Sexta-feira, 07 de Agosto de 2009
Participantes: Mary/Michael, Daniil/Zynn e Natasha/Nichole
Tradução: Amadeu Duarte
ELIAS: Bom dia!
AMBOS: Bom dia, Elias.
ELIAS: Ah ah ah. Do que é que vamos tratar?
DANIIL: A Inna envia-te cumprimentos e um agradecimento.
ELIAS: E tu podes estender-lhe as minhas saudações.
DANIIL: A Inna tem a sensação de que de algum modo o fenómeno da canalização (Nota do tradutor: recepção de informação por parte de entidades ditas espirituais) esteja a mudar ou a perder o ritmo por sentir não estar a decorrer com tanta intensidade, além de parecer que certos sítios na internet estejam a ser encerrados ou coisa assim. Poderás fazer algum comentário sobre isso? Estaremos a entrar numa nova fase de algum modo ou...?
ELIAS: Isso comporta duas perguntas distintas.
DANIIL: É verdade, sim.
ELIAS: Quanto à questão de estardes a entrar numa nova fase, por assim dizer, estais, o que é óbvio. Estais todos a experimentar isso, em relação ao que se apresentam duas facetas. As pessoas estão a experimentar esta onda de forma intensa o que as leva quer na direcção de se isolarem e de interagirem menos e na realidade de alguma forma a procurar menos informação por já se sentirem sobrecarregadas. Mas também podem estar a isolar-se só que à procura de mais informação. Portanto, esta altura representa, de algum modo, uma altura e uma situação dum tipo de polarização. Não existe um termo intermédio. As pessoas estão a avançar numa ou noutra direcção e estão a perceber a sua realidade em termos um tanto preto no branco, um tanto simplista e sem meio termo, porque sentem que a área cinzenta é demasiado confusa e percebem tornar-se mais difícil sugerir a si mesmos respostas ou uma compreensão em relação ao que esteja a ter lugar no seu mundo, o que esteja a ocorrer ao seu redor e o que esteja a passar-se consigo mesmas. Por ser diferente e constituir algo novo. Mas “novo” nem sempre pode ser definido como bom.
NATASHA: Mas a que duas facetas te estás a referir? Falaste em procurar ou deixar de procurar informação. Será isso as duas facetas que referiste?
ELIAS: Bom, em relação à outra pergunta associada com a canalização, ela não está a sofrer nenhum retrocesso, nem está a diminuir nem a tornar-se menos intensa nem a proporcionar uma menor quantidade de informação, nem a propor uma informação renovada. O que está a ocorrer em relação a essa acção é que muitos dos indivíduos que se acham focados no físico e que se acham envolvidos com o acto da canalização em relação à troca de energias (Nota do tradutor: mediunidade de transe) e muitos até mesmo associados à canalização de informação sua (da sua própria essência) estão a experimentar muito daquilo que estais a experimentar, em termos de sobrecarga. Mas essa sobrecarga comporta factores adicionais que também poderão ser percebidos nos indivíduos que se ocupam de outros actos que estão, como designais, orientados para o público.
Aqueles que estão a interagir com o público, por assim dizer, a fim de ajudarem ou de servirem de exemplo ou mesmo no que podereis designar como instruir, estão a experimentar essa sensação de sobrecarga, essa sensação de opressão numa extensão um tanto mais ampla, o que é compreensível por acompanhar esta onda que se endereça às comunicações, pelo que também enfatiza todas as vossas acções e interacções. Enfatiza a forma como interagis, o que inclui as vossas directrizes, e tal como vim a referir recentemente, esta onda está a orquestrar a possibilidade das pessoas tomarem mais consciência da sua identidade genuína. Isso representa um passo enorme que esta onda comporta. Porque a identidade, de muitas formas, não representa aquilo que pensais representar.
Consequentemente, isso instaura uma confusão considerável em si mesmo, que dá ando lugar à criação do acto de distinguir as associações ligados à identidade da própria identidade autêntica. Não que estejais a eliminar ou a esquecer essas associações que estabeleceis. Tampouco quer dizer que elas não façam parte da vossa realidade, porque fazem. Mas o que estais é a descobrir a diferença existente entre essas associações e o que constituirá a vossa identidade genuína.
NATASHA: Poderás fornecer um exemplo duma associação que agreguemos à identidade que algum de nós empregue? Eu só queria. Perceber e experimentá-lo, por não ter a certeza quanto à definição dessa distinção...
ELIAS: Muito bem. Examinemos as associações ou ligações bastante reais e de certo modo facilmente identificáveis que estabeleceis. Qual é a tua crença fulcral? A tua verdade essencial?
NATASHA: A integridade...
ELIAS: E qual é a tua?
DANIIL: A lealdade.
ELIAS: Lealdade e integridade. Bom; essas são as vossas crenças centrais e como tal, uma parte disso acha-se associada à vossa genuína identidade. Mas apenas uma parte. Uma parte diminuta. A parte mais vasta é a das associações. Lealdade e integridade; que poderá achar-se associado à lealdade e à integridade? Que experiências serão influenciadas por essas crenças centrais? Que proporeis a vós próprios que tenhais aprendido em relação a esses temas, esses termos? Os próprios termos carregam definições e associações. Nesse sentido, como definireis a integridade?
NATASHA: Uma vez mais, tal como já disse antes, não é fazer aquilo que não soa correcto fazer (inaudível).
ELIAS: Mas um outro aspecto da integridade há-de ser a verdade, não?
NATASHA: É.
ELIAS: Ou a honestidade?
NATASHA: É.
ELIAS: Portanto, outra associação agregada à integridade centra-se no modo como encararás uma pessoa em relação a quem associes que esteja a mentir e a faltar à verdade. Mas, como definirás mentir?
NATASHA: Não classifico isso necessariamente como mau. Por vezes mentir torna-se bastante benéfico...
ELIAS: Mas, como o definirias?
NATASHA: Mentir é não expressar a verdade, pelo menos na minha maneira de entender. É o que na realidade quer dizer...
ELIAS: Muito bem.
NATASHA:...é tratar a coisa por outro nome e...
ELIAS: O que traduz uma definição adequada do mentir nos termos em que o concebeis. Mas, e no que consistirá a verdade?
NATASHA: A verdade é, uma vez mais, absolutamente expressada com fidelidade em relação ao sentir... sem esconder. Enfrentar a dignidade.
ELIAS: Sem esconder; isso é uma interpretação exacta e precisa.
NATASHA: Exacta, sim. Mais precisa.
ELIAS: Uma descrição exacta. Uma descrição honesta. O poder constitui uma verdade, só que é relativo.
NATASHA: É relativo, absolutamente de acordo.
ELIAS: E aquilo que a mentira traduz é relativo. Nesse sentido, isso são exemplos de formas de associações atribuídas à crença central, a essa verdade essencial. A verdade essencial em si mesma, relativo à integridade, apenas vos influenciam de determinadas formas a ser aquilo que sois nesta manifestação que em por vezes vos influencia o modo como vos expressais mas também carrega muita crítica e muitas formas de apego ao que não sois de forma intrínseca mas em relação ao que vos apegais em relação à vossa identidade, por se achar associada à vossa verdade essencial.
Lealdade. Em que consiste a lealdade?
DANIIL: Para a lealdade eu encontro várias definições. Uma consiste em me esforçar por auxiliar um amigo ou (cooperar com) um projecto ou outro empreendimento qualquer. Levar algo até ao fim. Lealdade traduz uma prontidão para auxiliar. Lealdade é estar pronto a ajudar. A questão da lealdade traz à mente a questão de sermos leais em relação a quem? Para comigo, para com o meu amigo ou em relação a quem mais? Penso que entendo a lealdade como dar o nosso melhor por um objectivo definido ou pessoa.
