Sábado, 17 de Março de 2007 (Grupo / Castaic, Califórnia)
Tradução de Amadeu Duarte
Participantes: Mary (Michael), Alethia (Azzi), Anet (Alexi), Angela (Kyule), Bobbi (Jale), Brad (Quinian), Britta (Tiku), Carol (Theona), Caryn (Jallo), Cat (Munya), Catherine, Cathy (Shynla), Cayce (Daunelle), Christopher, David (Othello), Debi (Oona), Erlinda (Jaahal), Ester (Ashule), Fran (Sandel), Gabe (Ty-Li), Gail (William), George (Lanya), Hilary, Jan, Jene (Rudim), Jim H (Kai-Jan), Jim P (Yarr), Jo (Tyl), Jody (Katie), Katherine (Claire), KC (Nanaiis), Letty (Castille), Marisa (Melian), Mark (Ogean), Mike (Alandra), Nancy, Pam (Pviette), Pat (Fryolla), Paul H (Caroll), Paul T (Xutrah), Prince (Jonndue), Rex (Ummbya), Rob (Jann), Rodney (Zacharie), Ron (Olivia), Sabrina (Stencett), Sangshin (Fylo), Sharon (Camden), Sheri (Milde), Stella (Cindel), Steve (Yuki), Tracy (Rafaela), Wendy (Myiisha), Will (Aldenn)
(O tempo de chegada de Elias é de 25 segundos.)
ELIAS: Boa tarde!
GRUPO: Boa tarde!
ELIAS: Neste dia iremos debater sobre os “porquês”, como é que a energia opera, e sobre a importância – bem como sobre a importância relativa a essa importância! Começaremos com os “porquês” pois tanto quanto me dou conta essa é a vossa questão favorita. (Risos) Porquê, porquê, porquê! E como já procurei alterar, durante uma certa extensão de tempo, o “porquê” num “o que” e vocês continuam a agarrar-se aos “porquês”, iremos explorar a questão dos “porquês”.
Quando criam uma experiência qualquer que não desejavam, a primeira questão que colocam é: “Porquê? Porque razão criei isto, porque estarei a criar isto?” A segunda questão que colocam é: “Se criei isto, será que realmente queria o que pensava que queria? Talvez tenha pensado que queria tal coisa porque, na verdade, não o criei.” E começam a entrar em convulsão e a interrogar-se sobre os porquês. Desse modo voltemos a interrogação para nós próprios.
Porque, muitos de vós acham-se bastante inteirados sobre a informação que vos dispensei durante um largo tempo e aquilo que fizeram com a sua assimilação foi gerar certas áreas de claro e escuro como: “Elias referiu isto portanto deve ser absolutamente correcto e deve referir uma coisa precisa.” Não necessariamente! Todavia, é desse modo que processam a informação.
Com isso, vocês originam o oposto do que previamente tinham gerado. Antes, a resposta inicial que davam às experiências do que não gostavam consistia em culparem alguém exterior a vós. Porém, à medida que assimilam cada vez mais esta informação, vocês agem pelo inverso: “ Não deve ser nenhum elemento exterior a mim que está a ocorrer. Por isso, devo ser eu que estou a criar toda a minha realidade” – o que é um facto! “Além do que, se estou a criar a minha realidade toda, então devo estar a criar esta experiência, sem o envolvimento de quem quer que seja nem de circunstância alguma. É tudo obra minha e por isso não devo estar a usar da compreensão ou então estou a bloquear, ou encontro-me fechado, porque estou precisamente a criar aquilo que não quero. Todavia, não deve ser isso o que eu quero, porque na verdade não criei o que queria. Em resultado, encontro-me numa confusão total, porque agora já não sei o que realmente quero, pois é bastante óbvio que o não estou a criar!”
Compreendam que muitas vezes vocês SABEM aquilo que querem mas não criam necessariamente isso. Tenho vindo a dirigir-me a este mesmo cenário vezes sem conta, contudo tenho consciência de que talvez o modo como o tenho vindo a fazer, fornecendo explicações, possa representar uma expressão que não consigam assimilar com exactidão. Por isso, vamos adoptar uma abordagem diferente.
Agora, isso deve deslocar a nossa atenção para a questão de como a energia opera. Permitam que vos expresse uma vez mais que o pensamento não é o que cria a vossa realidade mas que a traduz tão só, além de poder constituir um factor de peso nessa mesma realidade. Apesar de poder causar-vos certas disfunções e convulsão, entre outras deformações, o pensamento é capaz de traduzir duma forma geral - porém de um modo preciso - a informação que lhe proporcionam. Portanto, ele torna-se num factor a considerar no modo como criais; não cria a vossa realidade mas opera como um factor no modo como a criais. Além disso, aquilo que fazem torna-se num factor, do mesmo modo que as vossas associações.
Agora; permitam-me que os esclareça. Muitas vezes as associações expressam-se na forma de sentimentos. Por isso, a união dos sentimentos que se constituem nas associações que gerais com relação a um qualquer assunto, com o processo do pensamento que puseram em marcha com tais sentimentos - além daquilo que na verdade estão a empreender - constituem os factores que vos influenciam a percepção, a qual, na verdade, cria a vossa realidade.
Com tudo isto, o que vos proponho, de acordo com a celebração do vosso presente feriado, é que encareis a vossa energia como um duende. Todos vocês têm consciência de que os duendes são mágicos e são capazes de conceder a realização de desejos. Agora, a vossa energia constitui o vosso duende pessoal. Todavia, o vosso duende não possui a capacidade de distinguir entre o “bem” e o “mal”: ele apenas vos concede o desejo, seja qual for a forma como tenha sido expressado, em termos de bom ou mau, confortável ou desconfortável. Por isso, se gerais acções no sentido de “não ser suficiente”, o acto em si mesmo, os sentimentos, as associações e o pensar, o mecanismo do pensamento, associado a qualquer manifestação, não tem importância – pode ser “insuficiente” numa expressão de quantidade – como na vossa percepção do dinheiro; pode não ser “suficiente” com relação a uma qualquer expressão que se enquadre nas vossas associações de pouco, como por exemplo pouco pão. Não importa o assunto que refere – é “insuficiência” que estais a expressar.
Desse modo expressais ao vosso duende uma declaração e o vosso duende responde-vos no seguinte modo: “Muito bem, terás aquilo que esperas.” E apresentar-vos-á precisamente aquilo que tereis expressado. Pouco importará para o vosso duende que gosteis ou não do resultado. Vocês avançaram com um pedido e ele respondeu-vos em conjugação com esse pedido. Isto resume toda a simplicidade da energia. Onde reside a verdadeira dificuldade é justamente em reconhecê-la e prestar-lhe atenção.
À guisa de exemplo, podem concentrar-se de forma bastante consistente na carência de qualquer coisa, porém, a única área em que prestarão atenção a isso será a do dinheiro. Estais continuamente a expressar carência nas vossas acções e associações, porém, podem não conseguir identificar isso e não o notar no vosso processo de pensamento. Podem acercar-se do frigorífico e, num instante, ao olhardes para o seu interior, notarem que dispõem de muito pouco sumo. Gerais e expressais de imediato um associação: “Não tenho sumo que chegue.” Pode ser que não chegueis a PENSAR exactamente isso, porém, a associação não deixará de ser expressada; a energia encontrará expressão. O pensamento imediato que se aflorará em vós será: “Preciso ir ao supermercado comprar mais sumo” e não mais dareis qualquer atenção à questão. O momento esvaiu-se e não notaram nada. Não terão tido consciência da energia que terão expressado externamente.
Podem deparar-se com a situação de estarem a abastecer o veículo, e ao dirigirem-se ao balcão para pagar, verificarem que não possuem dinheiro que chegue. Talvez falte apenas um dólar à soma que têm que pagar. Imediatamente expressais essa “falta” e a associação ligada a ela. Também descobrireis de imediato um modo de rectificar a situação e prosseguireis. Deixareis de perceber a energia que expressastes ao dispensar-lhe pouca atenção - além do embaraço - que constitui outra prova de carência, pois por esta altura acham-se privados da autoconfiança e da vossa própria expressão de valor, porquanto estareis a desvalorizar-vos, e em seguida passarão a sentir depreciação pessoal, frustração ou a tornar-vos encolerizar-vos convosco próprios por terem originado tal situação de embaraço. Isso tudo há de compor essa gerar da carência.
Vós projectais energia com cada acto e a todo o momento dessa vossa realidade. Não existe um único momento na vossa realidade em que não produzam energia e essa mesma energia que gerais atrai para vós precisamente a mesma coisa. Vós atraís automaticamente a mesma energia que projectais.
