Session 2833
Translations: EN

The Genuineness of Self

Topics:

“A Autenticidade do Eu”
“Independência e Liberdade”



Quarta-feira, 26 de Agosto de 2009 (Privada/Telefone)
Participantes: Mary/Michael e Ann
Tradução: Amadeu Duarte

ELIAS: Boa tarde.

ANN: Boa tarde, Elias.

ELIAS: Ah ah ah! E que é que vamos discutir?

ANN: Bom, eu tinha intenção de te colocar umas quantas perguntas e de seguida talvez possamos penetrar algumas coisas em profundidade...

ELIAS: Muito bem.

ANN: As perguntas breves. A Nishi, que pertence ao fórum, deseja saber se possui um tipo de foco religioso.

ELIAS: Possui.

ANN: Muito bem. Em seguida a minha amiga Rose, colocou umas quantas perguntas em nome de outros fulanos, pelo que isto se torna como que num jogo de telefone.

ELIAS: Ah ah ah!

ANN: A Rose possui uma amiga que conheceu recentemente, chamada Julia, e ela queria saber se essa amiga terá uma orientação intermédia.

ELIAS: Tem.

ANN: E se pertence à família espiritual Sumafi e se será provável que alinhe pela Milumet.

ELIAS: Exacto.

ANN: E se terá um tipo de foco baseado no Pensamento ou no Político.

ELIAS: Político.

ANN: Político. Hmm. A segunda pergunta dela. Se o James G. do STI estará realmente a contactar o eu superior ou o eu profundo na prancheta Ouija e se essa comunicação lhe resultará benéfica.

ELIAS: Em relação à primeira pergunta respeitante ao eu superior, eu diria que ele está em contacto com um outro aspecto dele. Está, sim.

ANN: OK. E será esse contacto benéfico?

ELIAS: É.

ANN: Muito bem. Só mais um par de perguntas. Uma é relativa ao meu amigo Michael do Texas que eu conheci quando lá fui. Qual será o nome da essência dele?

ELIAS: Nome da essência, Untah...

ANN: Interessante. Hmm, Será que o Presidente Eisenhower alguma vez terá tido um encontro face a face com o que ele passou a considerar como sendo um extraterrestre?

ELIAS: Teve.

ANN: E o Presidente John F. Kennedy? Terá ele visto os corpos sem vida de extraterrestres, por ter entendido tratar-se de corpos mortos?

ELIAS: Viu.

ANN: Hmm. Muito bem. Tantas perguntas destas...

ELIAS: Ah ah.

ANN: Eu só quero dizer algumas coisas e depois descartar outras a ver onde esta conversa nos conduzirá.

ELIAS: Muito bem.

ANN: Hmm... Há como que um assunto destacado que queria abordar hoje... acerca da identidade genuína, que é um tema tem vindo a surgir muito, e o modo como isso opera em relação à independência e como funciona em relação à responsabilidade. Hmm... mas há outras coisas que eu gostaria de... penso que só quero deixar claro que, quando temos as nossas conversas, estas nossas sessões, muitas vezes penso que gosto de passar por elas a correr, sempre com pressa como se me situasse adiantada em relação a mim própria, e depois da sessão começo a pensar: “Oh não”, e “Talvez venha a entender as coisas”, ou “Talvez me tenha precipitado em determinado assunto em vez de investigar um pouco mais fundo”. Por isso, quero colocar-me numa posição duma maior abertura em vez de pensar saber onde isso nos conduz, a ver como a coisa se processa.

ELIAS: Muito bem.

ANN: Mas antes de fazermos isso, tenho uma outra pergunta. Concordarias em que o meu propósito neste foco seja o de passar a ter consciência da minha dignidade em função meramente da minha existência?

ELIAS: Isso é parte dele. De facto compreende a exploração do mérito em meio a qualquer expressão e a qualquer manifestação.