ELIAS: O que é óbvio que vos deixa perceber o monte de associações que isso circunscreve. Todas as verdades essenciais, do mesmo modo que qualquer crença, incluem várias associações . A lealdade consiste num acto de dar suporte, estar ao lado duma ideia, dum conceito, duma filosofia, duma acção, dum indivíduo, estar do vosso próprio lado; não traduz um acto de apoiar mas sim de encorajar. É a acção de encorajar sem hesitação o que quer que for dito ou aquilo com que concordais. Não podeis sentir lealdade por aquilo com que não concordais, mas já podeis ser leais em relação àquilo com que concordardes.
DANIIL: Muito bem.
ELIAS: Ora bem; isso pode parecer muito simplista mas na realidade não é. Porque, podeis discordar com muitas acções ou expressões ou formas de conduta ou até mesmo ideias e continuardes a ser leais, pois sois capazes de ser leais a uma amizade com que vos sentis de acordo ao mesmo tempo que discordais com muitos aspectos dessa amizade ou mesmo em relação ao outro indivíduo. E podeis incorporar muitas formas de crítica em relação à questão, mas a lealdade reside no facto de suportardes esses parâmetros, a despeito de poderem ou não estar errados, por haver um outro aspecto em relação ao qual sentis lealdade.
DANIIL: Pois.
ELIAS: A integridade assenta no facto daquilo para que vos voltais como sendo ou julgando ser verdadeiro, correcto, exacto ou válido. Se contiver expressões que não encaixem nesses moldes, haveis de voltar-vos noutro sentido ou passar a ignorá-lo. Nesse sentido também existem outras crenças que poderão não corresponder à vossa verdade essencial, e constituir uma verdade consolidada que abrigueis e que useis frequentemente ou de forma consistente...
NATASHA: Muito bem. Nesse caso, permite que te interrompa por um minuto e te coloque a seguinte questão: Nesse caso, em que consistirão as associações? Realmente parecem ser as crenças subjacentes em relação às formas de conduta que estás a referir? Que queres dizer com a palavra apêndice? Não estou certa de entender.
ELIAS: Os apêndices são as associações, aquilo que é adquirido ou aprendido, aquilo que vos foi incutido, através do que tenham sido as experiências que tenham feito em relação ao assunto das verdades essenciais, por assim dizer. Por isso, ao longo do vosso foco incorporastes um sem número de experiências em relação à vossa verdade central da integridade. Gerastes inúmeras críticas em relação a ela, boas ou más, o que não tem importância. Aquilo que escolheis atrair ou afastar de vós. As avaliações e as associações que gerais em relação a essa questão consistem nas que estabeleceis em relação às experiências que incorporam essa ligação de bom e de mau.
NATASHA: Nesse caso, estarás literalmente a dizer que passa a fazer-se presente o rotular automático apenas devido à verdade central que tenho da integridade sem mais reflexão, que estou justamente a classificar as coisas?
ELIAS: Estou. E vós fazeis isso o tempo todo e acaba por se tornar tão natural fazer isso de forma automática. Muitas vezes sem pensar, mas agindo, apenas. E nesse sentido, se désseis atenção a vós próprios ou formulásseis vos inquirísseis a vós próprios acerca da integridade, sobre a razão por que vos expressais desse modo, a resposta natural que descobriríeis seria a de se ficar a dever ao facto de serdes isso.
NATASHA: Por ser natural, é isso que queres dizer?
ELIAS: Exactamente. E por isso, como é natural é o que sou. Faz parte de mim. Por isso equacionais a questão como sendo o que sois.
PERGUNTA: Mas no início mencionaste…
ELIAS: Daí a tua identidade.
NATASHA: Mas tu referiste ser uma pequena parte duma porção mais vasta. É assim tão vasta?
ELIAS: É a parte mais ampla. A parte mais diminuta consiste na verdade essencial que vos influencia apenas naquilo que sois, na vossa existência. O que, por vezes, refiro como podendo influenciar a vossa expressão, mas é mais o caso das associações vos influenciarem a expressão do que a influência exercida pelas vossas verdades essenciais em relação à vossa identidade e ao que sois, a quem sois. Esse aspecto da integridade isenta dessas ligações ou associações representaria meramente esse pequeno aspecto da vossa própria identidade genuína que constitui uma lente no modo como vos percebeis. Não necessariamente quanto ao modo como interagis com os outros nem em relação ao que fazeis. Isso é mais influenciado pelas associações. Em toda a sua autenticidade, essa integridade não inclui todas essas críticas ou formas de condenação. Ela apenas vos influencia de um modo brando permitindo que sejais vós mesmos; a procurar aquilo que poderíeis descobrir e definir com autêntico, o que representaria um outro termo para o real, quando o real se acha estampado ao teu redor. Tudo o que se expressa é real. Pode não ser genuíno, pode não ser válido...
NATASHA: Mas existe. (Inaudível)
ELIAS: Exacto. Por isso, neste exemplo podeis constatar que uma crença central destituída de associações deixa de incorporar crítica e unicamente vos influencia ou encoraja na vossa existência a descobrir, a expandirdes a vossa consciência em relação ao que é autêntico ou real. No que toca à lealdade; o aspecto da lealdade que não incorpora crítica aparte das associações, esse aspecto da lealdade encoraja-vos um encorajamento natural. Não de um modo opinativo mas existencial. Isso representa o vosso ser natural que constitui um elemento da vossa identidade. Já as associações a essa lealdade não são. Apenas parecem sê-lo. Por as terdes expressado de tal modo consistente, ao longo do vosso foco, ao longo da vossa vida, que se chega a tornar tão difícil distinguir essas associações de quem sois.
NATASHA: Parece que na realidade se fizermos uso da crença central que abrigamos e de toda a crença central do modo como pensamos em relação a nós próprios, e removermos a parte crítica, ficamos com esta parte natural da identidade, que precisamos descobrir. Nesse caso, as associações são o equivalente ao juízo crítico, tanto em termos de bom ou mau. Não será correcto?
ELIAS: É. Mas o assunto em si mesmo não é bom nem mau, a despeito da questão que encerre. Desse modo até mesmo a integridade ou a lealdade, a questão em si mesma não é nem boa nem má, são essas associações todas e tudo o que aprendestes e tudo o que vos foi incutido tudo o que experimentastes em relação a isso que deu lugar ao bom e ao mau, e criam essas opiniões acerca do que é bom ou mau, que são fortemente influenciadas pelas vossas experiências. As vossas experiências boas e más, que consistem nas associações do que considerais ser bom e do que considerais ser mau. Essas são as associações que são ligadas às experiências. Nesse sentido, tu perguntaste se a acção da canalização ou se a informação que está a ser oferecida está a despertar, por assim dizer. Eu diria existir muita informação que ainda não vos foi sugerida que ainda não vos achais preparados para receber, pelo que a corrente se fortalece ao invés de estar a diminuir e a fraquejar.
Nesse sentido, à medida que avançais com mais intensidade e gerais mais experiências associadas à mudança, e ides mais fundo imbuídos desse ímpeto de identificardes mais - mais sobre vós próprios, mais sobre o vosso mundo, mais sobre a vossa realidade, quer a entendais toda ou não, também avançais ou deixais de avançar nessa direcção.
NATASHA: Mas não compreendo por que, na minha opinião, não estou a avançar.
ELIAS: Ah, mas estás.
NATASHA: Sinto-me literalmente em baixo.