Podeis visualizar neste mesmo instante. Fechai os olhos e visualizai o vosso corpo em pé. A partir do vosso corpo estende-se uma onda de choque de energia que se move com o ímpeto, a intensidade e a distância duma explosão nuclear, neste momento. Isso revela o quanto a vossa energia é vigorosa. E o seu poder, à medida que gera essa onda de choque que se propaga até ao exterior, dá origem a uma acção semelhante à dum magnete - do mais poderoso magnete que possais imaginar. Tal magnete atrairá a si qualquer expressão que se enquadre ao que estiverem a projectar. Tratará de encontrar de forma intencionada qualquer expressão ou manifestação que se iguale à energia que estiver a ser exprimida.
Já tive ocasião de referir repetidas vezes que as imagens objectivas são bastante abstractas. Por isso, em relação a determinada forma de energia, vós podeis fazer atrair milhares de diferentes tipos de imagens para vós que todas elas se associarão a esse tipo de energia. Quando um indivíduo expressa: “Porque razão faço isso? Porque razão crio isto?” os moldes em que respondeis a tal pergunta consistem em avaliar o que estão a fazer, bem como aquilo que têm estado a fazer: aquilo que têm estado a fazer e a mover em termos físicos, mas também o que estais a empreender intimamente, que tipo de associações estais a gerar.
Um indivíduo pode ser capaz de perceber que gera este tipo de concentração em relação com o aspecto do “dinheiro insuficiente”. Utilizo este exemplo em particular porque muitos, muitos indivíduos mesmo, se preocupam com o dinheiro. Não importa o quanto eu vos expresse que o dinheiro é uma das mais fáceis manifestações que podeis gerar; a maioria de vós não acredita nisso.
Portanto, digamos que percebeis estar a concentrar-vos na insuficiência do dinheiro e que decidem opor-se a isso. Escolhem começar a gerar afirmações a fim de alterar o padrão do pensar. E aí adoptam a afirmação: “Talvez eu gere abundância; eu mereço obter dinheiro; eu desejo ser rico”. Passam a utilizar esta afirmação dia após dia mas não produzindo qualquer diferença ficais frustrados. Talvez reforceis as vossas impressões e expressais para convosco: ”Talvez não tenha gerado as afirmações com suficiente empenho, ou as não tenha gerado as vezes necessárias durante o dia” e o passeis a praticar por todo um mês sem verdes qualquer alteração que se reflicta na vossa realidade. Porquê?
Isso consta unicamente numa mera acção que empreendeis. Podeis proferir palavras, porém, ao que estarão elas associadas? Traduzirão uma presença? Não. Vós SENTIS as palavras que proferis? CONHECEIS isso no vosso íntimo? Estareis a gerar atitudes que expressem esse saber com relação a já vos encontrardes a dar lugar à sua criação? Não. Estais a concentrar-vos na carência com relação ao leite, à falta de tempo, à falta de energia, àquilo de que sentis falta nas vossas relações, ou na vossa falta de controle sobre as vossas situações e circunstâncias. Porém, vós não estais a prestar atenção a nenhuma destas formas de expressão nem tampouco a perceber qualquer destas expressões de carência.
Estais a concentrar-vos nas vossas afirmações enquanto continuais a expressar: ”Estou a criar isso?” Não o estais a criar porque a vossa energia não se está a mover nessa direcção. Ela move-se na direcção que o vosso duende imprime ao expressar: “Oh, queres insuficiência? Então podes colhê-la!”
Surpreendeis-vos a vós próprios em momentos em que gerais certos tipos de expressão do que desejais e expressais de novo: “porquê? Porque consegui realizar isto quando não consegui realizar noutra direcção?” Porque razão terão realizado numa direcção (como essa)? Devido a que não vos achásseis a questionar-vos mas antes a confiar - cujo termo (confiar) tenho absoluta consciência de que a maioria de vós continua a não entender - porém, a confiança não envolve questionamento. Confiança consiste na ausência de dúvida. Por vezes, vocês expressam, em termos suficientemente categóricos, uma ausência de dúvida e um certo sentido de conhecimento isento de interrogação quanto ao que estais a fazer, e conseguem-no. O que, na verdade, é bastante fácil!
Na verdade é bastante mais fácil gerar aquilo que pretendem do que deixar de o fazer, porquanto quando vos meteis a gerar aquilo que desejais estais continuamente a opor-vos a vós próprios e continuamente a projectar energia a TENTAR... Porém, tentar não significa conseguir. Não se trata duma questão de tentar mas de fazer. Trata-se de dar o passo, não obstante o aspecto que esse passo possa assumir no vosso conceito, do acto de lhe dar origem e expressão no vosso íntimo; Trata-se do conhecimento, não de que o realizareis, mas de que o ESTAIS a conseguir.
Em geral, e de modo bastante diverso das ocasiões em que vos conseguis surpreender, o modo como funcionam em termos de operação de energia dá-se por meio da adopção de processos. Esta é a razão porque se torna importante prestar atenção para com esses processos e para o que estais a fazer no momento, alcançando uma consciência de presença. Cada acção que gerais, enquadrada num processo, constitui uma acção que já está a operar aquilo que desejam e cada acção dessas que geram cria ramificações invisíveis, por assim dizer, ramificações essas que brotam do vosso arbusto em crescimento (Elias alude aqui a uma metáfora que empregou noutras ocasiões chamada A História do Pequeno Rebento, Staight Little Sapling, no original). Portanto, vós não tendes atenção para com a forma como tais ramificações se formam, mas se prestardes atenção ao processo da sua formação podereis manipular-lhe a forma. Desse modo muito pouco ou nenhum desvio na direcção resultará porque se possam interrogar “porquê” - uma vez mais porque vocês podem antecipar-se. Conhecereis a vossa direcção e não a questionareis.
Outro factor (envolvido nesta consideração) consiste na importância - o que tenho vindo a debater junto de outros indivíduos. Vocês tomarão atenção para com aquilo que se torna importante para vós, a despeito do que possa ser. Se a vossa realidade comportar qualquer expressão de que não gosteis, vós prestareis atenção a ela porquanto o “não gostar” torna-se factor de importância. Portanto, continuam a prestar atenção a isso. Quanto mais energia investirem numa direcção em particular tanto mais a actualizareis. Desse modo, o reconhecimento do que expressais em termos de importância torna-se significativo. “Sinto esta dor de cabeça de que não gosto nem um pouco; isso é importante porquanto desejo que a dor de cabeça se dissipe e desapareça , o que valida a importância da minha aversão por ela”. Quanto mais a dor de cabeça persiste tanto mais essa aversão se torna importante e aí vós concentrais-vos.
Aquilo que é mais encorajador, em meio a toda esta fatalidade, é o facto de, a qualquer momento, poderdes alterar o impacto da vossa energia. Podem redireccionar essa onda de impacto e o modo pelo qual o podem empreender passa pela tenção e pelo alinhamento com o que estais a sentir, bem como com as vossas associações; aquilo que pensais - pela tradução disso que fazeis. Assim como aquilo que estais a operar em conjugação com a vossa intenção. Um método efectivo que podeis adoptar passa pela visualização momentânea. Ao invés de meramente pensarem ou expressarem “Pretendo este resultado” procurem gerar uma visualização pela qual sintam incorporar o mesmo resultado, e pelo qual sintam que o obtêm de facto. “Eu quero a bicicleta”. Permitam-se incorporar, ainda que por um breve momento, uma breve visualização através da qual se perspectivem realmente a tocar a bicicleta, a conduzirem-se em viagem nela. SINTAM-SE nela, SAIBAM que ela já vos pertence. Mesmo que ela não se materialize como que por magia diante de vós no decorrer desse momento, saibam que já a possuem. Portanto, não se trata de ter que ser adquirida. Nesse ínterim continuem a prestar atenção para com esse processo - aquilo que estais a operar. Isso é significativo porquanto, a despeito de, aquilo que estiverdes a mover poder encontrar-se associado com a bicicleta ou não, tudo o mais que estiverdes a pôr em marcha se acha interligado. Assim, (e a título de exemplo) quando gerais a acção de criar uma sanduíche e sentis frustração por não terdes suficiente rosbife para lhe meter no meio, isso acha-se associado com essa bicicleta. A imagem que empregais pode ser completamente diversa, porém, o padrão de energia expresso impede-vos de materializar essa bicicleta.
No momento em que vos dais conta de não terdes suficiente rosbife para a sanduíche, ao invés de expressardes uma onda de choque dessas, procurai notar aquilo que expressastes. Podeis sempre alterar isso nesse momento se expressarem: ”Isto é suficiente; plenamente satisfatório.” Permitam-se tirar proveito dela – não de a ingerir enquanto expressam para convosco próprios: “Ah, como esta sanduíche é desagradável! Já sabia que não possuía suficiente rosbife e em lugar disso tudo o que me resta é pão sem paladar, devido à carência.” Essa é uma das ondas de choque que cria um impedimento, uma barreira com relação à vossa bicicleta.