ANN: Mas parece... em qualquer manifestação... quer dizer, tipo beco sem saída ou uma situação em que tudo terminaria... bom, tudo comporta dignidade e toda a gente tem valor, e que mais haverá a explorar em relação a isso? Penso que seja somente uma crença ou conhecimento disso.

ELIAS: Exacto. Porque pode tornar-se demasiado fácil expressar por palavras ou mesmo intelectualmente que qualquer manifestação da parte de que pessoa for seja digna e honrada, mas conhecer isso de facto e reconhecer efectivamente a coisa já se torna num assunto completamente diferente devido às associações e às crenças que estabeleceis que vos tingem a percepção, pelo que não é muito difícil passar a gerar a avaliação de que alguns seres não sejam dignos, e de que alguns indivíduos não tenham dignidade ou que algumas criaturas não tenham valor. Não é difícil que algum de vós gere associações desse tipo automático se aquilo que apresentardes a vós próprios diferir bastante de vós próprios ou se entrardes em desacordo com outro indivíduo ou não puderdes expressar ou experimentar nenhum tipo de empatia em relação a uma outra manifestação - seja outra criatura ou outro indivíduo. Não tem importância. Eu diria que a maioria das pessoas não utiliza muita empatia - se alguma de todo - para com um mero mosquito, para que lhes passasse pela cabeça a ideia de não o matar ou de não procurar eliminá-lo.

E nesse sentido, a razão porque não lhes passa a menor ideia ou sentimento nesse sentido em meio a tal acção deve-se ao facto de não fazerem uso da menor empatia para com a manifestação dessa criatura. Do mesmo modo que muitíssimos indivíduos que incorporam muito pouca empatia - se alguma mesmo - para com determinadas outras pessoas no caso delas se expressarem de modo divergente do das expressões que tenham e de discordarem fortemente das expressões dos outros. Eu podia dizer-te que nesta altura existem muitos indivíduos que no actual foco jamais se depararam objectivamente ou interagiram com um indivíduo que alinhe pela identidade Nazi, mas que empregariam muito pouca empatia - senão mesmo nenhuma - pela maior parte desses indivíduos e haveriam de lhes reconhecer muito pouco mérito.

Intelectualmente podeis expressar que todos os indivíduos, todas as criaturas incorporam valor mas isso pode já não se tornar tão exacto duma forma realista. Pode não constituir uma declaração exacta no caso daqueles que optam por dinamitar uma montanha por escolherem definir alguma outra intenção para essa área de terra, pelo que a terra deixará de incorporar qualquer valor ou mérito. Mas ela é uma manifestação da vossa realidade, uma extensão de cada um de vós só que não incorpora qualquer valor em resultado do que, se tornará inconsequente que possa ser destruída. Ou uma árvore, ou uma floresta. E isso, independentemente do quanto idealística ou intelectualmente possais expressar que todas as manifestações possuam valor. A realidade disso é expressada de modo completamente distinto, pelo que constituiria uma mais valia explorar o mérito de todas as manifestações.

ANN: Portanto, digamos que uma árvore... em relação ao que posso apontar... sou obviamente capaz de perceber intelectualmente o valor duma árvore. Produz oxigénio. É bela de se contemplar. Faz-nos sentir bem. São... simplesmente maravilhosas. Mas aí preciso de construir uma casa pelo que tenho que a deitar abaixo. Mas isso não quer dizer que não possua mérito... Eu simplesmente utilizo a floresta para erguer a minha casa, o que também é digno.

ELIAS: Sim.

ANN: Portanto, apesar do meu acto de destruir a árvore ou de a reconfigurar, não penso que ela seja destituída de valor. Apenas penso em dar-lhe um uso diferente.

ELIAS: Exacto. Mas em certas situações isso torna-se válido. Por estardes a empregar uma reconfiguração e nesse sentido isso também se torna numa questão de reconhecerdes o que comportará valor, mas eu diria que construir a estrutura da vossa casa exigirá mais do que uma árvore. Por isso, também é uma questão de reconhecerdes quantas árvores isso exigirá e qual será o mérito das árvores permanecerem no seu habitat natural e qual será o valor da estrutura que quereis construir a partir dessas árvores e qual será o balanço final que a situação apresenta. Num contexto de reconhecimento do valor.

