The Belief of Monogamy
Topics:
“A Crença da Monogamia”
“O Acto da Transição”
Quarta-feira, 2 de Junho de 1999 (Privada/Telefone)
Participantes: Mary (Michael) e Leslie (Margaret)
Tradução: Amadeu Duarte
Elias chega às 3:07 da tarde. (Tempo de chegada: 15 segundos)
ELIAS: Boa tarde!
LESLIE: Olá! (Elias ri) Devia ter dito: “Como estás hoje?”, mas toda a gente diz isso, não é mesmo? Ainda empregamos esse hábito! (Elias dá uma risada) Eu acabei de ter uma excelente conversa com a Mary! E então, estás pronto?
ELIAS: Absolutamente! Podes prosseguir.
LESLIE: Obrigado. Muito bem, eu tenho... ah, vou muito rapidamente perguntar-te o seguinte. Já me aconteceu umas quantas vezes, quando estou para adormecer, pedir a tua ajuda para visitar os focos que tenho por pensar que talvez a coisa funcionasse melhor nesse estado, entendes? Mas, infelizmente não recordo nada ao acordar. De qualquer maneira, teremos chagado a algum lado?
ELIAS: Estás a indagar acerca do acesso no teu estado de sonhos a determinados focos.
Ora bem; vou-te dizer que tens vindo a criar um movimento desses no sentido de acederes a outros focos, e que te moveste no sentido da visualização e duma interacção parcial com um em particular, que comporta certos elementos da energia que te estão a afectar este teu foco actual.
Nessa medida, não te estás a permitir recordar duma forma objectiva essa interacção no teu estado desperto mas estás a alcançar resultados e estás a permitir-te adoptar uma resposta em termos objectivos. Nesse sentido, eu acedi ao teu pedido...
LESLIE: Obrigado.
ELIAS: ...de auxílio.
Agora; nesse sentido, passaste para o estado de vigília depois de teres interagido durante o estado do sono, e levaste um certo tempo a sair do sono e a acordar, período esse em que experimentaste agitação.
LESLIE: Ah! Será por isso que acordo sempre tão exasperada?
ELIAS: É.
LESLIE: Ah, nas últimas semanas tenho acordado sem sentir nada disso, mas agora ando de tal modo exasperada! Era mesmo capaz de cometer um crime!
ELIAS: A razão porque experimentas um tipo de resposta dessas deve-se ao facto de estares a notar certos paralelos na interacção que tens com esse outro foco.
Vou-te dizer a ti, conforme tenho dito a outros, recentemente, que pode ser bastante mais fácil para vós perceber um outro indivíduo – mesmo num outro foco da vossa própria essência – e reconhecer-lhe os padrões e as formas de conduta e aquilo que esse indivíduo esteja a criar e identificar outras escolhas que se achem à disposição dele, do que será voltar-vos para vós e identificardes essas mesmas situações e a gama de opções que se acham ao vosso dispor.
Por isso, nessa visualização dum outro foco da tua essência, aquilo com que estás a contactar é o reconhecimento desse foco estar a criar determinados elementos no seu foco – certas formas de acção e de conduta – que se assemelham bastante à tua energia e à forma como crias neste teu foco, só que a tua atenção se acha voltada para outro indivíduo.
Por isso, tu não estás necessariamente a associar à experiência os pontos comuns que partilhas com esse foco. Estás simplesmente a experimentar frustração, por reconheceres certas escolhas a que não está a ter acesso ou não está a implementar, que de facto podem tornar-se úteis ao indivíduo, mas acções ou comportamentos esses por que esse indivíduo não está a optar, o que gera um certo elemento de frustração em ti, por implicitamente também reconheceres o facto de estares a criar a tua realidade de forma bastante similar.
Bom; nessa medida, ao passares do estado de sono para o estado desperto – naquilo que na tua forma física identificas com sendo um tipo de estado transaccional – tu experimentas a reacção objectiva de ficares agitada. Ficas agitada no outro foco assim como no teu, com o reconhecimento dessas similitudes.
Também subsiste um elemento de frustração que despoleta a ira, porque ao poderdes sentir-vos intensamente frustrados num enfoque particular, muitos indivíduos facilmente passam a assumir uma expressão de ira em conjugação com esse tipo de frustração. Por isso, essa é a razão porque tens experimentado muitas vezes esse tipo de acção ao saíres do estado do sonhar para o estado desperto, recentemente.
