Session 872
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Creating What You Want

Topics:

"Criar Aquilo que Queres"
"A Tua Atenção não se Acha Concentrada nos Pensamentos"





Quinta-feira, 26 de Julho de 2001 (Privada/Telefone)

Participantes: Mary (Michael) e Irene

Tradução: Amadeu Duarte




ELIAS: Bom dia!

IRENE: Olá! Daqui fala a Irene.

ELIAS: Sê bem vinda!

IRENE: Obrigado, obrigado. Eu queria colocar algumas perguntas, a ver se me poderias ajudar com elas.

ELIAS: Muito bem, podes começar.

IRENE: Eu tenho um emprego que detesto, no Arizona, e tenho um contracto a prazo no Massachusetts, que adoro. Espero continuar no Massachusetts, e neste momento tudo está atolado. Necessito de algum aconselhamento. Serei capaz de permanecer no Massachusetts, ou será que terminou tudo?

ELIAS: Isso depende da tua escolha e da direcção que criares. Na realidade, neste momento presente tu estás a voltar a tua atenção na direcção dos outros e a permitir que as escolhas deles te ditem aquilo que deve ser a tua escolha, e nesse sentido, colocas-te no papel de vítima, a não te permitires criar as tuas próprias escolhas e a expressares uma dependência em relação às escolhas dos outros, a fim de criares as tuas.

Por isso, nesta situação, se voltares a tua atenção para ti própria e avaliares e reconheceres em ti própria aquilo que TU queres, poderás centrar a atenção em ti própria e proporcionares a ti própria a criação da tua própria escolha, a despeito das escolhas ou das direcções das escolhas alheias. Posso dizer-te, minha amiga, que isso é bastante possível, e conquanto te pareça impossível, tu deténs a capacidade de gerares esse tipo de movimento e de criares aquilo que queres.

Aquilo em que te estás a desafiar no presente é estares a chegar a vias de facto com o conceito de que tu efectivamente crias a tua realidade, e a voltares-te para uma posição, por assim dizer, que te possibilitará perceber as tuas próprias escolhas que te expressam não estares a criar a tua realidade toda, o que é bastante incorrecto.

Não tem importância aquilo que for criado em termos de escolha pelos demais. Aquilo que detém importância é que te permitas dirigir-te a ti própria e criares as tuas próprias escolhas em relação ao que desejas. Porque ao projectares esse tipo de energia, dás a volta à percepção que tens e efectivamente CRIAS a manifestação física do que desejas. Mas isso essencialmente requer que voltes a tua atenção do exterior e dos demais e a voltes para ti e para as tuas próprias escolhas, e confies na capacidade de actualizares essas escolhas, a despeito do quanto te pareça impossível – porque não é impossível. (Pausa)

A razão porque apresentas a ti própria essa ansiedade deve-se ao facto de estares a comunicar a ti própria, por intermédio da emoção - a qual está a identificar a dúvida que abrigas em ti própria em relação à capacidade que deténs de criares aquilo que desejas - emoção essa que se traduz objectivamente por intermédio dum querer.

Assim que te permitires voltar a tua atenção dos outros e daquilo que estiverem a criar, também te permitirás perceber o que ESTÁS a criar e aquilo em que consiste a TUA expressão, a TUA conduta, bem como as áreas em que estás a deixar de confiar em ti própria e nas capacidades que possuis, as áreas do teu íntimo em que te deprecias e através das quais expressas uma falta de confiança nas tuas próprias habilidades. Isso proporciona-te uma oportunidade de te familiarizares mais contigo própria e de tomares consciência de que na realidade tu te estás a limitar, por estares a permitir que as escolhas dos outros ou as crenças expressadas pelas massas da tua sociedade te influenciem e te ditem aquilo que podes ou não realizar. Na medida em que te permitires examinar a influência dessas crenças por que estás a alinhar, também oferecerás a ti mesma a oportunidade duma enorme liberdade ao proporcionares para ti própria uma escolha.

