Session 25
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Psychology, belief systems, essences, and more

Topics:

Energia e Impulsos




Quarta-feira, 2 de Agosto de 1995


(Versão abreviada)
Tradução de: Amadeu Duarte

ELIAS: Boa tarde… Esta tarde farei um pronunciamento breve com o intuito de vos transmitir apenas um pouco de informação e darei lugar às vossas perguntas. Não vai ser um discurso interminável! (A sorrir) Conduzirei a vossa atenção por breves momentos para o nosso tema da psique endereçando-me à vossa questão dos psicólogos. Já tínhamos falado acerca das vossas crenças religiosas e incluído em parte as vossas crenças do foro científico. Só ainda não tínhamos incluído as vossas crenças psicológicas.

Nesta vossa era a psicologia tornou-se um assunto de debate bastante amplo. Vós recorreis aos vossos psicólogos em busca das muitas respostas para os vossos problemas diários e para os vossos relacionamentos com os outros mas eu digo-vos que com isso apenas estais a encorajar mais a vossa separação. Facultais a vós próprios respostas que parecem validar as vossas experiências e vos permitem sentir que essas experiências são correctas. Todavia dir-vos-ei que a vossa informação psicológica não é mais válida nem positiva do que os vossos sistemas de crenças, devido a que se achem fundadas igualmente em informação negativa. Nos tempos que correm vós dais atenção à informação do tipo que designais como auto-ajuda e adoptais termos como “pensamento positivo”, acreditando que os vossos psicólogos vos prestam um grande serviço ao adoptarem tais ideias. Aquilo que não percebeis é que a vossa psicologia se acha igualmente baseada numa percepção negativa do indivíduo. A psicologia adopta tanta duplicidade de julgamento quanto a religião. Entendo que isto possa causar conflito ao Michael (Mary) e tenho a certeza positiva de que as essências aqui presentes serão partidárias desse ponto de vista.

Acreditais que a vossa psicologia, ao dar-vos atenção, vos proporciona respostas e vos auxilia na vossa atenção mas eu digo-vos que não obstante a vossa psicologia parecer ter evoluído, ela ainda se acha de facto bastante enraizada nos vossos conceitos Freudianos. Se o encarardes de forma realista, havereis de notar que os vossos psicólogos sempre sugerem algum trauma como a origem da vossa condição. Eles desvalorizam o indivíduo e não admitem a Essência. De acordo com eles, não passais dum ser físico pertencente ao momento actual. Eles não aceitam qualquer “Além” e muito menos a Essência. Não se atrevem nem sequer a conceber crenças religiosas tão simples quanto a da alma. Devido a que se baseiem numa informação do tipo científico eles dispensam todo um volume de informação menos pessoal ou sem associação com o indivíduo, num modo de procedimento idêntico ao das outras disciplinas científicas.

A ciência dos vossos dias não dá atenção ao indivíduo nem tampouco a algo que se situe para lá do que seja fisicamente percebido. * Segundo a percepção que têm, tanto o vosso mundo como o vosso universo e vós próprios não passais dum caldo caótico e errático de átomos destituídos de consciência destituídos de qualquer existência para além da vida físico. Os vossos psicólogos acabarão por vir a considerar ligeiramente mais o indivíduo, porém só numa certa extensão. Observareis que os poucos psicólogos da actualidade que penetraram o “além” inerente a esta manifestação física se acham estarrecidos e na incerteza quanto ao que fazer com tal informação. Pensam que talvez devam escrever um livro (A sorrir) acabando desse modo por partilhar essa informação sob pesado risco para as suas carreiras profissionais porque as ideias estabelecidas pela psicologia incluem uma abordagem básica e unilateral do indivíduo: “Oh não, os demais psicólogos hão-de franzir o sobrolho com relação a isto!” Além disso encorajam o indivíduo em situações de falta de confiança em si mesmos.

Já discutimos a importância dos impulsos. Este constitui um tema suculento para os psicólogos; os impulsos são uma “coisa má”. Eles não querem que sigais impulsos mas que analiseis aquilo que fazeis; querem que investigueis o vosso passado bem como todos quantos influenciaram esse vosso passado. Eles propiciam condições de suspeição, e depois sugerem que penseis em termos “positivos”! (A sorrir) E eu pergunto-vos de que modo podereis pensar positivamente quando sois encorajados a pensar que tudo que vos rodeia é negativo? Os vossos psicólogos seguem directamente o mesmo curso dos vossos cientistas ao expressarem que o homem é responsável por todos as maldades do mundo, por assim dizer. Impulsos inadvertidos darão lugar a assassinos em série, a violadores ou a desordens psicológicas no indivíduo. Mas isso está tudo bastante errado porquanto os impulsos previnem essas ocorrências quando são auscultados ao invés de bloqueados. Se as vossas crianças não fossem bloqueadas nos seus impulsos e não lhes fosse incutido que não devem expressar-se dalguma forma em particular, haveríeis de descobrir que eles o expressariam de diferentes formas controladas e esporádicas, sem terem necessidade de se expressarem em termos negativos nem violentos; desse modo, ao passarem à fase adulta não sentirão necessidade de expressar comportamentos negativos ou inaceitáveis, segundo a vossa consideração.

