticas que assumes.
Isso poderá ser facilmente identificável, e nos passos iniciais da familiarização contigo própria, permite-te reconhecer a adopção de tensão física; ela pode expressar-se tanto sob a forma de tensão física como também tensão mental ou intelectual. Mas seja qual for o estado dessa tensão, a consciência do teu corpo físico deve reagir de alguma forma.
Por isso a consciência do teu corpo físico consiste num eficiente indicador em relação à adopção de tensão.
A tensão cria um obstáculo, por estabelecer uma menor capacidade de vos moverdes no vosso íntimo. A tensão afecta a percepção, e a percepção é o instrumento que cria objectivamente a vossa realidade.
Nesse sentido, a tensão estabelece uma interrupção do fluxo de energia que a percepção utiliza e em resultado cria, em sentido figurado, pontos negros em relação às tuas escolhas (Nota do tradutor: falta de compreensão)...
Deixa igualmente que te diga que isso pode afectar-te ao extremo o sono e os seus padrões. Podes fechar-te na tua concha com força e criares tensão, a qual poderá exibir-se pela forma real de exaustão física e chegares mesmo a deixar de sentir vontade de dormir...
CARMEN: E de sonhar.
ELIAS: Absolutamente... porque, apesar de poderes experimentar fadiga ou até mesmo exaustão, quer física mental ou emocionalmente, essa tensão cria um movimento que é contrário à permissão ou ao movimento sustentado do estado de sono.
CARMEN: Pois, consigo entender isso. O sono tem sido um problema para mim, e eu sei que me ligo bastante à minha essência através dos meus sonhos, e quando não consigo isso, quando não sonho, acordo. Posso dormir em termos físicos umas quatro horas por noite, mas sentir-me-ei como se não tivesse dormido e não me sinto recobrada, e isso tende a perpetuar-se. Então, isso é muito útil.
ELIAS: Trata-se dum reconhecimento da falta do que identificais como rejuvenescimento, que se traduz pela permissão que concedeis a vós próprios do tempo físico em que fundis a consciência objectiva com a subjectiva para estabelecerdes a comunicação convosco próprios enquanto essências, e em que vos permitis abrir-vos a vós próprios enquanto essências que sois, sem reterdes a vossa atenção apenas no estreito campo da separação do reconhecimento e da consciência objectiva.
Por isso, quando estabeleces essa tensão, aquilo que de facto crias na tua energia é um bloqueio que impede as consciências objectiva da subjectiva de se fundirem. Em resultado acordas com poucas memórias ou nenhumas de teres sonhado, por não estares a permitir um livre fluxo da consciência objectiva em relação à actividade subjectiva do estado de sono.
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