Session 2530
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Soft Session 3

Topics:

“Sessão Soft Três”
“Expressões Soft de Energia”



Quarta-feira, 21 de Maio de 2008 (Privada/Telefone)

Participantes: Mary/Michael e John/Russel

Tradução: Amadeu Duarte

ELIAS: Bom dia!

JOHN: Bom dia!

JOHN: ...(Inaudível)

ELIAS: Na exacta proporção em que o criares desse modo.

JOHN: Entendo. Estou somente a descartar certas coisas, por isso passemos às perguntas, e logo poderemos falar sobre a orientação soft, e, suponho, da forma com está relacionada com a presente onda da emoção.

ELIAS: Muito bem.

JOHN: Comecemos. Penso que vou tomar a omnipotência relativa que revelas como uma vantagem, pelo que provavelmente terás conhecimento do que estas perguntas englobam tal como já aconteceu no caso da sessão das Queridas, anteriormente. Penso que grande parte disso esteja inter-relacionado e penso que, com isso em mente, muito do que venhas a dizer venha a responder a porções de outra perguntas, pelo que penso que vou proceder desse modo e acabaremos por deixar tudo isso rapidamente em pratos limpos. Tenho aqui umas treze perguntas ou isso... mas vou parar de explicar e dar início às perguntas. Que tal?

ELIAS: Ah ah ah! Muito bem.

JOHN: Na primeira secção vou apresentar uma breve lista de gente que pensamos ser soft, mas que seria bestial conhecer a orientação real deles no caso de não o serem:

Princesa Diana.

ELIAS: É.

JOHN: Robert Downey Jr.

ELIAS: Não.

JOHN: Comum.

ELIAS: Sim.

JOHN: Jim Morrison.

ELIAS: É.

JOHN: Interessante. Johnny Depp.

ELIAS: É.

JOHN: Interessante. Lady Caroline Lamb.

ELIAS: Não.

JOHN: Comum.

ELIAS: Intermédia.

JOHN: Michael Jackson.

ELIAS: Não.

JOHN: Intermédio.

ELIAS: Exacto.

JOHN: Rumi.

ELIAS: É.

JOHN: Sidney Crosby.

ELIAS: Não.

JOHN: Comum.

ELIAS: Sim.

JOHN: Michael Cunningham, autor do romance As Horas.

ELIAS: Não.

JOHN: Comum.

ELIAS: Intermédio.

JOHN: Oscar Wilde.

ELIAS: Não.

JOHN: Comum.

ELIAS: Sim.

JOHN: Walt Whitman.

ELIAS: É.

JOHN: Emerson.

ELIAS. Não.

JOHN: Intermédio.

ELIAS: É.

JOHN: Marilyn Monroe.

ELIAS: É.

JOHN: Interessante. William Blake.

ELIAS: Não.

JOHN: Comum.

ELIAS: Sim.

JOHN: William Blake?

ELIAS: É.

JOHN: Comum. Mozart.

ELIAS: Não.

JOHN: Comum.

ELIAS: Sim.

JOHN: Jack London.

ELIAS: Não.

JOHN: Comum.

ELIAS: Exacto.

JOHN: Quentin Tarrantino.

ELIAS: É.

JOHN: Modigliani

ELIAS: Não.

JOHN: Comum.

ELIAS: Sim.

JOHN: David Lee Roth.

ELIAS: É.

JOHN: Jane Roberts Material Seth

ELIAS: Não.

JOHN: Comum.

ELIAS: Intermédia.

JOHN: Oh, que interessante! Essa eu não teria adivinhado. Agora, as perguntas efectivas. Elas estão dispostas por... (inaudível), bom na realidade não estão dispostas por essa ordem mas ao acaso, ao que atribuí uma numeração, pelo que vou começar por ordem de prioridade.

Primeira pergunta. “O Elias mencionou que os soft expressam o seu poder através da energia”, e por essa altura tu aparentemente não aprofundaste isso. Poderias explicá-lo e fornecer alguns exemplos do modo como os soft expressam o seu poder por meio da energia?

