Session 1934
Translations: EN NE

Intimate Relationships; Flamboyance; ‘Soft Moments’

Topics:

“A Primeira Sessão Soft: Relacionamentos Íntimos; Paixão; Extravagância; Intensidade; ‘Instantes Soft”



Domingo, 19 de Fevereiro, de 2006 (Privada/Telefone)

Tradução: Amadeu Duarte

Participantes: Mary (Michael) e Julie (Fontine)

(O tempo de chegada do Elias é de 19 segundos)

ELIAS: Bom dia!

JULIE: Bom dia, Elias! Esta sessão é dedicada ao grupo Soft. (1) Tenho a certeza de teres conhecimento dele.

ELIAS: Muito bem.

JULIE: Penso que começaremos por algumas impressões que temos em relação ao nosso tom, ao tom de grupo. Algumas das alcunhas em relação às quais o pessoal tem impressões são Estorninhos, Rinara, e Softs. Terás algum comentário a fazer em relação a essas alcunhas?

ELIAS: Posso-te dizer que todas essas alcunhas se revelam apropriadas e denotam o significado das energias que combinam.

JULIE: Então cada uma delas comporta o significado das energias combinadas do nosso grupo?

ELIAS: Comportam.

JULIE: Talvez a partir duma faceta distinta?

ELIAS: Sim.

JULIE: Algumas das impressões quanto às nossas cores são, pêssego, rosa enevoado refrescante, zeng, que o Oba diz não se traduzir na nossa dimensão, (Elias ri) – e uma tonalidade púrpura. Teremos uma cor base, enquanto grupo?

ELIAS: Pêssego.

JULIE: E com respeito ao timbre (nota musical) que nos caracteriza?

ELIAS: Que impressões tendes?

JULIE: Não sei bem porque razão o Si bemol me vem à mente.

ELIAS: (Ri) Eu diria tratar-se do tom Si bemol.

JULIE: Bom, parece que saquei essa a partir do nada. Vou tocá-la no piano a ver como soa. Muito bem, obrigado.

Isso suscitou muitas interrogações da parte de diversos indivíduos, mas depois todo grupo votou nas perguntas em que mais se sentia interessado na altura. Por isso, vou percorrer a lista e ler as perguntas.

ELIAS: Muito bem.

JULIE: A pergunta número um é: De que modo poderão os que alinham pela orientação soft conhecer outras pessoas e desenvolver novas amizades quando tendem a orientar-se tanto pelo íntimo e não gostam tanto de misturas? E a acrescentar a isso, terás alguma sugestão sobre o modo como poderemos satisfazer a criação de relações íntimas enquanto indivíduos soft?

ELIAS: Os que alinham pela orientação soft geralmente atraem a si indivíduos no singular, seja em que altura for. Por vezes podem interagir com grupos, tal como na situação do vosso pequeno grupo. Vós interagis por meio do computador, o que vos permite permanecer no vosso ambiente individual, mas também vos permite interagir e partilhar com outros indivíduos sem a sensação de subjugação da proximidade física de grupo. Mas mesmo nessas situações, podeis notar sentir-vos um pouco mais atraídos para um indivíduo do que para os outros. Podeis experimentar uma certa ressonância em relação a um ou outro indivíduo.

Nesse sentido, a mera capacitação quanto ao vosso movimento natural e expressão do que fazeis com base nas vossas preferências permite-vos uma abertura por intermédio da qual vós naturalmente passareis a atrair a vós outro indivíduo, quer seja pela via do vosso computador ou no contexto duma proximidade física. Mas nisso, e em termos gerais, passará a efectivar-se por meio de acções que normalmente empregais.

Aqueles que pertencem à orientação soft podem preferir abordar eventos sociais a fim de encontrarem objectivamente outra pessoa com quem possam escolher passar a ter um tipo de relacionamento qualquer. Geralmente, essa não é a melhor via para aqueles que pertencem à orientação soft, por tender a gerar uma espécie de domínio ou subjugação e um estímulo redobrado por parte do ambiente. Em situações dessas, geralmente, torna-se mais provável que um indivíduo soft tenda a retirar-se, apesar de ocorrerem excepções, e não se permitirem ter uma participação genuína de um modo que gere uma abertura genuína para com o grupo.