ELIAS: Vou-te dizer que o modo através do qual te posso garantir que estás efectivamente a avançar, reside no reconhecimento de não estares a ser completamente complacente, e tu não estás. Não existe falta de interesse em qualquer sentido, ausência de curiosidade em relação a qualquer expressão, falta de assombro em relação a qualquer assunto, ou de encorajamento ou impulso no sentido de o decifrar. Mas isso acha-se por de mais presente e como se acham bem presente, estás a mover-te e a participar nesta mudança. O que te parece ser uma falta de avanço deve-se a que estejas a experimentar o que defines como falta de motivação, que de facto não é falta de motivação, mas duma diferenciação nessa motivação. As motivações estão a mudar. Por isso é que te parece que estejas a incorporar falta de motivação.
NATASHA: Certo.
ELIAS: Por estares a definir a motivação que sentias sob os traços daquilo que sempre foste. Essa declaração da identidade proveniente da associação com o “Eu sou aquilo que sempre fui; aquilo que sempre fiz – eu sou isso.” Mas não és. Isso é o que te é familiar, o que agregaste à tua identidade. É o que te tem motivado; além de ser justamente aquilo que agora não te está a motivar. Mas não é que não estejas desmotivado.
NATASHA: Agora estou a entender. A identidade e a falta de motivação acham-se de tal modo interligadas, porque é quase como que andarmos em busca duma identidade e as velhas motivações não operarem mais, por não sermos mais aquilo que pensávamos ser.
ELIAS: Exacto e por isso, não, tu não sentes motivação para criares ou expressares ou para te comportares de forma associada a essas associações familiares porque elas não são aquilo que és genuinamente. Por isso, por não dispores dum conhecimento objectivo aquilo em que genuinamente consistes…
NATASHA: Exactamente!
ELIAS: …defines estar desmotivada. O que não estás, mas essa é uma definição bastante factual em relação ao que estás a experimentar. Agora, em relação à cornucópia contínua da nova informação, como vos encontrais em plena expansão, também a informação que vos poderá ser proposta está a expandir-se. Estais a entrar numa nova fase, por assim dizer, e um dos aspectos deste elemento da identidade e das associações que se acham tão enraizados em vós, em todos vós, é o da independência.
NATASHA: (Inaudível)
ELIAS: Quanto a isso, digo-vos que tende a tornar-se um assunto difícil, por se tratar dum termo por que tendes grande apreço. Não é um termo que encareis como negativo. Nem é um termo que encareis como de fácil desistência. É um conceito porque lutais. Uma jóia que percebeis como bastante preciosa e que cada um de vós deseja possuir e conservar. E a percepção de que não a incorporais torna-a alvo de cobiça. É um assunto bastante carregado e vós estais à beira de dardes atenção a esse suplemento, a essa associação.
NATASHA: Deus do céu. Isso soa assustador.
ELIAS: Isso é um suplemento e não o vosso eu genuíno.
NATASHA: A independência é uma associação?
ELIAS: É. Absolutamente. A independência é um acto de imposição e de vos afastardes. Trata-se dum acto de separação.
NATASHA: Foi o que pensei. Separação… (Inaudível)
ELIAS: A independência é a personificação da separação.
NATASHA: Então, talvez na realidade de facto não exista coisa nenhuma como independência.
ELIAS: Exacto. Trata-se dum tema significativo porque vós encarais o ser independente como sendo bom, nobre e um sinal de força.
NATASHA: Para mim a força acha-se mais associada ao carácter de nobreza e auto-suficiência… (Inaudível)
ELIAS: Ah, a auto-suficiência. Deixa igualmente que te diga que a independência não é a ausência de dependência nem a expressão de afastamento da independência não significa tornar-se dependente, o que, esses são dois termos que vós encarais de forma simplista. Como bastante opostos um ao outro, mas o afastamento da independência não significa um movimento no sentido da dependência. A independência consiste na personificação da separação; um acto de afastamento de algo. Além disso, também consiste no movimento de não permitir acesso ou retrocesso em relação ao acto de receber; por isso também envolve o afastamento da possibilidade de receberdes. Quando gerais um acto de independência estais a estabelecer uma acção a partir de algo, e não a avançar rumo a algo.
NATASHA: A afastar-nos da capacidade de recepção. Entendo.
ELIAS: A afastar-vos no geral, mas igualmente da capacidade de receberdes.
NATASHA: Muito bem.
ELIAS: Mas vós encarais isso como sendo uma coisa boa. Quanto mais independentes forem, melhor sereis. Mas o que casa de forma vigorosa com a independência…
NATASHA: A liberdade.
ELIAS: ...esse é o modo como definis a independência. Defini-la como significando liberdade, mas isso é o modo como a definis.
NATASHA: Sim, trata-se duma associação.
ELIAS: Mas, que outra expressão casará com bastante vigor com a independência?
DANIIL: Bom, isso é aquilo que na metafísica muita gente chama de mal. Foi dada tanta ênfase à fusão com o mal e à libertação dele. Mas terá sido essa independência que nos fecha e torna mais (inaudível). Quando me ocorreu poder ganhar a lotaria, descobri uma precaução em relação a isso, por pensar usar o dinheiro para pagar o acto de me livrar de (inaudível) problemas. Se ganhasse muito dinheiro, deixaria de ter problemas. Perderia a faculdade de me contextualizar. Tornar-me-ia de tal modo independente que deixaria de contactar com a vida.
ELIAS: Excelente exemplo, que muitos não consideram. Mas, que casará na perfeição com a independência? Quanto mais independentes se tornarem, mais vos tornareis... O quê?
NATASHA: Poderosos?
ELIAS: Talvez. Talvez não.
NATASHA: Mais isolado.
ELIAS: Sim, mas quanto mais independentes vos tornardes, mais responsáveis vos sentireis. Tu és responsável por ti próprio. És responsável pelo teu meio ambiente. És responsável por tudo o que te rodeia. És responsável por tudo o que percebes pertencer-te ou está associado a ti. Porque, se fores completamente independente, sentirás a responsabilidade de interagires, tratares e preservares tudo aquilo que se achar a teu cargo. Quer se trate de objectos ou indivíduos ou animais ou que manifestação for. Estará a teu cargo. Tu és inteiramente independente e por isso mais responsável serás.
DANIIL: Se possuirmos uma grande empresa temos de cuidar dos empregados. Temos de cuidar dos bens. Se tivermos uma casa grande teremos de cuidar dela. Teremos investimentos, barcos, seja o que for, e temos que cuidar de tudo isso…
ELIAS: Exacto. Mas mesmo que não estejais a manifestar um enorme volume de manifestações; mesmo no caso de escolherdes ser um indivíduo que possua muito poucas coisas, por assim dizer, mas te perceberes como inteiramente independente, ainda te sentirás responsável em relação ao que se situar sob o que percebes como sendo a tua alçada. Mesmo que aquilo que estiver sob a tua alçada seja uma carroça e os poucos objectos que compreenda.
NATASHA: Mas para mim, a independência queria dizer algo completamente diferente do que descreves como responsabilidade. O facto de sermos responsáveis por isto e por aquilo, o que quer que seja (inaudível) Encaro isso como sendo diferente dessa responsabilidade, mas isso provavelmente serei eu. Mas aquilo que percebo igualmente acerca da independência e das associações é que de facto não existe nenhuma independência.
ELIAS: Oh, existe independência...
NATASHA: Não. Aquilo que acabaste de descrever, todas essas formas de responsabilidade, suplementos e associações que se acham agregadas a isso. Não existe independência efectiva. Não existe uma independência verdadeira.
ELIAS: Sim, tens razão, mas é bastante real na vossa realidade e na vossa percepção. Tens razão. Trata-se duma ilusão mas ao mesmo tempo também é bastante real. É um suplemento ou associação. Explica-me o modo como perceberias a independência ou a responsabilidade como deixando de estar em associação uns com os outros e quanto mais independentes fossem, menos responsáveis seríeis.
NATASHA: É a forma ideal como o encaro.
ELIAS: Como a expressarias?