No presente, não reconheces as tuas próprias escolhas, por focares a tua atenção fora de ti própria e por as únicas escolhas que apresentas a ti própria através do teu reconhecimento serem aquelas que dependem das escolhas dos outros. Por isso crias uma tremenda limitação, e a tua consciência subjectiva responde-te numa forma de comunicação, a qual se traduz pela frustração e pela ansiedade.

Isso é a tua consciência subjectiva a identificar-te que neste presente momento estás a definir para ti própria uma expressão de negação da tua própria escolha, e isso cria-te no íntimo um desconforto, porque a expressão natural da essência consiste em permitir o seu próprio fluxo e em ser criativa, em criar as suas próprias escolhas. Essa é uma qualidade inata que possuis no teu íntimo, enquanto essência: livre-arbítrio e escolha. Quando negas essas expressões inatas em ti própria, transmites imediatamente a ti própria a identificação dessa negação de ti, e isso é expressado sob a forma duma emoção.

Nesse sentido perguntas-me se irás permitir-te continuar na localização física que escolheste, ou se não. E a resposta que te dou é que isso depende da escolha que fizeres – que é que escolhes? Reconhece possuíres a capacidade de escolha, a despeito de qualquer outra expressão ou da escolha da parte de quem quer que seja. Se te dirigirás a ti própria e te permitirás escolher ou se continuarás a permitir a dependência da escolha enunciada pelos outros e a permitir que isso te direccione?

Neste presente momento estás a permitir que te tomem o leme do teu próprio barco, devido a focares a tua atenção fora de ti; e como permites que os outros conduzam o teu barco, bem que podes permitir que o teu barco seja conduzido de encontro a um glaciar. Permitir-te-ás ter mão no leme do teu barco e conduzi-lo na direcção que TU desejas?

IRENE: Então será uma questão de fé no facto deu possuir os recursos de que careço a fim de trabalhar aqui, e em relação ao espaço e aos estudantes e isso?

ELIAS: É uma oportunidade, por assim dizer, para efectivamente testares as tuas habilidades do modo como poderás criar a tua realidade e aquilo que queres. Não se trata duma questão de esperares nem de antecipares o advento de recursos, mas de confiares em ti e na capacidade que tens de VIRES a gerar esses recursos, por ser isso o que tu queres e tu deteres a capacidade de o criar. Por isso, o teu desafio expressa-se pela confiança – pela permissão de confiares nas tuas capacidades e no facto de SERES capaz de gerar os recursos para a sua criação e objectivares aquilo que queres.

IRENE: Isso é igualmente válido nos relacionamentos…

ELIAS: É.

IRENE: ...com as pessoas?

ELIAS: É. Isto aplica-se em cada expressão do teu foco; aplica-se a todas as direcções, e a todas as expressões. São tudo expressões relacionadas com a tua própria confiança e auto-aceitação e com as tuas próprias capacidades.

Este termo “capacidade” é espantoso porque muitos de vós, no foco físico não reconheceis de forma objectiva o significado desse termo relativo às vossas próprias habilidades. Consiste ele na expressão do que sois CAPAZES de criar, e não existe limites para aquilo que sois capazes de criar na vossa realidade física. A chave reside na vossa CONFIANÇA na capacidade que possuis e na direcção em que sustentais a vossa atenção.

A vossa atenção é o volante que conduz o vosso barco. O teu barco é a tua percepção. E ela segue a direcção que a tua atenção toma. A tua percepção é o mecanismo que cria efectivamente a tua realidade física e toda a manifestação que ocorre nela, todo o movimento que sucede nela. Mais ninguém cria qualquer aspecto da tua realidade. Tu cria-la toda.

Não tem importância que te relaciones com outras pessoas porque tu interages é com a energia delas. Aquilo com que interages efectivamente, na forma e substância física, é aquilo que tu própria criaste por intermédio do mecanismo da tua percepção, e nesse sentido, és capaz de o criar da forma que preferires.

Mas se não estiveres familiarizada contigo própria e não reconheceres as tuas próprias crenças e associações que estabeleces que te influenciam a percepção, se não possuis uma consciência clara do sentido em que diriges a tua atenção e daquilo em que te concentras, há-des igualmente admitir que essas crenças e associações te influenciem automaticamente a percepção e desse modo parecer-te-á existirem aspectos na tua realidade que se acham fora do teu controlo, por assim dizer.