Nessa medida, dir-te-ei também tratar-se meramente dum reconhecimento de estares a conter fortemente a tua própria energia... conforme estivemos previamente a debater, não estivemos? (A sorrir)
LESLIE: Oh, sem dúvida! (Elias ri) Bom, mas como havemos de esquecer isso? Eu sinto a tensão, e desse modo tenho consciência de estar a fazer isso, mas como havemos de esquecer o assunto?
ELIAS: Isso é o que eu te digo que vós, no foco físico, identificais em termos dum processo. Vós permitis-vos realizar isso por incrementos; incrementos esses, por meio dos quais a pouco e pouco vos permitis perceber à medida que vos estiverdes a conter a cada instante, e nesse momento, relaxai e permiti-vos deixar de vos conter.
Questiona-te, naquelas alturas em que sentires essa tensão e te sentires a conter a tua energia, quanto ao que tenhas em tão elevado grau de importância que te leva a necessitar de reter a tua energia com tal intensidade. Que será? Tanto pode estar relacionado com uma resposta para com a tua própria energia como pode estar relacionado com uma resposta à energia dos outros, mas seja em que situação for, podes interrogar-te intimamente: “Que forma de conduta, que ideia, que sentimento, que acção estará nesse instante imbuída de tão grande importância para ti que te impeça de te descontraíres, ou que te leve a justificar-te ou a proteger-te? Que te poderá revelar-se prejudicial a partir do exterior?
LESLIE: Obrigado.
ELIAS: Tu...
LESLIE: Tu valeste-me bastante. Ontem de manhã eu ia ao médico. Saí de casa na direcção que pensava conduzir ao médico. Mas de repente, dei-me conta de que não sabia onde se situava o médico! Voltei para trás, percorri mais uns quarteirões, voltei a dar a volta e voltei-me no sentido inverso, e durante não muito tempo – na altura pareceu muito tempo, é claro – eu tinha ideia de como chegar a casa, mas nenhuma ideia quanto à morada do médico. Que terá sido tudo aquilo?
ELIAS: Isso é uma acção de transição. Devo dizer-te que sim, que nesse momento e em meio a tal experiência tu tens consciência de como voltar ao que vês como a tua casa ou ao que te é familiar, mas sentes dificuldade em avançares para o teu destino.
Nessa medida, geras um imaginário objectivo externo e permites-te um tipo de experiência física dessas em conjugação com o movimento subjectivo em determinados aspectos dessa acção de transição. Tu estás a mover-te para algumas áreas pouco conhecidas no âmbito da consciência, por estarem relacionadas com o foco físico. Não te é estranho na essência, mas no foco físico, certos aspectos da realidade e da consciência tornaram-se-te estranhos ao esqueceres a recordação. Por isso, e no seguimento disso, moves-te rumo à percepção da acção do tempo simultâneo e começas a mover-te em meio a diferentes acções que operam ao mesmo tempo na consciência e em ti, por assim dizer, e isso é objectivamente traduz-se por uma acção que se espelha num sentimento de desorientação e em parte num sentimento de pavor e de desconforto, por te ser estranho. (Nota da Vicki: A frase toda soa estranha!)
Tu não compreendes inteiramente, por não estares a processar a informação que experimentas duma forma inteiramente objectiva, e nesse elemento de desorientação, tu permites-te um movimento parcial de estabilização ao te permitires recordar como voltares atrás, porém, não como chegar ao teu destino.
LESLIE: Não estou certa de compreender inteiramente. Agora, por essa altura, quando não tinha noção de chegar a lado nenhum à excepção da minha habitação, estás a dizer que se tenha assemelhado a uma projecção que estivesse a tentar fazer no meu carro?
ELIAS: Não. Estou-te a dizer que estás a passar pela experiência da acção de transição, e que nessa medida estás a criar simultaneamente no interior e no exterior, da mesma forma em ambos. Por isso, aquilo de objectivo que estás a criar é a incapacidade de recordares, a qual te passa a ser exibida em termos físicos, o que suscita um elemento de temor, por não compreenderes.
Nessa medida, podes lembrar-te de como regressares a casa, só que não recordas muito bem como avançar!