NATASHA: Expressá-la-ia, uma vez mais, como não precisar de fazer nenhuma dessas coisas que acabaram de ser descritas. Não precisaria tomar conta de tudo porque só com a vontade seria capaz de fazer qualquer coisa.
DANIIL: Por isso, estás a dizer que não precisarias ir para o trabalho…
NATASHA: É claro. Poderia perfeitamente…
ELIAS: Não. Não é isso que eu estou a referir. Não estou a referir nenhum caso hipotético nem teórico nem conceptual. O que estou a dizer é o que efectivamente fazeis na vossa existência actual, presentemente.
NATASHA: A independência está associada à responsabilidade. A responsabilidade significa cuidar de…
ELIAS: Por certo. Em termos ideais ou conceptuais tens razão. Não existe qualquer independência. E por isso não existirão esses apêndices, e nesse sentido a responsabilidade não se acharia envolvida, mas vós existis nesta realidade presente e estais a dar passos no sentido de explorar uma maior informação sobre quem sois e mais sobre aquilo que sois de forma a levar-vos a uma posição em que reconheçais em que consistem esses suplementos, e aquilo que é genuíno - não o que é real. Mas que será genuíno, e que liberdade genuína e real residirá nessa autenticidade de quem sois e do que sois, sem esses apêndices? Não que essas associações sejam danosas ou devam ser eliminadas mas que podem ser eliminadas pelo que são. Que podem ser reconhecidas pelo que são, como associações, e como tal podeis incorporar a liberdade de as ultrapassardes ou fora do constrangimento que envolvem, e elas são fortes agentes de influência na vossa realidade e na vossa existência. E ao terdes algumas dessas fortes influências em tão elevada estima isso também vos cria fortes limitações.
Dir-vos-ia que me teria sido de todo fútil ter apresentado a questão da independência antes, porque não o teríeis compreendido. Nem sequer vos teríeis permitido aceitar o assunto.
NATASHA: A sério?!
ELIAS: Porque ainda não estáveis à beira das vossas próprias descobertas em relação à vossa própria identidade, de forma a permitir-vos questionar a independência. A associação automática que estabeleceis em relação a tal termo é a de que ele seja bom. Signifique liberdade. Para vós, a independência é sinónimo de liberdade.
DANIIL: O que vai além de, digamos, do dinheiro ou do intercâmbio, não é, porque me ocorre um exemplo em que alguém possuía uma boa soma de dinheiro que sempre lhe rendeu bom proveito, e (posteriormente) se separou, e em seguida perdeu o dinheiro todo por uma via qualquer, e teve que passar a aceitar doações. Ele não pode ser tão responsável assim em relação a toda a gente, no velho sentido, e isso fá-lo aceitar mais, mais aberto, e um pouco mais descontraído segundo parece, não é? Isso assemelha-se mais a uma situação que tem início no exterior. Mas não tem que ter origem no dinheiro nem achar-se relacionado com o dinheiro, não será? De alguma forma há-de ir mais fundo, não?
ELIAS: Exacto. Não se acha necessariamente associado ao dinheiro mas também está associado com o dinheiro, porque se acha associado a todo e qualquer assunto porque se acha associado a QUALQUER assunto. Quer disponham ou não de dinheiro isso não influencia necessariamente o modo independente como percebeis ser.
DANIIL: Então, em que consistirá a falta de independência? De que modo me sentiria a afastar-me da independência? Digamos que me sinta a ser mais afectado no relacionamento pela minha companheira, pelos meus amigos, de cuja companhia, em termos de energia, faço de algum modo parte. Assemelha-se quase a uma perda da identidade de um modo em que isso quebra de alguma forma as barreiras. Mas de que modo descreverias isso? Como haveria de me sentir?
ELIAS: Tens toda a razão. Estás muito próximo. Porque o abandono da independência consiste no movimento no sentido do reconhecimento da interligação. Isso não vos invalida nem diminui a vossa singularidade nem a identidade. Ele expando-vos isso por se tornar no reconhecimento genuíno da ausência de necessidade de permanecer em separado em relação a algo e de que de facto existe mais liberdade em se estar interligado. Existe um maior poder na interligação. Permite que te forneça um exemplo bastante simples mas bastante eficaz. A essência. Qual é o teu nome da essência?
DANIIL: Zynn.
ELIAS: Essa identificação dum nome diferente, cria uma distinção nas associações que estabeleces. Tu és tu, nesta manifestação física enquanto a essência permanece como que numa outra manifestação. Em teoria, compreendes intelectualmente tratar-se duma extensão de ti, ou que sejas uma extensão da essência. Mas em qualquer cenário permanece como uma coisa distinta, tal como tu. Por isso existem duas partes de ti distintas. Isso descreve a separação. A independência toma parte nesse processo; pela independência em relação a essa parte. Tu és tu. Tu és independente pelo facto dela ser a essência e existirem muitíssimas manifestações que se expressam em termos físicos que também são independentes dela. Cada uma incorpora as suas próprias escolhas.
Cada uma delas incorpora livre arbítrio, expressa as suas próprias formas de conduta e ideias e sentidos de orientação e não quer dizer que isso seja mau, nem inválido tampouco, ou irreal. É real e válido mas quanto mais a independência é expressada e glorificada e encarada como algo com valor, mais a separação é expressada, mais esse abismo se torna no todo daquilo que sois, na autenticidade daquilo que sois, porque te terás separado daquilo que sois, através dessa independência, em relação a quem sois. Mas a ideia, a mera ideia de abdicardes dessa independência é terrível. Que havereis de vos tornar - escravos da essência? Mas, vós sois a essência! E através da vossa independência já estais a ser escravos em relação à vossa manifestação. A liberdade não reside na independência. A capacidade de continuardes a afastar-vos, essa reside na independência.
NATASHA: Então deixa que te pergunte o seguinte. Nesse caso, em que consistirá a liberdade?
ELIAS: A liberdade consiste no conhecimento autêntico do vosso genuíno eu e da interligação que o une. Na natureza ilimitada do vosso ser na qualidade do Todo (Tudo o Que Existe). No reconhecimento de que tudo se acha interligado, de que estais interligados e como tal todos os recursos se vos acham disponíveis. Não é necessário ganhar a lotaria porque todos os recursos se vos acham disponíveis. Vós sois todos eles, e todos vos pertencem de um modo intrínseco. Quando existis em separado, aí passais a estabelecer a estrutura através da qual tudo deixa de vos pertencer. Tudo deixa de se achar interligado convosco e passam a existir aspectos da realidade que se acham afastados de vós. Por isso, tem lugar um forçar contínuo ou luta em qualquer direcção que seja. Até mesmo o indivíduo que designais como sendo sem-abrigo luta, luta para obter.
NATASHA: Elias, permite-me interromper-te por hora, está bem? E continuaremos com mais questões. Muito obrigado.
ELIAS: Muito bem. Continuaremos num instante.
INTERVALO
ELIAS: Continuemos.
NATASHA: Obrigado. Então tenho uma pergunta que vem no seguimento disso. Que motivo teremos para a liberdade quando somos livres? Que motivação sentiremos?
ELIAS: A descoberta. A exploração e a descoberta.
NATASHA: Será por isso que as pessoas gostam tanto de viajar?
ELIAS: É.
NATASHA: Muito bem. É porque estivemos a conversar com a Mary e eu não consigo deixar de te interrogar, na situação actual dela, como se aplicará isso...?
