Session 1781
Translations: EN

Seeking and Not Finding

Topics:

“Procurar e Não Encontrar”
“Porque Será que Bebo Tanto?”



Tradução: Amadeu Duarte

Terça-feira, 10 de Junho de 2005 (Privada/Telefone)
Participantes: Mary (Michael) e Bernie (Geraldme)

(Tempo que Elias leva a chegar: 18 segundos.)

ELIAS: Bom dia!

BERNIE: Bom dia.

ELIAS: Como vamos avançar?

BERNIE: Bom, na minha primeira pergunta, que poderás partilhar comigo acerca do meu nome da essência, família da essência, alinhamento, orientação, e outros aspectos pessoais tais como o tom e a cor do foco, que possa revelar-se útil?

ELIAS: Muito bem.

BERNIE: E quantos focos terei nesta dimensão e nesta faixa de tempo?

ELIAS: Muito bem. Nome da essência, Gerladme. Que impressão terás em relação à tua família da essência e àquela por que alinhas?

BERNIE: Não faço a menor ideia.

ELIAS: (Ri) Família da essência, Sumari; alinhamento neste foco, Vold; orientação, comum; tipo de foco, político. Tens alguma impressão em relação à tua cor?

BERNIE: Um tom de azul, talvez. (Pausa)

ELIAS: Espuma do mar. E que impressão terás sobre a nota musical ou tom?

BERNIE: (Inaudível)

ELIAS: (Ri) Nota musical, Ré. Número total de focos, 872; número de focos nesta faixa de tempo, 5.

BERNIE: Que poderás partilhar comigo sobre o meu propósito nesta vida e a concepção peculiar que abrigo nesta dimensão? Porque razão gravito tanto em torno das explicações esotéricas acerca da realidade e me abro tanto a acolher qualquer teoria menos convencional enquanto procuro de evitar a autoridade e o bom senso convencional? Porque razão busco continuamente e me revelo falho a descobrir?

ELIAS: Na realidade, estás a apresentar várias perguntas.

Bom; quanto à do propósito que tens neste foco, dir-te-ei do mesmo modo que digo a outros, para te encorajar a examinar o teu foco inteiro e as tuas experiências, não apenas actualmente mas ao longo do teu foco. Nesse exame permite-te descobrir o tema que se acha associado a todas as tuas experiências. É significativo que as pessoas empreendam esse exercício por si próprias, por ele vos facultar informação assim como um método através do qual podereis familiarizar-vos mais intimamente convosco próprios e com o vosso desejo e a vossa energia ou dinamismo. Por isso, é importante que dispenses um período de tempo em que possas empregar esse tipo de avaliação.

Quanto às tuas outras perguntas como aquela associada à autoridade e ao fascínio que sentes pelas filosofias e conceitos esotéricos, e quanto à tua pergunta sobre a razão para estares continuamente à procura sem que encontres, elas podem de certo modo estar associadas ao teu propósito, mas além disso existem outras razões envolvidas na direcção que empregas.

O elemento de reacção à autoridade está associado à mudança. Uma das acções que a mudança envolve, em relação a esta Mudança que a Consciência atravessa, consiste em desviardes a atenção das autoridades para vós e em vos permitirdes dirigir-vos (tornar-vos autónomos), não procurardes que os outros nem os grupos vos ditem as opções, mas em voltardes a atenção para vós, acção com que vos tornareis os vossos próprios timoneiros e das vossas escolhas.

Esse é um dos aspectos mais significativos desta Mudança da Consciência e um que está a ser um factor - e que futuramente passará a ser mais - duma espantosa alteração da vossa realidade no modo como passareis a interagir uns com os outros e como vireis a interagir convosco próprios, o que eventualmente afectará fortemente a redefinição das vossas sociedades e da sua estrutura – sem envolver a separação em relação aos governos pelo modo como se têm expressado previamente e têm vindo a faze-lo até ao momento, por ser desnecessário incorporardes esse tipo de estrutura se todos se tornarem autónomos. Por isso, a rebelião que sentes em relação à autoridade está associada a esse aspecto da tua mudança.