ELIAS: Alguns indivíduos expressam o seu poder através da acção e outros expressam-no através da produção. Alguns expressam o poder que têm por intermédio das comunicações. Os soft expressam-no através da presença – através da energia que expressam em qualquer momento. Bom; isso pode ser, mas não se acha sempre ligado a uma energia emocional só que geralmente os soft expressam o seu poder pela sua existência, pela sua presença. Mesmo no caso de não se acharem presentes em si próprios, a sua presença física exsuda uma energia que constitui uma extensão daquilo que experimentam.

Por isso, o seu campo de energia expressa uma força de presença, e com isso, o que quer que estejam a experimentar em qualquer altura passa a ser expressado em termos de energia. Isso traduz a forma como se acham continuamente a interagir, porque a energia liga-se a outras energias. Não é necessário que ela se ligue a um outro indivíduo. Ela há-de ligar-se a outras entidades vivas independentemente do que elas forem. E, em alguns casos, liga-se a outras manifestações que vós não considerais necessariamente vivas, mas que expressam qualidades eléctricas, porque todo o resultado exterior da energia é eléctrico, e por isso os indivíduos soft apenas com a sua presença são capazes de afectar os componentes eléctricos por ela estar a ser expressada continuamente por um tipo de débito desses.

Ora bem; compreende que todos geram um débito contínuo de energia, e esse é justamente o modo pelo qual os soft expressam o seu poder com naturalidade. Podeis notar certas situações em que as pessoas podem deparar-se com um indivíduo soft e ele não participar necessariamente na conversa, reservando-se numa postura de observação. E eles podem apenas encontrar-se fisicamente presentes, mas a sua energia está a tomar parte, e os outros hão-de sentir essa força ou intensidade e essa presença a despeito do facto do indivíduo estar ou não realmente a participar na conversa. Ou podeis notar que vos encontrais com um soft no seu lar e tendes consciência da densidade da sua energia no espaço físico do seu lar, por isso traduzir a sua expressão de poder. Podereis notar uma diferença se vós talvez entrardes na casa de um indivíduo que seja intermédio. Podeis notar, dependendo dos outros componentes do indivíduo, uma arrumação no seu lar, mas não necessariamente uma presença notável da sua energia.

JOHN: É quase como um estilo marcante.

ELIAS: É difícil expressá-lo por palavras, por ser uma coisa que percebeis. De certo modo, a expressão sensual mais aproximada que poderíeis associar dum modo abstracto à presença da energia dum soft será no caso de entrardes na casa dum indivíduo soft e sentir um forte aroma. Isso representaria o que de mais aproximado podeis associar à força dessa energia. Trata-se duma percepção com que entrais em ligação no caso dessa energia. Tendes noção da sua presença e do vigor dessa sua presença tal como teríeis se tivésseis que entrar num quarto cheio da fragrância de flores. Haveríeis imediatamente de notar essa fragrância, independentemente de poderdes ver as flores ou a despeito do facto de poderdes ver os aromas, o qual não podeis. Mesmo que não possais visualizar a presença física das flores, ainda assim haveríeis de ter noção do perfume e da sua intensidade.

JOHN: Poderias voltar aos componentes eléctricos? Disseste que a electricidade corresponde ao débito de saída (da energia).

ELIAS: Sim, em termos da energia, a expressão do débito é eléctrica. A admissão é magnética. Essa é a razão porque um débito de energia dum indivíduo é capaz de afectar os componentes eléctricos, só que isso tende a ser mais expressado no caso dos indivíduos soft. Torna-se fácil para eles passarem a afectar sem intenção os componentes eléctricos por a sua energia estar a ser expressada por intermédio duma presença dessas. A maioria das pessoas tem, duma forma natural, a sua energia um tanto próximo à consciência do corpo físico, e relativamente falando. Ora bem; quando menciono “relativamente próximo”, o indivíduo médio expressa a presença do seu campo de energia, por assim dizer, talvez aproximadamente entre quinze centímetros e um metro, a expandir-se a partir da consciência do seu corpo físico. E o indivíduo médio deixa depósitos de energia nas diversas áreas que frequenta.