ANN: Acabaste de apontar como que um defeito na questão, por mim, que penso ter que ver com quem decidirá o valor das coisas. Quer dizer, podia pensar que seria válido destruir um imenso número de árvores para se construir uma casa mas já não seja valoroso em relação à quantidade que isso engloba, e mais alguém poderá dizer que não tem mérito algum destruir tal quantidade de árvores. Por isso, qual dessas duas formas de mérito terá mais mérito? Quer dizer...

ELIAS: Exacto. Mas isso apresenta um outro nível de valor na medida em que, se um indivíduo justificar o emprego dessa reconfiguração na base dum número de árvores diferente, por assim dizer, ao invés de passar à destruição, sem estardes necessariamente em concordância com isso, e o outro indivíduo escolher reconfigurar uma enorme quantidade de árvores para além do que julgais ser razoável ou equilibrado, vós automaticamente começareis a reduzir o mérito desse indivíduo. Porque agora passais a encará-lo como reduzindo uma parte de vós, pelo que começais a diminuir-lhe o mérito. Por isso, existem muitos níveis na exploração do mérito. E o reconhecimento do mérito, ou valor, em todas as formas que pode assumir, não soa tão idealista quanto possais expressar.

ANN: Sou capaz de o constatar.

ELIAS: Ah ah ah.

ANN: Não creio que consiga tal coisa nesta vida.

ELIAS: Ah ah ah.

ANN: Ah ah ah. Com certeza. Então, como é que tu... quer dizer... penso que chegamos a uma situação... não creio que a esta altura pudesse sequer conceber um modo de viver o meu dia-a-dia sem desvalorizar alguém. Sem... como quando prefiro seguir as minhas preferências.

ELIAS: Ah! Mas fico-te reconhecido por teres admitido isso. O que não quer dizer que isso seja uma declaração verdadeira.

ANN: Eu sabia que ias dizer isso.

ELIAS: Ah ah ah ah.

ANN: Ah ah ah ah .

ELIAS: Mas é uma declaração precisa em relação à avaliação do que efectivamente fazes, e nesse sentido constitui a razão porque estás a mudar. E eu diria que um aspecto significativo disso é o que apresentaste na intenção que apontaste para esta nossa conversa em relação à genuína identidade e a essas associações relativas à identidade.

Os apêndices (ou associações) que agregais à identidade têm muita tenacidade. E eles influenciam-vos bastante a percepção que tendes e o modo como interagis e as escolhas que empreendeis. E vós associais esses apêndices de modo vigoroso à vossa identidade. E tu referiste um deles de modo específico. As preferências. Mas as preferências...

ANN: Não constituem a nossa identidade.

ELIAS: ...as preferências não constituem a vossa identidade genuína, mas sim um apêndice, um embargo à vossa identidade. Só que encarai-las, percebei-las como uma parte da vossa identidade e isso permite-vos justificar as vossas preferências. Não que as preferências necessitem ser justificadas. Elas fazem parte da vossa realidade. As preferências constituem as crenças que correspondem à vossa preferência. Constituem a manifestação do que constitua uma preferência.

Eles não traduzem aquele que sois, nem aquilo que sois, mas constituem apêndices que lhe são adicionados. Só que se enquadram bastante no alinhamento da vossa realidade e duma das vossas correntes de crença, que é o da duplicidade. O que dá lugar à avaliação e à identificação do bom e do mau. E isso define o que preferis e o que não preferis. Aquilo por que sentis preferência é bom, e aquilo porque não sentis preferência não é bom, pelo que passa a ser mau. O que corresponder à vossa preferência torna-se mais confortável. O que passa a ser bom. Mas isso não é errado. Apenas traduz o modelo, a concepção da vossa realidade. Todos vós incorporais preferências e opiniões e isso está tudo associado à duplicidade, que se traduz pelo parecer ou pela avaliação que está na base de cada expressão quer em termos de bom ou de mau.