IRENE: Muito, mesmo.

ELIAS: Mas realmente isso não é correcto, minha amiga, porque tu crias tudo o que tem lugar na tua realidade. Não importa que isso se expresse por intermédio do que percebes ser o trabalho ou as relações ou as interacções com os objectos ou com o teu mundo ou com as situações. Podes envolver-te seja com que questão for que a tua percepção deverá ser o que criará a manifestação objectiva disso mesmo na tua realidade, e isso é espantosamente influenciado pela tua atenção e pela direcção em que a focas – mas a tua atenção não se brota da concentração nos pensamentos.



Isso é um mal-entendido, uma definição distorcida na vossa dimensão física que as pessoas estabelecem na associação que fazem de que a concentração se centre no pensamento. A vossa concentração não se expressa com relação ao pensamento mas na vossa atenção e na direcção que lhe conferis, bem como nas crenças que abrigais. Porque a despeito dos vossos pensamentos, aquilo que escolheis é directamente expressado em relação ao sentido em que a vossa atenção é focada, e a vossa atenção é focada nas vossas crenças e nas associações relativas às vossas crenças, respeitantes à vossa realidade.

Se afirmares para contigo própria que tens que esperar que os outros formulem decisões em relação a ti própria, deixarás de estar a prestar atenção às tuas próprias escolhas e deixarás de te dirigir a tua vida por meio da atenção dirigida para ti própria. Estarás a prestar atenção aos outros e estarás a permitir-te expressar reacções automáticas em relação às crenças.


ELIAS: Não é uma questão de procurares expressar para contigo própria uma crença ou de alterares essa crença. Isso é uma armadilha que as pessoas referem na tua realidade física. Voltais a vossa atenção para os pensamentos e dizeis para convosco: “Ah, se eu transformar a crença que tenho e passar a referir a mim própria que actualmente acredito possuir a capacidade de permanecer neste local físico, eu passarei a criar isso.” Não, vós não estais a alterar as crenças; apenas mascarais essa crença ao referirdes para vós próprios um pensamento, porque isso não altera a crença.

Aquilo que vos altera a percepção, e desse modo a vossa realidade, é o reconhecimento de deterdes uma crença que vos dita a negação das vossas escolhas; e tendo reconhecido que sustentais essa crença, concederdes a vós próprios permissão para não reagirdes da forma automática e inerente a essa crença e reconhecerdes que a despeito das crenças que sustentardes continuais a incorporar escolha. Não tem importância que abrigais uma crença. Podeis proceder a opções fora do âmbito do alinhamento com essa crença. Não estais sujeitos a ela, nem restringidos por ela só pelo facto dela existir.

Isso ilustra a liberdade que a aceitação das crenças faculta, ao não tentardes alterar as crenças – porque vós não as alterais – nem tentardes eliminá-las. Elas constituem um aspecto da concepção desta dimensão física, pelo que não serão eliminadas. Mas através da ACEITAÇÃO das crenças que sustentais, neutralizais-lhes a expressão e facultais a vós próprios a liberdade de escolha, a qual vos valida e confere a expressão da confiança de deterdes efectivamente a habilidade de vos orientardes a vós próprios e de gerardes aquilo que quereis na manifestação física.

O modo como isso se traduz em relação à vossa realidade física na realidade É o que aparenta passar pela alteração das expressões dos outros. Vós não criais as escolhas dos outros nem a sua realidade mas a vossa realidade e as vossas escolhas e tudo o que vedes, como referi, na vossa realidade. Até mesmo a manifestação física dos outros indivíduos é criada por vós.

Por isso, e de modo realista, se voltardes a vossa atenção para vós próprios e expressardes confiança na vossa capacidade de criar aquilo que quereis a despeito do quanto isso pareça impossível e expressardes o risco de vos permitirdes dar o primeiro passo na criação disso, alterareis efectivamente a expressão física do outro, porque ele consiste numa projecção de vós.