O que, recorda-te de que a presente mudança se está a expressar há mais do que um dos vossos séculos. Por isso, ao longo de todo o teu foco, tens vindo a participar nessa mudança e tens vindo a mudar, embora possas não ter encontrado necessariamente uma definição do que estás a fazer.

Quanto ao contínuo acto de procurares e não encontrares, isso não está necessariamente correcto. Geralmente, as pessoas no foco físico adoptam a tendência para encarar diferentes elementos da sua realidade em termos de binário de contrários - se não for uma coisa é outra. E com isso, em relação a certas situações e em relação a determinados assuntos, as pessoas geram uma percepção de possuírem ou não possuírem. É uma questão do modo como o indivíduo percebe o sentido de posse. E ou possui ou deixa de possuir, situação que se revela bastante “preto no branco” e não se revela necessariamente correcta.

A título de exemplo, um indivíduo poderá dizer-me não possuir dinheiro, o que geralmente não é exacto. Pode perceber não dispor de dinheiro em quantidade SUFICIENTE, mas o que dirá é que não possui nenhum, o que é inexacto. Podeis dispor de informação e criardes a percepção de não dispordes de informação SUFICIENTE.

Nesse tipo de percepção o que acontece é que o indivíduo, tal como tu, não reconhece aquilo que está a expressar ou o que realmente possui ou aquilo que estará a apresentar a si próprio. E isso cria-lhe frustração e dificuldade porque o indivíduo desse modo gera um rumo pelo qual está continuamente a esforçar-se e continuamente a desvalorizar-se a si próprio, por jamais parecer – na percepção que adopta – alcançar aquilo que busca.

Agora; associado a tal acto, é uma questão de alterares a percepção. Nesse caso, se realmente estiveres de facto a reconhecer a informação que tiveres apresentado a ti próprio, isso gera mais um reconhecimento daquilo que estejas a realizar do que desvalorizar-te pelo que estejas a deixar de alcançar, pelo que não encontras, razão porque deves andar continuamente à procura. Também te permite reconhecer que incorporas uma tremenda capacidade de informação. Não é uma questão de procurares o aspecto verdadeiro da informação, mas antes dum contínuo processo de exploração. Tudo aquilo que exploras serve para te expandir e à consciência que possuis. Isso perfaz a natureza da consciência.

Não é uma questão de estardes continuamente em busca da verdade suprema em razão do que venhais a possuir as pérolas secretas da consciência e da existência nem de atingirdes a perfeição da iluminação (esclarecimento espiritual). Vós já sois perfeitos a cada instante em meio ao que quer que estejais a experimentar. Vós estais a experimentar com precisão e perfeição a realidade a cada instante, a despeito daquilo que a experiência englobe e a despeito de ser confortável ou não, ou fonte de prazer ou de aversão. Vós estais continuamente a experimentar e a sugerir a vós próprios informação, e isso gera uma contínua expansão da vossa consciência. Isso traduz a acção da consciência – estar continuamente a explorar, continuamente a expandir-se e a desdobrar-se em simultâneo.

Nesse sentido, e à medida que te permitires reconhecer toda a informação que apresentas a ti próprio e que estendes a ti próprio, isso possibilitar-te-á uma avaliação mais alargada do que estendes a ti próprio e permite-te familiarizar-te mais contigo próprio, com todos os teus aspectos, com todas as verdades que abrigas, com as tuas preferências, com as tuas directrizes, e expande-te a capacidade que possuis de expressar aceitação em relação a ti próprio e em relação a toda a tua realidade, aos outros e ao teu mundo.

A necessidade ou o fascínio que sentes pelos conceitos ou filosofias esotéricas constitui uma preferência e acha-se associada ao propósito do que estás a explorar neste foco em particular, ao dares corpo às várias filosofias e ao sugerires a ti próprio informação por vias diversas e ao te permitires criar avaliações em relação a elas a fim de te proporcionar um leque mais alargado de escolhas em relação às tuas preferências individuais – a fim de conceberes a tua própria filosofia, empregando certos elementos ou ideias ou conceitos de outras filosofias e escolhendo que elementos ou conceitos pertencentes a essas filosofias se moverão em conjugação com as tuas preferências individuais, e em resultado do que, que elemento pertencente a outra filosofia poderás vir a empregar e talvez modificar na tua própria filosofia individual.

