Domingo, 16 de Junho de 1996
Tradução: Amadeu Duarte
Participantes: Mary (Michael), Vicki (Lawrence), Ron (Olivia), Cathy (Shynla), Jim (Yarr), Gail (William), e a Julie (Lanyah).
(Nota: Caramba! A nossa centésima sessão! Tínhamos planeado celebrar o acontecimento, mas concentrados que estávamos nas nossas ocupações físicas, acabamos esquecendo!)
Elias chega às 6:55 da tarde. (Tempo de chegada é de cerca de trinta segundos)
ELIAS: Boa tarde! (A sorrir, a seguir ao que, se vira para a Vicki) Continuando: A vossa Mudança não constitui um evento da Fonte. Toma nota e procede aos ajustamentos. A vossa Mudança constitui uma expressão, na manifestação física, de um Evento da Fonte. É um evento de massas.
VICKI: Está muito bem. (Isto é uma referência a uma mensagem de computador que ela enviou aos nossos amigos de “computador”!)
Voltemos, esta noite, ao exemplo que demos da vossa Segunda Grande Guerra. Eu declarei-vos que se tratou de um evento de massas que obteve expressão física, numa tentativa de “espremer” um Evento da Fonte numa expressão colectiva; por isso, envolvendo o vosso planeta todo numa acção física, assim como em termos de consciência. Já vos tinha sugerido elementos desse evento de massas, e os aspectos de oposição, por assim dizer, dessa expressão. Agora, vou-vos falar da vossa Mudança, a título de comparação.
Muitos indivíduos nesta altura têm a noção dum movimento que se está a gerar nas consciências, que identificam de forma parcialmente correcta, ao referirem perceber que a consciência das massas está a mudar de uma expressão masculina para uma feminina. Não entendem muito bem aquilo a que estão a referir-se, mas têm um pressentimento parcial desta expressão da vossa mudança, e do elemento de que está a obter expressão com base no Evento da Fonte.
A maioria dos vossos Eventos da Fonte expressam-se por uma extensão de muitíssimos séculos do vosso tempo. Existem muitos eventos de massas que se manifestam como expressões de cada Evento da Fonte como este. Isso, no vosso foco físico, propicia uma diversidade na expressão duma pluralidade de aspectos desse Evento da Fonte; porque, conforme terei referido anteriormente, um Evento da Fonte não pode ser expressado no foco físico na sua inteireza, por abranger muito mais do que podeis expressar no quadro das limitações do enfoque físico e por transpor mesmo muito do vosso elemento de tempo. Por isso dispondes dum período de tempo tremendamente prolongado para expressardes aspectos ligados à interpretação dos vossos Eventos da Fonte. Este aspecto, esta expressão que vós escolhestes manifestar no vosso foco físico no contexto do evento de massas da vossa Mudança constitui uma outra expressão dum Evento da Fonte que também abrange o vosso enfoque religioso. A vossa expressão religiosa está baseada numa manifestação física a que associais uma orientação masculina. Na maioria das religiões que tendes por todo o vosso mundo, achais que Deus alinha por uma orientação masculina, por ela simbolizar o poder. Conforme já tive ocasião de referir, vós encarais os vossos deuses como expressões feitas à vossa imagem. Deus não vos criou à sua imagem, por não existir nenhum “deus masculino”! Vós criaste-lo, sublinhai-o, à vossa imagem, assim como criastes os vossos elementos religiosos a fim de contextualizardes a imagem desse Deus todo poderoso.
Na manifestação física escolhestes expressar determinados elementos. Escolhestes manifestar-vos no enquadramento de dois sexos. Não vos é necessário manifestar a vossa orientação sexual se apenas considerardes a essência. Se considerardes a experiência no foco físico, vereis que tereis optado por proceder à separação de elementos da essência, e experimentar esses elementos numa condição física de pureza. Por isso escolheis manifestar com respeito à orientação sexual.
Dir-vos-ei que se considerardes o masculino e o feminino como idênticos, para além dos apêndices físicos que vos caracterizam, vós estais errados; porque na psique masculina e feminina vós apresentais diferenças. Manifestastes isso de forma intencional, pela pureza da experiência de diferentes aspectos da essência.
Se considerardes os catraios pequenos e permitirdes que eles se expressem com liberdade em meio ás suas brincadeiras, haveis de ver que as raparigas - aparte dos sistemas de crença que envolvam esse aspecto – exibem o que encarareis como um comportamento feminino. Podeis constatar que os rapazes em quem não tenham sido inculcados as crenças inerentes à masculinidade, e vereis que eles exibem o que percebeis ser um comportamento masculino.
Isso, conforme o declaro agora, não é acidental, nem é influenciado pelo ambiente. A despeito de encorajardes tal acção, ela tende a prevalecer apesar de tudo; porque na expressão que adoptais no vosso foco físico vós escolhestes expressar-vos no contexto duma psique masculina e duma psique feminina. Nessa medida, passais a exibir um comportamento diferente, diferentes expressões emocionais, e diferentes ideias. Permitis-vos uma oportunidade de experimentardes a pureza dum aspecto da essência, num foco individual.
Tal como referimos previamente, vós, nas vossas expressões individuais, espelhais eventos de massas. Nessa medida, os eventos de massas dos vossos períodos religiosos, e da vossa mudança que agora se avizinha, também são reflectidas nas vossas expressões masculinas e femininas. Nesse sentido, tendeis a considerar duma forma muito reduzida, ao referirdes que o vosso mundo esteja a mover-se para uma expressão orientada mais para o feminino. Na realidade, o vosso globo está a passar a assumir esse tipo de expressão intuitiva da essência, que vós identificais sob os traços da feminilidade.