Porém, se se permitirem um relaxamento e a apreciação do acto de terem criado uma sanduíche e desfrutarem de um reconhecimento do tipo: “Esta é a sanduíche que consegui obter; Deixa-me saboreá-la” mesmo a despeito de não incorporar suficiente rosbife, a onde de choque que formais altera-se e vai influenciar a manifestação da bicicleta em toda a extensão do processo.
Na verdade, os princípios que assistem à criação da vossa realidade são bastante simples, não obstante gostardes de os complicar. Mas eles são bastante simples. Trata-se unicamente de perceber e prestar atenção de um modo genuíno àquilo que estais a operar. Porque, à semelhança do exemplo das afirmações que empregais, expressais a hipótese de operardes o oposto do que é contido nas afirmações. Mas além disso o indivíduo pode expressar essas afirmações ao mesmo tempo que carrega a preocupação pelo pagamento das contas ou em relação ao rendimento. Por isso é que as afirmações resultam anuladas.
Por tudo isto, sugiro que procurem incorporar alguns momentos, durante o vosso intervalo, para poderem contemplar esta acção da onda de choque bem como do que empreendeis (com ela) pois quando regressar (do intervalo) vou interrogar-vos sobre as vossas carências e sobre as interrogações que mantêm com relação ao que põem em marcha, que não compreendem e sobre o que se interrogam: “Porque é que operei isto?”
Vamos fazer um intervalo!
(Elias parte após 41 minutos de sessão; o intervalo dura 42 minutos.)
ELIAS: Continuando! Qual de vocês se oferecerá para iniciar?
RODNEY: Aqui fala o Rodney. Isto acontece-me frequentes vezes, em especial nas reuniões. Sinto a vontade de estar com mais do que uma pessoa ao mesmo tempo. Mas uma ou outra pessoa que terá dado a indicação de querer estar comigo acaba por não estar, porque entretanto já me encontro a falar com outra pessoa qualquer. Assim, projecto uma energia ineficaz quanto à criação do relacionamento social que desejo com todos aqueles com quem gostaria. E isto reporta-se exactamente àquilo a que te referias - de perceber, em primeiro lugar, e de alterar a minha atenção em seguida. Fui ali somente para ficar bem comigo mesmo e não me preocupar com o que as outras pessoas pudessem pensar, pois sei que desejava encontrar-me com elas, todavia, não posso situar-me em dois sítios fisicamente ao mesmo tempo. Penso que isto constitui um exemplo do que estavas a descrever.
ELIAS: Sim, em parte. Neste cenário, podes incorporar dois tipos de acção por meio dos quais, só para referir o exemplo, se te encontrares a dialogar com um indivíduo enquanto um outro com quem pretendes estar se aproxima, mas não queres interromper o diálogo com o primeiro, podes convidar este segundo a juntar-se a ti. É natural que terás de conversar com eles por turnos. Portanto, um terceiro ou um quarto e um quinto que se aproximem, terão que aguardar a vez. Podes igualmente incluir esses outros indivíduos na interacção que estás a manter, dando-lhes a oportunidade de participarem, não obstante o facto de não terem acompanhado desde o início. Não é necessário proceder a um resumo extenso daquilo que terá estado em debate, bastando para o efeito permitir que esses indivíduos participem a partir de qualquer momento em que entrem na conversa. Ou podes permitir-te relaxar, tendo em mente que a intenção será a de interagir com variadas pessoas e que todavia estabelecerás um intercâmbio com tantos quantos com quem te sintas à vontade num determinado período de tempo, sem te depreciares por não teres conseguido estabelecer contacto com todos, porque tu ESTABELECESTE contacto. Podes não ter conseguido contactá-los a todos fisicamente por intermédio do diálogo mas tu contactaste-os a todos através da energia e da reunião.
RODNEY: Ter ido a esse encontro terá sido o suficiente, além de ter tentado direccionar a minha atenção para o sentimento de ter conseguido o suficiente.
ELIAS: Sim, é aí que reside a questão de certamente não te forçares, desse modo evitando gerar energia de ansiedade, reconhecendo antes que aquilo que empreendes no momento é satisfatório, ao mesmo tempo que reconheces isso em ti mesmo, movendo desse modo a tua atenção para fora do campo da antecipação do que pode ou não ocorrer no momento seguinte. Sim, isso pode servir de exemplo.
RODNEY: Obrigado.
ELIAS: De nada.
JIM P: Olá Elias.
ELIAS: Sê bem-vindo, meu amigo!
JIM P: Na minha saga contínua, de que te achas bem inteirado, de trabalhar com os meus cavalos e criaturas, dou-me conta duma falta de confiança e dum sentimento de necessitar dum conhecimento extra. Preciso de mais perícia relativamente ao domínio de não confiar naquilo de que já tenho conhecimento ao ajudar um determinado cavalo a livrar-se duma situação que criou. Adquiri bastante informação (e intuição) referente a isso que estás a referir acerca do modo em que preciso mudar para o que quero projectar, aquilo em que me estou a projectar e o que ela (égua) está a projectar em mim; essa imagem reflectida do que precisamos fazer com relação a isso.
ELIAS: Certo, e numa situação destas, torna-se significativo ter atenção pela energia com que estás a interagir. Nem sempre interages com um outro indivíduo. Podes interagir com uma criatura.
Esta é uma questão significativa porque as criaturas assemelham-se bastante aos duendes, porquanto não incorporam as crenças que tu incorporas. Assim sendo, a linguagem que adoptam é diferente e desse modo respondem imediatamente à energia. Elas acham-se eternamente presentes; estão continuamente no agora.. Com isso, elas reflectem essa energia de modo bastante apurado. São especialistas a reflectir energia, por se assemelharem bastante ao vosso duende, já que não incorporam crenças. Elas não expressam o menor sentido de juízo de valor com relação à energia que projectais. Se estiverdes a projectar uma energia de preocupação elas receberão essa energia e expressar-se-ão de forma bastante análoga ao vosso duende: “Oh, tu queres sentir-te preocupado? Então podes sentir razão para isso.” Não distinguem se isso será bom ou mau mas respondem ao que estiverdes a projectar.
Agora; permitam que vos exprima que as criaturas também criam a sua realidade e produzem as suas próprias escolhas. Não são meramente a manifestação de reflexos projectados por vós, apesar de, conforme já tive ocasião de expressar, fazerem tal coisa muito bem. Porém, elas também geram as suas próprias escolhas e desse modo podem dar lugar à manifestação das suas próprias escolhas.
Ao interagirem com uma criatura torna-se bastante benéfico ter atenção pela energia dela. Deixem que vos diga que obter percepção da energia é coisa bastante acessível.
Qualquer indivíduo é capaz de obter percepção visual da energia manifesta no físico. Vocês podem visualizá-la; ela rodeia todas as coisas. Porém, as coisas que designais como viventes são rodeadas por uma energia mais intensa, numa área mais vasta. Portanto, torna-se fácil de perceber. Trata-se duma mera questão de prática. Se desfocarem ligeiramente o vosso campo visual, no início, permitir-se-ão obter percepção visual do campo dessa energia. De modo semelhante aos humanos, se uma criatura estiver a gerar um tipo qualquer de manifestação física, podeis percebê-la no seu campo de energia.
Em geral, o campo de energia duma criatura, a despeito do tipo de que se trate, parecerá cor-de-rosa, porque as criaturas não incorporam as diversas associações que os humanos, em relação aos diversos centros de energia. Em resultado, gera-se muito pouca flutuação na cor desse campo de energia da criatura. Ao passo que, no caso dos humanos, pode gerar-se uma considerável flutuação na cor, dependendo do centro de energia que estiver a expressar-se de forma mais intensa. No campo energético humano geram-se múltiplas cores. Se existir alguma manifestação física a gerar-se, quer no campo de energia dos humanos quer no das criaturas, tenderá a surgir o que parecerá ser uma área escurecida que se reflectirá aí, que podereis perceber, além de que, a extensão desse campo de energia nessa área mais enegrecida sofrerá uma suspensão. Deixará de parecer uniforme com relação ao restante campo de energia. Isso também se processa com os humanos e na verdade, em certo grau, também se passa com as plantas, este entalhe de energia na área precisa em que a criatura gera a manifestação.
Mas o que pode ser interessante, com relação aos campos de energia, é que se se permitirem obter percepção visual deles, podereis observar a vossa própria energia a acercar-se a outra manifestação de energia, seja humana ou criatura. Se a pessoa ou a criatura não estiver disposta a aceitar a vossa energia, essa energia deter-se-á e deixará de penetrar o campo de energia alheio. Se estiver na disposição de acolher a vossa energia deverá naturalmente fundir-se, penetrar e misturar-se com essa outra energia.