BERNIE: Porque não conseguirei mudar a minha realidade do mesmo modo que mudo de canal no meu televisor por intermédio do controlo remoto? Que energia, por exemplo, me estará a bloquear ou a limitar a capacidade de criar ou de alterar imediatamente a minha realidade com base na perspectiva objectiva do momento? Que estará a faltar-me na vocação que sinto para compreender o mecanismo e os princípios do modo como crio a minha realidade? Como poderei ultrapassar os obstáculos que se me apresentam a fim de passar a aceitar-me completamente e a confiar em mim ao máximo?
ELIAS: (Ri) Antes de mais, não existe expressão alguma de “máximo” porque isso sugere uma linha de chegada, um término, e não existe qualquer término. Há aspectos ou alturas em que poderás ter uma maior consciência mas em meio à exploração que fazes e à experiência e à informação que sugeres a ti próprio tu estás continuamente a expandir-te e como tal estás continuamente a tornar-te cada vez mais consciente, o que te permite uma maior eficiência.

Mas porque razão não conseguirás alterar a tua realidade tal como mudas de canal com a tua televisão – mas tu podes! É uma questão de compreenderes os mecanismos que te criam a realidade. Ao criares uma consciência mais clara e alargada de ti próprio e desses mecanismos, tu tornas-te mais consciente do modo como poderás manipular a energia a fim de criares aquilo que queres. Nesse sentido, posso-te fornecer uma resposta generalizada ou responder a essas perguntas, mas posso igualmente dizer-te que cada situação pode implicar diferenças e envolver diferentes crenças ou influências oriundas de diferentes crenças.

A resposta usual às tuas perguntas é que os obstáculos do que poderás designar como bloqueios que te impedem de alterar a tua realidade ou de a mudar tal como o fazes com os teus canais assentam nas crenças e na percepção que comportas. Essas crenças influenciam-te a percepção. E a percepção é o mecanismo que efectivamente vos cria a realidade e qualquer elemento pertencente a ela.

Ora bem; as crenças que sustentas empregam muitas influências. Tomar consciência das crenças que albergas sob a forma daquelas crenças que são expressadas assim como das diversas influências em que cada crença assenta permitir-te-á escolher que influência te possibilitará alcançar aquilo que queres de modo mais eficaz.

Outro elemento pertencente a esse quadro consiste na consciência das tuas preferências. Muitos não têm uma consciência objectiva daquilo em que consistirão as preferências que abrigam. Mas ter consciência das tuas preferências é útil por te permitir ter consciência do modo como manipular a tua energia em conjunção com as preferências que tens em relação à criação daquilo que queres de modo mais eficaz ou sem esforço.

Mas aquilo que mais significado terá é tomar consciência das tuas crenças e das influências dessas crenças, porque ao deixares de ter uma consciência objectiva delas, aquilo que fazes é colocar-te, para falar em termos figurados, no lugar do co-piloto. Geras reacções automáticas que te limitam, por serem precisamente isso - automáticas. Não carecem de pensamento e geralmente não empregam nenhuma comunicação emocional. Expressam-se, simplesmente. As reacções automáticas constituem uma escolha associada a uma preferência oriunda duma qualquer crença particular. Cada crença, toda a crença incorpora muitíssimas influências.

As pessoas deixam-se por vezes confundir ou frustrar ou passam a desvalorizar-se por gerarem um tipo de movimento em que comecem a expressar aquilo que percebem como condutas novas ou diferentes ou rumos que sejam mais satisfatórios para si mesmos, mas em seguida passam a criar comportamentos ou acções que percebem ou definem como sendo comportamentos em desuso e por que não sentem simpatia. Nesse sentido, passam a desvalorizar-se a desvalorizar os outros por acreditarem estar a andar para trás, o que gera frustração.