O que não quer dizer que aqueles que são soft não sejam sociáveis junto dos muitos, só que numa situação dessas tende a dar-se um situação nestes termos. Porque, a menos que o indivíduo num cenário desses passe a interagir com uma só pessoa ou talvez duas, nesse grupo social, geralmente, se isso não se der, o indivíduo que pertence à orientação soft tenderá a produzir uma acção de defesa ou protecção automática. Não por estar a bloquear, mas por estar, como quem diz, a amortecer duma forma automática. Eles conseguem continuar a interagir ao nível social só que não duma forma íntima.

Os indivíduos soft preferem expressar-se e interagir de um modo íntimo, mas isso tende a tornar-se subjugante e o facto de tentarem produzir isso numa base de proximidade com mais do que um ou dois indivíduos numa altura qualquer gerar um estímulo excessivo. Por isso, numa situação em que se apresente um grupo de indivíduos, o indivíduo soft passa automaticamente a amortecer, e revela-se mais predisposto a partilhar experiências só que sem realmente produzir aquela interacção mútua íntima. A intimidade é o que passa a ser amortecido, por se tornar demasiado subjugante.

Por isso, em associação a um encontro com um outro indivíduo que possa desenvolver um potencial relacionamento, se o indivíduo soft produzir o seu passo natural, a sua rotina natural, por assim dizer, ele deverá atrair um outro indivíduo ou indivíduos a si nesse ambiente. Não é uma questão de procurar mas muito mais duma habilitação para ser atraído, ao contrário de andar à procura e de encontrar. Geralmente isso é gerado dum modo bastante eficiente, porque habitualmente, e em especial no caso dos indivíduos soft, nas alturas em que eles se permitem usar dum passo natural e não andam à procura, essas alturas são aquelas em que realmente atraem outro indivíduo a si.

Um outro factor nisso consiste em reconhecerdes as vossas expressões e movimentos naturais enquanto indivíduos pertencentes a essa orientação, e reconhecerdes que pertencendo a essa orientação, nem sempre escolheis estar continuamente a interagir com os outros. O estardes continuamente a interagir não está associado à mera interacção com outros indivíduos. Os indivíduos soft estão continuamente a interagir só que não necessariamente com outros indivíduos, porque grande parte dessa interacção dá-se convosco próprios. Uma parte considerável dessa interacção é gerada convosco próprios ou com um viver fecundo em termos de significado, segundo os vossos termos, o que é manifestado no vosso próprio meio, que se pode traduzir por um outro indivíduo, ou um ser vivo qualquer, ou jardinagem, pelo que isso vos capacita a interagir com as plantas.

Mas quanto aos indivíduos e aos relacionamentos, torna-se importante tomar consciência da vossa propensão natural para empregardes alturas em que fiqueis meio sós, porque no vosso foco, um período de tempo considerável é dispendido numa interacção convosco próprios. Isso nem sempre concede espaço a um relacionamento com outro indivíduo numa base de proximidade física constante. O que não quer dizer que os softs não produzam ou não possam gerar relacionamentos com um companheiro com base dum relacionamento duradouro e constante, só que nesse caso, a fim de evitarem conflitos significativos, torna-se importante que o indivíduo reconheça e admita o seu próprio passo natural.

Uma das expressões que gera conflito e desvalorização em relação aos que alinham pela orientação soft no que diz respeito às relações íntimas, é a actividade sexual. Porque nas crenças das massas, essa é uma expressão significativa do relacionamento romântico. Isso não é necessariamente exacto mas traduz a crença das massas, e é passível de gerar dificuldades significativas se o indivíduo soft não admitir nem aceitar a sua expressão própria natural, a qual se processa um tanto com base nos extremos – só que expressões extremadas naturais. Por essa ordem de ideias, esses extremos fazem sentido através de intensos surtos de paixão, na qual o indivíduo pode envolver uma actividade sexual temporária e subsequentemente passar a empregar pouco ou nenhum interesse por esse tipo de expressão.

Esse é um movimento bastante natural no caso dos soft, por interagirdes tanto convosco próprios a ponto de ao longo de cada um dos vossos dias libertardes e expressardes constantemente, por incrementos, essa paixão que incorporais como uma qualidade natural do vosso ser. Por isso, o envolvimento com uma actividade sexual pode por vezes, se forçada, ser percebida com uma obrigação. Por ser forçada, e o indivíduo procurar gerar essa expressão de paixão intensa que, de certo modo não existe, por já estar a ser expressada por outras vias. Essa paixão, geralmente, na maioria dos casos, é igualmente expressada por incrementos no caso do indivíduo soft.