Não se trata da questão de eliminardes o que percebeis como bom ou mau. Não é uma questão de eliminardes o que seja confortável ou não, mas sim uma questão de passardes para a autenticidade inerente ao reconhecimento da diferença existente entre o que constitui um apêndice ou associação e aquilo que sois genuinamente. O que...

ANN: Mas aí, sinto-me na obrigação de te colocar a seguinte pergunta: em que consiste o meu eu genuíno?

ELIAS: Ah ah ah ah.

ANN: Pressinto que nos tenhas vindo a dizer o que isso não é. Mas que coisa será? Quer dizer, a resposta óbvia que me escapa ao entendimento, ou o que compreenda... Oh, é o amor. É a energia pura. Isso é o meu eu genuíno. Se me disseres isso, Elias... eu simplesmente... não sei o que sou capaz de fazer.

ELIAS : Ah ah ah ah ah ah!

ANN : Ah ah ah ah!

ELIAS: Eu podia responder-te nesses termos, só que isso representaria algo bastante vago e indefinido.

ANN: Obrigado. Mas exijo alguma especificidade em relação à coisa. Em que consistirá o meu eu genuíno?

ELIAS: O eu genuíno reside no conhecimento da interligação. Não na ideia da interligação mas no conhecimento dessa interligação. Isso é o que eu expressei desde o começo deste fórum - que um aspecto significativo desta mudança assentava e assenta em vos voltardes - cada um de vós - no sentido dum estado de existência de Recordação. Tal como referi muitas vezes, essa recordação não se traduz pela lembrança mas sim por um estado de existência. Trata-se duma forma de consciência. E o conhecimento que envolve consiste no reconhecimento genuíno de não existirdes em separado. Que, apesar de dardes lugar à manifestação duma forma individual que passais a identificar como vós próprios, apesar de serdes caracterizados por um sexo individual e por a forma individual que assumis ser caracterizada por um nome individual. Esses aspectos que vos caracterizam não constituem a essência do que sois.

Tu representas uma manifestação física, um indivíduo do sexo feminino que tem uma existência numa realidade física e que é caracterizada pelo nome de Ann. Mas isso não traduz aquilo que és. Tu és muitíssimo mais do que aquilo que identificas. E as experiências que fazes não representam a composição daquela que és nem do que és. A autenticidade inerente à tua identidade é destituída de todas as tuas experiências, e de todos os apêndices que se prendem com a tua realidade. Não que esses apêndices não façam parte de ti por constituírem uma parte da tua realidade. Porque fazem. Mas aquilo que experimentas não é aquela que és, nem o que és.

Aquilo que és é uma expressão interligada da consciência. Tu não existes aparte, em separado.
ANN: Sabes, Elias, eu ouvi... algumas pessoas que têm estes momentos em que dizem, “Oh, sinto como se estivesse unida ao Todo.” “Sinto uma ligação.” Já ouvi pessoas descreverem isso mas eu sinto-me completamente no oposto. Sinto-me bastante separada de todas as coisas. Sinto... não de uma forma prejudicial. Quer dizer eu, eu sou dotada de admiração e de valorização e adoro tantas coisas que me fazem inchar o coração... só que definitivamente... ah... isto representa aquele cilindro de massificar, isto representa a Ann, e ela situa-se precisamente nos limites disso. Jamais senti essa ligação com todas... soa de tal modo estranho aos meus ouvidos. Nem sequer imagino se poderei alcançar a minha... só quero saber o que isso significa. Quer dizer...

ELIAS: Estou bastante inteirado disso e dir-te-ia que fazes parte da maioria, e vou-te dizer que mesmo aqueles que talvez expressem experimentar uma interligação com a sua realidade, com a natureza em si mesma, ou com os outros... O que na maioria dos casos, quando referem isso – e não estou a desvalorizar essa experiência - isso aproxima-se do que refiro, mas mesmo isso não constitui a autenticidade dessa consciência ou o conhecimento da identidade.