LESLIE: Ah! Está bem, isso faz sentido. Há instantes, ainda agora enquanto estávamos a conversar, e ontem também – eu senti esta sensação devastadora...quase como uma branca, como se estivesse a começar a desmaiar. Aconteceu ontem e há instantes, enquanto estava a conversar contigo, e senti-me tonta e a começar a ter uma branca. Bom, não fará isso tudo parte do que se está a passar presentemente comigo, em relação à transição?
ELIAS: Exacto. Isso pode ser encarado com o que designas por um aumento de energia.
LESLIE: Ah, está bem. Aquela sensação de branca foi um aumento de energia?
ELIAS: Exacto.
LESLIE: Ah, está bem. Bom, é bom saber estas coisas! (A rir, enquanto o Elias sorri) Que orientação terei?
ELIAS: Neste foco particular tens a orientação comum.
LESLIE: Está bem. Será que alguma das coisas que estou no momento a criar se achará em conflito com o propósito que tenho? (Oito segundos de pausa durante os quais Elias fecha os olhos, e em seguida começa a rir) Ah, já conheço a resposta, não?
ELIAS: Ora bem; Devo dizer-te que te vou perguntar a mesma coisa, e poderás responder-me, que a seguir passarei a validar a exactidão da resposta que me deres.
LESLIE: Está bem. (Pausa breve) Então queres que te diga com qual das coisas que estou a criar estará em conflito? (Elias ri) Será isso que pretendes dizer?
ELIAS: É.
LESLIE: Ah, está bem. O parque?
ELIAS: (A rir) Isso é uma.
LESLIE: Ah, tenho mais do que uma? Diz lá! Não admira que me encontre em apuros! Ora vejamos lá; que mais? As cerâmicas?
ELIAS: Essa seria uma outra área. Mas, que será que ambas apresentam em comum?
LESLIE: Frustração! (A rir) Deus do céu!
ELIAS: Detêm em comum o aspecto da responsabilidade pessoal.
LESLIE: Ah. Demasiado responsável, não?
ELIAS: Tu assumes responsabilidade pessoal, e nessa medida, dás lugar à ideia e a todo um sentido de teres de criar uma realidade de modo mais eficiente e melhor do que os outros.
LESLIE: Ah, que vergonha!
ELIAS: Não....
LESLIE: Pensar que seja a melhor! (A rir)
ELIAS: AH AH!
LESLIE: Ah, isso é horrível, Elias!
ELIAS: (A forçar o riso) Não te digo que isso seja assim tão horrível! Trata-se apenas de uma direcção para que te moves que é camuflada pela crença de estares a assumir uma expressão de ajuda, quando o aspecto implícito que essa expressão traduz se centra no juízo pessoal e no juízo que fazes dos outros, e de seres capaz de criar a sua realidade mais eficazmente.
LESLIE: Eu sei que sou culpada por isso. (Elias ri) Contudo, esforço-me por mudar. A sério!
ELIAS: E eu vou....
LESLIE: Eu realmente quero ajudar, e penso que finalmente esteja a começar a perceber que não estou realmente a ajudar, por os estar a ajudar com base na minha posição, do ponto de vista da minha posição e não da deles.
ELIAS: Mas eu estendo-te o meu reconhecimento por isso, por ESTARES a proporcionar a ti própria um novo entendimento e uma nova compreensão nessa área.
LESLIE: Quando dei início a esta coisa da cerâmica, perguntei-te se seria mais ou menos provável, e tu disseste que era mais provável... bom, não provável. E que provavelmente eu iria criar as minhas próprias dificuldades em relação a isso.
ELIAS: Absolutamente.
LESLIE: E eu estou aqui a dizer-te que estou a criar uma bagunça e tanto! Porque razão estarei a fazer isso?
ELIAS: Isso faculta-te uma oportunidade de perceberes todas as áreas em que fazes uso do juízo crítico e da expectativa tanto em ti própria como nos RESULTADOS.
LESLIE: Claro, tens toda a razão em relação a isso! Céus! (Elias ri)
ELIAS: Mas eu garanto-te que não tem importância.
LESLIE: Queres saber que mais? Isso faz igualmente parte do que é essencial, creio eu. Realmente tem que ser destituído de importância. Não penso que funcione quando se tenta forçar isso no sítio errado - sabes a que me refiro? Pegar na peça quadrada – e eu estou sempre a tentar introduzir o pino quadrado no orifício redondo!