DANIIL: Bom, estivemos a conversar sobre a minha situação de emprego e se eu podia pagar a renda. Eu posso pagar as sessões e as viagens e posso fazer o que quiser mas se deixar de trabalhar, aí parecerá que passo a tornar-me dependente e temo que tenha chegado a um entendimento do que dizes que a dependência seja uma outra forma da independência. E tu sugeres para nos chegarmos a tudo e que as pessoas procurem resolver as coisas. Como comentarás isso? Tenho a sensação que se deixarmos de lutar pela independência, nesse caso como haveremos de deixar de cair na dependência? Qual será a outra parte?
ELIAS: Muito bem. Não se trata da questão da independência ou da dependência. Ora bem, primeiro permiti-me que refira que em relação à identidade e à interligação existe um elemento de valor. No modo como vos valorizais. Bom, esse aspecto do valor em associação com a independência ou a dependência inclui outros indivíduos porque se estiverdes a gerar independência - em relação ao quê estareis a tornar-vos independentes? Podeis teoricamente expressar ser independentes da essência ou de algum poder superior, ou de Deus, o que quer que escolhais expressar em termos esotéricos.
Na realidade criar independência implica serem independentes em relação aos outros. No caso de gerardes uma forma de dependência tornais-vos dependentes em relação aos outros. Em qualquer dos casos sois dependentes ou independentes em relação a algo.
Agora; em relação ao exemplo que deste do reconhecimento da independência e do modo como ela gera separação, é uma questão de reconhecerdes que a solução para a independência reside na interligação. Agora, que quererá isso dizer?
A interligação consiste no reconhecimento genuíno e para além disso, na admissão do vosso próprio valor e desse modo no reconhecimento disso como uma parte do relacionamento. Se tiverdes de passar a definir em termos dos opostos, o que será perfeitamente compreensível por a vossa realidade incluir uma base de dualidade que designais por opostos - e a que eu chamo de complementos, mas não tem importância. Por isso, se tivésseis que definir o oposto da independência, não usaríeis o termo dependência mas o do relacionamento. A relação consiste no inverso da independência. Na relação reconheceis o apoio e interligação. Reconheceis ligação no relacionamento. Por isso, na relação não se trata necessariamente duma questão de dependência.
Empregaste o exemplo da independência e da responsabilidade e do dinheiro, e no caso de não dispores de dinheiro actualmente sentes-te forçado, por assim dizer, a uma posição de dependência. Dependência duma fonte externa a fim de te veres provido no que defines como necessário. Bom, isso não é uma questão de redefinires o que julgas ser necessário.
DANIIL: Muito bem.
ELIAS: Aquilo que julgais na vossa realidade como necessário e o que julgais precisar a fim de vos sustentardes é muito real e para além de real é válido. Ao contrário do que muitos expressam na percepção que têm de mim, pelo facto de me achar afastado da vossa realidade em razão do que não compreendo o que seja necessário ou preciso nem a validade disso, eu compreendo bem. E recentemente tive ocasião de referir que a despeito do modo como estais a mudar e do que possa ocorrer em relação à mudança de consciência associado ao (sistema do) câmbio actual, vós presentemente funcionais na estrutura estabelecida do dinheiro, que é real e válido. Por isso, no exemplo que deste, se reconheceres que a independência estabelece a estrutura da separação e passares a aceitar que o facto de abrires mão da independência permitir-te-á passar para a interligação isso propicia a criação da estrutura do relacionamento.
Se avaliardes genuinamente a posição individual que tendes no relacionamento, a forma como valorizais a vossa posição e se a valorizais de forma idêntica à independência. Porque se valorizardes o relacionamento e vos valorizardes a vós próprio pela autenticidade da posição que tendes, e como vós próprios, meramente pela identidade que assumis, isso deixa de ser uma questão de dependência por se tratar duma questão de permissão e de receptividade. Lembrai-vos de que a independência significa afastamento; o que quer igualmente dizer afastamento da receptividade. A receptividade é igualmente percebida como dependência. É encarada como aquisição a partir duma outra fonte. E vós não creditais isso a vós próprios, pelo que vos tornais dependentes dessa fonte externa. Mas se fordes válidos nesse relacionamento, tudo o que perceberdes como fontes externas tornar-se-ão então partes de vós, e podereis receber seja de que direcção for. E aí essa interligação deixará de ser separativa. Por isso, se existir a percepção da necessidade ou carência de algo, ela poderá ser satisfeita a partir seja de que direcção for. Nem que seja por parte de outro indivíduo, isso não terá importância, porque os outros fazem igualmente parte dessa interligação; eles formam parte desse relacionamento. Vós achais-vos todos nessa relação. De certo modo é literalmente o mesmo que o relacionamento que tendes convosco próprios.
Sereis capazes de conceder a vós próprios? Sereis capazes de receber da vossa parte? Tu colocaste o exemplo do indivíduo que é bastante independente e que possui a sua própria companhia e a sua organização e tudo isso e os seus empregados, que subsequentemente deixa de poder continuar a dispor de dinheiro. Antes o indivíduo era independente e tinha responsabilidade por tudo que tinha a seu cargo, pelos seus empregados, pelo edifício que tinha, pela promessa de emprego, tudo o que o negócio envolvia. O indivíduo é responsável e criou a percepção da independência. Agora o indivíduo não dispõe de dinheiro para sustentar essa independência e essa responsabilidade mas o indivíduo não existe separadamente no mundo. Esse indivíduo na sua independência, na responsabilidade que nutria, na luta que travava, nas instalações que possuía, tal como todos vós, gerou a sua contribuição para essa interligação quer o reconheça ou não. Ele produziu essa contribuição.
A sua própria existência é costurada no tecido da vossa realidade. Por isso, se o indivíduo puder começar a reconhecer o valor próprio que tem nesse tecido, cada fio revelar-se-á imbuído de valor. Sem ele não existe tecido. Se ele reconhecer a própria autenticidade, o valor que tem inerente à identidade e reconhecer essa interligação que constitui essa relação que constitui esse tecido, essa ausência de separação, ele poderá passar a permitir-se receber. A concessão do receber assenta no reconhecimento do facto de fazer parte daquilo que ele é intrinsecamente. Do que ele já possui. Cada um de vós constitui esse tecido. E sem vós o tecido não tem existência. Vós achais-vos entrelaçados. Nesse sentido, se um único fio desse tecido se desatar um pouco, todo o tecido deverá desenlaçar-se? Não. Continua unido.
DANIIL: Pois.
ELIAS: Portanto, o exemplo que deste do indivíduo e da sua empresa, ele acaba por se ver sem dinheiro em razão do que deixa de perceber meios de dar continuidade à criação dessa independência e responsabilidade. Mas como o indivíduo não está só e gerou a contribuição enquanto fio para com o tecido, os demais fios do tecido a seu modo tomarão consciência de que de algum modo esse fio terá começado a desenlaçar-se. De certo modo é tão simples quanto o bicho da seda. Se o bicho da seda começar a fiar a sua seda e tomar consciência de que o fio se terá desfiado, ele repara-o, e cola-o de novo. Nesse sentido, a despeito do quanto o indivíduo possa perceber ser independente e reservado na guarda da sua independência - em determinada extensão, porque vós não existis sozinhos nesta realidade – ele há-de gerar alguma acção objectiva no sentido de deslocar, intencionalmente ou sem intenção, alguma da atenção que dá ao tecido para o aspecto que está a desatar-se, que desse modo o tecido há-de mobilizar-se no sentido de reparar essa descostura. Mesmo nas situações em que o indivíduo se atenha à sua independência e à responsabilidade que associa de tal modo grave e gere uma reserva desses aspectos a um ponto em que o indivíduo fique de parte e se sinta oprimido e derrotado, por assim dizer, que pense matar-se ou escolha cometer o que nos vossos termos entendeis por suicídio, mesmo nessa situação, os outros fios do tecido juntam-se numa fiação estreita a fim de repararem a descostura.
DANIIL: Muito bem, isso é bom de ouvir.