Tal como referimos previamente, se fordes ricos e desejardes experimentar a pobreza, não podereis experimentar a sua expressão num contexto de pureza se vos afastardes apenas da vossa riqueza, por já incorporardes a experiência da riqueza; por isso, a pureza do carácter dessa experiência de pobreza já se encontra maculada. Do mesmo modo, vós escolheis um carácter de pureza semelhante ao vos manifestardes como homens e mulheres e ao assumirdes diferenças de carácter físico, mental, emocional e espiritual.
Cada orientação sexual comporta a sua própria experiência, experiência essa de que passais a beneficiar; sendo essa igualmente a razão por que, se vos envolverdes no acordo de vos manifestardes no físico, haveis de vos manifestar três vezes, no mínimo, nas vossas expressões. Isso providencia-vos uma oportunidade de ver e de experimentar uma orientação masculina e todos os elementos psicológicos físicos e emocionais que essa manifestação envolve, uma feminina, e uma “outra” orientação, (a rir) que encerra uma combinação de ambas; apesar de, até ao presente período ainda não terdes compreendido a expressão dessa “outra” orientação, por a incorporação dessa manifestação consistir numa experiência da fusão de ambas.
Nessa medida, permitis-vos uma oportunidade parcial de perceber individualmente a manifestação da vossa mudança, não nas suas dores de parto iniciais, mas no seu desenvolvimento mais tardio; porque no começo desta mudança, vós estais a inclinar-vos no sentido da vossa expressão feminina, ao perceberdes estardes necessitados de valorizar a vossa natureza intuitiva. Permitiste-vos a compreensão da existência de outros elementos inerentes à vossa natureza, objectivos e subjectivos, que não percebeis.
Aprendestes, por intermédio da vossa expressão física, que também sois mais do que a soma das vossas partes. Por isso, detendes o desejo de experimentar mais de vós próprios. À medida que avançardes rumo ao começo da vossa mudança também experimentareis a consciência mais calma e intuitiva, e permitireis uma maior ligação com a consciência individual assim como com a consciência das massas.
Ligações com as massas, ao nível da consciência, nas vossas manifestações físicas, sempre se deram. A consciência dessas ligações com as massas nem sempre foi constatada! Presentemente, começais a perceber a interligação que abrange todos os indivíduos. O que não quer dizer que ao longo da vossa história não tenham existido grupos isolados de indivíduos que não tenham tido consciência da interligação que vos engloba a todos; mas isso não se produziu sob os traços dum reconhecimento global; e isso faz parte da manifestação da vossa mudança.
Por isso, podeis pois inferir que avançais mais para uma área da consciência mais orientada para o feminino ao tomardes parte nesta mudança, apesar disso não significar que as mulheres venham a reger o vosso planeta! (A rir) Não vos encaminhais no sentido das vossas histórias de ficção científica, em que os homens passam a ser dominados por uma ditadura feminina! (Riso) Ou melhor, a menos que opteis por manifestar tal coisa, mas eu aventuro-me a afirmar que não optareis por uma expressão dessas, por perceberdes não ser necessária. Durante o período do movimento das massas da família espiritual Sumari, gerou-se um impulso inicial; um empurrão; uma dor de parto; destinado a fundir-vos com a compreensão de que agora vos aproximais.
A Sumari trouxe à luz as desigualdades, os desequilíbrios, as expressões extremadas de desequilíbrio que foram autorizadas e acordadas ao longo de muitos séculos. A expressão destinou-se a trazer à vossa atenção uma percepção disso, de que para realizardes esta mudança no enquadramento das probabilidades que tereis escolhido, um equilíbrio precisa ser atingido.
Portanto, um extenso movimento de facções opostas, por assim dizer, masculina e feminina, foi empregue. Agora, num período muito curto de tempo desde o começo disso, vós avançastes rapidamente para uma área de consciência em que percebeis ser desnecessário que o aspecto feminino suplante o masculino, Também suscitais actualmente o factor de equilíbrio, ao compreenderdes que as expressões intencionais são igualmente desnecessárias.
A intenção foi declarada. O aspecto masculino foi alertado, e em certa medida, foi instaurada uma certa aceitação; mas no âmbito da consciência, a aceitação é plena. Por isso, também comportais um conhecimento relativo a uma passagem fácil para tal equilíbrio, que deverá suavizar a vossa mudança; por hora, nesta presente altura, a expressão não assume o extremo do aspecto feminino a expressar que deva equiparar-se ao masculino, e que deva ser ouvido em igualdade de circunstâncias. Actualmente estais a passar para a área da expressão masculina de “precisar” fazer um maior uso da intuição. Isso não quer dizer que todas as mulheres empreguem uma premissa nas suas manifestações individuais, nem que todos os homens façam o mesmo, porque cada um de vós manifesta-se no seu foco individual a fim de obter a sua própria experiência; mas fazeis uso de determinadas directrizes em que escolhestes passar a experimentar. A vossa mudança não deverá necessariamente ser iniciada pelas mulheres, mas no âmbito da consciência, deverá obter impulso por intermédio do aspecto feminino da consciência.
Recordai igualmente que todos vós que vos manifestais fisicamente neste planeta comportais ambos esses aspectos, e em igual medida. Fisicamente podeis identificar-vos com uma ou outra expressão, e no caso de muitos indivíduos que se encontram fisicamente a manifestar, podem escolher manifestar mais uma do que a outra; em resultado simplesmente da preferência quanto à experiência, tal como podeis optar por consumir chocolate em vez de brócolos. Podeis gostar de consumir brócolos, mas também podeis gostar de ingerir mais chocolate! Envolve uma preferência pessoal relativa à experiência, por experimentardes algo com o consumo de ambos esses elementos. Do mesmo modo, vós experimentais com a manifestação dos focos físicos; por isso, optais por manifestações que correspondam à preferência que tiverdes no âmbito da experiência.