Por isso, passará a existir depósitos de energia em diferentes áreas do seu lar ou do seu emprego ou noutras áreas que eles frequentem habitualmente. Agora, um soft pode utilizar áreas em que a energia seja depositada e como tal deverá ser sentida de uma forma mais intensa, mas a diferença no caso de um indivíduo soft é que a sua energia preenche o ambiente todo. Não é o caso de vos moverdes para uma dependência e notardes uma área particular em que possais sentir a energia do indivíduo.

Vós sentis essa energia como a totalidade do ar. E poderá revelar-se mais forte em certas áreas, mas ela não deixará de estar presente em todas as outras áreas. Onde quer que o ar possa ocupar um espaço, a energia do indivíduo soft ocupa igualmente a inteireza desse espaço. É desse modo que a sua energia dá expressão ao seu poder.

JOHN: Pergunta número dois: quais serão os bloqueios, postos por ordem de modo que iniba uma concessão de autorização, ou seja, poder, e que é que isso traduz? Além disso, poderias dizer-nos algo sobre as expressões extremas de dificuldade relacionados com a auto-estima que estão ligados ao bloqueio do poder?

ELIAS: A auto-estima será um problema que cria um bloqueio desse poder. Mas quando o indivíduo...

JOHN: O que estás a dizer é que o poder não chega verdadeiramente a ser objecto de bloqueio algum. É mais parecido...

ELIAS: Trata-se duma restrição. Quando o indivíduo se restringe, o que faz é começar a reunir a sua energia mais junto a si e a não dar azo à expressão livre do seu fluir natural e isso, de certo modo, certamente, vai bloquear-lhe o poder, por não permitir que seja naturalmente expressado. E o que acontece é que ele volta essa expressão natural de poder para dentro e com isso, essa expressão natural de poder pode tornar-se destrutiva, por se expressar por uma energia poderosa na sua forma natural, ao ser projectada no exterior. Essa intensidade é expressada igualmente quando o indivíduo se restringe, seja por que modo for, e se desvaloriza e deprecia, e ele volta essa intensidade de poder para si próprio interiormente, o que pode criar relicários (situações intocáveis), e dificuldades significativas e conflito e até mesmo situações de choque.

JOHN: Então, é quase como se fossemos um actor em frente a uma enorme audiência e não estivéssemos a pensar na representação, mas em nós, o que se tornaria bastante confuso quando a nossa atenção se volta para dentro e passamos a bloquear a representação e a impedir a nossa energia de fluir com naturalidade.

ELIAS: Exacto!

JOHN: E a coisa toda descarrila toda.

ELIAS: Sim, tens razão, e nisso, o indivíduo passaria provavelmente a desvalorizar-se tremendamente e a gerar um desconforto considerável.

JOHN: Agora, mencionaste mesmo no começo que, mesmo que uma pessoa não esteja presente em si mesma, a presença física exsudará energia, e isso aplicar-se-ia, é claro, neste caso... Penso que quando o referiste estivesses a aludir ao que está a acabar de dizer.

ELIAS: Sim, porque o indivíduo pode não se achar necessariamente presente em si próprio mas isso não impede a energia de se expressar, e em situações dessas pode resultar em confusão para o próprio, que por não se achar presente consigo próprio pode expressar uma energia vigorosa susceptível de ser recebida pelos outros, não do modo pelo qual fazia intenção, e em resultado isso poder dar lugar a mal entendidos, frustrações e conflitos, por o indivíduo não prestar atenção à sua energia e não a impedir de se expressar, e com isso, o vigor a que está a dar expressão poder deixar de ser o que é pretendido pelos outros que a recebem.