A razão porque empregam estas alturas temporárias de surto de actividade sexual torna-se numa força motora interessante e o facto deles preferirem empregá-la de uma forma concentrada deve-se a que o indivíduo possa gerar um período extenso no qual, em certas áreas, não se permite necessariamente expressar a sua paixão. Por isso, e em termos figurados, há expressões de energia, por assim dizer, que não alcançam expressão, e que em termos figurados, estão a ser reservadas.

A certa altura essa energia reservada é despoletada, e nesse instante essa energia que foi reservada ganha expressão duma forma bastante intensa. Geralmente, essa intensidade deverá expressar-se por meio da actividade sexual, por ela traduzir um modo pela qual o indivíduo é capaz de dar vazão à intensa energia da paixão. O que, por vezes, no caso das demais orientações, é passível de se tornar um tanto confuso, porque o indivíduo soft é capaz de dar expressão a uma paixão intensa. Isso denuncia-o aos demais como alguém bastante interessado na actividade sexual e na disposição de a explorar, mas na realidade, será mais exacto referir que o indivíduo tenha expressado um surto de paixão, e uma vez satisfeito, o interesse por essa acção passa a desvanecer-se com rapidez e pode tornar-se inexistente durante um tempo considerável.

Quanto ao facto de terdes uma relação bem sucedida enquanto indivíduos soft com outro indivíduo, independentemente da sua orientação, é, uma vez mais, importante que o indivíduo soft tenha consciência de si próprio e de se permitir um fluir natural da sua energia, só que não no sentido de instruir o companheiro/a. Em vez disso, o que pode revelar-se mais eficaz e efectivo é que partilhe com o companheiro/a, passando desse modo a estabelecer modos de partilha entre ele/a e o companheiro/a. Torna-se importante dar lugar à cooperação.

Ora bem; é importante que todos produzam cooperação, mas em relação aos relacionamentos de cariz romântico, torna-se significativamente importante que o indivíduo soft gere uma cooperação significativa com o companheiro/a, o que não quer dizer criar um espírito de equipa nem dar a entender que o outro deva cooperar convosco, porque isso não é cooperação – isso envolve o compromisso e subserviência – mas que vós, enquanto indivíduos soft, expresseis actos criativos que vos permitam permanecer no vosso passo natural que permita que o vosso companheiro/a se expresse no modo à sua escolha – o que por vezes, estou bem ciente, é passível de se tornar num desafio. Mas vós sois seres dotados de muita criatividade, e estais bastante acostumados a prestar atenção a vós próprios. Por isso, é possível que não seja tão provocador quanto isso dar lugar à criação duma acção que vos permita interagir com o vosso companheiro/a de um modo que não abrigue expectativa quanto a uma alteração por parte do outro indivíduo.

Isto responderá à tua pergunta?

JULIE: Penso que sim. (Elias sorri) Terás algum exemplo quanto a uma solução criativa da cooperação correspondente a essa área?

ELIAS: Propõe uma situação a título de exemplo.

JULIE: Uma situação em que uma pessoa, um indivíduo soft, não sente o apelo sexual enquanto o outro sente e requer a actividade correspondente.

ELIAS: Eu posso expressar diferentes modos, mas tenho igualmente consciência de que as crenças que as pessoas abrigam podem criar uma interferência. No âmbito desses diferentes modos, um deles reporta-se ao reconhecimento e à admissão de que vós enquanto indivíduos soft não estais interessados nessa acção, e ao encorajamento do outro indivíduo em envolver essa acção por uma via diferente, sem abrigar a expectativa de que ele deva alterar a perspectiva que tem, ou que deva negar a vontade que sente a fim de se acomodar a vós, por preferirdes expressar-vos da forma que escolheis, facto esse que lhe concede a liberdade para se expressar do modo que escolha por diferente via, talvez com um outro indivíduo.

JULIE: Tenho noção de poder ter perdido um pouco o “fio à meada” em relação às perguntas, pelo que penso que me voltarei para a seguinte.

ELIAS: Muito bem.