O que não pretende sugerir que não tenhais suficiente experiência, ao nível da consciência, para passardes a assumir um elemento da área da orientação em vez dum outro. Podeis ter optado por vos manifestardes continuamente, até a presente altura, como homem. Isso não representa um impedimento para a interacção que estabeleceis com a vossa presente mudança. Ao nível da consciência vós comportais uma compreensão relativa às manifestações e às experiências.
Nessa medida, dir-vos-ei a breve trecho que não estou a dizer que já tenhais essa experiência. Comportais a compreensão relativa às experiências ao “nível” da essência, o que vos permite manifestar e experimentar. Iremos abordar a discussão disso numa outra altura, porque esse assunto requer uma sessão inteira! (A rir) É por isso que experimentais o que designais por um saber inato, relativo a certos elementos da manifestação, apesar de poderdes não os ter experimentado no vosso presente período. Vós comportais um conhecimento. Comportais um entendimento mesmo que não estejais a experimentar um determinado elemento em qualquer dos vossos focos, por também incorporardes contrapartes. Conforme terei expressado, isso deverá abranger uma sessão inteira!
Quanto à vossa mudança, a expressão da sua consciência volta-se para dentro e não se traduz por nenhuma expressão exteriorizada ou objectiva de poder. Trata-se duma expressão interior, intuitiva, subjectiva, de agressão. (A sorrir) O vigor da agressão não é negativo! Vós percebeis que o termo da agressão traduza invasão. O termo agressão, ou agressividade, representa um movimento imbuído de energia, vigor. Podeis avançar de modo subjectivo, ao nível da consciência, imbuídos duma enorme agressividade e eficiência. Por isso, esse evento de massas constitui o que vós percebeis como um contrapeso, na expressão física, num evento de massas resultante dum Evento da Fonte. (Pausa) Desejareis colocar alguma pergunta?
VICKI: Não estou muito certa de ter entendido a última frase.
ELIAS: O evento de massas correspondente à vossa mudança constitui uma outra expressão que é manifestada em termos físicos; uma interpretação de um aspecto ou elemento de um Evento da Fonte; tal como a expressão que destes à vossa religião e que representou e representa uma expressão, no contexto dum evento de massas, desse mesmo Evento da Fonte. É uma interpretação; essa expressão de massas, essa interpretação, serve para contrabalançar; o uso do aspecto feminino da essência a fim de equilibrar o masculino. (Pausa)
VICKI: Descobriremos mais gente a optar por manifestar-se no aspecto feminino?
ELIAS: Presentemente, não; apesar de vos dizer que podeis ver com interesse, no âmbito do enfoque físico, que sempre manifestastes mais uma certa quantidade de mulheres do que de homens, em termos físicos.
VICKI: Qual será o sexo dos outros seis bebés?
(Nota do tradutor: Refere-se sem sombra de dúvida às manifestações da chamada “Segunda Vinda”, que brotaram duma suposta fusão da essência de Jesus, João (Baptista) e Paulo (Saulo) com outras essências, que se passaram a manifestar em sete bebés, espalhados pelo globo, destinados a dar um empurrão à mudança de consciência)
ELIAS: (A sorrir) Eles também pertencem ao sexo masculino.
VICKI: Mas, haverá alguma razão específica para isso?
ELIAS: Há. Conforme declarei esta noite, o masculino, tanto no vosso presente como ao penetrardes a vossa mudança, expressa o desejo de passar a fazer uso do sentido intuitivo. Esses indivíduos manifestam-se propositadamente como homens para passarem a exibir, em termos físicos, a expressão da mudança (que caracteriza a mudança de consciência). Por isso, eis nisso uma outra contradição! (A rir para dentro) O feminino no masculino; uma expressão intuitiva bastante criativa.
RON: Eu tenho uma pergunta relacionada com esses bebés, esses bebés “danados”! Terá o Michael ou terei eu visto esses bebés em sonhos, no ano passado?
ELIAS: Ah! Vamos passar a incluir uma “actualização”, segundo os termos empregues pela Sophia! Vistes. E, se me for permitido perguntar, a pista que eu dei relativa à China ter-vos-á influenciado? (Riso contido)
RON: Não. Só agora suscitei isso.
ELIAS: Ah, não se trata duma aproximação assim tão súbita!
RON: Não faz mal. Tudo é dotado duma existência simultânea!
ELIAS: Bastante acertado! O que representa uma outra contradição! (A rir para a Vicki) Percebo que a atmosfera desta noite apresente a segurança necessária para poder brincar com o Lawrence!
VICKI: Pois sim! (A rir)
CATHY: Será que o Ryan alinhou pela família azul (Sumari)?
ELIAS: Ah! Já vamos passar a alinhar os pequenos pelas famílias! (Faz uma pausa, a rir para a Cathy) Não!
CATHY: Tudo bem! (Riso)
RON: O jogo teve mais ou menos início com esses bebés. Agora, os bebés já nasceram todos, mas parece que o jogo não é tão importante quanto terá anteriormente parecido.
ELIAS: Ah, nem por isso! Vou propor uma explicação. Eu adiei o nosso jogo por uma questão de consideração para com o Michael, por ele presentemente estar a atravessar um período de conflito. Portanto, em resposta a isso, autorizei que a duração do tempo da nossa sessão fosse reduzida.