Ou de um modo através do qual não é pretendido que resulte. Tal como, a título de exemplo hipotético, digamos que dispomos dum indivíduo soft que está a produzir um agravo considerável nas experiências que faz durante um certo dia. E ele enfrenta situações e circunstâncias e experiências que se revelam particularmente irritantes, justamente nesse dia. Agora, o indivíduo, como no caso citado, pode não prestar atenção à energia que emite, e pode não se achar presente consigo próprio, e estar meramente a prestar atenção às imagens externas objectivas e a responder-lhes ou a reagir-lhes. Nesse caso, ele pode passar a empregar o que designais por um período de calma durante uma parte do dia e a sua experiência começar a alterar-se, e ele deixar de se sentir mais agitado e distrair-se e, digamos, esquecer temporariamente as experiências anteriores, desse dia.

Ou talvez deixe de enfatizar essas experiências prévias, e subsequentemente opte por ter um jantar agradável com outro indivíduo, e durante a conversa mantida nesse jantar o outro poder dizer: “Com que é que estás tão agitado?” E o indivíduo pode mesmo chegar a interrogá-lo e a expressar: “Produzi algum acto ou expressei alguma coisa que te tenha irritado ou aborrecido?” E o indivíduo soft pode inicialmente sentir-se confuso. E pode mesmo chegar a dizer: “Não, não disseste nada que me tenha incomodado ou agitado.” E o outro pode continuar a interrogá-lo e a expressar: “Mas a tua energia está agitada.” Bom; neste cenário o indivíduo soft não está necessariamente presente em si mesmo, e não está a prestar atenção ao vigor que a sua energia apresenta.

Não está a prestar atenção ao poder que está a ser expressado, ao seu próprio poder e nesse sentido, fica confuso, por não pretender projectar uma energia conflituosa nessa situação actual junto do amigo, só que isso é o que acontece, e decorre da circunstância de não se achar presente ao longo do dia do indivíduo, e ele terá vindo a dar expressão ao seu poder através da sua energia, e a deixar de a alterar. Em razão do que passa a criar um cenário que não pretendia.

JOHN: Duas perguntas que vou colocar a par; talvez não estejam assim tão relacionadas, mas tu poderás dar atenção a isso da mesma maneira.

Que glorioso potencial será inerente ao facto de sermos soft, e poderias fornecer algum exemplo?” E talvez no seguimento disso, ou talvez não, “Elias, que diferença existirá entre um soft e um soft que tenha passado por uma mudança? Que qualidades caracterizarão o soft que tenha sofrido a mudança?”

ELIAS: Expõe a primeira pergunta.

JOHN: “Que glorioso potencial será inerente ao facto e sermos soft? Poderás fornecer algum exemplo?” Essa é um tanto difícil para mim. É quase como perguntar se, no caso de chegarmos a estar presentes com a nossa energia, qual será o glorioso potencial que isso reservará. Não estou muito certo de como abordar isso.