JULIE: Obrigado, Elias. A pergunta seguinte – Vou passar a lê-la. Em sessões passadas mencionaste que os soft não são tímidos e que somos encarados pelos indivíduos pertencentes às outras orientações como exuberantes. Esse é o passo natural, ou fluxo de energia, que adoptamos, só que habitualmente tendemos a desvalorizar-nos por sermos assim e passarmos a impor restrições a nós próprios. Estou interessada na razão porque por vezes, até mesmo nós softs, nas interacções que estabelecemos uns com os outros, nos opomos a esta qualidade específica da nossa orientação. Detestamos quando vemos essa qualidade reflectida num outro indivíduo soft.

Estará isso associado às alterações naturais existentes entre os soft a acrescentar ao reflexo da desvalorização pessoal? Poderias comentar um pouco o nosso fluxo natural da energia e o que é que nós exploramos ou criarmos com essa intensidade toda e o facto de não mostrarmos timidez mas exuberância? E acrescentaria, isso dirá respeito ao surto da paixão que tendemos naturalmente a expressar?

ELIAS: Diz. Está associado à paixão que sentis e ao modo como a expressais em muitas outras áreas, e o fazeis de modo contínuo.

Tu estás a gerar essa constante expressão de paixão. És capaz de sentir paixão genuína ao leres um livro ou veres um filme. Geras uma interacção genuína contigo própria duma forma que te permite dar expressão a essa paixão, e no caso da exuberância, passas a expressar essa paixão duma forma divertida. Essa é uma expressão divertida.

Muitos softs desvalorizam-se, por estabelecerem comparação. Aquele indivíduo soft que não compara é o soft que se sentirá confortável com a própria exuberância e que não sentirá irritação ao se defrontar com um outro indivíduo soft que se expresse de um modo exuberante ou exibicionista. Porque, a razão porque o indivíduo fica irritado ou se torna crítico em relação à exuberância dum outro indivíduo soft reside no facto disso consistir numa ameaça para vós, por vos reflectir aquilo a que vos opondes e desvalorizais. A razão para vos opordes prende-se com o seguinte: que orientação individual terá maior expressão na vossa realidade?

JULIE: Os que pertencem à orientação comum.

ELIAS: Exacto. E com quem vos comparais vós?

JULIE: Com eles.

ELIAS: Exacto. Nesse sentido, esse tipo de exuberância que ocorre nos indivíduos soft difere de qualquer outro tipo de expressão de exibicionismo que um indivíduo comum poderá manifestar. Os soft, na exuberância que demonstram são, em termos figurados, os palhaços. Eles são os humoristas, os apresentadores, os comediantes e eles permitem-se dar expressão à sua paixão por meio desse acto de diversão. Mas eles também reconhecem que os indivíduos que pertencem à orientação comum geralmente não se expressam desse modo. Por isso, gera-se um apelo à comparação.

Além disso, e em termos gerais, muitos softs e indivíduos que alinham pela orientação intermédia comparam-se aos indivíduos da orientação comum, por interagirem com eles desde pequenos, pelo que percebem que as expressões e directrizes usuais são estabelecidas pelos indivíduos comuns, e encaram-se como diferentes. Em termos gerais, tal como debatemos imensas vezes, a diferença é automaticamente encarada como má e ameaçadora. Por isso, quando a diferença é circunscrita, o indivíduo passa a comparar-se ao que percebe ser a norma, e se não se expressar em associação com essa norma, passará a desvalorizar-se e a mover oposição à própria expressão, procurando posicionar-se numa situação em que não se insere de forma adequada.

Nas alturas em que se confrontam com um outro indivíduo soft que se expresse de forma idêntica, a reacção automática passa a ser a de classificar esse indivíduo como inadequado ao mesmo tempo que se desvaloriza a si próprio e continua a posicionar-se de modo inadequado. Ao passo que, se reconhecerdes com autenticidade a vossa expressão natural e o vosso fluxo natural de energia, admitindo-o como efectivamente diferente, o que não quer dizer que seja mau nem errado. Sois o que sois - o que é admissível. Nesse sentido, ao não serdes tímidos mas sim exuberantes, palhaços, conferis um toque especial à colectividade. Propiciais a diversão num grupo, por sentirdes vontade de gerar tal acção.