ELIAS: Exactamente, e conforme te estou a dizer, que se te permitires perceber esses obstáculos e esses aspectos diferentes daquilo que crias, também estendes a ti própria a oportunidade de dares atenção a essas situações, coisa que te É benéfica, e quando conseguires passar a aceitar mais nessa área e não te firmares tão intensamente nas expectativas e julgamentos e na ANTECIPAÇÃO que fazes de resultados, passarás a criar com eficiência pelo modo que te expressei. Não alteraste essas probabilidades. Portanto...
LESLIE: Não alterei?
ELIAS: Não!
LESLIE: Ah. Bem, sabes que mais, vou-te contar uma coisa. Eu não teria bloqueado nisso tanto – e tu sabes disso tanto quanto eu – se não tivesse dado ouvidos àquilo dizes, sempre a martelar-me na cabeça: “É uma probabilidade e pode resultar.” Por isso, eu tinha consciência de estar a criar uma enorme desordem, mas não compreendi o que estava a fazer para produzir tal desordem.
ELIAS: Ah, mas eu digo-te que isso não é desordem nenhuma, por ser...
LESLIE: (Desfaz-se a rir) Depende da perspectiva – se te situas aí onde te encontras ou se te colocas na minha posição! (O Elias dá uma enorme gargalhada)
ELIAS: É uma oportunidade. (A sorrir)
LESLIE: Está bem, eu vou tomar nota desse termo! É uma coisa excelente. (Elias ri) Muito bem, tenho montes de coisas por fazer, não tenho? Tudo bem. É mais ou menos divertido! (Elias ri)
Está bem, tenho que te perguntar uma coisa. Tu disseste que eu tive essas coisas em conflito com o meu propósito. Bom, o entendimento que tenho é que se não estivermos a deixar-nos ir com a corrente do nosso propósito, isso não será bom.
ELIAS: Deverá produzir conflito no vosso foco.
Agora, tu podes estar a criar em oposição ao teu propósito, ao te entrincheirares em determinadas crenças e em certos comportamentos e questões que se podem tornar “relicários” num foco particular.
Isso não quer dizer que não continues a produzir o teu sentido de valor, por continuares a criá-lo de uma maneira que te seja benéfica e te proporciona informação, só que tu geras intensidade e conflito e uma dificuldade maior ao criares certos elementos do teu foco em oposição ao curso natural do teu propósito.
LESLIE: Está bem. Então, seu conseguisse abrir mão das expectativas e tudo isso e passasse a considerar isto como uma oportunidade, isso levaria a que tudo corresse com muito mais suavidade.
ELIAS: Absolutamente.
LESLIE: Está bem. Com isso sou capaz de lidar. Vai ser divertido... bom, não sei no que venha a dar! (A rir, enquanto o Elias dá uma risada)
Muito rapidamente, algumas destas perguntas são elementares, por precisar perceber que os tijolos de construção são os correctos. Por exemplo, a cachorrinha que tinha e que faleceu, ela terá voltado à... o termo que aplicaria seria o de “banco” da consciência”? (Pausa)
ELIAS: De certo modo, por a energia se ter reconfigurado. Não voltou ainda a manifestar-se no foco físico de novo, por esta altura, mas reconfigurou-se e prossegue na consciência não física.
LESLIE: Bom, nós somos uma essência, e somos o que somos. Agora que ela retornou à consciência, ainda será aquilo que conheci, ou ter-se-á tornado numa parte do todo?
ELIAS: A esse respeito, a criatura não comporta essência. Consiste numa configuração de energia, a qual consiste em consciência, e que é projectada e moldada na forma física.
Nessa expressão física, dependendo do tipo de energia expressada em que se passe a configurar – tal como o duma criatura – pode comportar o aspecto duma personalidade que exibe a sua expressão única na realidade física, mas essa individualidade em particular consta da escolha duma experiência a enquadrar no contrato da criação em certos momentos do foco físico, só que, enquanto um atributo da consciência que é, pode não necessariamente reter essa expressão particular da individualidade e da personalidade, por não ser necessário e a energia sofrer uma reconfiguração.