Vós percebeis o termo relacionamento como encerrando o sentido do que envolve mais do que uma coisa. Mas tal como tenho referido, ao mudardes vós passais a redefinir os termos. E este é um dos termos que está a ser redefinido. E esse, reconheço ser um termo bastante difícil de redefinir. Porque esse termo do relacionamento enquadrado no conhecimento ou na consciência de quem sois, no âmbito da identidade genuína, não envolve mais do que uma coisa, mas traduz o estado de existência pelo reconhecimento e pela experiência de que todas as coisas, quer sejam manifestações inanimadas ou manifestações vivas, segundo a concepção que disso fazeis, não apenas estão ligadas a vós mas vós sois essas coisas.

Traduz a possibilidade de passardes a reconhecer a autenticidade da vossa essência que incorpora essa consciência, de modo que quando os vossos olhos físicos contactam uma outra manifestação passais a conhece-la como sendo vós. E quando os vossos olhos encaram uma montanha ou uma árvore ou um outro indivíduo ou um tigre ou um cão, tendes consciência de que os vossos sentidos físicos e a vossa existência física está em contacto com essa manifestação mas experimentais essa consciência e a autenticidade que vos caracteriza. Não existis em separado. Isso é o que marca a distinção entre o vosso eu genuíno e os apêndices que agregais à vossa identidade. E nisso reside a mudança, a consciência que vos pode habilitar essa liberdade genuína para expressardes escolhas efectivas e deliberadas em vez de estabelecerdes escolhas que nem sequer avaliais como uma opção. Isso traduz meramente expressões tais com a que expressaste anteriormente nesta conversa, nos seguintes termos: “Nem sequer sei como poderei encarar um outro indivíduo ou situação sem de algum modo o reduzir.” Mas podes.

Só que o modo através do qual o conseguirás é, antes de mais, dando efectivamente lugar a essa experiência e a essa consciência de ti e a esse conhecimento de que qualquer manifestação que surge fora de ti não se situa verdadeiramente fora de ti. Está e ao mesmo tempo não está. Está fora no sentido físico. Não se situa fora de ti no que é do âmbito da essência do que tu és. Se não estabeleceres outra separação em relação ao termo “essência” em termos: “Eu sou a ANN mas também possuo uma essência que me representa enquanto a essência daquilo que sou” - que traduz uma outra forma de separação; quando conseguires afastar-te da associação que estabeleces com a essência do que és como sendo uma entidade separada de ti, e a definires por aquilo que és, por aquela que és, isso possibilitar-te-á um movimento enquadrado na tua realidade, no âmbito do modelo dessa tua realidade e de todas as crenças e suposições e associações e escolhas e expressões e opiniões e preferências, gostos e formas de aversão. Só que com o reconhecimento de envolverem efectivamente escolhas genuínas.

E isso são, por assim dizer, objectos de brincar. Objectos para brincar não diferentes de brinquedos para uma criança. Nesse sentido, deixa que te diga, se tentasses genuinamente definir quem és para além do teu corpo físico, e o que faz com que sejas aquilo com que te identificas, o mais provável é que a avaliação imediata fosse esse teu aspecto que designas como a tua mente. Essa é a parte de ti que defines com o motor da tua manifestação. Ela dita, instrui, define todas as funções e movimentos da tua manifestação, e eu diria que a maioria dos indivíduos emprega uma distinção na definição que estabelece da mente ser distinta do cérebro. A maioria equipara a sua mente em termos de quase sinónimo do seu espírito. O que representará o que mais exactamente identificareis como a vossa essência. O vosso eu essencial equivalerá à vossa mente.