RON: Parece que devamos todos voltar a jogar porque costumávamos estar sempre preparados para o jogo, e recentemente, nas últimas sessões, isso não tem sido levado em consideração. Não temos feito questão de jogar.
VICKI: Eu sinto-me preparada! (Riso)
ELIAS: Alguns permitem que o jogo funcione como uma distracção; outros já sentem que o jogo os distrai! (A rir, seguido duma pausa)
VICKI: Terei entendido correctamente quanto ao facto da preferência que temos na manifestação física, relativamente ao sexo, não ter nada que ver com a capacidade que temos de utilizar os nossos recursos intuitivos?
ELIAS: Exacto, apesar de até à presente data terdes optado por não vos focardes no vosso sentido intuitivo no caso de vos terdes manifestado na orientação masculina, apesar de actualmente isso estar a passar para uma outra área e estar a mudar, como quem diz; mas não constitui acidente nenhum que as vossas identidades e expressões se encontrem divididas em masculino e feminino. Vós procedeis à identificação do vosso lado esquerdo e direito como significando feminino e masculino. Isso espelha a consciência que tendes quanto à escolha intencional de separar a consciência, a fim de vos manifestardes com o objectivo de experimentardes esses aspectos da essência.
Por isso, em certo sentido também manifestais uma inclinação para as expressões que manifestais. Os homens tendem a dar menos atenção ao sentido intuitivo. Dão menos atenção às expressões emocionais, e permitem-se uma maior concentração nas expressões intelectual e física. As mulheres inclinam-se mais, na manifestação da sua experiência, à intuição e à experiência do lado emocional. Depositam uma menor atenção no aspecto físico. Em geral, para os homens não é importante ser atencioso nem emotivo. Em geral, torna-se menos importante para as mulheres arremessar dardos e erguer enormes rochedos ou domesticar cavalos selvagens; por se tratar de expressões do foro da orientação sexual em que escolhestes manifestar-vos. O que não quer dizer que sirva para referir que um seja melhor do que o outro. Trata-se de diferentes experiências que escolheis intencionalmente por razões que se prendem com a experiência individual que proporcionam.
Nessa medida, jamais é impossível um homem tornar-se intuitivo, tal como jamais é impossível que uma mulher seja intelectual. Bem pelo contrário, em ambos os aspectos! Só que na expressão do homem, a qual é reforçada pelo enfoque que convencionais socialmente, torna-se mais difícil para os homens passarem a compreender o sentido intuitivo no foco físico; daí a iniciação, no âmbito da consciência, a fim de influenciar as massas, e de forma a permitir uma suavização da aceitação da expressão intuitiva na orientação masculina. Por isso, a vossa maneira de ser, naqueles de vós que tenham escolhido manifestar-se como mulheres, influencia bastante. A percepção que tendes da consciência e de vós próprias permite-vos um maior campo de influência na consciência das massas. Além disso, compreendam que aqueles homens que optam por se expandir no âmbito da consciência e que passam a aceitar que o sentido intuitivo avance com um maior vigor no campo da consciência, também se revelarão mais eficientes, através do auxílio que prestarão à consciência das massas, no evitar do trauma. (Pausa) Vamos fazer um intervalo, e vamos jogar o nosso jogo!
RON: Posso colocar mais uma pergunta? O Paul terá gostado tanto quanto eu gostei da pequena sessão de escrita (automática) que tivemos?
ELIAS: Devo referir que a interacção que tive com a minha querida essência Paul foi no sentido de exprimir “Muita agressividade mas muita eficácia”. Devo dizer que essa essência do Paul estava a sentir urgência em se comunicar...
RON: Isso tornou-se óbvio!
ELIAS: ...por saber que no presente instante a interacção do Elias não seria aceite. Tratou-se duma expressão de auxílio.
RON: Bom, diz-lhe que ele é bem-vindo sempre que o desejar.
ELIAS: Ah, não! Tu és capaz de lho dizer pessoalmente! (Riso) Façamos um intervalo.
INTERVALO
ELIAS: Continuemos. Desejareis fazer mais alguma pergunta antes de darmos início ao nosso jogo?
GAIL: Eu desejo, sim. Tenho vindo a sentir-me um tanto confusa, ultimamente, por me esforçar por compreender conceitos que me vêm à mente, e precisava de ajuda em relação a isso. (Pausa)
ELIAS: Continua.
GAIL: Tem que ver com crenças. Durante os últimos três anos, tenho vindo a mudar crenças que abrigava, e estou a perceber a existência de um padrão a eclodir em relação a um grupo de indivíduos, e sinto-me confusa em relação à razão porque não consigo resolver isso no meu íntimo. Sinto-me bastante frustrada.
ELIAS: Antes de mais, dar-te-ei a explicação da razão por que te terei pedido para traduzires essa questão por palavras, não só em teu benefício próprio; porque conforme expressais física e verbalmente, também determinais (manifestais). Nessa medida, permites-te uma compreensão mais abalizada. Em segundo lugar, torna-se importante que os outros compreendam as questões pessoais, porque a resposta que eu der a isso deverá apelar a outros para além de ti, o que lhes permitirá igualmente dar atenção ás questões porque passam.