Em tudo isto mais uma vez se torna importante recordarem-se da motivação, das expectativas, e nesse ínterim serem capazes de reconhecer e aceitar a escolha promovida pelo outro ou pela criatura, assim como reconhecer a diferença entre o reflexo e a sua própria escolha, pois eles são tão bons a reflectir energia que por vezes pode tornar-se de algum modo confuso. Mas se prestares atenção a vós próprios, com relação ao que estiverdes a fazer, e ao tipo de associações que estiverdes a gerar, assim como ao tipo de onda de choque que estiverdes a projectar, então sereis capazes de gerar a habilidade de distinguir entre uma escolha da criatura e o vosso reflexo.
JIM P: Foi excelente Elias, obrigado. Portanto, quando observo este inchaço que ela contraiu e digo para comigo: “Chiça, isso parece desagradável” eu estou a senti-lo. Portanto, da próxima vez que observar aquilo, a coisa parecerá mesmo má.
ELIAS: Sim!
JIM P: E então ela reage assim: “Oh, parece mau? Okay. Então que tal isto?”
ELIAS: Sim, precisamente.
JIM P: Com ela, será que reage assim por se tratar de um acordo mútuo ou tratar-se-á de um reflexo da minha parte em que ela participa?
ELIAS: Ambos.
JIM P: Muito obrigado.
ELIAS: De nada, meu amigo.
ANGELA: Olá, obrigado por te encontrares aqui hoje. Eu sou a Angela.
ELIAS: Bem-vinda.
ANGELA: A minha primeira pergunta é uma pergunta simples. Eu gostava que me revelasses o meu nome da essência.
ELIAS: Nome de essência, Kyule, K-Y-U-L-E (yool de KYE).
ANGELA: Obrigado!
ELIAS: De nada.
ANGELA: Estou em busca de alguma orientação sobre como dominar o momento que ocorre quando a revelação duma criação que não me parece muito saudável - na minha percepção da altura; esse momento que ocorre entre a acção e a reacção. Gostaria de ser capaz de alongar esse momento de forma a poder parar de reagir à criação disso, como naquilo que estávamos a discutir à pouco - “Por que razão fiz aquilo; por que razão criei aquilo; eu não queria tal coisa”. Gostava que o momento fosse mais a observação do dom que essa criação constitui, porém, por vezes descubro que esse momento é tão passageiro, ou que só me sucede depois, tanto passado um minuto como algumas semanas. Sinto que o meu movimento deveria tornar-se muito mais fluido, em meio às minhas criações, se ao menos eu pudesse controlar esse instante na minha mente, mas parece passageiro.
ELIAS: Esta questão engloba uma dupla resposta. Antes de mais, isso acontece com todos vós por meio do que podeis presentear-vos a vós mesmos alguma experiência ou informação que possais a vir posteriormente e entender. Vós automaticamente moveis-vos na direcção de: “Se ao menos eu soubesse”, ou “Gostava de ter compreendido na altura aquilo que agora compreendo”.
Tenho vindo a expressar desde o começo deste fórum, que todos vós criais na perfeição, a todo o instante. Agora; o que isso significa é que a cada momento incorporais um determinado volume de informação e de experiências. Num dado momento podeis responder a uma determinada situação em face da experiência de que dispondes nesse momento. Esse momento pode estar a servir para gerar uma experiência renovada, que lhes propicie uma informação renovada. Portanto, a própria experiência é parte intrínseca da oferta de informação e de experiência renovada. Desse modo não deve ser depreciada, porque mesmo tratando-se duma experiência desconfortável, constitui uma experiência que irá possibilitar uma via para informação nova, que passareis a ofertar a vós próprios.
Esse é um factor, o de reconhecerem que, a despeito da vossa experiência poder ser boa ou má num determinado momento, ela possui um propósito nessa hora, por estar a possibilitar-vos uma via para informação e experiência nova. Este é o elemento da associação, o sentimento: “Agora estou a gerar esta experiência desconfortável. Não gosto dela e gero esta reacção; não gosto nada disto. Porque estarei a fazer isto?” Substituir o “Porque estarei a fazer isso” pela associação ou pelo sentimento é uma via. “Existe uma razão. Ainda não devo estar a dar atenção pela razão porque esteja a criá-lo, porém, deverá existir uma razão que consistirá numa nova porta aberta capaz de me possibilitar informação e experiência renovadas.”
O segundo factor contido na questão é o de que podeis gerar um mais alargado campo temporal nessas ocasiões em que podeis estar a gerar algum tipo de acção de que não gosteis, se vos permitirdes fazer uma pausa. Fazei uma pausa momentânea e avaliai a vossa acção e motivação. A motivação é importante. FAÇAM com que essa vossa motivação seja importante.
Nisto, respondereis a vós próprios de modo diferente. Em geral, a reacção constitui uma acção imediata; é uma resposta imediata. Se se permitirem fazer uma pausa, poderão avaliar de um modo mais claro aquilo que verdadeiramente estiverdes a fazer no momento, bem como se o momento impõem ou não uma resposta porque, muitas vezes ela não se impõe necessariamente, e tal resposta não passa de um acto familiar e automático. E com essa acção de fazer uma pausa vocês são capazes de deter essa resposta automática, e tornam-se na realidade capazes de avaliar como essa resposta automática não passa de outra além daquela que escolheis, para além do facto de a estardes a escolher intencionalmente, em vez de com base na reacção.
Se tiverdes atenção para com aquilo que estiverdes a sentir ou a pensar - e muitas vezes em associação com a reacção deixam de estar; estais meramente a expressar-vos. Não estareis a gerar um acto premeditado; não estareis a prestar atenção àquilo que estiverdes a sentir de facto. Estareis por ventura a prestar atenção ao sentimento predominante, porém, não àquilo que o estará a motivar - exactamente como na situação em que outro indivíduo se acerca de vós e vos insulta. Podem sentir-se mal, e zangados, magoados. Isso serão sentimentos óbvios porém deixareis de estar a avaliar aquilo que os motivou, a razão porque estareis a senti-los.
Fazei uso dos vossos “porquês” de um modo mais construtivo, a fim de proporcionardes a vós próprios respostas actuais, ao invés de mais questões. Nesse sentido sereis capazes de avaliar: “Aquele tipo insultou-me.” O que foi que criou aquela resposta em vós? Não se tratou do outro indivíduo mas da vossa própria dúvida com relação a vós próprios. Se fizerem uma pausa e se permitirem uma avaliação, sereis capazes de expressar no vosso íntimo: “Não é preciso responder. Não concordo com o insulto que o fulano me dirigiu. Isso não passa da reacção DELE. Eu acolhi-o como um insulto por me estar a permitir a mim próprio a possibilidade de ser ameaçado; por comportar dúvidas no meu íntimo e não me sentir confortável comigo mesmo”.
Se se sentirem confortáveis e satisfeitos convosco próprios, a percepção que tiverem do outro deverá ser bastante diferente daquela que tiverdes de vós, porém, não terá a faculdade de vos ameaçar a percepção. Obtereis o reconhecimento de que a vossa percepção será tão válida quanto a dele e que não é necessário que ambas as percepções se achem em comum acordo. A percepção do outro é, do mesmo modo, igualmente válida e a forma como vos encara, é somente a forma como vos encara. Pode não corresponder ao modo como vos encarais a vós próprios e a vossa percepção não deixará de ser válida por tais diferenças - a menos que VÒS a invalideis; a menos que aceiteis a diferença, e a assumais e vos interrogueis e deprecieis a vós próprios.
Nesse sentido sereis capazes de aceitar a percepção do outro mesmo sem estarem de acordo com ela, sem se defenderem, porque não é necessário defender-se quando vos sentis confortáveis e confiantes na vossa própria percepção, dotados da firme noção de que tal não os diminuirá.
A razão porque os indivíduos se sentem ameaçados pela diferença prense-se com o facto de a percepção que têm de si mesmos se achar tão firmemente ancorada na identidade, em quem sois. Qualquer expressão que ameace a vossa identidade suscitará da vossa parte uma defesa automática. Todavia, tal defesa é traiçoeira, por consistir num tipo de energia de oposição.
Portanto, essa onda de choque expressa-se exteriormente e o vosso duende expressa-vos em resposta: “Oh, estais a pedir oposição. Muito bem!” (Risos)
ANGELA: Obrigado.
ELIAS: De nada.
Sim?
PRINCE: Em primeiro lugar uma pergunta pessoal, Elias. Por favor podes me revelar o meu nome da essência?
ELIAS: Jonndue, J-O-N-N-D-U-E (doo de JZAHN).
PRINCE: Obrigado. Tenho consciência do quanto a energia que projectamos é importante, como tens vindo a expressar. Mas por vezes, chego mesmo a ter receio da minha própria energia por me deparar com uma falta total de controle com relação àquilo que possa estar a sentir. Por vezes sinto uma imensa carência. Tenho consciência da energia e pretendo alterar essa energia, porém, sinto como se ela se afastasse do meu controle consciente. Podes referir-te a isto?