ELIAS: Por isso, a questão da importância, com relação à independência de cada indivíduo, reside em saber que é que ele valorizará mais? Se será a independência ou o seu valor. Terá suficientemente valor para poder confiar no resto do tecido? Ou só poderá confiar em si mesmo e na sua independência para gerar o que percebe ser preciso, a necessidade?
DANIIL: Portanto, quando referes a confiança no valor, isso excede a capacidade de contribuir, não é? Porque teoricamente é fácil um jovem educado e com talento refazer-se prontamente e mudar o valor que tem e dizer que pode sempre encontrar trabalho e ir para outra empresa, e mesmo numa sociedade destituída de dinheiro poderemos contribuir de graça, por gostarmos de o fazer. Com valor pode-se contribuir e obter... com essa contribuição.
ELIAS: Será? Eu colocar-te-ia a questão em termos de proporções e percentagens, e perguntar-te-ia qual estimarias ser a proporção mais significativa na percentagem dos indivíduos que se colocam aparte, se isolam e se escondem atrás da independência a ponto de escolherem suicidar-se. Qual será a faixa etária que avançarias como mais atingida?
DANIIL: Pergunta muito interessante... O mais jovem.
ELIAS: Aquele grupo que concordas em que seja o mais livre.
DANIIL: Pois, está certo. Mas porque razão?
ELIAS: Porque razão? Por incorporar uma menor experiência que vós. Deixa que vos diga que as vossas maiores conquistas são testemunhadas em meio às vossas derrotas. As vossas maiores realizações brotam dos falhanços ou do que percebeis como fracassos. Nesse sentido, dispondes de mais experiências e de mais oportunidades para avaliardes e para perceberdes, e até mesmo para experimentardes os vossos fracassos: onde percebereis não ter estado à altura, o que tereis deixado de realizar, o que não tereis feito, o que tenhais feito que não tenha resultado do modo que esperáveis ou do modo que queríeis. Aqueles com menor idade, uma menor experiência de vida nesta realidade, portanto menor experiência, também têm menos fracassos. Por isso, têm menos o que perceber em termos de realização para além das ideias e muitas dessas ideias parecem-lhes ser bastante ilusórias, por não passarem de conceitos e não terem realidade. Não são capazes de as ver ao seu alcance pelo que não perceberão as realizações nem as contribuições que dão.
DANIIL: Muito bem. Penso estar para aqui sentado e dou por mim um tanto confundido com a diferença de perspectivas. Por isso, onde residirá o valor da contribuição potencial em termos de eu poder erguer algo, poder criar algo, ou fazer alguma coisa? E, existirá outro valor que seja diferente daquele que se atribua apenas ao facto de nos encontrarmos vivos?
ELIAS: Existe.
DANIIL: Então, fico com a ideia de que o primeiro tipo de valor seja um tanto ilusório porque algumas pessoas nascem com certas deficiências, etc., e percebem serem incapazes de contribuir, e depois porque a maioria de nós supostamente tornar-se-á envelhecida demais para poder contribuir tanto quanto devíamos, não será? Mas pressinto que ainda aí resida um valor mais profundo que é mais importante.
ELIAS: Sim, claramente. Sim, nisso reside a questão. Isso é o que se afigura como mais importante - reconhecer tal valor. Isso também é o que impede as pessoas, na independência que preservam, de receberem. Eles valorizam-se no seu sentido de independência, pelo que contribuem exteriormente. Que figura o que acabaste de referir. Nessa sua independência, quanto mais o indivíduo atende a si próprio e ao que se ache a seu cargo, seja isso animado ou inanimado, mais responsável se sentirá em relação a si próprio e mais responsável se sentirá em relação a tudo o que se situa nessa sua realidade, o seu meio ambiente e tudo aquilo que se encontre na esfera do que esteja a seu cargo, e mais o indivíduo associará isso como uma forma de valorização pessoal, mas nisso, uma vez mais, a independência actua como factor de separação. Ao passo que, a despeito da possibilidade do indivíduo ter ou não gerado uma contribuição significativa exterior, de que forma se valorizará a si mesmo independentemente do sentido que tenha de independência? Por esse reconhecimento da interligação, e de estar envolvido nesse imensa relação e no facto dessa relação fazer parte dele e o poder sustentar. Mas isso é uma questão de confiança, e tal como recentemente tive ocasião de referir, essa confiança é fortemente influenciada pelo que o indivíduo acredita no momento.
Não estou a referir crenças, mas tão só aquilo em que o indivíduo acredita. E como recentemente referi, acreditar constitui um excelente exemplo do quão fácil e firmemente gerais confiança seja em que altura for, porque vós tendes facilmente confiança, e duma forma autêntica e profunda, naquilo em que acreditais.
DANIIL: Pois.
ELIAS: Por isso, é uma questão de avaliardes aquilo em que confiais em vós próprios. Se acreditais que os outros vos valorizem. Se acreditais achar-vos interligados. Se, quando uma abelhinha falha, outra passará a assumir a sua posição, ou se acreditais existir apenas uma abelhinha que tenha que fazer o trabalho todo das outras ou que não seja capaz de se valorizar a si mesma.
DANIIL: Isto também tem um aspecto semelhante aos jogos de vídeo, não é mesmo? Eu gosto de ser optimista e brincalhão em relação a isto. Nasci, logo tenho que morrer, não posso fazer nada em relação a isso, pelo que de certeza que morrerei, seja por que for. Mas há este período intermédio que por um lado é importante por dizer respeito à eternidade, não é? Mas por outro lado, está aí, seja como for, e faz de tal modo parte do quadro mais amplo que eu costumava pensar que o que quer que ocorresse, ocorria, não é? Se conseguir encontrar um modo confortável, nesse caso vou por aí mas se tiver que experimentar desconforto nesse caso que seja. Quando a morte se aproximar aquilo que me importará é ter deixado para trás uma vida cheia de experiências. Por isso tento não me preocupar tanto com a forma como isso que ficou para trás teve de tão rico ou carente, bem ou mal sucedido. Para mim será mais válido o quão serão interessante as coisas com que terei lidado. Aquilo que descubro é tipo, “Muito bem, amanhã vou para a rua pedir esmola mas não me preocuparei porque alguém me dará pão. Mas não precisa ser tão desesperado, não é?
ELIAS: Exacto. Sim. Ah ah ah!
DANIIL: Bom; uma pergunta rápida, (para a Natasha) talvez tu possas não gostar, por não desempenhares este papel. Como me perceberás a mim e à Natasha em termos da nossa real... em termos do meu eu real... como me verás a mim... poderás fornecer-me mais alguma coisa?
ELIAS: Em que aspecto?
DANIIL: Debatemos aquilo que não sou. E eu não sou esses juízos com que concordo e discordo e todas as coisas ligadas ao meu aspecto da lealdade mas mencionaste uma coisa que sou de verdade, que é a ajuda (compreensão), não é? Essa é uma parte de mim significativa. Mas, compreensão em relação ao quê? A muitas coisas, não será?
ELIAS: Por certo.
DANIIL: Para com a minha situação no geral e em relação aos outros.
ELIAS: Sim.
DANIIL: Mas, que mais? Como me verás realmente?
ELIAS: Incorporas uma curiosidade pela complicação; sim, em relação às verdades centrais que abrigas. Um aspecto disso está associado à identidade genuína que demonstras no encorajamento. Outro aspecto genuíno de ti assenta na curiosidade que sentes em face de qualquer tipo de complicação. Não importa o que seja. Mas a própria qualidade de ser complicado, seja em relação ao que for, ou até mesmo o facto de ser complicado, que, na autenticidade que te caracteriza, todas as coisas possuem uma faceta de complicação para ti. (Riso)
Dir-te-ia que o teu lado genuíno gera uma qualidade natural e analítica que serve de complemento a todas as formas de complicação pelo que te tornas inquisitivo e complicado.