Recentemente referi que presentemente, muitos são os que passam por experiências paralelas no contexto da consciência, para além de expressões de natureza física; o que é uma acção que decorre da expansão. Nessa medida, tu encontras-te a abrir ou permites-te uma abertura de corredores neurológicos no teu cérebro físico, na expressão física do teu corpo. Essa acção de abertura desses corredores neurológicos é passível de se tornar confusa, por parecer que a informação subsequentemente te inunde a consciência objectiva a partir do teu ser subjectivo. A tua consciência objectiva não está acostumada a essa informação. Por isso, traduz automaticamente isso por uma expressão que é capaz de compreender. Nessa medida, traduzes nos termos do que encaras como simbólicos, o que apenas se presta para te provocar uma maior confusão. Razão porque passas por essa frustração.
GAIL: Imensa!
ELIAS: Percebe que com o emergir desse novo aspecto da consciência a transparecer para a tua expressão objectiva, hás-de sentir, hás-de experimentar frustração, de acordo com a expressão individual que te diz respeito. Outros experimentam a expressão de outras coisas, e alguns também experimentam uma frustração idêntica. Alguns, especialmente em relação àqueles que tendem a analisar, experimentarão frustração mais prontamente do que qualquer outra coisa. Hás-de descobrir que esses elementos que estão presentemente a eclodir são bastante difíceis de analisar! Eles não se prestam a uma racionalização; porque, conforme temos vindo a debater a mudança que atravessais, o emergir dessa consciência está ligada a essa mudança. Por isso, não se presta logo a ser traduzido duma forma racional. A reacção automática que moveis a essa nova informação expressa-se no sentido de isolardes, analisardes e racionalizardes. Logo, tal como no exemplo recente que demos do símbolo do garoto, também tu precisas compreender e aceitar essa linguagem nova. Aquilo que comunica acha-se incrustado em ti, apesar de presentemente se parecer estranho nessa comunicação.
Já falamos anteriormente da forma como cada um de vós se separou da essência, e subsequentemente esqueceu a linguagem nativa. Agora sentis um desejo de voltar a contactar a essência, a fim de dissolver os véus que prevalecem entre o vosso foco e a totalidade. Nesse sentido, ela entra em comunicação convosco, só que vós esquecestes a linguagem que ela utiliza! Por isso, não te aflijas; permite a ti própria uma oportunidade de passares a assimilar essa nova linguagem, e não te forces numa tentativa de interpretares a linguagem que presentemente utilizas.
Compreendo que muitas vezes, quando me dirijo às pessoas, parecem não compreender o que estou a comunicar; mas haveis de ver, tal como todos os outros com que entrei em comunicação, que eventualmente haveis de ver surgir a compreensão daquilo que explico. Eu proponho-vos explicações relativas ao vosso ser subjectivo. Vós, no foco físico, estais acostumados a lidar com o eu objectivo e a linguagem que ele utiliza. Por isso, alturas há em que as explicações que damos parecerão tudo menos explicações, (a sorrir) mas, à medida que te permitires estabelecer contacto com o teu íntimo, também começarás a abrir os teus próprios corredores, por assim dizer, e passar a compreender.
Fica sabendo do seguinte: Existem muitos outros que empregam a mesma expressão que tu presentemente empregas. Vós achais-vos comprometidos com uma nova onda da consciência, a qual decorre por intermédio duma expressão de massas. Quando falo de “muitos”, não me refiro unicamente aos presentes, mas ao vosso globo inteiro. Estais muito ligeiramente a começar a perceber, em locais longínquos e fora do alcance, a interligação que se evidencia entre todos, e os factores comuns que todos sentis, no contexto da experiência. Isso é uma expressão de expansão, e de envolvimento com a vossa mudança de consciência.
Tal como acontece com o bebé, na expressão que adopta, vós nem sempre compreendeis a linguagem que utiliza; mas à medida que lhe derdes atenção, e experimentardes o convívio com ele, começareis a interpretar com perfeição a linguagem que utiliza. Do mesmo modo, hás-de começar a interpretar a linguagem que tu própria utilizas se lhe deres atenção. Vós não analisais nem racionalizais a expressão dos bebés! Dais-lhe atenção e permitis-vos contactar com eles a fim de os compreenderdes. Se tentardes racionalizar com base na lógica do cérebro orientado para a masculinidade, haveis de interpretar incorrectamente; por o que estiver a ser expressado e apresentado ser irracional, no contexto da expressão feminina e intuitiva.
Por isso, presta atenção às próprias palavras que empregas. Vós estabelecestes uma definição na consideração de vós próprios, expressando um elemento numa posição, outro elemento noutra posição, e um outro elemento numa terceira posição. Aquilo que te fala é o teu eu subjectivo numa posição, enquanto tu tentas mover essa linguagem para uma outra posição. Permite essa expressão no contexto em que ela se tiver expressado. Estás a tentar colocar um tijolo numa estrutura que já se acha terminada, ou estás a tentar retirar-lhe um tijolo, deixando um vazio nela, e colocando esse tijolo numa outra estrutura a que não pertence. Permite-te aceitar a tua própria expressão, e esquece isso; porque muitas vezes, se te permitires abrir mão da frustração que sentes, a clareza de entendimento ocupa-lhe o lugar (acaba por surgir).
GAIL: Então, devia prestar uma maior atenção à carta que descobri?
ELIAS: A aceitação do teu ser é chave, no teu caso. Já referi isso muitas vezes nestas reuniões. Vós não estais a esforçar-vos por ser; vós já sois. Não é preciso que procureis “tornar-vos”. Vós estais permanentemente em transformação.
GAIL: Deixa-me pensar nisso.