ELIAS: Sim, trata-se duma questão interessante. Não deixas de te encontrar no que poderia apelidar de “boa companhia”, pois há muita gente que se exprime em termos semelhantes. (Risos)
Este constitui um aspecto esmagador. É por essa razão que sentes não ter controle sobre aquilo que estás a criar, porque não te estás a concentrar. Estás a desperdiçar a tua energia e a permitir que a tua atenção se mova em múltiplas direcções em simultâneo. Com essa actuação estás a dar lugar a que a tua atenção se mova para todas as expressões em que gera carência, e isso torna-se numa enorme entidade.
Permite que te expresse o seguinte: Evoquemos o cenário de terdes uma pilha de facturas sobre o tampo da vossa mesa, uma pilha de meio metro. São muitos, muitos envelopes. Agora; se lhe derem um encontrão com as vossas mãos e espalhardes os envelopes pela mesa - desse modo sendo levados a encará-los a todos ao mesmo tempo - sereis oprimidos pelo volume daquilo com que vos deparardes. Essa sensação de sufoco irá influenciar-vos por intermédio do esmorecimento da motivação (necessária) para poderdes abordar qualquer dessas contas. E essa motivação deverá sofrer um decréscimo, à medida que a sensação de opressão for aumentando, e isso produz um sentimento de ausência de controle.
Porém, o modo como vos dirigis às contas há de ser nos termos de cada uma por sua vez. Não podeis esperar poder passar cheques para todas as contas ao mesmo tempo, porquanto não dispondes assim de tantas mãos! E, ainda que pudésseis preencher os cheques com ambas as mãos, só poderíeis passar dois de cada vez.
Se procederdes à verificação das contas, nos moldes de cada uma por sua vez, e não vos preocupardes com o que vier a seguir, prestando antes atenção àquilo que estiverdes a tratar, a sensação de opressão dissipar-se-á. Se estiverdes a dar a vossa atenção a uma, mas ao mesmo tempo estiverdes a projectar a vossa atenção para a seguinte - e para a quantidade de dinheiro de que ainda disporeis em caixa, e ainda se chegareis à última dessas contas dispondo de algum dinheiro em caixa, estareis a contribuir para tal sobrecarga e a reter-vos nessa energia. Nesse sentido, a onda de choque que emanais expressará imobilidade, e o vosso duende passará a expressar: “Muito bem, estás imobilizado.” E ficais mesmo.
Todavia, se reconhecerdes que vos concentrais em dar lugar a uma só acção a cada momento, sem vos preocupardes com a seguinte - no momento seguinte - tornar-vos-eis mais presentes e a vossa energia tornar-se-á mais serena, por estardes a expressar essa energia de saberdes, de sentirdes confiança, ao gerardes a associação: “No momento, estou a empreender esta acção; tudo o resto não conta. Aquilo que neste momento tem importância é esta acção.”
Outra razão porque os indivíduos se deixam sobrecarregar por tal situação deve-se a que, vós não só gerais a sobrecarga e as associações relacionadas com as próprias tarefas, como também o fazeis com relação ao que ligais a elas, como neste hipotético cenário que traçamos da pilha de facturas. Não estais meramente a gerar uma associação com uma pilha de facturas, nem com o dinheiro nem com o acto de vos empenhardes nisso; também gerais uma associação com o que poderá ocorrer ou não se deixardes de vos empenhar. Estais a gerar uma associação com outros indivíduos e com aquilo que eles poderão possivelmente fazer contra vós.
Contudo, esses indivíduos nem sequer são reais, nas formas destituídas de rosto de que nem sequer tendes consciência, que não conheceis objectivamente! Porém, assumem a particularidade dum indivíduo qualquer dotado da possibilidade de incorporar o dom de vos dirigir qualquer acção. Não, a única acção que vos poderá ser dirigida será por vós mesmos. Se vos tornardes, por assim dizer, um sem-abrigo, sem casa nem carro, a vaguear pelas ruas, sois VÓS que o escolheis. Agora; isto não quer dizer que possais tê-lo desejado. Querer e escolher não são sinónimos. Mas vocês escolhem por meio das acções que incorporam, pelas associações que gerais, por intermédio dos sentimentos que alimentais com relação a tais associações, e por meio do pensar que tiver sido incorporado em relação às associações.
Mas vós podeis alterar isso de imediato, justamente como em relação ao exemplo da pilha de facturas. Podeis sentar-vos diante disso durante horas, dias ou semanas e fixar-vos na contemplação dessa quantidade infinita de envelopes e deixar-vos oprimir, a sentir a uma desmotivação e a projectar uma energia de derrotismo crescentes. E eu asseguro-vos que esse derrotismo se revelará ao longo de outras expressões e não meramente em associação aos envelopes sobre o tampo da mesa, porque todas as vossas acções se acham interligadas. Portanto, essas energias também se estendem por outras direcções e constituem como que ramificações.
Com isso podeis alterar essa onda de choque nesse justo momento. Porque, lembrem-se de que as vossas ondas de choque ocorrem a cada instante - a TODO o momento. E em qualquer altura sereis capazes de alterar essa onda de choque para uma outra que tenha um diferente impacto, e escolherem dar lugar a uma acção diferente por meio do reconhecimento daquilo em que a acção consiste, assim como do reconhecimento do que estiverdes a fazer: “Estou sentado na minha cadeira; estou a fitar a mesa com todos estes envelopes; estou a sentir-me oprimido; estou a sentir-me fora do controle; não estou a concentrar-me em nenhum destes envelopes; nem lhes estou a tocar; não estou a possibilitar qualquer interacção com qualquer destes envelopes; estou apenas a olhar para eles.”
Podeis alterar isso se vos permitirdes relaxar e expressar para convosco um sentimento de bem-estar e de que nada vos está a acontecer de horrífico no momento. Não tendes inúmeros indivíduos desses descaracterizados a bater-vos à porta, nem nenhum agente da polícia se acha presente para vos conduzir à esquadra. Apenas dispõem daqueles envelopes diante de vós. Eles não mordem e não vos hão de agredir e muito menos irão prejudicar-vos. Trata-se unicamente de papel! Além disso, podeis olhá-los com humor e expressar: “Não passais de um monte de papel! Não podeis causar-me dano porquanto não é de vós que se trata mas de mim.” E desse modo podeis pegar num envelope e dar-lhe atenção, sem vos preocupardes com mais nenhum, até escolherdes mover a vossa atenção até ao seguinte. É dessa forma que dissipareis a energia de sobrecarga, que tende a agravar-se muito fácil e rapidamente. Contudo, ela também pode ser muito rápida e facilmente dissipada se vos permitirdes, uma vez mais, fazer uma pausa e tornar-vos genuinamente presentes, lembrando-vos do que realmente estiver a ocorrer - e não o que pode ocorrer por antecipação. Porque aquilo que tendeis a antecipar pode não ocorrer; isso depende das ondas de choque.
Nesse sentido, num dado momento podeis sentir-vos completamente oprimidos e sentir-vos descontrolados, sem saberem o que fazer, e no momento seguinte podeis receber uma oferta inesperada de milhares dos vossos dólares - o que pode constituir uma dessas ramificações invisíveis. Num cenário desses, uma vez mais dareis lugar à resposta automática do “Porque me encontrava tão irritado e sentia tão oprimido e tão estressado comigo próprio quando não tinha razão alguma, na realidade, para me preocupar?” Todavia tinham razão para se sentirem preocupados, devido à vossa percepção do momento, porque não estavam presentes. Estavam a projectar por antecipação.
É por isso que é tão IMPORTANTE terem em mente o estar presente (consigo próprio) e não dar lugar à dispersão da atenção. Concentrem-se; permitam incorporar uma pausa; reavaliem e concentrem-se e tenham consciência do que estiverem a fazer no momento, porque no final das contas, isso é o que mais importa.
Vós estais constantemente em estado de mudança. Tal condição perfaz a natureza da consciência - e vós sois consciência. Por isso, como havereis de furtar-vos á mudança constante? Desse modo, em toda esta mudança que promovem continuamente vocês podem mudar e presentear-se justamente pelo reverso daquilo que esperam porquanto se trata unicamente duma questão de escolherem que onda de choque adoptar. E, como já venho a expressar desde o começo, não existe qualquer elemento da vossa realidade que se ache oculto da vossa percepção.
STEVE: Elias?
ELIAS: Sim?
STEVE: Já expressaste a importância da confiança por diversas vezes. Ainda mesmo esta manhã evocaste o assunto. O sumário que o Paul faz subordinado ao tema na página que tem na Internet assinala a capacidade que nós possuímos de criarmos o que quer que seja, se confiarmos em que seremos capazes de o conseguir. (1) Será que o entendi correctamente?