De forma semelhante, é uma questão de traduzires, ou transformares esta ideia da essência como sendo alguma outra manifestação tua no teu eu essencial, na essência daquilo que és. O que compreende aquilo que és. Isso é único. Isso difere de todo outro indivíduo, de toda a manifestação desta realidade ou doutra realidade qualquer. Tu és tu própria duma forma singular e incorporas um tipo de sentido disso. Incorporas um tipo de reconhecimento disso. Sabes ser distinta, duma forma única, de todos os outros indivíduos. Não existe outra como tu e tu sabes disso. Tu incorporas um tipo de reconhecimento de que seja qual for o elemento essencial que compõe a tua natureza, não se traduz necessariamente pelo que fazes. Nem é necessariamente aquilo que compõe os outros apêndices. Existe um aspecto de ti que está para além disso. E cada um de vós tem consciência disso. Apenas ainda não o definis completamente.

Porque aquilo a que estais acostumados e o que vos é familiar é compartimentar. E o modo através do qual compartimentais é pensando em termos de coisas. Mas se fordes autênticos convosco próprios, não conseguireis de facto definir a mente como uma coisa. A menos que a equipareis ao cérebro. O que, geralmente a maioria não equipara. A maioria dos indivíduos associa vagamente que ela incorpore algum tipo de ligação com o cérebro, só que não completa. Existe algum aspecto de vós que se situa para além do vosso cérebro, quer o designeis por a vossa alma, o vosso espírito ou a vossa mente. Todos vós possuís este conhecimento da existência de um eu essencial. Chamai-lhe a vossa alma. Poderás definir a tua alma como uma coisa? Não a consegues ver. Não a consegues tocar. Não consegues estabelecer contacto com ela a partir de qualquer dos teus sentidos físicos. Até mesmo os teus sentidos interiores não se adequam efectivamente a um contacto com esse aspecto essencial de ti que designarias como sendo a tua alma. Esse é o aspecto esquivo da tua natureza. Só que é bastante real e faz-se bastante presente.

E independentemente da designação que lhe associares, todos vós incorporais um conhecimento da sua existência, da sua presença e de estar convosco. Ou de ser vós próprios. Por isso, de certo modo se for mais fácil do definir o amor, eu diria que a tua identidade genuína constitui a tua alma, aquilo que és de modo único e genuíno.

ANN: Eu penso que consigo captar... agrada-me a analogia que empregas... a distinção entre a nossa mente e aquilo que fazemos. Sabemos que o que fazemos não é o que somos e eu consigo... tenho que deixar isso assentar mas entendo... um pouco do que estás a tentar transmitir.

ELIAS: Pois. Porque isso já existe no teu íntimo. Tu já incorporas um aspecto do conhecimento disso só que ainda não é completamente claro e a questão reside nisso. Trata-se do reconhecimento objectivo disso. E um dos vossos maiores obstáculos é também o que apresentaste nesta conversa, o que subentende a independência.

ANN: Tudo bem, mas antes de chegarmos aí, coisa que faço intenção, e talvez isso constitua mesmo um desses paradoxos que referes quando expressas esse conhecimento que me faz... aí torna-se quase numa separação em vez duma ligação, duma coerência. É como se toda a gente possuísse essa coisa, esse conhecimento que me compõe, a mim e à minha alma e seja único... e eu usei isso...nós próprios. Ninguém é igual. Cada indivíduo é singular.

ELIAS: Sim, tens razão. Bom, eu vou sugerir um outro aspecto com que talvez se torne um tanto fácil de estabeleceres contacto. Todos vós também incorporais este aspecto inato de vós próprios, quer o considereis intelectualmente como uma fantasia ou não. Existe um aspecto inato em cada um de vós que reconhece a ligação que designais por alma gémea. Bom, a identificação que fazeis e a definição que estabeleceis para a alma gémea vai além do material. Nisso existe um aspecto de reconhecimento da alma gémea como uma representação duma interligação, uma união que excede o tempo e o espaço, que não é limitada pela manifestação. Não é limitada pela experiência, e existe uma enorme quantidade de ideias e de narrativas subordinada a esse particular assunto. Por se tratar de um assunto que constitui um desses reconhecimentos inatos, desses conhecimentos que transcendem o que percebeis. Para além do que reconheceis na separação. Ou do que reconheceis como a realidade.