Na realidade, o conceito inerente à não eliminação das suposições para a maioria das pessoas reside unicamente nisso, num conceito e não ainda numa realidade efectiva, por consistir igualmente numa resposta automática que a maioria emprega, ao criarem associações automáticas e ao procurarem eliminar as crenças que sustentam e ao passarem a gerar aquilo que percebem como novas associações a crenças e expressarem para si próprios e para os demais não estarem realmente a tentar eliminar as crenças mas a procurar alterá-las. Tal como declarei, vós não as eliminais nem as alterais. Elas são aquilo que são e constituem um elemento do modelo da vossa realidade. Elas não estão a ser eliminadas, nem sequer estão a sofrer alteração.

O que está a ter lugar é uma expansão da consciência. Ao terdes consciência das diferentes influências inerentes a qualquer crença particular, é aí que passa a residir a vossa liberdade. Porque é nisso que reside a intenção da escolha, no facto de poderdes escolher as influências que estejam mais em harmonia com as vossas preferências e sejam mais eficazes ao vos permitir criar aquilo que quereis. Mas isso constitui a chave, ter consciência e perceber, reconhecer as vossas reacções automáticas, ter consciência das vossas preferências, ter consciência e identificar as vossas crenças e identificar as influências inerentes a tais crenças.

Bom; isto constitui uma resposta vaga ou generalizada às perguntas que colocaste. Quanto a cada assunto específico, como poderás obviamente ter consciência, isso compreenderia a identificação mais específica das crenças e das influências. Se apresentares um exemplo dum desafio em particular no qual pretendas alterar um elemento qualquer da tua realidade e que não te pareça teres a capacidade para o fazeres, poderemos examinar a crença que esteja a ser expressada e a influência que esteja a ser escolhida assim como as outras influências que poderão ser escolhidas e que não estejam a sê-lo.

BERNIE: Com o aborrecimento e a falta de motivação que sinto, porque razão consumo tanto álcool? Deverei reduzi-lo ou eliminá-lo? Em caso afirmativo, como poderei consegui-lo de modo eficiente? A que estarei a tentar chamar a minha atenção? De que modo poderei dar atenção ao aborrecimento que sinto e à desmotivação de modo eficaz? Como poderei recuperar a minha motivação pelo trabalho e pela vida?

ELIAS: Uma vez mais, isso está associado às preferências. Bom; quanto ao elemento do aborrecimento e da falta de motivação, no teu caso isso acha-se associado ao facto de não dispensares atenção pelas tuas preferências. Se te permitires expressar as tuas preferências e gerar acção em relação às tuas preferências, isso deverá despertar-te a motivação e propor-te desafios.

Não estás a apresentar a ti próprio desafios que te estimulem, mas esse aspecto também se traduz por um elemento que faz parte do teu propósito – propores a ti próprio desafios que possas incorporar a título de descoberta ou de conquista, por assim dizer. Isso proporcionar-te-á um sentido de realização e de satisfação. E tu não estás a criar desafios suficientes para desencadeares a tua própria curiosidade e o teu instinto natural, o qual assenta num fluxo natural da energia em ti próprio.

Quanto ao consumo ou ausência de consumo dessa substância, não se trata duma questão de dever. Posso-te dizer, que QUERES tu? Que associação estabeleces em relação a essa substância? Que percepção terás em relação a essa substância? Gostas dela?

BERNIE: Bastante.

ELIAS: Sentes prazer com a sua ingestão?

BERNIE: Sinto.

ELIAS: Queres continuar a consumir essa substância?

BERNIE: Quero.

ELIAS: Então que pergunta estás a colocar? Qual é a preocupação que sentes?

BERNIE: Eu bebo demasiado.

ELIAS: Mas que representará “demasiado” para ti?

BERNIE: A minha mulher sente-se infeliz por o álcool interferir nas minhas actividades diárias.

ELIAS: Mas como perceberás que isso interfere nas tuas actividades?

BERNIE: Não me sinto mentalmente disponível para a análise detalhada, por exemplo.

ELIAS: Mas que é que queres?