Nesse caso, digamos que tenho um tornozelo torcido e pretenda conjurar alguma confiança no momento, de modo a conseguir que isso se desvaneça. Porque não vais querer que diga que o consigo numa semana - isso não seria suficientemente aceitável. Mas, do mesmo modo, não haverias de desejar que fizesse surgir, como que por magia, esta confiança por meio do pensamento, e nesse sentido não quererias que afirmasse para comigo próprio: “Vou realmente ter confiança em mim mesmo e conseguir esse resultado.” Não é isso que esperas. Assim, serias capaz de nos dispensar uma fórmula? Porque no momento não dispomos de confiança para podermos fazer isso desvanecer-se num segundo, e é isso que preferes que consigamos - confiar que podemos.
ELIAS: Não, isso não foi o que referi. Não estou a expressar que seja impossível vocês gerarem esse tipo de acção; não é que seja impossível e vocês conseguem. Trata-se, antes, se será provável que vocês empreendam tal coisa! Não, não o farão.
Porque vós gerais processos, conforme já tive ocasião de referir antes. Trata-se duma acção natural com que se comprometem, e que vos proporciona informação a cada passo. Portanto, ao comprometerem-se nesses processos torna-se importante confiar - sim, confiar. Aquilo em que consiste - os elementos ou componentes da confiança reduzem-se a prestar atenção àquilo que estiverdes a fazer, às vossas associações e sentimentos que estabeleceis, prestar atenção àquilo que pensais. Estas três acções completam o conjunto de componentes que lhes possibilitarão - ou não - expressar essa confiança.
Confiança é ausência de dúvida e o conhecimento de que sois capazes - de que já o conseguistes. É nisso o que a confiança consiste.
STEVE: Que já obtive a cura para isso?
ELIAS: O CONHECIMENTO de que já o conseguiram.
STEVE: Mas eu pensei que tinhas referido que isso consistia num processo no tempo.
ELIAS: Não. Num tipo de expressão como essa, vós gerais uma concessão para com o vosso processo de restabelecimento daquilo que estiverdes a manifestar. Pode manifestar-se ou surgir de imediato, do mesmo modo que pode não acontecer. Mas, como já referi, devido a que naturalmente incorporeis processos, a probabilidade de alterarem instantaneamente a manifestação dum osso quebrado é bastante inexpressiva. Não é, uma vez mais, que seja impossível, mas antes improvável.
STEVE: Acompanha-nos uma passo de cada vez. Encontro-me sentado numa cadeira a dizer para comigo: “Ena, como temos este tornozelo tão deslocado.” E no meu pensamento quero ver-me livre daquele tornozelo deslocado. Isso é a primeira coisa. O passo seguinte consiste em pensar no que fazer. “Estou para aqui sentado a tentar livrar-me deste tornozelo deslocado; e é isso que vou fazer. Em terceiro lugar sobrevem o sentimento - o sentimento do sofrimento, de que não gosto. E a seguir? Será que o deslocamento desaparece por ter seguido este processo?
ELIAS: Não. Não estais a conseguir identificar aquilo que expressei. O que estás a identificar é a acção física. Estás a proceder à identificação do que sentes, e da associação que estabeleces, assim como o facto de não gostares disso. Porém, não estás a identificar a energia que estás a expressar. Não estás a ALTERAR essa mesma energia. O que estás meramente a fazer é a identificar e nesse processo de identificação continuas a concentrar-te nisso. Portanto, continuas a manifestá-lo.
Ao passo que, se reconheceres: “Desloquei o tornozelo; não gosto nada do resultado; é doloroso” ao invés de expressares: “Não quero esta manifestação”, isso constituirá uma outra onde de choque pelo reconhecimento da importância daquilo de que não gostais. Desse modo, isso irá tornar-se naquilo a que prestareis atenção - e continuareis a ocasionar.
Porém, ao perceberes o teu tornozelo deslocado expressas para contigo próprio o reconhecimento disso: “Sim, encontra-se deslocado; sim, é desconfortável. O que é que estarei a reforçar com isto neste momento? O que é que estarei a expressar neste momento? Estarei a concentrar-me na dor? Estarei a dar importância àquilo de que não gosto? Ou serei capaz de perceber esta manifestação e expressar para comigo: ESTAREI a restabelecer esta condição?” Não: “Vou curá-la”, mas “JÁ me acho positivamente empenhado na acção de restabelecimento desta manifestação.”
STEVE: Sem usar os pensamentos, entretanto, nem proferir as palavras, certo?
ELIAS: Podeis incorporá-los, como já referi. Trata-se duma cooperação entre estes três elementos: O pensar, o sentir e a acção.
STEVE: Então será acertado proferir o mantra : "Estou a curar o meu tornozelo neste momento?"
ELIAS: Pode ser, porém, se os restantes elementos não se acharem envolvidos, deixará de ser suficiente. Pensar, somente, não chega, porque o pensamento não cria. Portanto, faz-se necessário que incorporeis os outros dois elementos da associação - o sentimento e a acção. Porque a associação influencia fortemente a percepção, e a percepção cria efectivamente a realidade física em que se encontram. Cada elemento da vossa realidade material é criado pela vossa percepção.
STEVE: Então, em circunstâncias ideais, em que será suposto concentrarmo-nos em meio ao que estamos a fazer?
ELIAS: O fazer é tanto interior quanto exterior. Estareis a dar lugar a acções tendentes a perpetuar aquilo que manifestais ou estareis a empreender acções materiais que promovam a cura? Interiormente não estareis a questionar-vos e a produzir um saber sereno - ou estareis a interrogar-vos: “Estarei a consegui-lo;? Conseguí-lo-ei? Será possível empreendê-lo?” Estareis a preocupar-vos ou estareis a expressar confiança: “Sim, na realidade ESTOU a ocasionar esta cura.”
STEVE: E isso bastará? Não precisamos procurar descobrir se proporcionei um tornozelo deslocado como uma forma de comunicar algo relacionado com qualquer questão íntima e psíquica que se passe comigo?
ELIAS: Sim. Não é necessário dar lugar a avaliações nem a análises prolongadas. Na realidade podeis proporcionar a vós próprios informação em conjugação com certas condições que gerais, porém, não é necessário gerar nenhuma análise. Muitos indivíduos possibilitam a ocorrência de manifestações físicas como um método de oferecerem a si próprios informação. Muitos, geram esse tipo de método pelo qual criam certo tipo de manifestação material ou física a fim de isso atrair a sua atenção, desse modo proporcionando-lhes uma experiência ou informação renovada. Mas se não observardes esse tipo de informação e estiverdes meramente a concentrar a vossa atenção na manifestação, com a intenção de a alterar, sim, isso será suficiente.
STEVE: Já consideramos a acção e o pensar. Agora; que é que deverei sentir quando actuo e penso?
ELIAS: Sentir o CONHECIMENTO - não a preocupação nem a dúvida.
STEVE: Por que razão a confiança opera? Porque razão é ela tão mágica? Porque é que tudo tende a colapsar quando não tenho confiança?
ELIAS: Devido a que, quando confias não questionas. Portanto, estás directamente a direccionar a tua onda de choque no sentido que desejas. Estás a expressar sem qualquer dúvida aquilo que queres e o teu duende responde-te ao expressar-te: “Muito bem, consegues exactamente o que queres.” Isto constitui a magia intencional daquilo que queres.
Sim?
STELLA: Elias, esta questão que puseste é verdadeiramente maravilhosa. Pessoalmente não experimentei a manifestação de deslocar nenhum membro mas quebrei um dedo do pé. E quando isso me aconteceu, soube no momento que o fizera intencionalmente, como que imbuída dum propósito. Não se tratou de a cadeira ter culpa pois não se tratava da culpa de quem quer que fosse. Uma das coisas que presentemente me encontro a explorar consiste no facto de eu ser a criadora de coisas de que não gosto. Quando crio coisas de que gosto penso para comigo: “Ho, Stella, como és grandiosa”, porém, quando crio coisas de que não gosto, geralmente atribuo a culpa a alguém, a isto ou àquilo, seja lá o que for. De modo que tratei do dedo colocando-lhe gelo e durante algumas semanas fui bastante zelosa em relação e ele. Passado algum tempo disse: “Isto é suficiente. Sei exactamente porque razão o fiz, conheço essa razão no meu íntimo e como tal não há razão para continuar.” Não precisamos examinar todos os recessos secretos que criamos nem analisar cada pormenor.
Sofri uma amolgadela no pára-choques e aconteceu o mesmo. Fi-lo com um propósito. Aí, quando o tipo dos seguros apareceu e me perguntou de quem foi a culpa, eu respondi-lhe que não tinha sido de ninguém; que simplesmente tinha acontecido. Isso, para mim serve como uma outra explicação de como eu crio a minha própria realidade.
ELIAS: Eu compreendo. Mas muitos indivíduos não conseguem gerar lá muito bem essa noção de que criam TODA a sua realidade. Criam os elementos dessa sua realidade com que se comprazem ou com que se sentem confortáveis, mas quando sucede uma experiência desconfortável geram a associação de existir algum elemento exterior a que a atribuem. Ou sugerem a associação de que: “Sim, eu criei isto, mas uma vez mais porquê; o que estarei a fazer a mim próprio?” Porque é nisso que reside a questão da discussão de hoje.