Os vossos psicólogos tiveram enorme influência no encorajamento desses defeitos na sociedade. Torna-se bastante difícil pensar em termos positivos e fazer uso de afirmações acerca da vossa própria perfeição, ao mesmo tempo que a vossa psicologia vos afirma que sois todos cheios de falhas e deformações devido à vossa experiência. Além disso encorajam todo o indivíduo a não se responsabilizar pela sua vida. Não precisais ter sentido de responsabilidade por vós próprios uma vez que a vossa mãe, ou o vosso pai, ou tio ou quem quer que tenha sido abusou de vós no passado, ou se vos encontrais em meio a um relacionamento que vos é doloroso. Os vossos psicólogos reforçarão essa falta de responsabilidade. Existem muitos que se irritarão comigo, estou bastante certo disso. (1)

...

Digo-vos que ao referir que sois vós quem cria a vossa realidade, isso não significa que o façais em determinadas alturas. Não quer dizer que crieis a vossa realidade quando atingis os sessenta. Vós criais a vossa realidade desde o momento da concepção! Vós elegeis as vossas opções. Vós escolheis as situações. Vós escolheis as vossas experiências de vida, assim como as crenças. A psicologia não vos auxilia! Além disso também é bastante interessante o modo tão distorcido como interpretam a vossa consciência, da forma como constroem, inscrevem e circunscrevem sem que nem sequer possais mais perceber quem sois, devido a que tantas coisas vos influenciam a consciência sem que tenhais, obviamente, qualquer controlo. Não passais duns bananas moles que andam para aí ao sabor da corrente sempre prontos a ser calcados! (Sorri acompanhado por riso) Não creio que vos vejais dessa forma. É bastante fácil aceitar a psicologia. Porque razão não haveria de ser? Ela livra-vos de todas as vossas experiências e de toda a responsabilidade, e estamos todos tão preocupados em acorrer a salvar alguém!

Vou apresentar-vos isto como uma introdução. Tenho consciência de que o Michael vai apresentar muitas interrogações e discussão (Comentário da Mary: “E tens toda a razão!”) Todavia, podeis dizer-lhe que se ele acreditou que o pequeno debate que tivemos acerca dos universos foi perturbador, então com relação a este assunto da psicologia tenho muito mais a dizer! Tal como referi, no que respeita à percepção que têm, os vossos psicólogos encontram-se bastante por fora, mas eu irei permitir que ele pense sobre estas coisas e me ponha à prova porque isso dará lugar a uma expansão, e eu estou sempre pronto para desafios! Podeis colocar as vossas perguntas. (Pausa)

PERGUNTA: Tenho uma pergunta rápida acerca deste assunto. Então todo o tempo que as pessoas investem em terapias contribui apenas para uma maior separação?

ELIAS: Elas procuram respostas que as façam sentir-se melhor. Elas já criaram a separação, e estão em busca de algum tipo de resposta, devido a que não se sintam “lá muito bem”. Podem não ter confiança nas abordagens da religião e pensar que a ciência não lhes oferece elementos de recurso. Desse modo voltam-se para aqueles que se especializam no campo da mente, porém, infelizmente esses profissionais que se especializam no campo da mente nem sequer entendem aquilo em que a mente consiste! Apenas acreditam saber. Eles dir-vos-ão que são peritos no assunto. E eu digo-vos que podem até assumir uma reflexão amplamente elaborada e um extenso vocabulário mas o seu entendimento da realidade não passa a ser por aí além. Digo-vos que qualquer garoto de três anos possui mais entendimento acerca da realidade, devido a que estejam mais ligados a ela. A terapia que esses indivíduos buscam não se presta a um alargamento da consciência. Aí eles não encontram respostas. Quem responde é a sua Essência, mas não o faz por meio dos seus psicólogos. É por tal razão que havereis de ver que aqueles que recorrem às terapias vêem essa mesma busca prolongar-se por anos. Eles não recebem as respostas que procuram. Se as recebessem não continuavam na terapia. Não quer dizer que eles se estejam a separar-se mais com isso. Tal como o referi, eles já deram lugar a essa separação. É isto que faz com que continuem a sentir-se confusos e em conflito, por não compreenderem o modo por meio do qual podem voltar a viver em união e andem em busca dalgum tipo de resposta.