Mas como continuas a perceber-te como separada do outro, na interacção que empreendes com ele, e não como uma criação tua, também expressas para ti própria e de forma automática a incapacidade de criares aquilo que queres, porque não estás a criar o outro. Isso está correcto - não crias o outro enquanto foco da essência, mas crias aquilo com que interages (nele). Na realidade, ao interagires com qualquer outra pessoa em toda a tua dimensão física, estás a interagir com o que ele exprime em termos de energia. A manifestação física é uma criação tua.

IRENE: Então… Se eu for capaz de mudar… Alguém mais tentará mudar a minha energia do mesmo modo, tal como eu procuro mudar a dele?

ELIAS: Não! É completamente desnecessário ALTERAR a expressão da energia de quem quer que seja, ou que alguém mude a tua. Tu expressas a projecção que fazes de energia, essa energia é recebida por eles e eles passam a criar a sua própria tradução dela relativa àquilo que eles estão a criar na realidade deles. E de modo idêntico, eles projectam energia na tua direcção. Tu traduzes essa energia por meio da percepção que tens e projecta-la no exterior sob a forma duma manifestação relativa ao sentido que estiveres a gerar.

Vós achais-vos todos interligados e a interagir porque na realidade não existe separação; mas subsiste a ilusão da separação na forma individual como criais a vossa realidade. Cada um de vós cria individualmente as manifestações da vossa realidade. A energia está continuamente a ser trocada. A manifestação física é aquilo para que a destinais ser.

Por isso, se te permitires voltar a tua atenção para ti própria, por intermédio duma familiaridade com as tuas motivações, as tuas crenças, as tuas expressões e criações actuais e com o modo como te encaras e às tuas capacidades, também proporcionas a ti própria a oportunidade de propor a tua própria permissão para escolheres aquilo que queres.

IRENE: Deixa ver se entendo isto direito. Portanto, no momento eu desejo permanecer aqui, mas vejo-me no papel de vítima das circunstâncias. Eu tenho que aceitar essa crença e escolher… Não devo escolher alterar a crença…

ELIAS: Correcto.

IRENE: …Devo escolher alterar o modo como lido com a crença?

ELIAS: Tu escolhes mudar a percepção que tens e nesse sentido escolhes confiar em ti, voltar a tua atenção para ti própria, e deixar de te preocupares com as escolhas dos outros ou com as circunstâncias.

Mas ao voltares a tua atenção para ti, optas por conceder a ti própria a faculdade de escolha. Não importa aquilo que refiras nas tuas crenças. O que importa é que reconheças as crenças e reconheças que, a despeito delas, TU TENS OPÇÃO DE ESCOLHA. Não te achas sujeita a essas crenças.

IRENE: Muito bem, então penso que ainda estarei a confundir quanto a não conseguir alterar a crença mas ser capaz de escolher deixar de reagir com base nessa escolha.

ELIAS: Sim! Precisamente.

IRENE: Muito bem... Certo.

ELIAS: Um exemplo...

IRENE: Sim, isso pode servir de auxílio.

ELIAS: …Podes sustentar a crença de que, no caso de saíres à rua e sofreres uma colisão com um veículo que passe, o teu corpo deva automaticamente sofrer danos corporais. Isso pode ser uma crença bastante vigorosa, mas em qualquer altura, e sem pensares – porque o pensamento consiste apenas na tradução de algo que é transmitido e que ofereces a ti própria – sem pensares podes sofrer um acidente assim, entre ti e um veículo, e não criares qualquer dano físico ao teu corpo, e surpreenderes-te objectivamente com tal feito.

A escolha não requer (envolve) pensamento. A escolha só exige atenção, mas a atenção não está sempre nem inteiramente associada ao pensamento. É por isso que tem importância reconhecer o sentido em que estais a direccionar a vossa atenção, porque isso é o que vos dirigirá a vossa escolha, e não necessariamente o pensamento.

IRENE: Então nesse caso, quando acordo por volta das três da manhã e me perpassam todos estes pensamentos idiotas pela mente, devo procurar ignorá-los?

ELIAS: Podes reconhecer a direcção que os teus pensamentos tomam, e nesses momentos voltar a tua atenção para o momento, porque o pensamento revela-se muito eficiente na projecção na direcção do passado e do futuro, e na distracção da tua atenção do momento objectivo.