A alma gémea transcende-a e nesse sentido, se o explorardes genuinamente, constitui uma parte de vós. Até mesmo no mais famoso texto antigo relacionado a esse tema, de que forma é ela descrita? Como uma parte que se cindiu. Essa é a força motriz na descoberta da vossa alma gémea. Por se tratar duma parte de vós que sentis faltar-vos. Ora bem; isso constitui uma analogia, ou o aspecto filosófico ou a história da ideia da alma gémea. Mas como já declarei imensas vezes, vós compreendeis muito mais do que uma alma gémea. Mas nisso talvez a ideia da alma gémea possa revelar-se útil, por transcender a separação e vos propiciar algum aspecto do conhecimento de que a definição da alma gémea constitua o reconhecimento de não existir em separado. De que mesmo no que é único em meio ao que vos caracteriza, mesmo no que respeita a identidade única, aquilo que faz com que sejais vós próprios, a vossa alma gémea faça parte disso. Uma parte de vós que não pode ser separada, que não pode ser distinguida de vós, independentemente de compreender a sua própria individualidade. Mas que faz parte de vós.

Por isso, o conceito da alma e da alma gémea, talvez se preste a uma mais fácil transição num reconhecimento da genuína identidade.

ANN: Pois!

ELIAS: Ah ah ah ah ah.

ANN: Talvez ande por aí. Penso que seja capaz de o entender. Eventualmente consegui-lo-ei. Penso que consigo entender um pouco isso, mas veremos.

ELIAS: Ah ah. Talvez mais do que pensas. Ah ah ah.

ANN: É sempre assim que acontece, não é? Mais tarde acaba por vir à ideia pelo que penso que seja assim que ocorra. Muito bem. Antes do meu tempo se esgotar, quero dizer-te que me sinto bastante curiosa quanto ao que terás a dizer em relação à independência e à responsabilidade.

ELIAS: A responsabilidade e o controle constituem apêndices no suplemento da identidade, desse aspecto ou desse suplemento da identidade que representa a independência. A independência...

ANN: Repete isso uma vez mais.

ELIAS: Ah ah ah ah ah (Ann ri juntamente com o Elias).

ANN: Está bem, estou a acompanhar-te. Okay.

ELIAS: A responsabilidade e o controle constituem dois dos aspectos mais amplos e dois dos mais óbvios apêndices ao suplemento da identidade e ao apêndice da independência. Porque vós definitivamente apegais-vos à independência como sendo uma parte da vossa identidade. E quanto mais a associais à independência, mais a passais a incluir na vossa identidade. Só que na realidade não é. Mas a razão porque valorizais tanto a independência e porque ela constitui tal pérola, deve-se ao facto de equiparardes a independência a um sinónimo de liberdade...

ANN: Hmm.

...por isso, quanto mais independentes fordes, maior liberdade gozareis. O que não acontece. Porque a independência não constitui liberdade.

ANN: É difícil.

ELIAS: De certo modo, a independência constitui uma forma de servidão. Ela sujeita-vos. Por vos sujeitar a esses outros apêndices tais como o do controle e o da responsabilidade. Por vos sujeitar a todo o aspecto que se acha associado à vossa independência. Do que quer que se achar ao vosso cargo. O que vos pertencer. O que se achar na área da vossa expressão. Esses são todos aspectos da vossa independência e quanto mais independência produzirdes mais separados estareis e mais vos sujeitais a tudo que se ache a vosso cargo. E nesse sentido...

ANN: Parece mesmo que fizeste um retracto da minha vida, Elias. Ah ah ah.

ELIAS:...no sentido de mais produzirdes o elemento de sujeição.

ANN: Oh, meu Deus!