Sim?
GEORGE: Elias, na verdade gostava de interrogar o cavalheiro do tornozelo deslocado. Permita que lhe pergunte o seguinte. Pela manhã, quando acorda e sente a bexiga cheia, vai à casa de banho, certo? Você pensa nisso?
STEVE: De modo nenhum.
GEORGE: Apenas se sente seguro na certeza de que a vai descarregar. Com a confiança ocorre exactamente o mesmo pois trata-se do mesmo processo.
ELIAS: Precisamente.
Sim?
CARYN: Gostava de perguntar sobre a situação de outro indivíduo e eu sentirmos vontade de partilhar algo em conjunto. Eu posso estar consciente e positivamente a criar a experiência ao passo que o outro pode estar a sentir preocupação com relação à coisa, e a provocar uma onda de negatividade. Como será que isso nos irá possibilitar a capacidade de a partilharmos juntos? Tratar-se-á duma questão de qual onda de choque sairá vencedora?
ELIAS: Não, não é. Embora possa ser, pois poderia tratar-se duma questão da situação de um ou outro permitir que a energia do outro se sobreponha à sua.
Mas neste tipo de cenário, se prestardes genuína atenção para convosco próprios e não vos deixardes afectar pelas preocupações do outro, aquilo que mais provavelmente poderá ocorrer é vocês virem a partilhar a experiência numa situação de terem uma diferente percepção dela. As percepções que colheis da vossa experiência, a vossa realidade dessa experiência expressar-se-á de um modo que tu experimentarás como sendo positivo. O outro provavelmente validará a sua experiência por uma expressão da percepção que colheu, sob a forma de desapontamento, ou inadequação dessa experiência.
Ambos participais, porém, cada um está a criar a sua própria realidade. Em consequência resulta este elemento de poder existir uma diferença significativa naquilo que realmente experimentam.
CARYN: E se ambos desejarmos viver sob o mesmo tecto, numa casa de que ambos gostamos, aí nesse caso... Como se trata duma propriedade material, então como é que isso...?
ELIAS: Se estiverdes a unir energias, aí a vossa onda de choque torna-se dez vezes mais intensa. Desse modo, se vos achardes genuinamente a expressar numa única direcção, com uma actuação idêntica, podeis reunir as vossas energias e criá-lo de um modo mais acelerado e com mais vigor com relação àquilo que quiserdes.
Se estiverdes divididos, se ambos desejardes uma mesma manifestação e um de vós não se achar a duvidar enquanto se move na direcção de expressar o conhecimento disso - “Eu não vou efectivar esta manifestação (porque) JÁ a possuo; é minha”, enquanto o outro se acha cheio de dúvidas, podeis conseguir essa manifestação particular, como no exemplo da casa. A percepção que colherás disso poderá ser uma ao passo que a do outro indivíduo poderá ser completamente diversa. Podes expressar: “Foi uma aquisição facílima. Sinto-me satisfeita com a manifestação desta realização. Sinto um enorme afecto por esta casa.” E o outro indivíduo pode expressar: “Sim, conseguimos obter a casa, porém, foi bastante difícil.” E pode com isso dar expressão a uma percepção diferente. Ela não afectará a tua própria capacidade de criar aquilo que desejas, a menos que permitas que a sua energia se sobreponha à tua (e a anule, por assim dizer.)
Sim?
REX: Eu consegui como que formar um quadro de tudo aquilo que até agora tens referido. Nós íamos do Novo México, em viagem, e a certa altura dirigi-me para um vilarejo pequeno a fim de passar lá a noite. Tendo chegado à vila - eu já não andava por ali fazia bastante tempo - deparei-me com este nome no caminho e tive a imediata percepção de que aquele nome no caminho era o nome dum companheiro, de um amigo meu. E isso despoletou esta série de eventos que surgiram no meu íntimo: “Para aqui estou, a cair de velho e nem sequer tenho o meu nome atribuído a uma rua nem nada! E eis que este tipo, à frente de quem eu até me encontrava nas aulas e no futebol e tudo o mais... como é que acontece uma coisa destas?” Aí, comecei a andar pela vila. Passei ali um verão inteiro pensando que acabaria por identificar alguma coisa mas não. Arranjamos um motel e a experiência por que passamos nesse motel acabou por tornar-se bastante desagradável. Tudo dava para o torto. A comida não prestava, a piscina encontrava-se encerrada e eu passava duma experiência negativa para outra. Quando cá cheguei encontrava-me adoentado. Não foi senão durante a noite passada que me dei conta do que tinha vindo a fazer. Eram as ramificações de que falavas, numa série de eventos um atrás do outro. Na noite passada tomei consciência de como tudo começou com a tabuleta.
ELIAS: Certo, com as associações. Sim?
GABE: Qual é o nome da minha essência?
ELIAS: Nome da essência, Ty-Li. T-Y hífen L-I (TIE LEE).
GABE: Obrigado.
ELIAS: de nada.
RODNEY: Eu tenho uma pergunta da Drew/ Matthew, que penso se enquadra no que estais a discutir. Posso lê-la?
ELIAS: Podes.
RODNEY: Manifestamos sempre os nossos desejos? Ou, por outras palavras, podemos olhar para aquilo que estamos a criar a fim de ver o que verdadeiramente desejamos ou será que as nossas crenças distorcem a nossa criação de tal modo que o que criamos deixa de ser um reflexo verdadeiro dos nossos desejos? Se existir distorção, como haveremos de ter consciência daquilo em que consistem realmente os nossos desejos?
ELIAS: Não existe qualquer distorção. O desejo é diferente do querer, e sim, vós estais sempre a criar de acordo com o vosso desejo. O vosso desejo é aquilo que move a vossa intenção. Sem o vosso desejo não estariam a criar a vossa realização de valor, e sem essa realização de valor, deixaríeis de poder continuar nesta realidade. Deixaríeis de estar nesta realidade, pois tal deixaria de fazer sentido.
RODNEY: Portanto, o que quer que criamos...
ELIAS: Acha-se em alinhamento com o vosso desejo. Uma vez mais, em conjunção com o vosso duende, ele não distingue entre o bem e o mal. Apenas atrai, tal qual um imã, o que quer que se lhe iguale.
RODNEY: Bom, então a palavra “querer” deverá representar aquilo que pensamos e desejamos?
ELIAS: Sim, pode ser traduzido desse modo, como aquilo que pensais que desejais.
O desejo é muito mais vasto que o querer. O querer é específico. Os quereres acham-se associados às manifestações particulares ou específicas, acções ou ainda interacções. O desejo consiste numa manifestação mais vasta. Incorpora a vossa exploração, aquilo que estais a escolher explorar e a oferecer a vós mesmos em termos de informação, a fim de gerar a vossa expansão individual.
RODNEY: Obrigado.
ELIAS: De nada. Sim?
WILL: No seguimento do comentário do Prince com relação à experiência de carência, gostava de entender isso a uma escala global do forma a convidar-te a comentar. Há este cavalheiro que se chama Gregg Easterbrook, que escreveu um livro intitulado: “O Paradoxo do Progresso”. Ele estudou as tendências dos últimos cinquenta ou cem anos e, a despeito de terem ocorrido coisas verdadeiramente terríveis ele chegou à conclusão de que os índices dos cuidados de saúde, da alfabetização e do rendimento são mais elevados. Existe progresso em toda a linha, um progresso bastante expressivo e significativo. Uma das áreas de sua maior expressão desse progresso consiste no aumento do nível de vida das pessoas. O paradoxo está em que tudo isso está a sofrer um incremento mas aquilo que está a decrescer é a felicidade das pessoas. Estamos a progredir, porém, as pessoas sentem-se pior em relação às coisas. O outro aspecto paradoxal consiste em que o índice de felicidade é mais baixo no mundo desenvolvido, onde existem mais recursos do que em qualquer outro lugar. Estou apenas interessado em obter um comentário da tua parte, sobre isso.
ELIAS: Isso, na realidade, serviria como uma avaliação precisa do movimento desta mudança de consciência. Porque, durante os primeiros cem anos de mudança, tratou-se dum movimento subjectivo. Assim, surgiram imensos desenvolvimentos e incrementos e isso provocou demasiada imagem associada ao progresso, o que é facto bastante óbvio. O segundo século da mudança apenas começou. Aquilo que está a acontecer é que os indivíduos estão a dar conta do considerável progresso da vossa criação colectiva, porém, sem que tenha qualquer reflexo expressivo com relação ao indivíduo. E isso está presentemente a gerar esta calmaria que actualmente reina no vosso mundo, devido a que esteja a ter lugar a inserção objectiva da consciência da mudança. Portanto, o que está a suceder é o começo dum reconhecimento com relação ao significado e à importância do indivíduo., no sentido de acreditarem no indivíduo, e de que cada um de vós é importante individualmente, bem como valoroso, acha-se habilitado para tomar as rédeas do seu destino e conduzir o barco da sua vida, ao invés de ser o grão de areia numa máquina imensa; de que todo o indivíduo é significativo e valoroso e pode contribuir de modo poderoso.