BERNIE: Quero sentir-me motivado e excitado com relação a algo de modo a poder faze-lo ao invés de beber.

ELIAS: Nesse caso estás a procurar substituí-lo.

BERNIE: Estou.

ELIAS: Posso-te dizer neste (exacto) momento que procurar avançar nessa direcção da substituição engloba um elevado potencial para o desapontamento e para a falta de sucesso. Não se trata de substituir uma acção por outra mas duma questão de equilíbrio e de prestares genuína atenção a ti próprio e àquilo que traduza as tuas preferências. Que tipo de emprego tens?

BERNIE: Eu sou vendedor de clínicas de saúde.

ELIAS: E sentes que isso te traga satisfação?

BERNIE: Por vezes.

ELIAS: Percebes isso como trabalho?

BERNIE: Por vezes.

ELIAS: Mas que motivação sentes para continuares nessa direcção?

BERNIE: Isso rende muito dinheiro. Não estou certo de poder encontrar mais alguma coisa que me propiciasse tal rendimento.

ELIAS: De que gostas?

BERNIE: Não sei.

ELIAS: De que acções gostas?

BERNIE: Gosto de fazer um bom negócio. Gosto de ser criativo ao conseguir acrescentar-lhe algo que sinto ser único. Gosto de andar por fora.

ELIAS: Sê mais específico. Gostas de andar por fora em que sentido?

BERNIE: Gosto de andar por fora. Gosto de andar de bicicleta. Gosto de passear pela natureza; gosto de apreciar a natureza. Mas não gostava necessariamente de trabalhar ao ar livre. (Pausa)

ELIAS: De que modo conduzes o teu dia-a-dia? Que fazes ao despertares?

BERNIE: Saio para a floresta às quatro, quatro e meia da manhã, e dou umas voltas e por vezes leio. Gosto de andar fora da porta. Geralmente bebo umas cervejas.

ELIAS: Muito bem. Diz-me, imediatamente após despertares, vais para o exterior. Não empregas mais nenhuma acção?

BERNIE: Levo uma chávena de café comigo.

ELIAS: Muito bem. Despertas; vestes-te – correcto?

BERNIE: Sim.

ELIAS: Preparas o café. Mas que estás a fazer ao empregares tais acções? Onde situas a tua energia? De que modo estará a ser expressada?

BERNIE: A maior parte das vezes o meu objectivo consiste em preparar o café e sair de casa.

ELIAS: Muito bem. Que motivará esse acto com tal intensidade? Estou ciente de gostares de andar pelo exterior, mas que te motivará essa intensidade para te deslocares de imediato para essa expressão de isolamento?

BERNIE: Bom, preciso de o fazer pela manhã por ter que me deslocar para o escritório de seguida, pelo que é a única altura em que o consigo fazer. Provavelmente conseguia mudar o horário e passar a faze-lo numa outra altura do dia mas pela manhã adequa-se ao meu horário devido a me levantar cedo e ainda assim conseguir ir para o emprego lá por voltas das oito, oito e meia.

ELIAS: E quando vais para o emprego, que acção empregas?

BERNIE: Verifico a minha caixa de correio electrónico, verifico os meus apontamentos do dia anterior e começo a fazer algum trabalho e geralmente deito mão a uma cerveja no refrigerador e parto para o trabalho.

ELIAS: Agora; que estarás realmente a fazer, meu amigo? Estás a exprimir os actos físicos que empregas. Mas que fazes realmente? Estarás presente? Não.

BERNIE: Provavelmente não.

ELIAS: Não, não estás. Terás consciência de ti? Não. Aquilo que fazes é partir para o exterior durante as horas da manhã e isolares-te. Disfarças isso, expressando a ti próprio que isso constitui uma preferência. Mas trata-se duma acção com que te achas familiarizado e que empregas de forma consistente a fim de preparares a energia que projectas a cada dia numa direcção particular. Isolas-te nessas horas vespertinas a fim de te preparares para situares a tua atenção continuamente fora de ti próprio e para não permaneceres presente.