ELIAS: A independência não significa liberdade...

ANN: Raios partam isto! Oh meu Deus!

ELIAS: ...a independência constitui o movimento absolutamente literal de afastamento em relação a algo. Separação. Porque, o que quer que expresseis em termos de independência, vós sois independentes em relação a isso.

ANN: Então a minha busca de liberdade tem-me direccionado na direcção errada!

ELIAS. Mas eu diria que não te encontras tão sozinha assim nessa condição. Porque, tal como te disse, a independência constitui uma jóia, uma recompensa na vossa realidade. Representa a direcção em que todos vos moveis e por que lutais. E que todos almejais. Esse embuste, essa ilusão de liberdade, essa jóia da independência. E pensais que se fordes independentes sereis livres. Não, não sois.

ANN: Bom, vira-me do avesso, Elias. A que se assemelhará a outra direcção?

ELIAS: A outra direcção constitui o relacionamento. Não relacionamento nos termos em que o designais. O relacionamento constitui o conhecimento genuíno de não ser preciso separar. De que o afastamento, o isolamento, não comporta qualquer glória. Mas o reconhecimento genuíno de que pelo relacionamento e pela interligação sois todos UM. Que todo o indivíduo faz parte de vós, assim como da existência dum apoio e encorajamento enorme por não estardes sós, nem isolados. Por não estardes separados. E nisso reside a liberdade autêntica. Esse é o assento da vossa liberdade. Não pela independência, que vos afasta cada vez mais rumo à separação.

Quanto mais independentes fordes menos vos permitireis receber: “Não, não posso receber tal coisa!” “Não deves fazer isso.” “Eu posso fazer isso por mim próprio. Por estar a meu cargo. E eu ser responsável.” Estar no controle. “Da minha casa. Do meu veículo. A minha casa representa a minha independência, a minha separação. Ela pertence-me, pelo que me torno responsável por ela. O que possa acontecer-lhe diz respeito ao meu controle. E eu sou responsável pelo meu veículo e controlo-o e ele pertence-me, pelo que sou responsável por ele. Os meus filhos. Os meus pais. Os meus animais. O meu meio ambiente. Mas quanto mais independente for, mais responsável serei por tudo o que me pertencer.”

ANN: Vamos ter que terminar em breve por não dispormos de mais tempo. Mas queria terminar com uma coisa... penso que pressinto um pouco onde isso nos conduz e quero que me digas se corresponde ao que estou a pensar. Porque lembro-me de ter tido aqueles gatos e sempre ter sentido preocupação em relação ao facto deles se perderem. Sempre me preocupei que pudessem ser levados, ou magoados. E aconteceu que foram separados de mim por...é uma história muito comprida. Mas agora tenho estes três gatos e não me sinto preocupada com eles e eles vão e vêm... e hão-de continuar comigo e não... eles estão aqui e estão a passar um bom bocado. Mas o sentimento de não ser responsável por eles e de os deixar... é cá uma sensação tão impecável. Será sobre isso que estás a falar? Ou será nessa direcção que te encaminhas?

ELIAS: É! É. Isso representa um começo, sim.

ANN: Bom, é melhor terminarmos. Acabou-se-nos o tempo. Oh, Elias, eu adoro conversar contigo.

ELIAS: Ah ah ah ah ah ah.

ANN: Obrigado.

ELIAS: Não tens de quê, minha amiga. Eu encorajo-te enormemente e vou-te dizer uma vez mais que tu sabes mais do que pensas que sabes. Ah ah ah ah.

ANN: Obrigado. Por vezes penso que sim, mas aí noutras alturas penso não saber que raio estarei a fazer e começo a andar às voltas (inaudível).

ELIAS: Mas eu continuo a encorajar-te a deixares de andar às voltas. (Ambos riem) Muito bem, minha amiga. Até ao nosso próximo encontro com um afecto e uma amizade genuínos. Au revoir!

ANN: Au revoir! Adeus..




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