DANIIL: Obrigado. O mesmo para a Natasha.
ELIAS: Uma faceta genuína que em ti te realça a crença central é seres apaixonada. O que quer que explores, expressa-lo de forma apaixonada. Quer seja confortável ou não, bom ou mau, tu fazes isso com intensidade e paixão. Ser neutra duma forma consistente não está relacionado contigo. Dir-te-ei que se fosses neutra duma forma consistente durante um certo tempo, isso serviria como um sinal claro de estares muito mal.
NATASHA: (Ri) Talvez seja sinal de não me encontrar aqui?
ELIAS: Talvez. Isso denota autenticidade no teu íntimo, e é um elemento da tua identidade e daquilo que és e do que és, não um suplemento. Isso pode ser gerado em relação aos suplementos, às associações, mas se removesses essas associações todas essa paixão permaneceria. Essa intensidade que evidencias no que quer que empreendas, esse aspecto de descoberta, sempre em termos de mais um passo – o que quer que possa ser - o que quer que possas descobrir mais e a forma apaixonada como poderás passar a ver se deres mais um passo em frente. Coisa que a título de exemplo fácil se aplica no caso da tua música. Referes comprometer-te com a tua música com paixão, mas sempre tentas dar esse passo além: “De que forma conseguirei produzir esta paixão dando um passo mais, mais um passo além do que se apresenta?” Isso tem genuinamente tudo que ver contigo.
NATASHA: Mas também me disseste tratar-se igualmente duma curiosidade, esse passo extra...
ELIAS: Sim, justamente.
NATASHA: Mas se, para dar continuidade a isso, é o que noto em relação a mim própria em certos aspectos, um suplemento ou associação, por assim dizer. Sempre que começo a gostar um pouco da coisa, aquilo que faço, por vezes, é exceder-me (fazendo-o mais vezes). Como no caso da comida, a apreciação que tenho pela comida. Agora, em relação ao exercício, tento não trabalhar tanto, só que me é muito difícil. Aquilo de que realmente me dá prazer é quando chego ao ponto de ficar com a respiração acelerada até ficar sem fôlego. É aí que eu... mas divirto-me bastante e isso dá-me prazer, ah, e torno-me presente quando isso ocorre, especialmente no caso do exercício.
DANIIL: Então porque razão produziste essa hérnia?
NATASHA: Pois foi, gerei esta hérnia supostamente após uma operação que tinha tido no ano anterior. Acabei com esta hérnia. Comecei a fazer exercício e comecei a satisfazer-me comigo, já sabes como é, comecei a tentar dar mais um passo e comecei a sentir uma dor, e a sentir uma dor pelo que mais tarde fui investigar e acabei com esta hérnia. Como será que isso tudo se relaciona?
Agora, a comida que me satisfaz mais é a comida saborosa. Eu tenho um gosto especial pela comida, comida excelente. Ler livros que versem sobre a comida, e eu sendo como sou, sabes, é a paixão que tenho. O que faço, se o fizer por gosto, faço-o sem reservas. Só que tendo a faze-lo excessivamente.
ELIAS: Mas isso é indulgência.
NATASHA: Eu gosto de ser indulgente, sim.
ELIAS: Mas eu diria que a maioria das pessoas gostam ou sentem prazer em tornar-se indulgentes de algum modo, por isso constituir uma acção de desequilíbrio.
NATASHA: Eu sei. Tu disseste-mo.
ELIAS: Exacto. Mas a razão que leva as pessoas a voltar-se nessa direcção da indulgência reside no facto de gerardes a percepção e a associação de que tudo seja limitado, seja lá o que for. Movimento, comida, ar, energia, sentimentos, que o sentimento de bem-estar seja limitado. Existe um limite. E a razão porque gerais essa associação reside, “Em que consiste uma associação?” Consiste na avaliação da experiência com base no juízo (avaliação, parecer, opinião).
Vós experimentais aquilo que vos dá prazer, o que avaliais como bom, o que dá lugar a um sentimento. Sentis-vos bem. Gostais dessa sensação e de vos sentir bem, pelo que se torna numa satisfação, só que não prossegue. Está sempre a terminar e a ter início.
NATASHA: Pois é, mas desse modo podemos distinguir ambos, sempre que tem início ou se detém. Quando tem início faz-nos sentir bem.
ELIAS: Mas vós tentais que tenha continuidade. É isso o que dá lugar à indulgência, a falta de reconhecimento de que, seja qual for a razão porque o sentimento se detém, ele não termina. O sentimento é passível de ser recreado. Pode ter uma continuidade descontínua.
NATASHA: Compreendo.
ELIAS: Mas é passível de ser gerado uma e outra vez. Mas onde bloqueais e vos tornais desequilibrados é no querer manter o sentimento continuamente e sem parar. E isso conduz à indulgência, e está associado à limitação. Isso tem um término, pelo que se torna limitado. Por isso eu sou limitado. Não. A consciência do vosso corpo reconhece ser desnecessário e que manter os sentimentos requer um considerável volume de energia. As sensações requerem mais energia. Isso não é bom nem mau; é o que é. Mas essa é a sua função. E a consciência do corpo sabe disso. Ela tem a função de regular. Ela dá início e põe termos aos sentimentos, por saber que durante o tempo de duração dos sentimentos mais energia está a ser dispendida. Não que a energia seja limitada tampouco, mas a consciência do corpo sente falta de conforto com a produção de longos períodos de tempo de dispêndio dessa energia na preservação dos sentimentos. Por isso a sua função natural reside na concessão da expressão limitada de sentimentos. Dar-lhes início, mantê-los temporariamente e pôr-lhe termo, desse modo dando lugar a um (processo de) regeneração.
Não que exista um suprimento limitado de energia só que a energia é modelada, sofre configurações. Na realidade física torna-se necessário configurar a energia. Isso circunscreve um processo, um mecanismo. Por isso, seja lá qual for o volume da energia que vos esteja disponível e que contenhais, ela precisa ser configurada de modos que a tornem funcional sob certas formas. Sempre que forçais a fim de preservar certos sentimentos, o que estais a fazer é a lutar ou a opor-vos ao movimento natural da consciência do vosso corpo. Estais a batalhar com ela, pelo que ela impõe esse desequilíbrio. (Durante esta passagem Elias tosse repetidamente)
NATASHA: Mas de que forma se dá isso no caso do exercício? Eu forço e continuo a forçar e o meu corpo diz-me que estou cansada, mas subsiste uma certa flexibilidade, como o facto de poder ir mais além. Nunca tenho a certeza sobre quando parar. Quando não conseguir suprir aquilo que me cobra, eu paro, não será mesmo? (Riso)
ELIAS: O que é uma coisa óbvia, não? (Riso)
NATASHA: Agora, para me compenetrar disso neste momento forço-me a mim mesmo. Preciso forçar-me para começar a mexer-me. Mas assim que o inicie, começo a gostar disso. Mas a pergunta que te queria colocar, é se estarei presente quando o estou a fazer.
ELIAS: Estás.
NATASHA: Significará mesmo estar presente, porque eu sinto-me verdadeiramente bem quando o estou a fazer. Mesmo que seja bastante difícil, e eu esteja cansada, eu sinto um verdadeiro prazer no movimento físico, com a intensidade do movimento.
ELIAS: Deixa que te diga que podes preservar isso de forma muito mais eficiente, eficaz e muito mais tempo se usares dessa acção duma forma mais equilibrada. Por pequenos acréscimos mas mais frequentes e através do que o tempo real que levas na acção se alongue, em resultado do que a sensação se estenda mais...
NATASHA: Faz sentido.