A razão porque incorporas o gosto pelo consumo dessa substância deve-se ao facto de, nas crenças que albergas, escolheres a influência de que essa substância te provoque um determinado efeito físico, o qual deverá perpetuar e facilitar-te na acção de colocares a tua atenção fora de ti próprio. Empregas isso a título de distracção. Por te permitir ficar de algum modo desfocado, só que não completamente, e te permitir manter a tua atenção fora de ti (no exterior) ao longo de todo o teu dia.

Permite que te diga, conforme tenho dito a muito outros, a substância em si mesma não comporta qualquer qualidade inata que vos produza um efeito particular. Vós abrigais a crença de que o consumo de certas substâncias deva produzir determinados efeitos físicos. Escolheis a influência dessa suposição que responde pela criação dum efeito físico específico. Podeis escolher diferentes tipos de efeito assim como podeis não escolher nenhum. Mas esse é o efeito que escolhes, e tal como tenho dito, isso ajuda-te a focar a atenção fora de ti duma forma consistente. O facto de empregares filosofias, leres alguma informação e de forneceres a ti próprio informação não passa dum acto superficial e dum conceito se não estiveres de facto a prestar atenção a ti próprio, se não estiveres de facto a dar atenção a ti próprio, se não escutares as tuas próprias comunicações.

Tal como poderás estar consciente, eu não desvalorizo nem defendo nenhuma substância, por isso não ter importância. É opção do indivíduo empregar um tipo qualquer de substância ou deixar de o fazer em conjugação com as crenças que abrigue. Mas em associação a essa substância, existem muitíssimas influências presentes. As influências que escolhes em associação com o teu avanço, algumas revelam-se eficazes e produzem determinada expressão, e outras não revelam-se fonte de desconforto e chegam mesmo a dar lugar a um tipo qualquer de conflito.

Outra influência dessa crença é a de que consumir em excesso seja mau. Outra influência dessa crença é a de que o seu consumo em alturas impróprias ou locais seja inadmissível. Uma outra influência é a de que se consumirdes determinadas quantidades isso venha a traduzir-se numa situação problemática ou mesmo por uma doença. Uma outra influência é a de que isso vos altere a personalidade ou o comportamento. Isso são tudo influências inerentes a uma mesma crença.

Se identificares isso e todas as diferentes influências, poderás avaliar as influências que estarás a escolher, e o modo através do qual poderás identificá-las é por intermédio do que estás efectivamente a fazer e do que estás de facto a criar na tua realidade. Se estiveres a criar conflito com a tua companheira, estarás a criá-lo em associação com as influências inerentes a essa crença. Podes escolher outras influências, mas nisso reside a questão – na importância de teres consciência daquilo em que consistam as tuas preferências.

Se genuinamente tiveres preferência pelo consumo de determinada substância e ela te gerar um prazer genuíno ou se prestar a uma função qualquer que tu valorizes, podes continuar a consumir essa substância mas sem escolheres necessariamente as influências que provocam conflito, tal como uma diminuição da tua capacidade para dares atenção aos detalhes, tais como a alteração de alguns comportamentos ou de certos traços da personalidade. Isso são opções que TE dizem respeito; Tu não és uma vítima da substância. Ela em si mesma não incorpora qualquer poder inato.

O que incorpora poder e tenacidade são as tuas crenças que sustentas em associação à substância. Mas aquilo que é MAIS significativo é concederes a ti próprio permissão para empregares uma altura do dia em que possas avaliar o que de facto queres, o que não queres e aquilo em que se centram as tuas preferências – não o que devas ou não fazer ou expressar, mas aquilo que valorizas.

BERNIE: Obrigado, o meu tempo terminou. Vou ter de me despedir.

ELIAS: Muito bem, meu amigo. Fico na expectativa do nosso próximo encontro. Encoraja-te. Não estás a empregar acções erradas. É apenas uma questão de prestares atenção com mais clareza às tuas próprias comunicações. Fico a estender-te a minha energia de encorajamento e de apoio, e talvez algumas chamadas de atenção para dares lugar a algum divertimento. Expresso-te um enorme afecto. Com amizade, au revoir.

Elias parte após 59 minutos.




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