ELIAS: Eu diria que isso depende da forma com o indivíduo define “glória”. Nesse sentido, estareis a referir as qualidades ou potenciais do indivíduo soft como “boas”? Posso dirigir-me a essa pergunta nos vossos termos, o que é passível de ser interpretado como “glorioso”. Eu diria que se um indivíduo que seja soft estiver genuinamente presente e genuinamente contente e satisfeito consigo próprio, ele descobrirá ser excepcionalmente fácil passar a interagir seja em que situação for com a maioria das pessoas e achará muito fácil manter o contentamento em meio às próprias escolhas, mesmo no caso das suas escolhas não apontarem na direcção da interacção com elas ou com algumas delas. Eu diria que, como o indivíduo soft apresenta uma consciência objectiva e subjectiva em igual medida, se o indivíduo se achar presente e satisfeito e contente consigo próprio, isso realçar-lhe-á a orientação, por lhe permitir ter uma consciência mais viva do elemento subjectivo da sua natureza sem empregar a acção habitual de tentar dar atenção a uma ou a outra. O indivíduo poderá misturá-las com uma maior naturalidade e permitir-se prestar atenção a ambas ao mesmo tempo sem interromper uma nem a outra. Eu diria que, geralmente, na maioria dos casos, apesar de não se aplicar actualmente a todos os soft - por existirem muitos que estão a tornar-se progressivamente mais presentes - mas no geral, o que se tem revelado um acto habitual para a maioria dos soft é separar o tempo. Para passar a dispor de tempo para de algum modo prestar atenção à consciência objectiva sem as misturar necessariamente por isso muitas vezes ceder lugar à opressão, e essa é a razão porque os soft, geralmente, escolhem incorporar períodos em que se retiram da presença dos outros e ficam a sós, apesar de muitos deles não ficarem inteiramente sozinhos, porque conforme referi noutros debates em relação a este mesmo tema, não é invulgar para um soft empregar a companhia duma criatura, pelo que não estão completamente sós, mas afastam-se temporariamente da presença de outros, e da interacção, e uma das razões por que fazem isso é para acalmar uma ou a outra dessas consciência. Quer para calar a consciência subjectiva ou a objectiva. Geralmente, é mais no sentido de acalmar a objectiva. Mas ele estabelece essa separação, que expressareis com maior facilidade se não criardes tal separação, e permitindo a mistura de ambas em harmonia sem dardes lugar a tal opressão, desse modo deixando de produzir necessariamente a necessidade de empregar tanto tempo sozinhos, mas sem querer dizer que deixeis de continuar a produzir uma certa permanência a sós, por isso vos permitir interagir convosco próprios e constituir uma expressão natural do indivíduo soft; só que por vezes, os soft isolam-se numa extensão que chega às raias da opressão, sem traduzir necessariamente o caso de interagir consigo próprio.

Quanto à segunda pergunta, qual será a diferença efectiva do indivíduo soft actual e do indivíduo soft que tenha passado por uma mudança?

JOHN: ...(Inaudível)

ELIAS: Exacto. Tens razão, quanto ao facto do indivíduo que terá passado por uma mudança dever expressar este movimento de estar continuamente presente e com isso, permitir-se sentir-se contente e satisfeito consigo próprio e com o que faz e com o que está a criar.

JOHN: Pois é. E os outros hão-de reconhecer de forma mais objectiva que o outro indivíduo com quem estão a lidar é soft e isso passar a gerar uma maior compreensão.

ELIAS: Sim. Tens razão.

JOHN: Sim, isso marca a distinção.

ELIAS: Agora; isso não quer dizer que o indivíduo soft futuramente, por qualquer diferença em relação a qualquer das outras orientações, não venha a criar desafios ou dificuldades nas suas experiências, porque tal como expressei, não estais a estabelecer nenhuma utopia com esta mudança, mas a empregar uma compreensão mais clara da razão porque estabeleceis momentos com que vos confrontais com dificuldades ou conflitos, e eles passarem a ganhar uma expressão mais intencional, porque ao invés de gerar a associação de que as experiências más sucedam por acidente, as pessoas terão maior consciência de estar a criar esses tipos de experiências propositadamente a fim de lhes proporcionar informação específica e eles passarem a conhecê-la.

JOHN: Okay. A pergunta seguinte está uma pouco relacionada com isso, talvez tenha que ver com a aplicação, suponho, daquilo de que estamos a falar. Vou ler a pergunta tal qual foi redigida, e dizer-te o que penso... A pergunta reza o seguinte: “Tu disseste que os soft são menos observadores dos aspectos estruturais implícitos ao que fazemos, e que por vezes podemos empregar uma certa qualidade de rebelião em relação às estruturas oficiais que gera um sentimento dentro de nós de não encaixarmos ou da existência de algo de errado a ocorrer dentro de nós. Poderás fornecer-nos um processo, ou exercício, ou aconselhamento a fim de nos assistir sempre que nos defrontamos com situações que nos tragam esta percepção de rebelião ou sentimentos de não encaixarmos ou da existência de alguma má formação no nosso íntimo?” Isso, suponho, deve estar directamente... tu falaste de estarmos presentes connosco próprios e termos... estivemos a falar da questão da glória, de estarmos genuinamente presentes, contentes ou satisfeitos connosco próprios, e facilmente a interagir com qualquer situação, e contentes com as escolhas. Penso que isso sirva como uma resposta à pergunta. Mas podes ter mais a comentar.