ELIAS: Compreende também que no âmbito desta expansão da consciência, escolheste apresentar a ti própria certas crenças, conforme escolheram todos os que optaram por esta expansão da consciência. Nessa medida, escolhestes proceder à identificação de crenças que residem abaixo do limiar do que habitual e objectivamente encarais como crenças que defendes. Escolhestes passar a expor a vós próprios aquelas que não objectivais com prontidão. Nessa medida, destes início à expansão e à aceitação dessas crenças. Tal como referi, nós não pretendemos eliminar crenças, mas passar a aceitá-las; porque com a aceitação, vós também permitis distanciar-vos. (Pausa prolongada)
JIM: Eu tenho uma pergunta. A interacção que tive recentemente com uma das minhas criaturas, o pássaro, e o aparente ferimento que apresentou, e o modo como optei por comunicar com ele após ter pressentido uma comunicação com o animal, depois de ter tido um outro animal nas mesmas condições... estou um pouco baralhado quanto ao que possa estar a acontecer que talvez não esteja a conseguir objectivar. Tenho noção de se tratar duma questão relativa à confiança, da minha parte. Sempre tem que ver com isso!
ELIAS: (A sorrir) Devo dizer-te, Yarr, para perceberes que as expressões que adoptas são aceites, conforme o referimos anteriormente. Além disso, como também dissemos, podes não perceber necessariamente o efeito externo das expressões que assumes. Vou sugerir-te para investigares o teu íntimo e estabeleceres contacto com a tua luz e o significado que ela assume.
JIM: A minha luz??
ELIAS: Exacto.
JIM: Ah! Está bem.
ELIAS: A expressão dessa acção contém mais informação do que percebeste. Tu agiste com base na expressão de confiança que tiveste em relação a um impulso - um comunicado. Agora podes prestar atenção e passar a entender essa expressão.
JIM: Está bem. Obrigado.
VICKI: Eu tenho uma pergunta. Muito brevemente, a pronúncia correcta do nome da essência Kyle, ou Kaya?
ELIAS: Kyle.
VICKI: K-Y-L-E?
ELIAS: Exacto.
VICKI: Tenho uma outra pergunta relacionada com o nosso jogo e aquilo que disseste de o colocares de lado por um tempo por causa do conflito que gera no Michael. Terás alguma informação que possas dirigir ao Michael quanto a esse conflito, ou que me possas dirigir a mim relativamente ao conflito que me provoca a dor física e o conflito por que ele passa com isso? (Elias ri, e desatam todos na gargalhada)
ELIAS: Quanto à expressão que foi fornecida ao Michael, eu encontro-me presentemente a interagir com o Michael em relação a essa questão, tal como tenho vindo a fazer durante o vosso período recente. Ele até agora não tem entendido mas está a tomar consciência da nossa interacção. Quanto a uma expressão franca para com o Michael, de momento não seria assimilada. Por isso, revelar-se-ia contraproducente. Eu devo obter um maior rendimento com a interacção que tenho com ele no estado de sonhos.
Quanto a uma expressão para com o Lawrence, essa questão irá afectar bastante esse indivíduo, por estardes muito ligadas no âmbito da consciência. Vós comportais dificuldades semelhantes, e presentemente estais envolvidos em nesses problemas. O Michael expressa-se por meio da dor física; o Lawrence expressa-se através da dor interna. Tal como o Michael não se permitiria obter benefício das palavras que profiro durante o nosso tempo de duração das sessões, por isso constituir um paralelo estabelecido em relação à expressão de desenlace do Lawrence. (A sorrir) Entende a interpretação da preocupação que sentes; porque apesar de cada um de vós possuir um entendimento claro, embora parcial, do laço que tendes, a realidade dessa unidade ainda não é entendida. Razão porque ainda permaneceis em conflito e a questionar-vos, em relação às reacções uma da outra. Estais a reagir a vós próprias; porque a cada manifestação que tu expressas, o Michael reage em relação a si próprio como se se tratasse duma expressão dele. A cada expressão que o Michael manifesta, o Lawrence responde como se fosse uma expressão sua. Não existe diferença, por não existir separação. Para vossa actual perplexidade, não existe separação nem sequer no que toca à manifestação física! (Dá uma risada)
Eu digo-vos a todos, muitas vezes, que no âmbito da consciência não existe realmente separação, nem tampouco no contexto da expressão física, apesar de vos encarardes como manifestações individuais separadas. (Pausa) Nessas manifestações não subsiste o menor distanciamento.
VICKI: Apesar do Michael sentir dor física aguda, e eu não.
ELIAS: Apesar de ambos em combinação possuirdes aparentemente duas costas físicas, só possuís um costado. Por isso, onde haveis de expressar a manifestação? Está presentemente a ser expressada!
VICKI: Não estou a entender.
ELIAS: Vede-vos a vós próprias como o que podeis testemunhar como uma manifestação física dos vossos casos de gémeas unidas. Os gémeos unidos fisicamente não experimentam duas manifestações, mas uma, que afecta ambos. Neste caso representa o paralelo na expressão física. Vós unicamente não encarais a coisa em termos físicos desse modo, porque na visão que tendes, percebeis duas expressões e duas manifestações físicas. Isto também deve tornar-se mais fácil de assimilar, por estardes muito próximas.
A percepção que tendes desse laço cresce, e como está a crescer, haveis de passar a assimilar essa informação com maior facilidade, possibilitando desse modo um entendimento mais claro quanto às expressões; Por um lado, isso não difere do caso de ausência de expressão durante as vossas horas nocturnas, por assim dizer, nem duma grande expressão emotiva, por outro. Tal expressão consta do mesmo. Agora, entendam que nesta informação, as dificuldades e crenças que o Lawrence utiliza também influenciam a expressão disso; porque tal como no exemplo que destes a vós próprios, para referência futura, da expressão enquadrada nas horas nocturnas, o Michael não experimentou qualquer aflição nem qualquer envolvimento emocional, mas sim dificuldade. O Lawrence não passou pela experiência de dificuldade alguma, mas sim de uma resposta emotiva. Estarás a compreender um pouco mais?