Por isso, quando acordas to teu estado de sono e observas e reconheces que os teus pensamentos se direccionam em muitas direcções e expressões diferentes, permite-te voltar a atenção e atender à direcção que o teu pensamento toma no momento. Que estás a criar no momento e não o que estás a antecipar pelo pensamento em relação ao futuro ou ao passado; que estarás tu a criar no presente momento, agora?

Presta atenção ao que é transmitido. Estarás a oferecer a ti própria uma emoção nesse momento? As emoções não são reacções; as emoções são uma forma de comunicação. Elas são-vos expressas no acompanhamento dum sinal que identificais ou definis nos termos duma expressão particular: alegria, felicidade, afeição, tristeza, fúria, frustração, ansiedade, desapontamento. Esses são os sinais.

A emoção é o movimento da energia que acompanha o sinal. O sinal é-vos oferecido a fim de vos chamar a atenção de forma objectiva. Uma vez conquistada a atenção objectiva, avançais para a definição daquilo em que consiste a emoção. A mensagem contida na emoção consiste numa clara identificação endereçada a vós próprios daquilo que estais precisa e efectivamente a criar nesse momento particular e a que não estais objectivamente a prestar atenção. A razão porque criais uma emoção prende-se com a necessidade de comunicardes á vossa consciência objectiva a identificação daquilo a que a vossa consciência objectiva não está a prestar atenção.

Nesse sentido, nos momentos em que te dás conta do caos provocado pelo pensamento, permite-te desviar a atenção e direcciona-a para o que estás efectivamente a criar no momento. Se estiveres a propor uma emoção a ti própria nessa altura, permite-te explorar aquilo que estiveres a transmitir a ti própria. Isso proporcionar-te-á uma espantosa quantidade de informação.

Se estiveres a experimentar ansiedade, permite-te identificar e definir por meio dessa expressão aquilo em que consiste. Onde, no teu íntimo estarás tu a criar em relação e essa expressão? Para onde estará a tua atenção a direccionar-se? Em que direcção – da antecipação e da expectativa do que podes ou não criar em termos futuros? Que estarás tu a criar no momento? Porque, aquilo que estiveres a criar no momento será o que criará aquilo que se manifestará no futuro.

IRENE: Então quando acordo com temor e ansiedade, isso está a expressar a minha preocupação e os pensamentos que nutro em relação ao futuro.

ELIAS: Correcto, e a tua falta de confiança em ti própria, para criares aquilo que queres, e criares no momento.

IRENE: Certo. Então nessa altura, será suposto eu focar-me na minha respiração e no momento, ou naquilo que estiver a escrever na altura, ou…?

ELIAS: Foca-te em conceder a ti própria empurrar a tua atenção para o momento a fim de parares de projectar-te no futuro ou no passado. Permite-te observar a tensão física que estiveres a criar, permite-te relaxar e prestar atenção àquilo que estiveres efectivamente a criar nesse momento.

Se estiveres a expressar medo, reconhece a o que esteja a causar essa expressão de temor que está a ser gerada. Estarás efectivamente a criar uma acção nesse momento em particular que te esteja a ameaçar? Eu posso-te dizer, minha amiga, que muitas vezes não estás. No momento o temor está a ser criado pelas expectativas e antecipações futuras e pela tua falta de confiança em ti na altura.

IRENE: Certo. Mas ainda sinto dificuldade ao pensar no que devo fazer a fim de gerar o momento nos termos daquilo que quero que o futuro seja.

ELIAS: Continua apenas a manter a tua atenção neste instante. Não se trata do que deverás ou precisarás fazer. Tu ESTÁS a agir ao permitires-te praticar a confiança em ti própria. Porque ao confiares em ti a cada instante e ao manteres a tua atenção no momento E em ti própria, permitir-te-ás optar por expressões que criarão aquilo que queres. E tu bloqueias essa acção ao projectares continuamente a tua atenção no futuro e no exterior, sobre os demais.