ELIAS: Serve, mas eu também diria ser significativo aceitar genuinamente aquilo que naturalmente expressais. Nesse sentido, reconhecer que enquanto indivíduos podeis não vos sentir confortáveis com a rigidez imposta pelas estruturas, e com a aceitação dessa vossa qualidade, e não vos permitirdes conformar-vos com as estruturas que os outros utilizam. Permitir-vos empregar a vossa criatividade e poder de imaginação e passar a mover-vos por feitos que sejam mais naturais ao vosso próprio fluir natural sem vos confinardes a certas expressões estruturais. Agora, vou dizer que por vezes um indivíduo soft pode sentir-se confortável numa situação estruturada se houver permissão para que ela possa sofrer mudança. Se se fizer presente o componente acrescido dessa estrutura estar a ser utilizada a par com a existência duma possibilidade dela poder mudar duma forma espontânea e passar a apontar numa direcção diferente, ou um elemento inesperado poder passar a ser incluído; se a disposição para a abertura se apresentar numa situação estruturada, o indivíduo soft sentir-se-á mais livre para se expressar no seu elemento natural, por assim dizer.

Bom; isso é igualmente significativo, por não ser responsabilidade dos outros providenciar tal abertura. É uma questão do indivíduo soft aceitar ele próprio as suas qualidades naturais e, no caso de se posicionar numa situação estruturada ou escolher tomar parte numa situação estruturada, avaliar aquilo em que está a tomar parte e proporcionar a si próprio essa abertura de flexibilidade ou de mudança ou de espontaneidade, de se tornar admissível que se desvie. Tornar-se admissível que deixe de continuar a participar na estrutura e que passe a afastar-se dela gradualmente, ou para ter consciência da aceitação do seu fluir natural, e empregar situações que tenham mais que ver com as suas preferências e que não empreguem necessariamente tal estrutura. Agora; não confundas estrutura com ordem. Porque vou referir que em grande parte, como os indivíduos soft prestam atenção e têm consciência tanto da esfera subjectiva como da objectiva, eles apreciam a ordem, porque ao empregarem ordem, isso permite-lhes deixar de se preocuparem tanto com o ambiente. Agora; a ordem pode ser expressada por vários tipos diferentes.

JOHN: Espera, nesse caso estás a dizer que a estrutura os ajuda a sentir uma menor preocupação em relação ao ambiente?

ELIAS: Não.

JOHN: A ordem.

ELIAS: Ordem. Estou a dizer para não confundires a ordem com a estrutura, por a ordem constituir uma expressão diferente, com o que, aquilo que estou a dizer se reporta à personalidade de cada indivíduo, e talvez às famílias, quanto às preferências e directrizes que abrigam; a sua ordem individual pode ser expressada por diferentes modos, mas existe uma ordem que se apresenta no caso dos soft, falando em termos gerais. A título de exemplo, podes utilizar o caso de dois indivíduos soft.

Um deles pode dar expressão a um espantoso asseio no seu lar, onde existe um lugar para cada coisa e cada coisa se encontra no seu devido lugar. Mas um outro indivíduo soft poderá parecer bastante desalinhado e não se preocupar de todo com a limpeza do seu lar, e isso não constituir uma preocupação para ele, mas o que apresentará consistência em, ambos os casos é que, independentemente do aspecto físico dos seus respectivos lares, cada um deles sabe onde residem as manifestações que têm importância para eles, e cada um deles emprega a sua própria expressão de ordem que lhe permite deixar de se preocupar tanto com o seu ambiente físico, e que lhe permite uma maior liberdade para se expressar à sua própria maneira natural em relação à energia e em relação a prestar atenção à esfera objectiva e à subjectiva.