VICKI: Estou.
ELIAS: Muito bem; isso não é diferente. Por isso, eu reafirmo: o Lawrence sente uma maior dificuldade com este movimento; sendo essa a razão porque o Lawrence experimenta tal reacção dramática em relação à expressão física, e também a razão porque o Michael passa pela confusão e pela falta de compreensão que experimenta. Agora podeis continuar a sentir como se fôsseis uma só, e continuar a atravessar as vossas dificuldades. Isto servirá de ajuda?
VICKI: Serve. Obrigado.
ELIAS: Vamos para o nosso jogo!
...
ELIAS: ... (Pausa) Vou conceder-vos uma oportunidade de interagirdes e de entrardes em contacto com o nosso jogo, à medida que vai crescendo na importância que lhe atribuís, para passardes a perceber e a sintonizar, além de ser divertido!
JIM: Essa é a melhor parte!
ELIAS: E vou-vos desejar a todos, nesta noite e um adeus muito carinhoso e afectuoso.
Elias parte às 9:31 da noite.
(Nota a todos os nossos novos participantes: Temos vindo a jogar este nosso novo jogo desde o Verão passado. Ele teve início num sonho que o Ron teve e gradualmente foi-se tornando num jogo. Presentemente, o jogo consiste na tentativa que empreendemos no sentido de ligar várias categorias a uma das nove famílias da essência. Actualmente possuímos sessenta e sete categorias, mas continuamos a acrescentar mais. Além disso, aqueles que tomam parte neste grupo estão ligados, por meio dum alinhamento, a uma família da essência; ou, conforme no caso da Julie, a mais do que uma família. A maioria de nós até à data, neste grupo, pertence à família Sumafi; mas alinha neste foco físico, no âmbito do propósito (ou objectivo) pela família Sumafi. A transcrição subordinada à vossa família da essência pode explicar isso com um maior detalhe. Se algum de vós gostasse de se ligar a uma família, ou ao alinhamento que tem por uma família, enviem-nos as vossas perguntas relativas ao jogo. Já tivemos outros que participaram neste jogo à distância. Inicialmente poderá parecer confuso, mas é bastante divertido!)
© 1996 Vicki Pendley/Mary Ennis, Todos os Direitos Reservados
Notas do tradutor
Cumpre, talvez, esclarecer que, quando se faz menção à energia feminina, não se refere à mulher, e quando se refere em masculinidade, não é o homem que se tem por alvo, o macho! Não subentende o género; esse é um erro crasso. Só a imaturidade em nós equaciona isso nos termos do feminino e do masculino como sendo a orientação sexual.
Em cada indivíduo existe uma energia feminina e uma energia masculina: somos tanto masculinos quanto femininos, o que não quer dizer que sejamos todos dotados de ambos os órgãos sexuais! Tampouco sugere que devamos tratar de desenvolver o sexo oposto, nem alterar o modo de vestir, nem a rigidez que desenvolvemos, ou falta de assertividade.
É à energia que isso se reporta, e não ao sexo, propriamente. A energia masculina pode ser descrita em termos de “Yang” ou “Animus”, para referir o termo que Jung chamou aos aspectos inconscientes do indivíduo, baseado na filosofia de Platão; a “Anima”, ou “Ying”, representa a energia feminina. Contudo, erradamente referenciadas como a energia extra que representa a mulher e se acha em cada homem o aquela energia extra que se acha no homem e representa a mulher, e que precisa ser desenvolvida. Isso é puro chauvinismo, sugerir que cada homem e cada mulher possuam esse “outro” aspecto e deixar de referir que ambos possuam os dois aspectos.
Trata-se de diferenças mentais, emocionais e intuitivas e não de diferenças genitais. O princípio masculino comporta vários componentes. O primeiro, que ironicamente corresponde ao primeiro centro subtil de energia, representa a energia da vontade, da acção e da manifestação; a energia de cada um que é capaz de desejar algo e de possuir um sentido de determinação, um sentido de persistência, um sentido de auto-confiança, de se concentrar em algo, e com base nisso passar a manifestar, a gerar, a criar algo. Isso traduz a energia masculina da segurança, da vontade, da actuação, que por sua vez, constituem a fundação, a sede da segurança.
A segunda forma de energia que compõem aquilo que se subentende por masculinidade é a energia que gera a forma de maneira a forçar o conteúdo, a fim de preencher o contexto da nossa realidade.
Outra energia masculina é a da qualidade; a modelação, a forma, a focalização que conferimos à energia a fim de criarmos uma outra forma ou estrutura (reforma). Ela molda e força a criação duma outra estrutura.
Outra qualidade inerente à energia masculina assenta na dinâmica que se imprime à criação. A aceitação duma ideia e a acção que tem base nela. Outra qualidade é a da motivação; não da energia da responsabilização, da estupidez ou da imbecilidade que muitos julgam comportar, mas da busca de sentido para a vida e de um significado para a existência
Tem, pois, início na vontade, na acção e na manifestação, e a seguir na criação da forma a fim de forçar uma substância qualquer que preencha esta coisa a que chamamos vida. A seguir molda e remodela e focaliza-se e altera a focalização anterior, forma e reforma essa energia de maneira a gerar uma nova estrutura, uma nova actividade, uma nova forma. A seguir coloca tudo isso em acção, com base numa busca de compreensão e do sentido do intelecto, de conhecimento.