Isso traduz a acção do livre fluir. Ao te permitires um livre fluir deixarás de sentir necessitar de criar controlo. Deixarás o agir apenas a cargo do ser.

Aquilo que estás a criar é o fluir do teu curso individual e a criar barragens em muitas secções desse curso, de modo a obstruir esse seu curso natural, e a procurar controlar esse fluxo e a direcção que toma; mas se removeres as barragens, ele passará afluir com liberdade. Não é necessário controlares esse fluxo. Não precisas projectar - para o referir por palavras vossas – em antecipação ao seu objectivo, por assim dizer. Ele cavará a sua direcção apenas por acção do seu fluir. (Pausa)

IRENE: Mas ainda me sinto confusa. No presente, enquanto permaneço aqui sentada, estou para aqui a pensar no que será suposto eu fazer. Se me focar no presente, estarei a focar-me no facto de permanecer sentada á minha secretária e de estar a trabalhar numa folha de papel ou na subscrição duma bolsa ou numa carta destinada a alguém, mas tudo isso deverá ter resultados futuros.

ELIAS: (Com suavidade) Mas isso é o que te estou a dizer, minha amiga. Os resultados futuros não têm importância, porque eles são realizados no momento. Tu proporcionas uma oportunidade a ti própria neste mesmo momento presente de praticares aquilo que te estou a dizer.

Neste instante presente, que estás tu a criar? Que estarás a empreender?

IRENE: Estou, por exemplo, a tentar escrever uma petição para uma bolsa que me providencie dinheiro para eu poder permanecer onde quero estar.

ELIAS: Não! Neste preciso instante estás a ter esta conversa comigo.


IRENE: Muito bem. (Ri)

ELIAS: Não estás a escrever; não estás a propor; não estás a tentar obter uma bolsa. Neste momento estás a procurar estender a ti própria informação por meio deste diálogo que estás a ter comigo. Mas distrais-te ao projectares neste instante a tua atenção no futuro e ao te preocupares com outros actos que não estão a decorrer no presente.

Essa é a razão da confusão. Como poderás criar o instante com eficiência e escolher a tua direcção se não tens a atenção presente no momento?

IRENE: É isso que eu não… Como serei capaz de escolher o meu rumo futuro quando permaneço no momento?

ELIAS: Porque é aí que o teu futuro é criado.

Permite que te diga com autenticidade, minha amiga, que se não estiveres a confiar em ti AGORA, criarás neste momento manifestações que te reflectirão isso no futuro. Se não preservares a tua atenção no instante nem estiveres AGORA a criar confiança na tua capacidade de criar AGORA aquilo que desejas, criarás precisamente aquilo que a tua atenção expressa.

Exemplo: Tu dizes-me, “Estou empenhada num trabalho noutro local físico de que não gosto. Mas também estou empenhada neste local por que nutro preferência. Não desejo voltar para o outro local e dar continuidade ao trabalho por que não sinto preferência.” Mas a tua atenção não está direccionada para ti própria no momento, mas dirigida para as expressões futuras do temor. Por isso, que estás a criar neste instante? Medo, depreciação de ti própria, além duma expressão de ansiedade e de falta de confiança na tua capacidade. Por isso, que haverás de criar? A manifestação dessas expressões.

IRENE: Portanto, diz-me positivamente o que fazer nessa situação. Tu revelaste-me o que não fazer; agora revela-me o que fazer.

ELIAS: No momento, assim que voltas a tua atenção para ti própria e te permites confiar na tua capacidade, tu passas a criar isso.

Deixa que te ofereça outro exemplo. Podes hipoteticamente estar a empreender uma conversa com outra pessoa e nesse intercâmbio podes expressar afecto por essa pessoa, acto esse com que, poderás sentir vontade de interagir por meio duma permissão para exprimires esse afecto em termos objectivos com essa pessoa.

Agora; podes apresentar a ti própria a expressão duma escolha diferente em relação ao outro indivíduo. Por isso ele poderá expressar que a sua atenção ou escolha seja a de não empreender uma relação íntima contigo. Mas subjacente a isso, aquilo que estará a ser criado ou expressado nesse momento será a tua própria falta de confiança quanto a poderes criar aquilo que queres nessa situação.