Agora; deixa que te diga que, ao se reconfigurar, a energia retém informação, ou recordação. Por isso, apesar de se poder configurar num outro tipo de expressão qualquer, no âmbito da consciência, continua a comportar recordação. Por isso, se optar por reconfigurar a energia numa manifestação nova duma outra criatura, pode passar a comportar uma memória objectiva de certas experiências que tenham ocorrido ou sido geradas anteriormente no foco físico, nos vossos termos.
LESLIE: Ah, está bem. Isso ajuda a esclarecer a coisa.
Bom, a pequena criatura que tenho actualmente não para de ladrar. Isso terá que ver com a força que me impele, de que falamos anteriormente?
ELIAS: Isso é uma resposta à tua energia.
LESLIE: Por estar a dar-lhe continuidade?
ELIAS: Essa pequena criatura reage bastante a ti individualmente, e em resultado disso gera certos comportamentos, por poder expressar-se muito mais para contigo do que para com qualquer outra pessoa ou situação. Nessa medida, a pequena criatura com que estás a interagir actualmente apresenta uma enorme excitação, por assim dizer, na interacção que tem contigo, e também requer forçosamente que lhe dês atenção, e desse modo atraia tua atenção duma forma eficaz. Se ela gerar suficiente ruído tu hás-de dar atenção! (A rir)
LESLIE: Eu sei, mas ele é tão giro! (Elias dá uma risada) É mesmo um querido, mas não há dúvida de que ladra! Mas tens razão, ele exige que eu lhe dê atenção. Mas é maravilhoso, por isso, vou aguentar. (Elias ri)
Qual será a crença que tenho por detrás da força que me impele?
ELIAS: É um aspecto das crenças por meio das quais traduzes o valor que tens no foco físico, em relação à produtividade.
LESLIE: Ah, tocaste mesmo no ponto exacto, por representar uma verdade!
Quantas “gaiolas de pássaros” (sistemas de crenças) existirão?
ELIAS: Dez.
LESLIE: Dez?
ELIAS: Exacto.
LESLIE: Poderás dizer-me quais são?
ELIAS: Já disponibilizei essa informação, pelo que poderás aceder-lhe através do Michael.
LESLIE: Está bem, óptimo. Utilizaste o exemplo dos sapatos.
ELIAS: Utilizei.
LESLIE: Estarás a sugerir que afrouxemos a pressão que exercemos sobre isso e expandimos a perspectiva que temos das nossas crenças?
ELIAS: Essa pode ser uma interpretação, que te poderá conduzir à aceitação. Eu estou a falar – relativamente a esses sapatos – da vossa consciência. Ao expandirdes a consciência que tendes, também gerais uma enorme mobilidade e capacidade com tal movimento. Se estreitecerdes o campo da vossa consciência também restringireis o vosso avanço, tal como na metáfora dos “sapatos”.
Se usardes sapatos que sejam demasiado justos, eles passarão a restringir-vos e a impedir-vos de vos movimentardes e a criar-vos dor, enquanto se vos permitirdes usar um tipo de sapatos diferentes que sejam mais largos e vos forneçam espaço suficiente para vos moverdes com conforto, não vos restringireis mas habilitar-vos-eis a uma mobilidade e a uma facilidade muito maior, e à ausência de dores!
LESLIE: Está bem, isso ajudou. De algum modo perdi essa passagem quando estava a dar-te atenção. O tempo é linear, não é?
ELIAS: Nesta dimensão, sim.
LESLIE: Falaste de trauma e de resultados diferentes. Estará o futuro, conforme o designamos, a ser representado em várias direcções distintas conforme dizemos?
ELIAS: Está.
LESLIE: Muito bem. Então, por outras palavras, será o Armagedão da religião um desses futuros que esteja a ter lugar?
ELIAS: Numa probabilidade.
LESLIE: Será o objecto da mudança alterar as regras do jogo?
ELIAS: De certo modo, é, por assentar na expansão da vossa consciência, permitir-vos uma maior mobilidade no enquadramento da vossa criatividade, e facultar-vos uma maior liberdade de expressão no enquadramento das vossas capacidades naturais. Nessa medida, estais a alterar a vossa realidade inteira. Portanto, de certo modo, ESTAIS a alterar as regras.
LESLIE: Terei alguns focos no futuro, conforme o designamos?
ELIAS: Tens.
LESLIE: Eles terão tentado contactar-me?
ELIAS: Um, por um curto espaço de tempo.