A energia masculina é a energia instintiva que protege; a parte de nós que sempre determina responder ou voltar costas; como nos devemos defender e proteger. Isso é uma energia masculina. O instinto de protecção e a natureza instintiva de suprir, de proteger e de suprir em termos intuitivos e instintivos. A energia masculina procura instintivamente proteger e suprir – a energia masculina, e não a energia do homem! Tampouco quer dizer que a mulher não possua instintos, porque possui; isso representa a energia masculina na mulher – a energia que tanto corre no sangue das mulheres como dos homens e que visa suprir, proteger instintivamente, de forma espontânea, e sem ter que pensar nisso.
Por último, a energia masculina é aquela que se revê na acção. Estas são as qualidades que assistem ao princípio masculino; a energia que se acha em cada um e não só aquela que pertence ao sexo masculino. Contudo, se operar de forma isolada, não instaurará a harmonia nem o poder e pode tornar-se numa fonte de tristeza e de depressão.
É no íntimo que muitas mulheres devem procurar essa energia e não no exterior – nos homens! Embora, a realidade consensual indique que é nos outros que devem buscá-la, e à auto-realização e o intelecto.
A energia feminina possui qualidades que têm início no primeiro chakra, ou centro subtil de energia, o da segurança. A primeira energia que possui características femininas – em todos nós - é a energia da imaginação, a energia do sentimento, a energia do desejo. A parte de nós que é capaz de imaginar um mundo melhor; a parte de nós que é capaz de sentir à vontade.
A base da nossa segurança física provém dessa imaginação, desse sentir e desse desejar. Essa é a primeira forma de energia e o primeiro centro de energia.
A segunda energia que é feminina, lida de forma similar com a forma e o contexto mas difere no facto da energia feminina reunir conteúdo a fim de forçar a forma e criar o contexto. Reunir a informação significativa e importante com um propósito de forçar a forma – ver o que queremos realizar, em que posição nos encontramos, e onde queremos chegar. De algum modo isso acabará por forçar uma maneira de lá chegarmos. Trata-se do conteúdo a forçar a forma ao invés de ser a forma a forçar o conteúdo!
A masculinidade foca-se no preenchimento do “espaço”, enquanto a feminina se concentra na criação desse “espaço”. A energia feminina cria esse “espaço” ao reunir conteúdo, de modo a forçar a forma, dando, desse modo, lugar à criação desse “espaço”.
A terceira forma de energia é a da dádiva e da aceitação – a energia de ambas essas atitudes. A energia da criação e da permissão para sermos criados, o que constitui uma posição extremamente vulnerável! A energia do cultivo e da aprendizagem. Do cuidar e do agir com dedicação, com afecto, com conteúdo emocional significa cultivar, suprir, educar: promover o interesse, promover o agrado, o bem-estar. Mas também permitir-se ser cuidadoso constitui um poder vulnerável e feminino. Não confundir com a esperança em que os outros cuidem de nós, o que representa uma forma de manipulação e de controlo, de mandar nos outros. (Aqueles que são “vítimas”, jamais são debilitados”!) Cuidar de nós conforme cuidamos dos outros.
A energia feminina não quer dizer receber cuidados e zelo por parte dos outros, somente, mas uma combinação dinâmica de dar e receber, de criar e ser criado, de cuidar e de ser cuidado.
Outra qualidade consiste na capacidade de criar, capacidade de agir, na habilidade de manifestar. Não na acção, nem na criação ou na manifestação, mas na faculdade de prover a tais coisas sem precisarmos demonstrar tal capacidade. Essa é uma energia feminina. A demonstração é masculina; a feminina é o poder, a aptidão para agir. A criatividade – a destreza de criar, de manifestar – é uma energia feminina. Ser capaz; essa é a origem da existência. Que por intermédio da sua destreza passa a causar a energia masculina que em seguida passa a criar-se a si própria, duma forma dinâmica.
Depois, uma energia bastante nobre e poderosa – habilitar a percepção por meio da permissão; não criá-la nem forçá-la mas permiti-la. Depois, segue-se o equilíbrio de todas as coisas, e o existir, o estado de existir, a existência que se traduz por uma energia feminina, não mulher, mas energia feminina.
Com que frequência paramos de pensar, paramos de buscar um sentido, a fim de deixar que a percepção ocorra? E em que proporção instauraremos equilíbrio? É claro que pensamos logo em termos de moderação, em termos de “equilibrar” as coisas em questão, mas com que frequência permitimos ser naturais? Sentar em meditação, a permitir uma fluência natural do ser, por exemplo. Agir no sentido de “ser o que é”. Forma, a procurar forçar o contexto a fim de preencher o “espaço”. Que espaço? O do ser! (Energia masculina clássica!)
Nenhuma dessas energias pode operar realmente sozinha; nenhuma delas consegue revelar-se poderosa – sem a outra! Onde a energia masculina exerce o poder da vontade, da actuação e da manifestação, a energia feminina imagina, sente e acalenta o desejo.
A imaginação, por exemplo, constitui uma particularidade que só nós possuímos; uma característica sinergética do nosso cérebro que age holograficamente - um todo que é maior do que o produto das suas partes. Maior do que a região reticular, a parte límbica, o córtex e os lobos frontais que compõem o cérebro, que a um tempo os cientistas procuraram dividir até perceberem que funciona num todo em que cada porção é capaz de desempenhar qualquer função, caso se revele necessário. O cérebro não é segmentado mas um todo, uma função gestaltista dos seus componentes, função essa que brota da capacidade que temos de imaginar, coisa que somos as únicas criaturas a ser capaz de fazer, à vontade.
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