ELIAS: ...do que quando o fazes de modo indulgente e te esgotas. Mas a questão reside no factor parar e iniciar. Esse factor dá lugar à associação de não estares a manter da coisa. Estás a parar ou a iniciar, a parar, a iniciar, e isso também apresenta a ilusão de não estares a empregar tanto tempo, nem tanto volume, quando na realidade estás a gerar mais.
NATASHA: Está bem. Muito obrigado.
ELIAS: Não tens de quê.
NATASHA: Estamos quase no final do tempo. (Para o Daniil: Tens mais alguma coisa a perguntar?)
DANIIL: Certas modalidades de cura, tais como as de Eric Pearl. Ele publicou um livro. Qual foi exactamente a pergunta que me colocaste?
NATASHA: Há um tempo atrás, eu andava a ler o livro de Eric Pearl. Ele é quiropata e manipula unicamente com as mãos e está a tentar ensinar o que descreve. Está a procurar descreve-lo a partir do ponto de vista da física quântica. Acontece que recentemente li o livro doutro quiropata, Richard Bartlett, que também aplica aquilo a que chama a técnica de duas fases através do uso duma técnica ligeiramente diferente. Mas o que percebo por de baixo dessas diferenças aparentes na aplicação é que eles usam... a propósito, ele também, esse Richard Barttlet também traça um quadro descritivo da saúde e insere o campo da física quântica nas apreciações que tece, em relação à influência que a partícula sofre e ao comportamento diferente que apresenta quando é observada e quando não é. Assim, a pergunta que te queria colocar é se eles estarão a usar o mesmo princípio e a mesma força, por assim dizer, ou se os métodos serão apenas ligeiramente diferentes.
ELIAS: São.
NATASHA: Agora; eu queria saber como o poderei fazer. Como poderei envolver-me devido a que os métodos dele e os do Barttlet (inaudível). Tenho o meu lado céptico presente, pelo que te pergunto sobre o que acontece realmente no momento em que se dá essa cura. Entendo que eles facilitem e ajudem a pessoa...
ELIAS: Exacto. Estão a dirigir a energia.
NATASHA: Ah, eles dirigem a energia.
ELIAS: Aquele que recebe permite que isso se efectue e permite-se acompanhar o interveniente, pelo que se permite receber e permite a configuração da energia...
NATASHA: Quem é que configura a energia?
ELIAS: O próprio é quem na realidade configura a energia, mas fá-lo de acordo com o agente interveniente e com o modo como esse agente manipula e estende a energia. De certo modo é bastante semelhante à acção de estardes, digamos, abaixados a atar uma fita enquanto o indivíduo que permanece de pé acima de vós vos dá as instruções sobre o modo como deves fazer o laço. Vós estais a atar a fita...
NATASHA: E estamos a receber instruções da sua parte...
ELIAS: Sim. Na realidade estais a manipular o laço. Estais a produzir esse acto à fita. Mas o outro está, por assim dizer, a estender-vos uma orientação que vos estais a permitir receber.
DANIIL: Muito bem. Eu sou o receptor. O outro indivíduo é um curandeiro ou o agente que intervém enquanto tu és quem recebe a acção.
NATASHA: E o curandeiro conhece o modo porque esta pessoa o faz?
ELIAS: Por vezes. Alguns têm consciência disso. Alguns permitem-se efectivamente prestar uma atenção genuína e avaliar genuinamente e estender a si próprios informação, mas sim, por vezes têm consciência do que estão a fazer em relação à energia e em relação ao modo como a manipulam e o produzem de forma intencional. Alguns permitem intencionalmente que a energia flua com o propósito de cura com a cooperação do outro mas não estão necessária nem inteiramente objectivamente conscientes do que estão a fazer nem do modo como o estão a fazer.
NATASHA: Estão apenas a faze-lo.
ELIAS: Exacto. Não é necessário que a pessoa conheça a mecânica do que está a operar. Isso é passível de ser bem sucedido em qualquer direcção. Quer o indivíduo tenha ou não consciência dessa mecânica, ela pode igualmente tornar-se bem sucedida. O que tem mais importância é a intenção.
NATASHA: Está certo, mas se, digamos, e para falar no meu próprio caso, seria eu capaz de fazer algo que se encontre em mim própria ou de ajudar alguém? Seria capaz de o fazer?
ELIAS: Eras.
NATASHA: Qualquer um seria?
ELIAS: Sim, é uma questão de tomardes consciência da energia, de a reconhecerdes como uma coisa bastante tangível e real. Não uma coisa invisível e elusiva. Essa é a razão porque sugeri a muitos que sentem o desejo e curiosidade pelo campo da cura e pela manipulação da energia para praticarem o exercício de verem a energia. O que na realidade é muito mais fácil do que aquilo que as pessoas entendem.
NATASHA: Eu tento fazê-lo. Mas tudo o que percebo é um esboço.
ELIAS: O que constitui um começo; isso é suficiente. Isso é o começo. O que fizeste foi desvalorizares o que estavas a fazer: “Eu não consigo”, “Tudo o que percebo é um esboço”. Isso é desvalorizar, o que te impede de te estenderes mais longe.
NATASHA: Penso que se deva a alguma razão da óptica. É por essa razão que o desvalorizo.
ELIAS: Não. É muito real.
NATASHA: Mas o esboço em todas as coisas que vejo...
ELIAS: Sim, tens razão. Por isso eu digo-te que a vês. Estás a consegui-lo. E se a consegues perceber a circundar cada manifestação, qualquer objecto, digo-te que o estás a manifestar de forma muito mais natural e fácil que a maioria. Na realidade trata-se duma acção fácil de empreender. Até mesmo os objectos da vossa realidade física incorporam um campo de energia. Seja o que for. Quer julgueis ser animado ou inanimado, eles incorporam um campo de energia. Aquilo que julgais possuir vida, ser animado, na maioria das vezes possui um campo de energia mais complicado por existirem mais facetas envolvidas e o campo de energia do seres vivos sofrerem alterações enquanto nos objectos tender a tornar-se consistente. Mas tu já a percebes.
NATASHA: Só sei como devo olhar as coisas, isso é tudo.
DANIIL: Mas aquilo... (inaudível)
ELIAS: Sugiro-te que te permitas aceitar o que te soar verdadeiro e que não aceites tudo o que for é apresentado.
NATASHA: Fico-te muito agradecida.
DANIIL: Só uma muito rápida, eu também li o livro e permito-me entrar num estado em que a sinta entre as minhas mãos. Por isso, quando a sinto, tem uma sensação muito agradável. Mantém-me focado e mantém-me presente. Gosto da sensação. Por vezes penso que seja estúpido, mas ainda gosto de o sentir. Gosto desse estado mas, será de alguma valia?
ELIAS: É! A energia é bastante tangível e real. Sois capazes de a sentir. Podeis vê-la.
NATASHA: Apenas precisamos ter consciência do modo como... do que fazer (com ela).
DANIIL: Quando estava a tentar ajudar um amigo meu através da visualização da sua aura de energia e estava a dizer para comigo próprio, “Quero que ele se sinta melhor, quero que ele se sinta melhor” e a expandir isso, etc. Eu estava realmente a enviar-lhe energia?
ELIAS: Estavas. Mas lembra-te que isso também depende da forma como o indivíduo recebe essa energia, mas sim. Se efectivamente projectas essa energia? Se estás com isso a causar impacto? Estás!
NATASHA: Fico-te imensamente grata.
ELIAS: Não tens de quê, como sempre. Fico na expectativa do nosso próximo encontro, e de todas as vossas curiosidades. Ah ah ah.
NATASHA: Obrigado. Ah ah ah.
ELIAS: A ambos, com um enorme afecto e um enorme carinho, meus queridos amigos, au revoir!
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