Deixa igualmente que te diga que isso é também uma outra forma pela qual o indivíduo soft tem de evitar a subjugação e impede o estímulo em excesso. Ao permitir tal libertação de paixão através da diversão e da exuberância, estabelece uma expressão natural e eficaz de criar um amortecimento, o que impede a subjugação.

JULIE: Então estarás também a dizer que todos nós, os softs teremos essa propensão para ser palhaços e exibicionistas se não nos desvalorizarmos?

ELIAS: Estou.

JULIE: Mais alguma coisa em relação a isso?

ELIAS: Como em todas as situações, é uma questão de grau, por existir igualmente o factor da personalidade que deriva do tipo de foco e das crenças que o indivíduo tem. Por isso, ao te dar conta dessas qualidades ou propensões e ao te estender esta explicação, não comeces a interpretar isso em termos de absolutos, porque existem vários graus e variantes nesses tipos de expressões, em que o indivíduo passará a expressar-se de forma confortável.

Mas posso-te dizer que, em termos gerais, se o indivíduo soft se aceitar e tiver consciência do seu fluxo natural de energia e o admitir, e se sentir confortável consigo próprio e não se comparar, a autorização para expressar essa paixão natural por intermédio da diversão e da exuberância deverá revelar-se mais notória.

JULIE: Bom, quanto a mim isso soa divertido! (Ri junto com o Elias) Estou preparada para ir até esse ponto de aceitação, ou para me habilitar a avançar um pouco mais. Noto que me inclino naturalmente a usar um monte de expressões faciais para me expressar sempre que me sinto confortável, e para fazer os catraios rir, ou para fazer caretas esquisitas ou acções apalhaçadas. Consigo reconhecer um tanto isso.

ELIAS: (Ri) Sim.

JULIE: Parece que ainda temos tempo para mais uma pergunta. A causa dela assenta no facto da Anjuli e da Lynda terem estado a conversar sobre algo a que chamam “instantes soft”, em que uma pessoa soft expressa algo de forma intensa nesse instante e em que, uma vez posteriormente confrontada por uma pessoa comum em relação a isso, normalmente, deixa de sentir a emoção inerente ao facto. Interrogámo-nos se terás alguma outra coisa a dizer acerca do que esses instantes soft traduzem. (Elias sorri) Terei sido suficientemente clara?

ELIAS: Sim, estou a entender. Isso é passível de ocorrer em muitos tipos distintos de situações, mas geralmente, o facto comum expressado é que o indivíduo soft deverá propiciar a si próprio quer uma revelação intensa por alguma via, ou apresenta a si próprio um despertar intenso.

Nessas alturas, uma vez mais, passa a produzir-se, como quem diz, um dilúvio de paixão, pelo qual o indivíduo é quase consumido, por assim dizer, paixão essa que é inerente à situação. Quer se prenda com o facto de ter concedido a si próprio o que perceberá como uma revelação ao produzir uma experiência por via da compreensão de alguma informação duma forma intensa, ou com o facto de abordar um outro individuo ou cenário em que passe a gerar um despertar intenso, nessas alturas, o assunto torna-se super abrangente. A atenção do indivíduo é tremendamente focada de forma intensa, a ponto e toda e qualquer outra expressão que possa estar a decorrer passar despercebida, por o indivíduo se achar focado duma forma genuína.

Permite que te recorde uma interacção de grupo anterior em que eu falava de estarem genuinamente presentes convosco próprios e conscientes da vossa existência, e empreguei para tal fim o exemplo da dor física. Se um indivíduo experimentar dor física, independentemente da orientação que tenha, geralmente ele deverá gerar uma altura qualquer, por mais breve que seja, em que passe a tornar-se presente e ciente da própria existência, por a sua atenção se achar intensamente focada. Foca-se na dor, o que produz de certa forma clareza.

De modo semelhante, os indivíduos soft por vezes apresentam a si próprios momentos dum tipo de enfoque intenso desses em que se encontram bastante presentes consigo próprios, e bastante presentes em meio ao que ocorre e em meio ao que empreendem. E nessa intensidade de foco produzem uma expressão considerável de paixão. Subsequentemente à actualidade desse evento, o momento de paixão que assumira essa intensidade ter-se-á desvanecido.