Existem certos psicólogos que, a nível individual, detêm uma maior compreensão, razão porque, em parte, poderão constituir uma mais valia no auxílio. Mas no geral, em termos gerais e não a nível individual, os conceitos avançados pela ciência da psicologia acham-se bastante incorrectos. Já tivemos ocasião de referir algumas das suas concepções erradas, no que respeita as desordens psicológicas, que eles percebem como situações de insanidade; ao revelarem-se incapazes de as controlar ou curar, limitam-se a afectar a química do vosso organismo de forma temporária, o que por si só, se revela mesmo como uma tentativa bastante pobre. (Pausa)

...

PERGUNTA: Poderás apresentar alguma sugestão sobre como lidar com uma pessoa como aquela que não teve, digamos, a chance de se exprimir quando criança e por essa razão exprime comportamentos menos aceitáveis?

ELIAS: Esse indivíduo já deu lugar à criação do seu “geyser”**. Deviam lidar com ele do mesmo modo como lidais convosco próprios, expressando-lhe informação conducente a uma (profilaxia) prevenção para a criação desse geyser. Digo-vos que o meio efectivo para revelardes qualquer coisa junto de outro indivíduo consiste em não vos focardes nele, não o focardes objectivamente. Ao permanecerdes alicerçados na separação, torna-se bastante natural que defendais o vosso espaço. Defendeis a vossa própria individualidade e a vossa concentração, e além disso foi-vos dito que é aceitável que vos expresseis e vos cinjais à vossa identidade na sua qualidade de distinção e individualidade. Foi-vos inculcado que estais certos ao ater-vos às vossas crenças.

Portanto, sendo colocados diante dum desafio, antes mesmo de pensardes, já estais de forma automática defender-vos. É muito mais fácil expressar-vos junto dum indivíduo em termos que não o objectivem directamente. Todos os princípios... (A Mary retoma a consciência de forma inesperada, interrompendo o discurso) (2)



ELIAS: (Para a Vicki) Estávamos a debater a tua questão antes de sermos interrompidos de forma tão rude. (Riso) Se desejardes que continue com isso, acederei amavelmente... A resposta que obtiveste foi suficiente?

PERGUNTA: Foi sim.

ELIAS: Podia deixar o Michael explicar-te a ideia que tem sobre o assunto, já que ele estava tão aflito para voltar! Eu vou explicar àqueles que se acham presentes que, ao permanecerdes tão próximos ao vosso corpo físico, em consciência, não obstante poderdes deixar de escutar o que se passa ao vosso redor, a vossa consciência tem amplo conhecimento disso. É por isso que podeis reagir fisicamente - não obstante poderdes não ter percebido de forma consciente que tínheis consciência do que se passava ao vosso redor. Podeis não ter consciência dos elementos materiais que vos rodeiam se vos tiverdes estado a projectar para além deles; mas se permanecerdes assim tão próximo, vós afastais apenas determinados elementos que vos distraem a concentração. Podeis experimentar esse mesmo fenómeno por meio do vosso estado de meditação...

PERGUNTA: Tenho uma pergunta a fazer-te. Já tentei anteriormente concentrar-me nos meus sonhos; tenho consciência de não o ter tentado de modo afincado, todavia eu tentei. Será a dificuldade disso apenas dependente da pessoa?

ELIAS: Há-des descobrir que muitos encontram um certo grau de dificuldade. O teu problema pessoal está em que tu não o procuras alcançar de forma genuína, devido a que te concentres em não interromper o teu sono, o qual acreditas estar completamente em branco, em termos de inconsciência total. Mas tu ainda interages nesse estado; apenas não te permites recordá-lo. E não to permites recordar por acreditares que nesse caso ficarias cansada. Mas não vais ficar cansada.

PERGUNTA: Por vezes penso que se me concentrasse antes de adormecer, acabaria por não adormecer e ficaria acordada a noite toda.

ELIAS: Eu duvido que isso aconteça! (A sorrir) Eu sinto-me bastante ligado a ti enquanto pessoa e por isso te garanto que não experimentarás qualquer dificuldade em adormecer. Afirmo-te que se puseres a cabeça sob o travesseiro, adormecerás rapidamente! (Riso) Isso não passa duma desculpa.