LESLIE: Está bem. Bom, isso constitui um exemplo. Procurei pensar num exemplo com que todos pudéssemos relacionar-nos em relação à expectativas e à aceitação, de acordo? Numa relação – isso é algo que todos temos em comum – numa relação estreita, se um dos indivíduos nessa relação achar uma outra pessoa atractiva e agir com base no desejo, que seria preciso para isso deixar de causar trauma? Que papel a aceitação ou a ausência de expectativas desempenhará nisso?
Por outras palavras, devido a alimentarmos certas expectativas e regras, ou o que quiseres chamar-lhes, em relação aos relacionamentos, isso não será suposto ocorrer, ou porque razão deveríamos permanecer nessa relação? Por conseguinte, para isso não causar traumas, de que modo precisaria isso ser encarado?
ELIAS: Já propuseste a ti própria as chaves na própria indagação que fizeste, porque o que é essencial à percepção desse tipo de situações é considerar as expectativas, as condições e a falta de aceitação, as quais geram condenação ou crítica. Isso são tudo elementos dos aspectos inerentemente às crenças que obtêm expressão. Nessa medida, se permitirdes que passem a reflectir-se, também criareis um enorme conflito e uma enorme intensidade, nesse tipo de situações
A esse respeito, deixa que te diga que poderás considerar essa situação e reconhecer que as vossas respostas oficialmente aceites de justificação constituem respostas directas influenciadas pelas crenças que abrigais na área do julgamento, e do facto disso desviar a atenção do próprio indivíduo, e de a projectar no comportamento do outro.
Ora bem; entendo perfeitamente que as condutas das pessoas te afectem quando te vês envolvida em relacionamentos íntimos. Todos os relacionamentos vos afectam, mas consideremos essa expressão particular do relacionamento. Nesse sentido, vós permitis-vos ser influenciados de forma vigorosa pela conduta dum outro indivíduo, mas examinemos igualmente aquilo que estais a permitir que sofra afectação.
Em tipos de situações destas em que percebeis que o comportamento ou a expressão do outro com quem estais envolvidos numa relação vos seja prejudicial ou inadmissível, e em que atribuis uma enorme dose de julgamento ou condenação ao comportamento do outro, eu afirmo-te que muitas vezes – grande parte das vezes, na maioria das vossas expressões – o que estais realmente a criar é a expressão da vossa incapacidade de aceitação de um elemento qualquer de vós próprios que se faz sentir em vós, e a expressão e a percepção, o sentimento, a ideia que adoptais é reforçada na opinião íntima que já tens.
A razão porque reages pela justificativa pessoal e pelo acto de julgares a conduta do outro em relação ao acto que designas por infidelidade, constitui directamente uma resposta que TU abrigas no teu íntimo. Tu comportar no teu íntimo a percepção da indignidade e fazes a interpretação de que o outro não volta a atenção na tua direcção, por ser óbvio que deva voltar a sua atenção para outra pessoa, por não seres digna da sua atenção!
Mas isso também dá lugar às expressões de defesa e de protecção a que recorres, as quais representam o teu recurso de protecção que passas a implementar. Exprimes a ti própria estares a agir correctamente e seres boa e estares a expressar dignidade, enquanto o outro está a expressar-se de forma bastante incorrecta! Mas subjacente a esses pensamentos e a essas expressões reside o compromisso ou consentimento que preservas no íntimo – de que na realidade, na percepção que tens, não és digna. E por isso, o indivíduo sai justificado com a sua acção.
Eu garanto-te que TODAS essas apreciações constituem elementos inerentes às crenças que comportas, porque efectivamente isso não tem importância. Uma pessoa pode optar por se envolver intimamente com outra, e dar continuidade a esse relacionamento, ao mesmo tempo que pode envolver-se numa relação com um outro indivíduo.
A monogamia constitui um outro elemento inerente às vossas crenças que vos é sugerido pela razão de vós também defenderdes – através dum outro aspecto dessas crenças – a convicção de dispordes dum suprimento limitado de energia. Só podeis atribuir uma certa quantidade de energia à expressão do amor e da compaixão e do afecto, por dispordes dum suprimento de energia limitado à semelhança de toda a gente, e nessa medida, não dispondes de energia suficiente para abrangerdes mais do que um indivíduo de cada vez. Isso gera-vos o reforço da ideia da monogamia.