Nesse sentido, o indivíduo que incorpora o asseio no seu ambiente notará e sentirá algum grau de agonia se ele sofrer alguma perturbação, por causar uma interrupção na sua ordem, e isso subsequentemente o forçar a usar um período para dar atenção ao que não se encontrar ordenado na sua habitação e isso provocar angústia. Do mesmo modo, o indivíduo que for desalinhado e que não se preocupar com a limpeza do seu lar, no caso de um outro indivíduo se acercar da sua habitação e provocar alguma alteração e começar a limpá-la, isso irá provocar idêntica agonia ao primeiro, por o obrigar a desviar a atenção em para com o seu meio, em relação ao facto de não ter consciência do que se situado onde, e agora sinta a preocupação de ter que prestar atenção ao seu ambiente.

Os indivíduos soft revelam apreço pela atenção para com o seu ambiente em determinadas situações, só que não através duma expressão constante. Geralmente, os soft não se sentem contentes com mudanças significativas no seu ambiente, porque isso quase implica a necessidade de dispensarem atenção. Eles sentem-se confortáveis com o facto de darem atenção ao seu meio somente em determinadas situações, tais como, um indivíduo soft pode apreciar e deleitar-se e deixar absorver a sua atenção pelo seu meio se for capaz de se colocar numa área que lhe seja agradável, tal como estar no meio dos bosques a escutar os pássaros e a observar as criaturas ou talvez situar-se numa praia a absorver a atmosfera do meio marítimo, ou talvez sentar-se junto a um ribeiro, ou até mesmo no ambiente do seu lar, só que geralmente, quando pretende prestar atenção ao seu meio é quando por norma se encontra envolvido nele de algum modo.

Não apenas envolvido com ele. Onde o indivíduo apenas permanece no seu ambiente, mas sem se encontrar envolvido com ele, um indivíduo soft sente-se muito mais confortável se não prestar completa atenção ao seu ambiente físico. Como está ou permanece ordenado, não é necessário prestar-lhe atenção.

JOHN: Tu já falaste imenso em relação à ordem; não poderás definir a estrutura em relação à ordem?

ELIAS: A estrutura é diferente, por incorporar regras, e nisso, poder chegar a incorporar certos elementos de disciplina, não que sempre empregue certas expressões de disciplina, mas pode, com toda a facilidade. Mas no caso das estruturas, existem regras em relação ao que expressar e ao que fazer. Existem directrizes previstas a ser obedecidas.

JOHN: Estou a entender. Tipo... (Inaudível) ou algo desse gênero.

ELIAS: Sim. Nisso, alguns indivíduos sentem-se bastante confortáveis com a estrutura. Geralmente, a maioria dos indivíduos soft não se sente confortável com a estrutura, a menos que se expresse pelo que acabamos de discutir, no caso dessa abertura por meio da qual a possam mudar. E por meio da qual não se sintam constrangidos pelas regras ou directrizes. Podem recorrer a elas se o preferirem, mas não se limitam a elas. Trata-se dum importante factor para o indivíduo soft incluir a opção de escolha, e não se supor que aborde as directrizes de um modo particular, porque em termos gerais, o indivíduo soft chega ao mesmo resultado tal qual outro indivíduo qualquer, só que por via dum processo diferente.

JOHN: Restam-nos uns meros dez minutos. Estarei certo?

ELIAS: Eu diria que dispões... Eu corrigir-te-ia quanto à indagação que me lançaste sobre o tempo, dispões de três dos vossos minutos.

JOHN: Está bem. Penso que nesse caso devia voltar a conversa para o assunto da onda da emoção e o modo particular como poderá afectar os indivíduos soft; os soft e os Vold. Os soft e os que possuem um foco do tipo emocional...

ELIAS: Pode não necessariamente afectar de modo particular os indivíduos soft. AFECTARÁ de modo mais intenso os indivíduos que têm um foco focado no elemento pensamento ou político. Na presente onda, a orientação não constitui necessariamente um factor significativo. Eu diria que o indivíduo soft pode necessariamente não sentir maior dificuldade com esta onda do que o que tem uma orientação intermédia ou comum. Esta onda dirige-se a todas as formas de comunicação. Ora bem, o modo por que isso poderá tornar-se mais dificultado é pelas diferenças inerentes à comunicação que apresenta. Um indivíduo soft pode experimentar de forma diferente ou perceber de modo diferente do que tenha uma orientação comum ou intermédia, mas ele não comunica necessariamente de modo diferente.