ELIAS: Ficarás surpreendida com o modo esplêndido como te vais sentir assim que tiveres começado a actuar no estado de sonho. Também podes surpreender-te com as respostas que a tua Essência te facultará, em resolução de questões que te encontras a experimentar. (Pausa)

PERGUNTA: Será o estado meditativo idêntico ao estado de sonho?

ELIAS: Pode ser. Há aqueles que têm muita prática em meditação e que são capazes de alcançar um estado de consciência tão profundo quanto o do estado de sono, ao mesmo tempo que permanecem plenamente conscientes. Em meditação isso requer enorme disciplina e prática. O mais provável é que penetreis noutro estado de consciência. Existem muitos estados de consciência que designaríeis como “alterados”. Todos eles são bastante normais, porém, não perfazem a vossa consciência de vigília convencional. Assim, designais esses estados como sendo “alterados”. Existe uma infinidade de graus de consciência que podeis alcançar por meio da meditação. Podeis descobrir ser mais difícil atingir o estado de sono em meditação, razão porque vos encorajei a concentrar nos sonhos, por se tratar duma acção que alcançais com facilidade todos os dias. Não tendes que praticar esse estado mas apenas a sua recordação.

PERGUNTA: Essa é a parte mais difícil que eu descubro porque quando medito percebo e visualizo bastante a maior parte das coisas que consigo visualizar através dos sonhos; sou capaz de recordar tudo o que me é dado perceber num estado meditativo enquanto que não consigo lembrar-me lá muito bem dos sonhos que tenho.

ELIAS: A razão porque o alcance dum estado semelhante ao estado de sonho por meio da meditação exige muita disciplina e bastante prática prende-se com o facto de, no vosso estado de sonhos vós vos encontrardes numa porção da consciência que se acha numa posição bastante remota em relação ao vosso estado de vigília. Esse estado de consciência é bastante mais profundo do que a maioria dos estados de meditação.

Na meditação permaneceis ainda bastante cientes da vossa consciência, facto esse que vos faculta a lembrança. Na vossa prática do estado de sono podeis deparar-vos com muito mais do que sois capazes de encontrar no vosso estado meditativo, unicamente devido a que façais parte da vossa cultura ocidental, e não tenhais recebido a prática da meditação desde a infância. Isto não quer dizer que esse mesmo estado de consciência se torne impossível de alcançar. Apenas exige um muito mais consciente desprendimento. No vosso estado de sono não precisais sentir permissão para vos soltardes; conseguis isso de forma automática. No estado meditativo, todavia, necessitais obter essa liberdade. (Pausa)

PERGUNTA: Queria perguntar o seguinte: Existirá alguma verdade na questão da “árvore da vida” e da “árvore do conhecimento”? E a existir podes explicar?

ELIAS: (A sorrir) Trata-se dum conceito complicado esse. Dir-vos-ei, antes de mais, que isso assenta numa crença. Também vos direi que todos os conjuntos de crenças traduzem alguma verdade. As vossas religiões distorceram a verdade, como de resto tudo, no foco físico, é distorcido. Associastes simbolismo a ideias ou a conceitos que não passam de explicações que encontrais para questões que foram suscitadas como consequência da separação. Na realidade, essa árvore do conhecimento e árvore da vida consistem de expressões simbólicas da vossa Essência, sendo a vossa Essência aquilo que possui todo o conhecimento e do que vos encontrais separados na vida física.

A vossa árvore da vida consiste na representação simbólica daquilo que na vossa vida material interpretais como sendo Deus, apesar de na realidade referir de facto a vossa Essência, porquanto vós sois o mesmo que o Todo Universal Uno. Por isso vós sois criadores e animadores de todas as coisas. A vossa Essência estende-se muito para lá da compreensão que tendes na manifestação física. Esse conceito, à semelhança de muitos outros conceitos do campo religioso, também contém elementos de verdade. A ideia do homem como criador duma situação que o levou a separar-se conceptualmente da árvore do conhecimento está bastante correcta, porque ao dardes lugar à criação da vossa manifestação física vós separaste-vos da Essência, criando desse modo uma barreira entre o vosso foco físico e o conhecimento.

Tal como referi, haveis de descobrir a existência duns tantos elementos “fidedignos” em muitos dos vossos enfoques religiosos. Até ao momento não nos expressamos em profundidade acerca de ideias e conceitos tais como o de Buda nem de Jesus nem de outras Essências, porém digo-vos que a mensagem que eles expressaram continha mais verdade do que podeis alcançar. Só que foi bastante distorcida. Do mesmo modo, certos elementos das manifestações físicas desses indivíduos, conforme lhes chamais, foram distorcidos por meio de toda a informação do campo religioso; mas assim como também referi, isso foi bastante propositado. Tratou-se duma criação imaginativa por parte da vossa consciência colectiva destinada a fornecer-vos uma explicação para a separação, e dir-vos-ei também que foi alcançado de forma muito bela e engenhosa.