Portanto, exactamente como com o exemplo da opressão das supostas facturas sobre a mesa, à medida que começais a dar atenção e a perceber as vastas realizações, estas revelam-se anónimas. Podem ser atribuídas, porém, a quem? Não se trata duma questão de “quem”, mas duma energia colectiva que responde pela criação dum progresso espantoso e de tremendas realizações.
Mas agora, com esta inserção objectiva (de consciência) da mudança, a ênfase transfere-se para o indivíduo - aquele “quem” - o indivíduo que é a coisa mais importante, e a expressão de poder do indivíduo como a expressão mais significativa - que todo o indivíduo incorpora o mesmo poder que é prerrogativa sua. Isso será posto em questão porquanto TUDO é prerrogativa vossa, e isso é que é significativo.
Sim?
PAM: Referiste-te recentemente à imaginação e à enormidade do nosso erro na interpretação dessa palavra. Suspeito que a imaginação possa ser verdadeiramente poderosa em termos da realização daquele ponto de transição da nossa energia, manipulação dessa energia no modo que quisermos e de reacção. Serás capaz de te referir à imaginação e ao modo como poderemos utilizá-la neste debate de hoje, talvez dando-nos um exemplo?
ELIAS: A imaginação consiste numa expressão de poder. Trata-se duma forma real de comunicação, do mesmo modo como a emoção é uma comunicação. È um tipo diferente de comunicação porquanto tem acesso a muito mais consciência do que aquela relativa à vossa realidade.
Portanto, pode tornar-se numa expressão bastante poderosa que podereis direccionar à guisa duma ferramenta poderosa. Porque, o benefício e a magia associadas á imaginação está em que ela vos pode transportar, e permitir-vos dissociar-vos da vossa realidade do conhecido, de forma temporária, e reconfigurar desse modo as vossas associações de uma forma que possibilite a inspiração. Permite-vos moverem-se para fora da rotina e substituí-la pela invenção
Nesse sentido, tracemos um exemplo hipotético do indivíduo que pretende reunir uma soma significativa de dinheiro, que gosta de viajar e deseja sair a viajar pelo mundo fora, mas que entretanto se sente constrangido quanto ao dinheiro e por isso não se permite dar o passo. Uma outra acção de que este indivíduo gosta de modo genuíno é de fazer jardinagem.
Agora; este tipo pode encontrar-se desempregado e expressar:” Que poderei fazer e como haverei de gerar rendimento?” Ele adoptará os vossos métodos tradicionais do curriculum vitae e solicitação de reuniões nos mais diversos locais de trabalho, e sentir-se-á insatisfeito e desmotivado. Se perguntassem a um indivíduo desses: “Que é que gosta de fazer?” ele poderia dizer: “Gosto de viajar e de jardinar.”
Se incorporardes imaginação podereis desfrutar daquilo de que adorais fazer de formas criativas, capazes de causar inspiração. Se eu o pudesse trazer para este fórum dir-lhe-ia: “És capaz de imaginar um jardim magnífico que seja obra tua? As plantas desse jardim terão sido obtidas nas mais diversos cantos do mundo e isso possibilita que cries acesso a visitas, para verem o exotismo de todas as suas plantas. És capaz de gerar uma fonte de rendimento, de viajar, de jardinar, e não deixarás de estar a fazer o que gostas – além de estares a criar uma fonte de rendimento.” O indivíduo pode acrescentar: “Mas, eu também desejo uma relação, (Risos) mas sinto-me confuso quanto ao tipo de acção que deva adoptar de forma a manifestar isso. Como haverei de travar conhecimento com outros indivíduos de modo a poder reunir-me a eles e partilhar com eles coisas em comum, de modo a dar lugar á criação duma relação?”
Eu haveria de lhe dizer: “Tu encontras-te a viajar, a plantar, a adquirir plantas exóticas por todo o teu mundo. Com isso estás a relacionar-te com outras pessoas que te proporcionam essas plantas. Aqueles que te estão a proporcionar as plantas também sentem interesse por plantas (Risos) e talvez também se interessem por viajar a fim de poderem adquirir essas mesmas plantas de diversos lugares. Desse modo, dispões de pontos em comum, que são as plantas e as viagens, e preciso não será dizer que eles também devem sentir interesse por jardinagem, ou de outro modo não sentiriam qualquer interesse por plantas! Dessa forma estarás a proporcionar a ti próprio uma via para o encontro e o conhecimento objectivo com muitos, muitos indivíduos desse tipo, pois estás a permitir-te fazer o que queres e ser criativo, empregando a tua imaginação pela fantasia do teu jardim e criação dum negócio de uma forma pouco convencional.” Esse é o poder que acompanha a imaginação.
Vamos dar lugar a mais uma pergunta, além desta.
CAYCE: O meu nome é Cayce, e sinto-me grato por estarmos a ter esta conversa. Poderias partilhar o nome da minha essência?
ELIAS: Nome de essência, Daunelle, D-UM-U-N-E-L-L-E (dawn ELL).
CAYCE: Obrigado Elias. Eu sentia curiosidade em saber se tens andado a rondar a minha casa, porque empregaste este exemplo da mesa repleta de facturas por pagar... (Risos)
ELIAS: (A rir) Eu arranjo sempre referências relacionadas aos exemplos que quero empregar! (Risos)
CAYCE: Quando encaro esta mesa cheia de contas, ao invés de me sentir esmagado, sou capaz de reconhecer nelas o fruto de tudo aquilo que adoro - compras, família, o lar e a vida - e isso, para mim, torna a coisa um pouco menos opressiva.
ELIAS: por certo. Além disso reconhecem que isso NÃO é o que designam nas vossas psicologias como o poder do pensamento positivo. Porque vós podeis pensar e voltar a pensar em termos bastante positivistas e isso não alterar necessariamente a vossa realidade. Trata-se mais de reconhecer o modo como a energia opera.
A energia consiste num imã que atrairá a si aquilo que estiver a atrair, e nisso, constitui a forma de magnete mais poderosa. Se forem capazes de recordar a intensidade da vossa própria onda de choque a cada momento, isso pode conferir-vos sensação de poder. Porque, com o mesmo poder que essa onda de energia é capaz de gerar u sentimento de opressão ou uma sensação de aflição ou de tristeza ou mesmo de desamparo, também pode noutro momento gerar um sentimento de gratidão, de apreciação, de reconhecimento, de maravilha, de felicidade ou de satisfação.
Digo-vos a todos: não subestimem a satisfação, pois quando vos sentis satisfeitos não sentis falta do que quer que seja. Por isso a satisfação é bastante importante (A rir)
STEVE: Elias, sentimo-nos como que em quase casa. Confiança - digamos que experimento a tua fórmula e sinto não estar suficientemente certo da sua operacionalidade. Tens alguma sugestão sobre o modo como seremos capazes de nos mover para lá da área crítica que é necessária a fim de vermos a questão resolvida, e para podermos impulsionar a nossa confiança a ponto de pormos um término no assunto?
ELIAS: Sim. Antes de mais, reconheçam e tomem atenção por o seguinte: “Sim, estou a duvidar. Não se depreciem nem se repreendam por o estar a fazer, ao invés tomem consciência de si mesmos pelo reconhecimento de que: “Não, geralmente não sinto essa confiança ou essa ausência de dúvida.” E não façam coisa nada. Não forcem. Adoptem a vossa dúvida no momento, como aceitável, e permitam-vos relaxar e descansar nessa consciência, alcançando a noção de que não precisam alterar isso nesse momento.
O mero reconhecimento disso, ao invés da luta pela sua eliminação ou do esforço pela sua alteração - pela alteração dessa energia.
STEVE: E não temos que aceitar as crenças inerentes a este processo de confiar no nosso caminho para a plena saúde?
ELIAS: Não. Ha ha!
Muito bem, meus queridos amigos! Eu expresso-vos a cada um de vós um genuíno e enorme apreço, e continuarei a fazê-lo até que o façam por vós! (Risos) Até mesmo mais para além disso! Também vos expresso um tremendo encorajamento e um enorme apoio. Tenho-vos a todos na conta de queridos amigos e estarei sempre presente junto de vós, como sempre estive. Para cada um, e a todos em conjunto, um Au revoir.
GRUPO: Au Revoir.
Elias parte após um total de duas horas e desaseis minutos de sessão.
(1) Steve refere-se ao website de Elias, da autoria de Paul Helfrich, no seguinte endereço: http://www.eliasforum.org.
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