Tu estás a exprimir a ti própria que a escolha que eleges de criares uma certa expressão depende da escolha do outro indivíduo, quando de facto não depende. Porque, à medida que te familiarizares com essas crenças que sustentas, também serás capaz de reconhecer que aquilo que expressas constitui a negação de ti própria e do que desejas no momento, devido a que a tua atenção se projecte no que te é exterior, ou seja, no outro.

Ao voltares a atenção para ti própria e ao ofereces permissão a ti própria para criares A TUA expressão de afecto no momento em relação ao outro indivíduo, isso alterará automaticamente a tua realidade, porque estarás a prestar atenção ao instante e esse MOMENTO cria o futuro. Se estiveres a referir a ti própria, no momento, “ Não consigo estabelecer a minha relação de afecto com este indivíduo porque ele não escolhe expressar afecto por mim”, tu estarás a negar a tua escolha.

Por isso, que estarás tu a criar? Crias desapontamento, além de negares a tua própria escolha, e deixas de dar lugar à concessão duma expressão de afecto em relação ao outro. Correcto?

IRENE: Sim. Então se nesse determinado momento eu der continuidade ao afecto que sinto em relação a essa pessoa, ela responderá da mesma forma?

ELIAS: POSITIVAMENTE! Porque isso é criação tua; resulta da concessão que votas à coisa. E o modo como hás-de realizar isso passa por prestares atenção ao momento e por confiares na tua capacidade, e por não duvidares em relação à tua capacidade de gerares fisicamente aquilo que queres.

IRENE: E isso será igualmente válido em relação a tudo o mais, estás tu a dizer.

ELIAS: Sim.

IRENE: Essa é uma excelente analogia, por não transmitir à pessoa, “Tu deténs a escolha de me amar.” Estou simplesmente a dizer, “Tampouco estou a pensar nisso, apenas evoco o amor que sinto por ti.”

ELIAS: Correcto.

IRENE: E em relação ao meu emprego, não é questão deles escolherem contratar-me, mas de pensar no carinho que sinto pelo emprego que tenho.

ELIAS: Correcto, e em te permitires expressá-lo, porque há-des atrair para ti uma expressão semelhante.

IRENE: Oh, meu deus! Levei algum tempo até entender isso! (Elias ri) Percebo aquilo que queres dizer. (Com emoção) Eu adoro aquilo que faço. E em função disso só posso faze-lo e continuar a sentir o carinho que sinto pelo que faço, fazendo-o...

ELIAS: Correcto.

IRENE:... Sem ir além disso no que toca a qualquer aspecto da minha vida.

ELIAS: Correcto.

IRENE: Oh, meu deus.

ELIAS: Proporciona, minha amiga, a ti própria, permissão para criares aquilo que queres, porque esse é o teu desejo e a TUA preferência. Essa é a tua expressão.

IRENE: Mas nem sequer consiste em pensar onde isso conduzirá mas em pensar naquilo onde se situa...

ELIAS: No agora.

IRENE: ...No agora.

ELIAS: Correcto, e em te permitires uma apreciação genuína dessa expressão e da tua pessoa no momento, (com a certeza de que) o futuro desabrochará a partir disso.

IRENE: Obrigado!

ELIAS: Não tens de quê.

IRENE: Penso que atingimos o término da hora, embora eu preferisse continuar. (A rir)

ELIAS: Ah, ah, ah! Mas eu ofereço-te um convite aberto por me achar sempre disponível para ti.

IRENE: Obrigado.

ELIAS: Não tens de quê. Também te dirijo a minha energia a encorajar-te e numa expressão que permaneça junto de ti, subjectivamente, de modo a que te recordes para continuares a focar a tua atenção na apreciação da tua pessoa. Poderás, por vezes, encarar a minha energia em matizes de azul, e reconhecerás objectivamente que eu estou presente junto de ti.

IRENE: Muito bem, azul. Obrigado!

ELIAS: Não tens de quê, minha amiga. Expresso-te uma espantosa afeição e fico na antecipação do nosso próximo encontro. Para ti, neste dia, au revoir.

IRENE: Au revoir.







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