Vós formais pares. Percebeis que se vos acasalardes para toda a vida, segundo os termos que utilizais, isso constitua uma expressão boa e digna. Chegais mesmo a olhar para as vossas criaturas e a ter em elevada consideração aquelas criaturas que percebeis se unem num único par por todo um foco. Essa é uma expressão “melhor” do que a das outras criaturas, apesar de aceitardes as expressões das outras criaturas... justamente por não passarem de criaturas!
LESLIE: Esta foi excelente! Deus do céu, forneceste-me cá uma informação! Não sei porquê, mas sinto ter dado um passo verdadeiramente em frente. Quero dizer, sem dúvida que me sinto imensamente agradada por esta sessão!
Só preciso perguntar-te mais duas coisas. Uma delas é: o que é que se passa com o meu pé? Que se passa com o meu estúpido pé? E depois, podes dispensar-me alguma informação que aches que me possa ajudar na minha busca por um progresso?
ELIAS: A questão do que se passa com o teu pé é bastante óbvia, não é? Isso....
LESLIE: (A rir) Não sei porque me magoo repetidamente com ele!
ELIAS: Isso é uma expressão de que usas para contigo própria, antes de mais, no sentido de abrandares a tua acção.
LESLIE: Ah, está bem. Então acertei.
ELIAS: Também te vou dizer que tu, se não deres ouvidos a ti própria, deverás manifestar obstáculos a fim de que isso te leve a DAR ouvidos a ti própria!
LESLIE: Bom, na verdade o pé fez-me abrandar um tanto... bastante, para ser franca. (Elias sorri) Mas eu ando sempre a correr! Não sei como hei-de abrandar! Ando sempre em alta velocidade!
ELIAS: Absolutamente, mas isso não te fez abrandar assim tanto, fez? (Dá uma risada)
LESLIE: Não, não fez, pois tão logo me senti melhor, voltei ao mesmo ritmo! Para o diabo lá com isto!
ELIAS: Precisamente, mas eu devo dizer-te que tu estás apenas a gerar um imaginário destinado a proporcionar a ti própria aquilo de que te falei anteriormente – um abrandamento e ausência de forçar com tal intensidade.
LESLIE: Rapaz, e como eu forço! É com que intensidade. Mas tu já sabes disso, não?
ELIAS: Absolutamente.
LESLIE: Sabes que mais? Sinto como se estivesse a correr contra o relógio, e só tivesse... Bom, parte disso, como referiste, dever-se-á ao facto da produtividade que consigo ter que ver com a auto-estima.
ELIAS: Precisamente.
LESLIE: Sabes que mais? Achei excelente, por nunca ter pensado nisso desse jeito, mas quando o referiste, a coisa soou mesmo verdade. Por isso, penso que era capaz de trabalhar noutras coisas e abrandar um pouco, não? (Elias sorri)
Bom, certamente que obtive uma informação e tanto, hoje. Foi uma excelente sessão! Muito obrigado!
ELIAS: Não tens o que agradecer, e eu vou continuar a encorajar-te a notares aquilo que estiveres a criar.
Estendo-te o meu reconhecimento por detectares as expressões que usaste em relação às tuas crenças e ao reconhecimento que obtiveste de que a ajuda que prestas – ligada à questão da responsabilidade pessoal, poder nem sempre constituir um auxílio objectivo. É por ISSO que te presto o meu reconhecimento, por te teres permitido reconhecer esse aspecto inerente às tuas crenças.
Continuarei a encorajar-te e a apoiar-te na continuidade das explorações que empreendes, e fico a antecipar o nosso próximo encontro e a continuar a estender-te energia, além de que também poderás perceber a minha energia.
LESLIE: Eu fico-te verdadeiramente grata. Não sei bem porquê, mas seja lá por que razão for, hoje sinto ter dado como um passo de gigante em frente. A informação que me estendeste foi mais do que útil! Nem sei como agradecer-te. Vou tentar continuar a avançar! Tenho que conseguir colocar a bola no topo da serra! (Elias dá uma risada e a Leslie ri)
ELIAS: Muito bem. Estendo-te, neste dia, um enorme afecto e despeço-me com muito carinho.
LESLIE: Muitíssimo obrigado.
Elias parte ás 3:59 da tarde.
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