Esses instantes de intensidade de paixão são os escapes que geram os prolongados períodos que se intercalam entre os surtos sexuais. Porque a acrescentar ao facto do indivíduo expressar continuamente paixão de um modo que designaríeis como através de expressões irrisórias, expressões menos óbvias ao longo de todo o dia, dão-se instantes periódicos em que se produz surtos energéticos duma energia focada de forma apaixonada, só que de natureza consideravelmente temporária. Constituem quase literalmente momentos, apesar de um momento dum tipo de surto desses poder incorporar parte do dia ou talvez, dependendo da intensidade, chegar mesmo a incorporar um dia inteiro.

Mas a seguir a esse surto de paixão e intensidade de concentração, como o indivíduo está presente e tem consciência de gerar tal intensidade de concentração, ele passa também rapidamente a estender a si próprio uma outra informação. Por isso, se o surto – ou aquilo que designas por instante soft – disser respeito a uma revelação, o indivíduo poderá expressá-la com intensidade e poderá sentir vontade de partilhá-la com outro indivíduo de um modo intenso. A seguir, a paixão deverá dissipar-se. A informação permanece só que o indivíduo soft deixa de continuar concentrado nela, por satisfazer a expressão que é inerente ao momento. Terá proposto a si próprio a informação, terá assimilado rapidamente essa informação, pelo que agora a sua atenção se desloca para uma outra área qualquer e deixa de produzir a intensidade de concentração no evento anterior, por assim dizer.

Se o indivíduo estiver a despertar em relação à interacção ou a um cenário com outro indivíduo, ele pode expressar-se de um modo igualmente intenso e nesse momento deverá estar, uma vez mais, de modo bastante assemelhado ao do outro caso referido, muito concentrado. Mas além disso, e de forma bastante associada ao momento de revelação inspirador, o indivíduo propicia informação a si próprio e passa a assimilá-la rapidamente. Por isso, uma vez mais, a paixão deverá ter alcançado expressão. Ele terá sugerido a si próprio a informação e tê-la-á assimilado, e em seguida a sua atenção passa volta-se numa direcção diferente.

De certo modo, isso pode assemelhar-se a um intenso instante de consumação. Uma vez a sua expressão seja consumada e o indivíduo se sinta satisfeito com a realização disso, a sua atenção passa a voltar-se numa outra direcção, no sentido duma outra forma de empenho ou desafio que passe a assimilar ou a compreender, ou talvez se volte para uma mera expressão de interacção consigo próprio e de expressão de paixão por incrementos. Isso também denuncia um padrão bastante natural da energia no caso dos indivíduos soft.

Eu compreendo o quanto isso pode, por vezes, tornar-se confuso para os outros, porque nos vossos termos, o indivíduo soft parecerá ser tipo “quente e frio” ao mesmo tempo, por assim dizer. Em determinado instante poderá dar expressão a uma paixão espantosa em relação a um objecto ou assunto, e em período de tempo relativamente curto, pode passar a desinteressar-se de todo por esse mesmo assunto. Na realidade não é que sinta falta de interesse mas que já tenha assimilado, e como tal, não mais se revelar necessário envolver-se com o assunto. Estás a compreender?

JULIE: Estou, sim. (Elias ri) Obrigado! Isso é empolgante. Sinto-me verdadeiramente excitada por estar a receber toda esta informação.

ELIAS: (Ri) Vós sois seres bastante apaixonados, não sois?

JULIE: Somos. (Ambos riem) Muito obrigado, Elias.

ELIAS: Não tens o que agradecer, minha amiga. Eu envio–te a ti e ao teu pequeno grupo um enorme encorajamento, e reconhecimento a todos vós por terdes esta conversa referente aos vários aspectos da vossa orientação. Posso-te dizer que também me diverti com esta interacção. Ah ah ah!

JULIE: Oh, fico tão contente! Foi bastante divertido. Obrigado, Elias.

ELIAS: A ti e a todos os soft, um enorme afecto com amizade. Fico a antecipar o nosso próximo encontro.

JULIE: Eu também!

ELIAS: A todos vós, au revoir.

JULIE: Au revoir.

Notas Finais:

(1) O grupo soft é a denominação empregue a um grupo vocacionado à pesquisa e partilha de informação referente à orientação Soft, existente na Internet, (http://groups.yahoo.com/group/SoftOrientation/) com o propósito de obterem um maior conhecimento objectivo quanto à natureza da sua forma natural de expressão.




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