...

Notas:
(1) Por favor, tenham presente que esta foi a primeira sessão que “inspirou a Mary (a médium) a anotar uma longa lista de perguntas e argumentos, a qual trouxe na sessão seguinte, com a exigência de que fossem colocadas! A parte inicial dessa sessão seguinte (6 de Agosto) revela-se bastante interessante e consiste num excelente exemplo do quanto alguma dessa informação entra em conflito directo com as suas crenças.
(2) Logo após a palavra “princípios” ter sido pronunciada o gato saltou para as teclas do piano. A Mary reagiu imediatamente voltando à consciência arregalando muito os olhos e fazendo uma expressão facial de surpresa! Supomos que o súbito ruído tenha causado isso, apesar de em sessões anteriores se terem dado interrupções de todo o género, nos quais Elias parece não ter “perdido pitada” Por alguma razão aquele ruído em particular revelou-se como uma interrupção, bem como um pequeno choque para todos nós, incluindo a Mary!


Notas do tradutor:

*- O sentido aqui referido prende-se com o facto da psicologia se basear em respostas feitas, o mais das vezes arquitectadas com base em estereótipos e fundamentos teóricos ou comprovados numa base empírica sem, todavia, jamais se revelar capaz de enfrentar a condição do indivíduo no seu todo, facto que será tanto melhor compreendido se encararmos que cada indivíduo é um caso singular, e o que serve para uns, ou a massa, não serve necessariamente para outro. Em resultado a sua preocupação centra-se sobremodo numa abordagem das disfunções em detrimento da pessoa.

**- O termo “geyser” traduz uma analogia empregue com o fenómeno natural caracterizado pelo mesmo nome, e que à semelhança do efeito intermitente do acúmulo de tensão exercida pela obstrução do vapor, das nascentes de água quente, fazendo-o jorrar em eflúvios intermitentes.
Aqui é empregue com um sentido psicológico com o intuito de referir fenómeno idêntico, e que responde pelo resultado dum acúmulo de tensões decorrentes do conflito imposto pela negação de impulsos e de emoções, por acção indirecta das crenças, e que contribui para que a energia assuma contornos algo “explosivos”.


Podemos assistir ao fenómeno decorrente da negação dos impulsos conforme são expressos usualmente na área sexual e na puberdade mais concretamente, onde se assiste à eclosão de erupções cutâneas características ao nível do rosto.



No campo emocional, a negação dos impulsos e das emoções pode conduzir a resultados mais ou menos dissociativos, se reflectido na personalidade, ou de comportamentos violentos, quando tardiamente expressa.
Pode-se também entender os impulsos como uma forma de insistência ou de instigação por parte da Essência.


Apesar da psicologia encarar a natureza dos impulsos como elementos intervenientes no quadro da motivação, a par com a pulsão da necessidade, e considere que podem dar lugar à frustração e ao conflito uma vez negados, ainda os encara com alguma ambivalência e certa duplicidade, com a justificação de poder proceder da dicotomia da imperfeição, (à semelhança da Igreja, de resto, com sua noção do pecado original).


Mas a sociedade depende da espontaneidade e da realização individual. A sociedade de que dispomos actualmente encontra-se em dificuldades não por nos termos tornado indulgentes em relação à espontaneidade e à realização do indivíduo mas justamente por as negarmos e as nossas instituições se basearem na premissa de que, entregue a si próprio, o homem no uso pleno das suas inclinações naturais venha a destruir a civilização. Mas, poderemos perguntar, que outra coisa terá sido responsável pela civilização senão as inclinações naturais do homem?

Equiparamos a espontaneidade à irresponsabilidade, e a naturalidade a uma coisa prejudicial. Se usarmos de à-vontade e nos revelarmos tal qual somos, pensamos nada colher disso. Mas o mundo não se acha em apuros por confiarmos em nós próprios mas justamente pelo oposto. As nossas instituições destinam-se a limitar o indivíduo ao invés de lhe permitir que se desenvolva. A guerra resulta por não se permitir que o indivíduo exerça o seu direito de liberdade natural, o que implica que a civilização se veja negada na sua capacidade cultural e o empenho sadio do homem e da mulher que conhecem o seu lugar e a alegria peculiar que cabe à capacidade privada sejam comprometidos.






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