O factor da comunicação está associado aos tipos de foco e às diferenças apresentadas através das crenças e às diferenças inerentes às expressões. Nisso, esta onde será intensa, e já está a ser. E torna-se significativo ter consciência de que aqueles que se focam no elemento emocional ou religioso disporão duma capacidade mais forte para servir de trampolim na presente onda e para auxiliarem por uma redução das dificuldades inerentes à comunicação. Todavia, vou referir que isso comporta um factor significativo: eles NÃO empregam a tendência para a personalização, porque isso lhes bloquearia a capacidade de servir de trampolins.

Os indivíduos Vold também incorporam a capacidade natural para se expressarem desse modo. Podem sentir uma dificuldade ligeiramente maior se também incorporarem o factor de se focarem no elemento pensamento, mas a associação à família Vold ser-lhes-á útil no estabelecimento do factor trampolim em si próprios.

Eu diria que os indivíduos focados no político também dispõem duma certa capacidade para servirem de trampolim, por incorporarem o elemento de processamento por meio do sentimento e da intuição, e do ambiente também; Portanto, isso proporciona-lhes de certa forma a habilidade de servir um tanto de trampolim.

Eu diria que nem todos incorporam a capacidade de estabelecer uma ponte para a outra margem, nesta onda. Em grande medida, os que se focam no elemento pensamento não o conseguem. E nesse sentido, eles, tal como expressei desde o começo, e também alguns que se focam no político, sentirão uma maior intensificação e dificuldade nesta onda, e essa é a razão por que se torna significativo para os outros indivíduos do tipo de foco emocional e religioso habilitar-se a desempenhar a função de trampolins.

JOHN: ...(Inaudível) colocar uma última pergunta?

ELIAS: Podes.

JOHN: Vou associá-la ao elemento objectivo e subjectivo mas também aos aspectos da comunicação; quero dizer, eu podia ter alguma ideia em mente, e aí à medida que isso se passasse a expressar por intermédio da mudança, e mesmo no caso de passar a apresentar um aspecto exterior que não seja tão superficial mas basicamente similar ao que tivesse em mente, ao que passasse a expressar, isso haveria de resultar de modo bastante diferente. Podia ser... Eu tinha uma pergunta a colocar em relação à arte, que não foi abordada, mas que pode ter que ver com a música que me acomete mentalmente e que alcança expressão ou isso, assim como poderia tratar-se das exactas palavras que tenha empregado junto de alguém, e isso ser recebido de modo diferente do pretendido. Penso que englobe uma dificuldade inerente à comunicação ou talvez...

ELIAS: Essa pode representar uma delas, apesar do facto de um elemento disso se achar igualmente associado à orientação, o que pode tornar-se num factor efectivo nesta onda, por ela se dirigir a todas as formas de comunicação, o que não resulta necessariamente em detrimento algum para o indivíduo soft, porque muitas vezes, aquilo que os soft fazem é pensar e subsequentemente passar a expressar, e o que expressam pode revelar-se um tanto diferente daquilo que eles estavam a pensar, mas isso constitui igualmente um método através do qual eles proporcionam a si próprios informação, porque geralmente, quando um indivíduo soft fala, ele também escuta aquilo que exprime.

JOHN: Está bem.

ELIAS: O que poderá servir de tópico para um outro debate. (Ri) Muito bem, meu amigo. Fico a antecipar o nosso próximo encontro, e podes estender os meus cumprimentos a todos os vossos participantes.

JOHN: É o que farei.

ELIAS: Estendo-te uma tremenda estima, e um enorme carinho a todos os do teu grupo. Até o nosso próximo encontro, au revoir.

JOHN: Au revoir.







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